Por Zezinho de Caetés
Ontem voltamos ao julgamento de
uma chapa eleitoral que já caducou. E, ao tempo em que avançamos no julgamento
dos malfeitos da Dilma em sua campanha, o que se vê é quanto os tribunais estão
politizados, tanto quanto a política está judicializada.
Estamos vivendo um pandemônio
político, ou melhor, uma sucessão de pandemônios políticos que parece nunca
parar. E, o poder judiciário, no caso o TSE, ao invés de tentar nos dar um
rumo, apenas procura fazer política aos olhos de todos.
O que eu vi ontem no julgamento,
dito do século, foi apenas um homem, o Herman Benjamim, relator do processo do
PSDB contra a chapa “vitoriosa” nas
eleições de 2014, lutar quase contra todos para mostrar que o que realmente
houve foi o maior crime eleitoral da história do Brasil.
Pelas suas ações parece que ele
estava pedindo venia sempre para
mostrar o que os seus colegas ministros e advogados não queriam ver. Mas, até
que enfim, ele conseguiu, matreira e inteligentemente, começar a ler o seu
voto.
E durante esta leitura o Brasil
todo e talvez o mundo tenha ficado estarrecido com o que ele contou do processo
eleitoral em nosso país. Todavia, quem ingressa no prédio do TSE, ou pelo menos
lhe vê de fora, já fica matutando como é que se tem um ramo judicial, o direito
eleitoral, que consegue trabalhar com tanto luxo e riqueza num país carente,
inclusive de justiça, como o nosso.
E adentrando no prédio, e
especificamente no julgamento, além do luxo, o que se viu foi o lixo de
ministros querendo obedecer ordens de fora para dar o seu voto, e advogados
ávidos de obter suas pagas, sem o mínimo de interesse público. Com a rala
exceção dos ministro Luis Fux e Rosa Weber, pois o advogado do PSDB, agora está
é defendendo o Aécio, todos os outros mostraram que votarão contra a cassação
da chapa.
Inclusive o presidente do
tribunal o ministro Gilmar Mendes que, segundo a explanação do relator se
mantiver este ponto de vista até o final, estará votando contra o voto dele
mesmo, anteriormente dado em outro julgamento. Quanta desfaçatez!
A desfaçatez foi tanta, que no
final da noite de ontem, quando todos se mostravam cansados, o Gilmar Mendes
não tinha mais o que dizer, e deixou o Fux terminar a sessão. Há poucos dias
atrás ele disse que o TSE não tinha como finalidade “resolver problemas políticos”, e neste julgamento, pelo que deduzi
de suas falas, se entendi o seu “juridiquês”,
ele disse que, o TSE tem que resolver o problema político.
Ao que dizem, que ele não quer
que o Temer saia pelas suas relações de amizade, não há resposta convincente.
E, se ele, continuar nesta linha é o próprio tribunal que passará a história
como o Tribunal do Compadrio.
E, pasmem, toda confusão no tribunal
é para que ele não julgue crimes posteriores ao processo, quando foi o próprio
tribunal que mandou ouvir novas testemunhas, como Marcelo Odebrecht, Mônica
Moura e João Santana. Alguns dos ministros, que são contra a inclusão alegaram
que se fosse para colocar todo mundo, por que não o Joesley? Ao que todos que
não conhecem quase nada do ramo do Direito/Torto, responderia perguntando: E
por que não?
Eles, os doutores da lei
respondem no mais rude linguajar jurídico, que quando ouvido dar impressão de
xingamento aos ouvintes, continuam a falar e falar. Basta ouvir falar em “exordial” que me embrulha o estômago. No
entanto, “dura lex sed lex”, o que serve inclusive para os que estudam a lei.
Mas, o julgamento ainda não
acabou, e já estou me preparando para outros xingamentos jurídicos no dia de
hoje. Quem sabe, não se faz justiça, e se salva o Tribunal Superior Eleitoral?!
Se a justiça não for feita, acabar com ele, seria um grande esforço na
contenção de gastos que temos que fazer para o Brasil sair da pindaíba.
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