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sexta-feira, 28 de abril de 2017

Um epitáfio para Lula: "Aqui jaz um bon vivant!"




Por Zezinho de Caetés

No momento em que escrevo hoje, é cedo o suficiente para dizer se a malandragem está ganhando ou perdendo. Isto é, se a “greve geral” está funcionando ou não. Ou se o país está sofrendo com desfaçatez dos sindicatos ou não. Eu espero que tudo esteja funcionando.

No entanto, vou tratar aqui de outro fator, embora não menos relacionado. A vida dura que o Lula vem tendo junto à Justiça. Desde as últimas delações (Odebrecht e OAS) que só os mais fanáticos lulistas ainda pensam que ele é inocente. E olhem que não estou dizendo, apoiadores de Lula, e sim fanáticos, pois seus apoiadores já o apoiam apenas para não perderem a boquinha, pois se não o fizessem teriam sua vida política dizimada. Será que estou pensando na Gleisi Hoffmann? Ou no Humberto Costa?

O fato é que é mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que o Lula não ser preso. Se não for neste processo sobre o qual iria depor no dia 3 e agora passou para o dia 10 de maio, será por outros não sei quantos que ainda virão. E são muitos podem crer.

Os mais espertos do Partido dos Trabalhadores já se afastam, como o Leonardo Boff, Luciana Genro, Clóvis Cavalcante, e tantos outros. Os que ficam, têm pouca esperança, mas, que jeito? E ainda há os que se unem a Lula por puro oportunismo como o Renan Calheiros que tenta explorar os “votinhos” que ele ainda tem em Alagoas para não ir cuidar dos bois a partir de 2019.

Ou seja, politicamente, o Lula está morto, enterrado e esperando o epitáfio mais adequado: “Aqui jaz um bon vivant!”.

Para esmiuçar mais nuances da vida do meu conterrâneo, leiam abaixo o Murillo de Aragão onde ele discute “Lula e sua bagagem pesada”, publicado ontem no Blog do Noblat, que vou ficar na espreita para ver se encontro alguém sério que tenha aderido à greve hoje. Vou usar minha lupa!

“As declarações dos empresários Marcelo Odebrecht e Léo Pinheiro sobre suas relações com Lula complicaram de vez a situação do ex-presidente. Mas a questão que envolve a possibilidade de sua prisão pode não ser resolvida rapidamente. Afinal, prender um ex-presidente da República provoca amplas repercussões nacionais e internacionais.

No entanto, a situação jurídica de Lula está cada vez pior e dificilmente ele conseguirá escapar de uma pesada condenação por parte do juiz Sérgio Moro, à frente das investigações na Operação Lava-Jato. Lula provavelmente poderá recorrer em liberdade e aí sua sorte estará nas mãos do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

A questão crucial é saber se o TRF4, localizado no Rio Grande do Sul, cujo meio jurídico tem conhecidas tendências esquerdistas, condenará Lula com celeridade a ponto de torná-lo inelegível. Como se sabe, uma condenação em segunda instância de órgão colegiado fará dele um ficha-suja.

Lula, por sua vez, age de forma clara: transforma-se em vítima e candidato à Presidência para jogar em Moro a pecha de perseguidor de político popular. O resultado nas pesquisas de opinião endossa a estratégia de Lula: é o único que estaria assegurado no segundo turno se a próxima eleição presidencial fosse realizada hoje.

Miais recentemente, o ex-presidente e o juiz passaram a protgonizar uma polêmica sobre sobre as condições em que se dará o encontro entre ambos – dia 3 de maio ou mais tarde, com 87 testemunhas ou menos, embalado por manifestações populares alusivas ao dia do trabalhador ou um teste de pré-lançamento de campanha.

O embate serve de maneira conveniente à personalidade marqueteira de Lula, que todos os dias tem assunto para alimentar a mídia. Com a vantagem de se tratar de uma agenda positiva, que evita as palavras corrupção e propina, e põe no centro do debate a questão da democracia.

Recentemente, o sociólogo André Singer, um dos formadores das teses do lulopetismo, afirmou em artigo que a estabiidade da democracia só estará garantida se Lula concorrer em 2018: "No lusco-fusco em que nos encontramos, o destino jurídico do líder petista será chave”, escreveu.

Caso Lula seja candidato, raciocina Singer, “a recomposição do tecido democrático esgarçado pelo golpe parlamentar ganha densidade”. Na hipótese contrária, a instabilidade tende a se prolongar. Logicamente, o raciocínio de Singer é mais do que um exagero.

Como a próxima eleição não será realizada hoje e nem se sabe se Lula estará ou não elegível em 2018, tudo o que vemos é um samba-enredo destinado a transformá-lo em herói do povo mesmo com evidências chocantes de privilégios indevidos. É a construção de uma narrativa que funciona, em parte, pelo fato de os demais partidos também estarem sendo atingidos pelo tsunami da Lava-Jato.

Tal narrativa não funcionará mais adiante porque a mochila de fracassos e equívocos de Lula está transbordando e isso custará caro em uma possível tentativa de se reeleger. Em campanha, ele já não contará com a generosa ajuda das empreiteiras. Além disso, o PT está desidratado e envergonhado, por conta da sucessão de escândalos em torno de seu nome. Sem contar o fato de que o mundo sindical não estará unido a seu lado.


Para piorar, caso Lula consiga chegar a 2018 elegível, sofrerá um bombardeio midiático intenso, já que passou a personalizar tudo de ruim que aconteceu no Brasil nos últimos anos. Poderá até chegar ao segundo turno, mas ganhar é outra história.”

quinta-feira, 27 de abril de 2017

Passa a Reforma Trabalhista. Precisamos de mais...




Por Zezinho de Caetés

Ontem, passou na Câmara o projeto de Reforma Trabalhista. É um alívio para o governo Temer e um suspiro para o Brasil. Pelo menos as possibilidades das outras reformas não se fecham.

Mas, relacionado ao Trabalho, está prevista para amanhã um “greve geral”. Eu coloco entre aspas devido ao seu absurdo, se eu não soubesse que, quem faz greve no Brasil, é funcionário público, que não tem medo de perder o emprego. E isto deveria ser motivo de uma nova reforma trabalhista, agora no setor público.

Quando se vê o quanto o Estado aumentou no Brasil, e consequentemente, o número de funcionários, só isto bastaria, para incentivar cada dia mais nossos parlamentares a se verem livre de grande parte dele. Daqui a pouco seremos uma república sindicalista sem trabalhadores, e todos no setor público.

Enquanto o setor público não desinchar e suas funções e cargos não forem preenchidos pelo mérito, viveremos nesta balbúrdia onde só há trabalhadores na iniciativa privada, que não irão participar de greve nenhuma, porque perderão seus empregos.

Há esperanças por aí, no entanto. Hoje vi um vídeo, onde o João Doria, além de dizer que descontará o dia do funcionário que não comparecer, diz também que pagará o transporte de táxi daqueles trabalhadores que não encontrarem meios de comparecerem aos seus postos. São novos ares no Brasil.

Mas, ainda estamos tratando da Reforma Trabalhista, e deixo os detalhes do muito que se há de fazer para nos tornarmos um país civilizado com a Miriam Leitão, no texto abaixo transcrito (“Mudança incompleta” – O Globo de hoje), onde ela reflete o quanto temos que fazer para tirar o Brasil do caos que o lulopetismo nos deixou.

“A reforma trabalhista não resolve os inúmeros problemas do mercado de trabalho, mas dá passos importantes. Permanece sem solução a maior das questões, a de um mercado com duas classes de trabalhadores, uma com lei, e outra sem lei e sem proteção. Segundo o IBGE, 40% dos trabalhadores não têm carteira assinada. O projeto, que até o fechamento da coluna estava sendo votado, é uma mudança incompleta.

É uma reforma com pouca ambição. Há saídas engenhosas para algumas questões, há tentativas de resolver certos impasses e há claros acertos, mas nem trata de inúmeros problemas do mercado de trabalho.

Acabar com o imposto sindical obrigatório é ótimo, mas é preciso também acabar com os tributos que sustentam a representação patronal. No Brasil, há um ponto comum entre os sindicatos do trabalho e do capital: eles querem que nada mude, porque nos dois lados há representações de fachada que vivem do dinheiro coletivo recolhido compulsoriamente.

As empresas pagam imposto sindical, da mesma forma que os trabalhadores. As federações dos empresários usam ainda parte do dinheiro do sistema S, imposto recolhido das empresas para financiar a qualificação dos trabalhadores. Representações sindicais de patrões e empregados precisam viver da relação com os seus associados. Por outro lado, os sindicatos dos trabalhadores ganharam uma enorme força com o princípio de que o negociado pode se sobrepor ao legislado. É bom lembrar que não serão negociáveis os direitos como férias, 13º salário. Pode-se aproveitar o momento para separar o joio do trigo: sindicatos fracos, dominados pelo mesmo grupo, que não prestam contas, que nem fazem esforço de sindicalização, que vivem apenas do dinheiro e do carimbo, esses poderão acabar. Já os que realmente representam a categoria terão ainda mais força.

Ter novas modalidades de trabalho possível em um mundo em transição constante é fundamental. Quando for necessário para a empresa, e para a pessoa, pode haver trabalho remoto, trabalho intermitente e jornada de 12 horas, desde que seguidas de 36 horas de descanso.

Um avanço foi a possibilidade de saída negociada da empresa, em que o trabalhador pede demissão mas tem acesso a 80% do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e metade do aviso prévio. São inúmeras as situações em que a pessoa quer sair de um emprego para aceitar um convite ou enfrentar um novo desafio. O trabalhador nessa situação só tinha o caminho de pedir demissão e receber apenas os proporcionais de férias e 13º salário. Agora, poderá ter acesso aos 80% do FGTS. O ruim é ter sido incluído 20% de multa sobre o saldo, porque isso pode desestimular a empresa a aceitar essa modalidade de encerramento do contrato de trabalho.

O Brasil tem um enorme contingente de pessoas fora de qualquer proteção legal. Há 10,5 milhões de trabalhadores sem carteira assinada em empresas privadas. Há 4,1 milhões de empregados domésticos sem carteira. E há ainda 22,1 milhões de pessoas trabalhando por conta própria que, em parte, podem ser pessoas em trabalho precário. E há ainda os 13,5 milhões de desempregados. O pior número divulgado pelo IBGE ontem é que 1,5 milhão de brasileiros estão impedidos de sair do local de trabalho por dívida. São supostas dívidas de gastos com alimentação, transporte ou equipamentos de trabalho. Isso é ilegal e um completo absurdo.

Essa reforma não resolverá esses desequilíbrios e desigualdades porque ela não é ampla o suficiente, mas é um passo na direção da atualização da lei dos anos 1940, que ficou confusa, ineficiente e desatualizada.

O economista José Márcio Camargo costuma dizer que os direitos são flexibilizados na hora do conflito. A primeira pergunta que o juiz do trabalho faz é se as duas partes querem entrar num acordo. Quando isso acontece, o trabalhador abre mão de parte do que ele acha que tem direito, para receber mais rapidamente, e a empresa paga mais do que acha que seria correto para evitar o passivo trabalhista. São 3 milhões de novos processos por ano no Brasil.


Quem olha com serenidade para o mercado de trabalho brasileiro sabe que ele precisa de várias reformas para se adaptar ao mundo do trabalho no século XXI e para proteger todos os trabalhadores.”

quarta-feira, 26 de abril de 2017

Lula x Moro: O dragão da maldade contra o santo guerreiro




Por Zezinho de Caetés

Até a hora que escrevo, não sei se o Lula irá depor em Curitiba no dia 3 de maio. Parece que pediram ao juiz Sérgio Moro para que adiasse sua ouvida, devido à proximidade do feriadão do Dia do Trabalho.

Além disso, há o planejamento de uma “greve geral”, por aqueles mesmos que se aproveitaram das benesses do PT no poder e, principalmente, pelas corporações do funcionalismo público, cujos sindicatos estão ameaçados de perder a “bocona” do imposto sindical.

No fundo, no fundo, o que move os pelegos para a greve é a possibilidade de não trabalharem nem na sexta-feira nem na segunda-feira, e terem um feriadão maior do que o da semana passada.

Num país onde o desemprego chegou ao nível que chegou, fazer greve é um contrassenso digno de nota ou de pena. No nosso caso é de pena, e por isso, a Reforma Trabalhista é tão importante, e principalmente, o que vem junto, que é a abolição do imposto sindical.

Os nossos trabalhadores vão enfim aprender a negociar com os patrões sem a proteção viesada da Justiça do Trabalho, cuja justiça hoje é defender trabalhador, mesmo que ele não trabalhe.

Mas, voltando ao ponto da audiência de Lula, espero que o Sérgio Moro se comporte como vem se comportando, não importando muito o dia em que ele vai ouvir meu conterrâneo. Eu não espero sua prisão, a não ser que, com os nervos à flor da pele como ele está, parta para o desacato.

Mas, para verem as possíveis teorias a respeito do adiamento, ou não, do depoimento, vejam o texto do imortal Merval Pereira, abaixo transcrito, que ele, ele intitulou muito bem de “Mistérios de Curitiba”, e notem, que semana complicada será a próxima.

De qualquer forma, este encontro, de tão esperado e importante, lembra até filme do Glauber Rocha, pelo menos em seu título: “O dragão da maldade contra o santo guerreiro”. Que vença o santo.

“O possível adiamento do depoimento de Lula ao Juiz Sérgio Moro decorre do receio de manifestações populares em Curitiba ou sinaliza que Lula pode ser preso a qualquer momento? A Polícia Federal pediu esse adiamento por que, como alega oficialmente, quer mais tempo para organizar o esquema de segurança na cidade, ou está juntando mais provas contra o ex-presidente? Foi uma vitória de Lula? Foi uma demonstração de medo de Moro?

 Nenhuma explicação oficial faz sentido. Desde março a data está marcada, e os organismos de segurança tiveram tempo suficiente para organizar seus esquemas preventivos. Se foram surpreendidos com uma movimentação acima do normal dos militantes petistas, serviços de informação e segurança não são.

Difícil entender a comemoração dos petistas e aliados, pois a situação de Lula fica cada vez mais fragilizada a cada depoimento, como os de João Santana e Monica Moura dados ontem no processo do Tribunal Superior Eleitoral, ou do próprio ex-presidente da OAS Léo Pinheiro, que demonstrou uma intimidade com Lula e sua família que não pode ser negada, pois quando foi levado coercitivamente para depor, o próprio ex-presidente admitiu que era amigo de Léo Pinheiro.

 Evidentemente são ex-amigos agora, mas Lula procura atenuantes para as acusações, alegando que o ex-presidente da OAS as fazia por que está negociando uma delação premiada. Claro que com isso procura também deslegitimar as palavras de Léo Pinheiro, mas as evidências são muitas.

A possibilidade de Lula vir a ser preso nos próximos dias existe, diante da denúncia de que ele orientou seu amigo a destruir qualquer prova que ligasse o pagamento de propinas ao triplex do Guarujá. Aconteceu assim com o ex-senador Delcídio do Amaral, diante de uma gravação explosiva em que relatava as manobras para impedir que Nestor Cerveró denunciasse Lula.

O fator surpresa, naquela ocasião, foi fundamental para que o Senado aprovasse sua prisão. Já no depoimento de Léo Pinheiro, a divulgação do vídeo tirou o impacto da revelação, feita diante de advogados diversos e procuradores do Ministério Público. Creio que só se surgirem novas provas – será isso que a Polícia Federal busca? – se justificaria a prisão de Lula neste momento.

 Assim como não acredito que o Juiz Sérgio Moro esteja preparando a prisão do ex-presidente para o dia do depoimento, a não ser que Lula perca o controle e afronte sua autoridade, no que também não acredito. Seria uma atitude irresponsável que não o ajudaria em nada, ao contrário.
O comportamento da defesa do ex-presidente é muito próximo, em diversas ocasiões, de uma afronta à autoridade do Juiz Sérgio Moro, que tem conseguido se manter frio diante das provocações. Fazer a mesma pergunta diversas vezes, de maneira diferente, é costumeira forma de a defesa tentar protelar a decisão final.

Arrolar 87 testemunhas de defesa é claramente um desafio e outra tentativa de ganhar tempo, e Moro caiu na esparrela ao exigir a presença de Lula em cada um dos interrogatórios. Nada indica que tenha poder para tal, e a única coisa que conseguiu foi mostrar a motivação protelatória da defesa, mas deu margem a que fosse acusado mais uma vez de perseguidor de Lula.

Para o ex-presidente, o melhor cenário é ser condenado em segunda instância a tempo de ser impedido de concorrer às eleições de 2018. Posaria de vítima e não correria o risco de ser derrotado. Ninguém leva a sério a pesquisa da CUT/Vox Populi que indica Lula como vencedor do primeiro turno. É só uma pressão política contra sua prisão.

Mesmo que fosse correta, é preciso ser muito ingênuo para acreditar que Lula, com todas essas acusações, especialmente depois das delações dos executivos da Odebrecht, conseguirá manter essa pretensa popularidade numa campanha presidencial acirrada como a que se aproxima. 
O que é grave é esse ambiente de confronto que está sendo armado para o dia do interrogatório. Afinal, Lula é intocável? Está acima das leis?”   

terça-feira, 25 de abril de 2017

Reformar ou morrer!




Por Zezinho de Caetés

Ontem li na mídia que o presidente Temer se irritou e disse que tinha chegado ao máximo de flexibilidade em relação a Reforma da Previdência. Ou seja, não mais vai ceder aos caprichos da base aliada que só quer o “toma lá” e não está entregando o “dá cá”. Segundo ele, agora, ou vai ou racha.

Não é de hoje que a chamada base aliada, depois de votar a PEC do Gasto, de forma brilhante, agora recua, diante de outras reformas que são importantíssimas para o Brasil, porque são impopulares. E todos sabemos o que medidas populares e irresponsáveis tomadas pelo governo do PT, afetou o Brasil.

Lembram da queda dos juros e do rebaixamento das contas de luz? Aquilo sim, o PMDB velho de guerra, não hesitava em apoiar. Agora tem que apoiar as medidas para sairmos deste buraco em que estas ações nos meteram. E não querem fazê-lo.

Eu, não tenho muita simpatia pelo Temer, não porque ele é ilegítimo, porque não o é, mas sim porque ele passou tanto tempo junto com o Lula e com a Dilma, que não pode ser boa bisca. Porém, de uma forma ou de outra agora ele é o presidente e está no caminho certo das reformas.

Dizem que a Reforma Trabalhista virá primeiro do que a da Previdência, o que não seria a ordem natural das coisas, todavia, o que pode ser chamado de natural, num país em que, o candidato que está na frente nas pesquisas para presidência, responde a mais de 10 processos, e está com o pé na cadeia, como o meu conterrâneo, o Lula?

Mas, que venha a reforma trabalhista, o que já é um grande passo para modernização do Brasil, junto com a terceirização, já aprovada, e que venha finalmente a Reforma da Previdência, a Tributária, e a mãe de todas as reformas, a Reforma Política.

Como não vou muito aos detalhes, sempre encontro um texto que o faça para o deleite dos meus leitores. Desta vez, o texto da vez, é do Fernão Lara Mesquita, que saiu no Estadão, e que ele intitulou como:  “Feche os ouvidos! Abra os olhos!” tendo como subtítulo: “Sem reformas que alterem o ‘sistema’ na essência não existe hipótese de salvação”, onde ele mostra, ponto por ponto, como estaremos numa canoa furada se as reformas não vierem.

Fiquem com o Fernão que eu vou ficar ligado no Senado, para ver se os senadores vão ter coragem de se declarem culpados, aprovando a Lei do Abuso de Autoridade.       

“É meio como a coisa dos assassinatos depois que passaram a ser filmados nas ruas. A gente sabe como as pessoas se matam desde Caim e Abel. Mas ver isso ao vivo é sempre muito chocante. Assistir às autópsias, então, faz a maioria das pessoas passarem a “raciocinar” com o estômago.

É o ponto em que estamos. Às vezes revolta, às vezes abre um oco na alma ir à minúcia de cada queda delatada, mas novidade mesmo não há. Sempre foi essa a regra do jogo e ela sempre foi clara. A coisa chegou aonde chegou porque nos últimos 30 anos ninguém, eleitor ou, principalmente, autoridade judiciária, jamais cobrou sua aplicação. É perfeitamente possível, hoje como antes, apurar quem, com “caixa 1” ou “caixa 2”, arrecadou para financiar eleições, quem aproveitou para se locupletar e quem, junto com isso, vendeu leis, vendeu a pátria, vendeu a alma ao diabo pelos faustos do poder. Pode-se traçar de onde saiu e aonde foi parar cada tostão movimentado. As “contrapartidas” viraram leis, MPs, contratos e contas na Suíça. Nada que se possa ocultar. Estão nos anais do BNDES, bilhão de dólar por bilhão de dólar, as operações de cooptação de um “baixo clero da ONU” que estenderia para além das fronteiras da América Latina bolivariana os sonhos de poder e os métodos para conquistá-lo desenhados no Foro de São Paulo e ensaiados no “mensalão”.

Há, portanto, enormes diferenças na motivação e na extensão da ação e dos danos produzidos por cada ator da novela da destruição do Brasil. Isso de condenar a regra que não se aplicou, em vez do desleixo de não tê-la aplicado, é o padrão que deságua sempre nas insidiosas “jabuticabas” que nos têm mantido fora do mundo e na miséria.

A continuação da parte dessa história que tem como horizonte o “excesso de democracia” praticado na Venezuela depende de se conseguir apagar essas diferenças. É nessa confluência que a força reacionária da “privilegiatura”, pela primeira vez ameaçada de recuo pelas reformas de Temer, se veio somar à correnteza do “lulismo”. Mas o pior foi mesmo ter o acaso conspirado mais uma vez contra o Brasil ao fazer coincidir tudo isso com o auge da Operação Lava Jato. É nesse cruzamento infeliz de forças que, uns arrastando, outros sendo arrastados pelos vazamentos sucessivos, se viram os guardiões da justiça forçados a abrir o pacote da Odebrecht “em bruto”, o que aplainou as diferenças e de novo “zerou” o placar eleitoral.

A situação do Brasil, entretanto, não tem mais conserto com paliativos. O acerto de contas entre os dois Brasis não é mais uma questão de opção. É uma impossibilidade matemática não fazê-lo. Só falta saber em quantas etapas sucessivas e com que dose adicional de desperdício e morticínio ele se dará.

O Estado toma 36% do PIB em impostos e mais 10% do PIB na forma de déficits. São 2 trilhões e 500 bilhões de reais. Na União, 54% dos gastos são com aposentadorias e outros benefícios para inativos, 41% são com salários de funcionários ativos. Só 5% são investidos em qualquer coisa que não seja pessoal. A média das aposentadorias pagas no “nosso” Brasil é de R$ 1.600. No “deles”, de R$ 9 mil no Poder Executivo, que propõe a reforma, e de R$ 25 mil no Legislativo, R$ 28 mil no Judiciário e R$ 30 mil no Ministério Público, que, em voz alta ou em voz baixa, resistem a ela. Dentro de cada um desses Poderes, o abismo entre os salários básicos e os balúrdios acumulados por dentro e por fora da lei, com fraude em cima de fraude, pelos respectivos “marajás” é ainda mais fundo que o que existe entre salários e aposentadorias dos brasileiros de 1.ª e 2.ª classe. Como “eles” são, ao todo, 10 milhões e os “marajás”, muito menos ainda, tem-se que perto de 40% do PIB fica nos bolsos de menos de 5% da população, um grupelho que, em pé, não enche a Praça dos Três Poderes, com a maior parte dessa fatia concentrada nos de uma ínfima minoria dentro dessa minoria. Se, portanto, a reforma da previdência privada é um imperativo demográfico, a da pública é um imperativo de salvação nacional. Ou nós acabamos com isso ou “eles” acabam conosco.

O que a extensão das delações está provando é que de PSOL a pastor, de Odebrecht a trabalhador braçal aliciado por advogadozinho achacador, tudo o que ingressa no “sistema” ou apodrece ou é expelido. Sem reformas que o alterem na essência não existe hipótese de salvação.

Corrupção é, essencialmente, déficit de democracia; impotência do representado diante da falcatrua do representante. “Estatizar” o financiamento de campanhas não conserta isso e implica a “lista fechada”, que agrava essa impotência. O atrelamento dos sindicatos ao imposto sindical, por Getúlio Vargas, condenou à morte a democracia no Brasil. O cerco foi fechado com uma “justiça do trabalho” que, ao institucionalizar o achaque, passou a corromper a base da sociedade. O “apelegamento” dos movimentos sociais e partidos políticos pela Constituição de 88 foi a pá de cal. É impossível pensar em “democracia representativa” num país onde todas as fontes primárias de representação da sociedade são sustentadas por impostos e independentes de seus representados. Contornar a indústria do achaque pela “terceirização” é condição essencial para a ressurreição do emprego no Brasil. Mas acabar com o imposto sindical é inverter o polo do mais antigo e fundamental dos vetores de forças negativas que atuam sobre o “sistema”. O financiamento de campanhas pelo Estado vai na direção contrária. O que torna eleições baratas de modo orgânico e saudável é encurtar o raio do território onde um político está autorizado a pedir votos. E isso se consegue com eleições distritais, método que, de quebra, torna explícito o laço de dependência entre eleitores e eleitos, sem o qual é impossível uns controlarem os outros.


Sim, a Lava Jato é intocável. Mas feche os ouvidos ao barulho e abra os olhos às evidências. Sem reformas não vamos a lugar nenhum. E fazê-las aos pedaços vai custar mais do que podemos pagar.”

segunda-feira, 24 de abril de 2017

A semana - Léo Pinheiro tenta enterrar o Lula, Temer diz que não teme Cunha, Papa resusa vir ao Brasil e muito mais...




Por Zé Carlos

Bem, posso dizer que esta semana não houve shows de humor individuais, pelo menos com tanta intensidade como as dos delatores da Odebrecht na semana que passou. Se não fosse pela delação do Léo Pinheiro, sim, aquele empreiteiro da OAS que é mais um a querer enterrar o Lula, cujo show na frente do sisudo Sérgio Moro, foi impagável.

Na realidade, quem mais fez graça foi o Temer, na tentativa de explicar o inexplicável, como o seu envolvimento no botim da Odebrecht. Eu penso, que depois de tudo isto, ele deve se acordar pela manhã, mandar a Marcela, ou mesmo o Michelzinho beliscá-lo para verificar se ele ainda está no mundo dos vivos. E quando descobre que está ainda vivo diz:

“Qual o recuo que eu devo aceitar na Reforma da Previdência para que meu governo não morra e eu passe a ser assediado pela justiça?”

E, por falar nisto, a Reforma da Previdência, que é algo necessário para que os aposentados no ano 2050 possam ainda receber alguma coisa, é motivo de tantas idas e vindas que virou a grande piada nacional. Nas redes sociais não encontramos outra coisa a não ser “memes” sobre o tema. Tem desde aquele que mostra um esqueleto se arrastando atrás da aposentadoria até aquele mostra o Lula, na cadeia, com 90 anos, reclamando porque não recebeu seu benefício por ter perdido o dedo 60 anos antes. Aliás, não é por outra coisa que ele foi sempre a favor da Reforma, pois sabe que, se ela não vier, seu benefício vai ser cortado.

Dizem até que o Temer já considerou devolver sua aposentadoria, que recebe desde da década de 70, mas, desistiu depois que soube que ela, em caso de morte, passará para o filho. No fundo, no fundo, e isto serve para todos: “Mateus, primeiros os meus!”.

E o que foi motivo de riso, e muito riso, é que há uma greve geral programada para esta semana. Eu pensei, ora, se há 13 milhões de desempregados, há 50 milhões de trabalhadores na informalidade, alguns milhões de funcionários públicos, será que não estamos vivendo uma greve geral todos os dias? Não seria melhor propor um dia em que todos trabalhassem? Talvez, isto resolvesse mais fácil os problemas do Brasil, e dos trabalhadores de fato.

E por falar em trabalho, outro motivo de grandes controvérsias hilariantes, é a Reforma Trabalhista. O que querem os inimigos da “classe trabalhadora”? Querem apenas que, ao invés dos trabalhadores viverem permanentemente na justiça do trabalho, processando os patrões, comecem a conversar com eles. E não se diz nela que “patrão” seja a melhor das pessoas, mas, apenas que se pode convencê-lo de que mais vale uma boa conversa do que ficar sem “trabalhador”. E a grande piada é que, quem é contra mesmo a acabar com a CLT, são aqueles privilegiados que ainda tem um emprego. Se fizermos as contas que mostrei acima em relação a greve geral, dir-se-ia, a la Temer, que esta é uma pequena minoria.

Mas, vamos em frente que atrás vem o riso. E nada mais hilariante do que a defesa do Lula, tentando evitar sua prisão. Eu assisti ao vídeo da audiência do Léo Pinheiro, e vi quanto os advogados do Lula devem estar de saco cheio de tentar o impossível. A cada intervenção, pioravam a situação do seu cliente. (Aliás, só um parêntese, eu não sei de onde vem o dinheiro para pagar estes advogados, se eles dizem o tempo todo que o Lula não tem nada e nunca teve nada. Talvez ele não saiba mesmo de nada. Fim de parêntese), e volto à vaca fria.

Pois não é que eles chamaram 87 testemunhas para falar bem do Lula nas audiências com o Moro?! Com isto eles tentam protelar o julgamento para 2050. E quando pensaram que o sisudo Sérgio Moro iria ficar tiririca da vida, o juiz fez cara de paisagem e disse: “Tudo bem, mas, quero que o Lula, compareça a todas as audiências, de cada uma das testemunhas!”. O hilariante disto é, se isto acontecer, só o Moro, deve estar vivo no final da audiência.

E com se não bastasse o potencial hilariante interno, temos as piadas internacionais. Uma delas vem do Papa Francisco. Em uma carta na qual recusa um convite do Temer para vir ao Brasil, o maior país católico do mundo, ele ainda cobrou do presidente, tentar evitar medidas que agravem a situação dos mais carentes. Mas, por Nossa Senhora de Aparecida, se o papa não quer vir ao Brasil, por que, além disto, ainda quer dar recado de defensor dos pobres? Disse ele:

"Sei bem que a crise que o País enfrenta não é de simples solução, uma vez que tem raízes sociais, políticas e econômicas, e não corresponde à Igreja nem ao papa dar uma receita concreta para resolver algo tão complexo" .... mas, ... Não posso deixar de pensar em tantas pessoas, sobretudo nos mais pobres, que muitas vezes se veem completamente abandonados e costumam ser aqueles que pagam o preço mais amargo e dilacerante de algumas soluções fáceis e superficiais para crises que vão muito além da esfera meramente financeira."

O que se deduz disso é que esta é uma mensagem cifrada do Sumo Pontífice, a esta coluna, pedindo para fazer parte dos seus quadros de comediantes. Eu mesmo penso que toda esta reação de ficar de mal do Brasil, quando Nossa Senhora Aparecida completa 300 anos de sua aparição, só pode ser dos membros da CNBB que estão com medo de ficarem sem a aposentadoria. E o Papa Francisco embarcou na onda, como tantos estrangeiros o fazem, sem saber o que está se passando.

Aliás, por falar em estrangeiros, a nossa Musa Dilma, continua os enganando lá nos Estados Unidos, contando a piada do “golpe”. Todavia, já sei que ela não quer é voltar para o Brasil, pois, corre o risco de ir de braças dados com o Lula para Curitiba. É uma pândega!

Outro que pediu sua inscrição na coluna foi o Doria, sim aquele que é agora prefeito de São Paulo e agora tenta dizer coisas só para que o aceitemos aqui. Bem, se ele contar piadas novas, eu posso até pensar no caso dele, mas, se continuar dizendo que o “Lula é um bandido!”, jamais escreverá aqui, pois isto é não é piada nenhuma. Nenhum brasileiro ri mais com isto, pois acham que isto é um fato. Conta outra Doria, e a coluna te contratará.

E aqui termino esta semana de riso, com uma piada do Temer:

“Não estou preocupado com o que Cunha venha a fazer!”

Só faltou ele dizer que a única coisa que o preocupa é a “Baleia Azul”.


Até a próxima semana, isto se a coluna não resolver aderir à greve geral.

sexta-feira, 21 de abril de 2017

Lula era o dono de tudo: "Tchau, querido!"




Por Zezinho de Caetés

Bem meus caros leitores, hoje, feriado, Dia de Tiradentes, que nos ajudou a livrar-nos do julgo português. Tenho muito o que escrever mas vou curtir o sol maravilhoso numa praia, e meditador sobre o seguinte: “O meu conterrâneo Lula é, ou não é o dono do sítio de Atibaia ou do triplex do Guarujá?”

Triste fim para o meu conterrâneo, que depois de ter o Obama a seus pés, agora depende da resposta a esta pergunta para decidirem se ele vai em cana ou não. Eu mesmo acredito que ele é o dono de ambos os imóveis, baseado no ditado antigo lá de nossa terra de que “o verdadeiro pai, é aquele que cria, e não o que faz”. E como todos estão sabendo, quem “criou” o triplex e o sítio foi o Lula, e não aquele que está num papel em cartório.

Seria preciso um complot tão grande da justiça para levar os delatores a dizerem o que dizem, sem que o Lula tivesse culpa alguma, que contraria todo o bom senso e a lógica. Meus leitores, façam a seguinte pergunta: “O Lula e sua defesa poderia dizer outra coisa a não ser:

“Os procuradores da Lava Jato sabem, há mais de um ano, que o sítio frequentado pelo ex-presidente Lula em Atibaia não pertence e nunca pertenceu a ele. Os donos comprovaram a propriedade e a origem dos recursos. Sabem também que Lula não pediu nem autorizou ninguém a pedir que fossem feitas reformas no imóvel. Lula não tem nada a esconder, porque não fez nada de ilegal”. ?

Ora, quando se ver os que os delatores dizem, fica difícil para os procuradores, mas, não para o juiz Sérgio Moro, acreditar neste tipo de defesa. O que ela queria? Que o Lula, esperto como é, fosse deixando rastro naquilo que fazia ao querer viver no luxo e na riqueza?

Esta foi a forma de vingança da esquerda, que não conseguiu ficar rica como Fidel Castro, porque os brasileiros descobriram antes os seus intentos e eles passaram a roubar com método, usando a democracia, e suas falhas para fazer isto. Por que o Zé Dirceu, o Vaccari,  o Delúbio e tantos outros estão mofando, mofaram, ou mofarão na cadeia? E por que o Lula deveria não estar junto deles?

Tenham santa paciência. Vejam o que disse ontem o Léo Pinheiro, dono da OAS, sobre o Lula:

“Eu tive um encontro com o ex-presidente, em junho, tenho isso anotado na minha agenda, são vários encontros, onde o presidente textualmente me fez a seguinte pergunta: 'Léo, o senhor fez algum pagamento a João Vaccari no exterior?' Eu (Léo) disse: ‘Não, presidente, nunca fiz pagamento a essas contas que nós temos com Vaccari no exterior’. (Lula): ‘Como você está procedendo os pagamentos para o PT?’. (Léo) Estou fazendo os pagamentos através de orientações do Vaccari de caixa 2, de doações diversas que nós fizemos a diretórios e tal'. (Lula): 'Você tem algum registro de algum encontro de contas feitas com João Vaccari com vocês? Se tiver, destrua'”.

O que fazer? Acreditar no Lula ou no Léo? Ora, com a queda do PT nas últimas eleições, os brasileiros já disseram em quem acreditam. Agora esperamos a Justiça se pronunciar. O patriarca da maior construtora do país, o notório, Emílio Odebrecht  disse, tim-tim por tim-tim, em sua delação premiada  de uma reunião com o Lula para confirmar as obras do sítio de Atibaia. Os outros delatores, também revelaram até os valores de quase R$ 1 milhão, gastos na reforma, a pedido da ex-primeira dama Marisa Letícia (que Deus a tenha). Isto contado nos mínimos detalhes por todos, como diz o Emílio:

“Pedi a Alexandrino que conversasse com algum empresário nosso para identificar um engenheiro da Odebrecht que pudesse coordenar as obras, mas que nossa participação não fosse revelada, para evitar qualquer constrangimento, e assim foi feito”.

E o Léo Pinheiro detalha a posse de Lula do triplex no Guarujá nos mínimos detalhes, dizendo que as reformas no apartamento, onde se colocou até elevador, foram todas solicitações de Lula e da primeira dama, que Deus a tenha. E Lula e Marisa visitaram o apartamento para verificar as obras. Como ele declara:

“Todas as modificações ocorreram da solicitação no dia da visita que fui com o presidente e a ex-primeira dama no triplex. Foi fruto da nossa visita. Foi determinado que fizéssemos a modificação.”

Querem mais detalhes? O Léo Pinheiro cantou ontem para o Juiz Moro e para o Brasil:

“Quando dona Marisa e o presidente estiveram no apartamento, nós fizemos o projeto e tivemos aquilo quantificado. Eu levei para Vaccari e isso fez parte de um encontro de contas com ele.”

Segundo o empresário o Vaccari, que já está no xilindró e, dizem, é o maitre no restaurante da prisão de Curitiba, foi o maior leva e traz do Lula:

“Vaccari disse, naquela ocasião, que como se tratava de despesas pessoais, ele iria consultar o presidente. Voltou para mim, disse tudo ok, você pode fazer o encontro de contas. Não tenho dúvidas se ele sabia ou não, claro que sabia.”

Bem, meus senhores, eu poderia me estender por 900 horas das delações da Odebrecht e por não sei quantas de outros delatores, e ainda dizer que vem mais. No entanto, o sol está bonito e o feriado de Tiradentes é convidativo.


Termino dizendo que não desejo para o Lula o mesmo que aconteceu com o Tiradentes, pois já passou a época de enforcarmos as pessoas, mas, uma boa descansada na prisão, como ele já fez na época da ditatura, seria bom para o Brasil. O PT, e sua tentativa de venezualização do Brasil, não merece ter um final feliz.

quinta-feira, 20 de abril de 2017

Outra vez o "Mais Médicos", programa neo-escravocrata cubano




Por Zezinho de Caetés

Bem, já que no plano interno só temos corrupção, que tal tratar da corrupção externa, falando do programa “Mais Médicos”, que aportou por aqui ainda quando o PT tinha alguma chance de tornar este país uma grande Venezuela?

Eu já escrevi muito sobre o tema, por exemplo aqui, aqui, aqui e muitos outros aquis mostrando facetas de como seria uma moderna escravidão a la cubana e que agora, pelo menos aqui no Brasil, tende a chegar ao fim, como descreve abaixo o editorial do Estadão que tem como título “Menos médicos cubanos”.

O grande imbróglio enfrentado pelo programa aqui e alhures é que os seres humanos cubanos, ditos médicos, ao chegarem aqui e viverem em liberdade, terminam gostando e se rebelam contra seus senhores, os gerontocratas cubanos. Querem ser livres outra vez e receberem o dinheiro que merece.

E vêm conseguindo isto, através da Justiça brasileira que permite sua permanência no Brasil. E não há nada pior para o governo Cubano do que um seu cidadão, em outro país e livre para contar a verdade sobre a “ilha do diabo”, que era o Fidel, e agora, é a “ilha do irmão do diabo”. E, não querem mais o programa.

Então, os esquerdistas de carteirinha não podem nem reclamar que foi o governo, legítimo, do Temer que os está mandando embora. É o Castro que não quer, como nunca quis, a verdade sobre o programa. Ora, se alguém ganha 10.000 reais para fazer um serviço, por mês, por que teria que pagar ao governo cubano, 7.000 reais?

Isto só existe no regime neo-escravocrata cubano e tem que ser combatido. Sim, eu sei que ele está nos estertores, e não encontra mais eco a não ser na Venezuela de Maduro ou na Bolívia do índio doido, o Evo, mas, não nos custa nada dar um empurrãozinho para o bem do mundo.

Fiquem com o editorial do Estadão que eu vou acompanhar as delações da Odebrecht, pelos próximos 30 dias, no mínimo.

“A ditadura cubana suspendeu o envio de 710 médicos que integrariam o programa Mais Médicos. A decisão foi tomada em represália à recusa de vários profissionais cubanos do Mais Médicos de retornar a seu país, amparados, em dezenas de casos, por decisões favoráveis da Justiça brasileira. Com isso, Cuba escancara a natureza do acordo pelo qual manda médicos para o Brasil e para outras partes do mundo. Esses profissionais, na visão dos ditadores castristas, são meras mercadorias, alugadas a países camaradas em troca de dinheiro. E mercadorias, por definição, não têm vontade própria.

O governo cubano entende que o acordo de cooperação pelo qual se comprometeu a enviar seus médicos ao Brasil não prevê a permanência desses profissionais no País. Como tudo o que envolve a relação de Havana com o antigo governo petista, responsável por esse acordo, os termos dessa combinação nunca ficaram inteiramente claros, mas não é difícil entender o motivo da irritação da gerontocracia cubana.

Sendo a ditadura que é, Cuba não aceita dissidências e considera traidores os conterrâneos que ousam expor a tirania do regime, refugiando-se no exterior. Assim, a decisão de alguns médicos cubanos de não voltar para Cuba, entre outras razões porque não suportam mais viver sob o tacão da família Castro, equivale à deserção. Como prisioneiros que são, os cubanos comuns jamais podem pleitear a liberdade de escolher onde viver; como simples commodities, devem aceitar passivamente que o regime disponha deles como bem entender.

Felizmente, a Justiça brasileira começa a dar ganho de causa aos cubanos que a ela têm recorrido porque não querem voltar para Cuba. Já são 88 os médicos daquele país que obtiveram liminares que lhes garantem o direito de permanecer no Brasil depois de encerrado o período de três anos previsto no acordo. No Mais Médicos, esse período pode ser prorrogado por mais três anos, mas o governo cubano não aceita que seus profissionais criem laços no Brasil e, por isso, exige seu retorno imediato, assim que acaba o contrato.

A mais recente vitória judicial dos cubanos no Brasil foi obtida em fevereiro por uma médica na 2.ª Vara Federal em Campinas. O tribunal aceitou o argumento de que o governo está dando “tratamento desigual e discriminatório” a médicos de Cuba em relação a médicos de outros países, que conseguiram renovar seus contratos sem problemas.

Além disso, a médica em questão exigiu “tratamento igualitário no que se refere ao recebimento de remuneração”, isto é, ela quer receber o mesmo que profissionais de outros países. Dos R$ 10,5 mil de salário que deveria ganhar, ela fica com apenas R$ 3 mil. O restante fica com o governo cubano, que deixa 5% para a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), intermediária do acordo entre Cuba e Brasil. Na linguagem popular, é o famoso “gato”, agenciador de mão de obra que leva uma porcentagem do salário do trabalhador. Essa situação obviamente “não pode ser admitida pelo ordenamento jurídico brasileiro, devendo ser aplicado o princípio constitucional da isonomia”, como diz a liminar.

A cada sentença como essa se define, em poucas palavras e com clareza meridiana, o espírito perverso do acordo firmado pelos governos petistas para ajudar a financiar a ditadura cubana, em troca de médicos para os quais a legislação trabalhista – aquela que o PT tanto defende – não vale.


Felizmente, o governo, desde o final do ano passado, tem tomado providências para trocar paulatinamente os médicos cubanos que atuam no Mais Médicos por profissionais brasileiros. Não será um processo rápido, porque os cubanos ainda são maioria no programa, mas é absolutamente necessário. Não se trata, aqui, de questionar a capacidade dos médicos de Cuba, que em geral desempenham sua função a contento, dentro das limitações de um programa criado para ser mero paliativo. Trata-se de defender que a lei brasileira prevaleça, no Brasil, sobre os caprichos da ditadura cubana.”

quarta-feira, 19 de abril de 2017

O BARBEIRO!




Por José Antônio Taveira Belo / Zetinho 


Seu Joaozinho era um ótimo barbeiro na cidade de Lagoinha. O seu salão na Rua Nova, principal da cidadezinha, era visitado por todos que necessitavam do seu serviço, cortar o cabelo, fazer a barba e bigode no mais capricho, atendendo as pessoas pobres e afortunadas. O salão era muito bem tratado, limpo e asseado. As paredes pintada de amarelo claro, uma cadeira de madeira acolchoado de uma verde cana, um espelho grande na parede e numa mezinha, tesoura, pentes, pincel de barbear, loção para refrescar o rosto dos clientes. Não se descuidava da limpeza, varria a cada momento e espanava os aventais que servia para aparar os cabelos dos clientes. Seu Joaozinho era bem querido na cidade. Ali naquele local se reunia muitos dos seus amigos para conversar principalmente à tarde na calçada. Ao meio dia, se dirigia sempre a bodega de seu Mané, amigo de infância, no final da rua. Ali ia fazer sua fé no jogo de bicho, que era sorteado no final da tarde, colocando os números em uma tabuleta na porta da bodega, onde os apostadores iam conferir o seu pule, uns sorrindo, pois tinha acertado no grupo, ou na dezena, centena ou milhar este pulavam de alegria. Outros saiam desconsolados esperando a sorte no dia seguinte. Tinha vontade de comprar um carrinho para passear pelas redondezas com a sua mulher dona Quitéria. Jogava a milhar 1476, fazia parte do bicho que ele achava bonito e não podia criar no seu quintal, o pavão. Dizia sempre – Deus tarda, mas não falha, essa expressão era dita toda à tarde que ia conferir o sorteio. Dona Quitéria muito bonita exalava o perfume de alfazema, quando passava pelos clientes no salão par ir ao comércio. Os homens olhavam uns para os outros sorrindo, pois sabia muito bem que ela era uma pessoa que flertava com muitos, e dizia as más línguas que ela botava ponta no Joaozinho, com o açougueiro Zeca. O barbeiro ignorava estas falas, confiava na mulher que tinha casado há mais de vinte anos. De tanto jogar, certo dia ao conferir na tabuleta na bodega, pulou de alegria, pois tinha ganhado a milhar. Correu para casa para contar a novidade, Com o dinheiro no bolso, correu logo para satisfazer o seu desejo criado há anos, a compra de um carro. Seu Belinho tinha um carro novinho, quase não saia de casa, pois estava já velho e desejava vender para comprar umas vacas para o seu sitio, Lago do Mato. Joaozinho se interessou e comprou o carro e saiu dirigindo precariamente pelas ruas sossegadas de Lagoinha. Resolveu dar folga a si, e foi a capital comprar material para sua barbearia que agora ia ser o chamariz e a mais frequentado, inclusive gente da alta. Às cinco horas da manhã partiu sozinho para Recife oitenta e nove quilômetros de distancia. A estrada ruim de barro dava solavancos a cada momento, o que o barbeiro reclamava que estava esculhambando o seu carro novinho, com a poeira e as pedras que eram atiradas no assoalho. Durante quatro horas correu pela estrada e finalmente ganhou a rua principal da capital num meio de carros passando de um lado para outro ficando atordoado com o movimento. No centro da cidade começou a andar pela rua se mostrando, não parava em nenhum sinal, pois não conhecia as cores verdes, amarela e vermelha que regulava o transito, ignorava passava em qualquer sinal fazendo os outros motoristas reclamarem com freadas bruscas, exclamando: Barbeiro! Barbeiro! Barbeiro! A cada grito se orgulhava, ele não conhecia ninguém e todos o conheciam. Voltou para casa entusiasmado. Todos na capital o conheciam. Foi logo dizendo: mulher tu sabes duma coisa? Todos na capital me conheciam. Ao passar pelas ruas dirigindo somente ouvia o nome: Barbeiro! Barbeiro! Barbeiro! Isto me deixou orgulhoso. Na próxima semana eu vou de novo e tu vais comigo para tu ver o que eu digo é verdade. Passado oito dias Joãozinho voltou a capital. Dona Quitéria se enfeitou toda botou roupa e sandália novas, penteou o cabelo colocando laquê para não assanhar, brincos e pulseira e sorridente sentou-se ao lado do marido e partiu às cinco horas da manhã numa terça feira. O sol quente agoniava Dona Quitéria e seu Joãozinho na buraqueira da estrada e a poeira invadindo o seu automóvel. Chegou finalmente na capital, sorridente Seu Joãozinho disse para mulher ao seu lado: tu vais ver agora se todos não me conhecem! Na primeira rua passou o sinal estava vermelho e ele ignorou quando houve uma freada brusca pelo outro motorista e gritou: Corno! Corno! Corno! Seu Joãozinho ficou encabulado e Dona Quitéria disse; Vamos embora!  Eles souberam por quem?  

terça-feira, 18 de abril de 2017

Uma ode ao Lula e ao PT




Por Zezinho de Caetés

Ainda não acordei do final de semana prolongado pela quaresma e encurtado pelas delações da Lava Jato. Foram dias de imersão espiritual e de meditação para não cairmos na tentação de explodir todos os políticos, jogando a água fora, junto com os peixes dentro. Ao invés disto, guardamos a água para comentar, e comemos os peixes.

Com as notícias que se amontoaram, não há outra forma de começar tudo de novo, a não ser pensando em se ver livre de tudo e de todos, começando tudo de novo. Até que um “anjo” , nos sopra no ouvido e pergunta: “Começar de onde, cara pálida?”.

Caio em mim e vejo que a vida continua e o governo Temer, apesar de fraco, é o que temos. E, espero que ele continue no mesmo ritmo, melhorando, bem devagarzinho a Economia, e tratando a política com tato, para ver se conseguimos emplacar algumas reformas necessárias.

E hoje, com a derrocada do PT, não por ter sido o único a fazer mal feitos, mas aquele que mais nos mentiu e enganou na Nova República, tudo parece mais fácil. Já vemos que “os de sempre” como Paulo Henrique Amorim, e outros na mídia, já malham o Lula como eu vim malhando há muito tempo. Ou seja, os ratos já estão abandonando o navio e temos que cortar sua rota de fuga.

Se alguém perguntar por que, a resposta será a mesma que se deu para o impeachment da Dilma: Pelo conjunto da obra, que nos levou a este miserê em que nos encontramos. Foi uma mentira só.

E, para começar a semana em grande estilo, dentro da minha área de Letras, encontrei um poema antigo do Affonso Romano de Sant’Anna, que foi escrito lá pelos idos de 1980, mas que, cai com uma luva nos tempos de hoje. Eu até mudaria o seu título que originalmente foi: “A implosão da mentira”, para outro muito mais moderno, tal como: “Ode ao PT”, ou mesmo, e por que não: “Uma ode a Lula”.

Leiam o Affonso, e vejam se eu não estou certo, em todos os Fragmentos:


“Fragmento 1


               Mentiram-me. Mentiram-me ontem

               e hoje mentem novamente. Mentem

               de corpo e alma, completamente.

               E mentem de maneira tão pungente

               que acho que mentem sinceramente.


               Mentem, sobretudo, impune/mente.

               Não mentem tristes. Alegremente

               mentem. Mentem tão nacional/mente

               que acham que mentindo história afora

               vão enganar a morte eterna/mente.


               Mentem. Mentem e calam. Mas suas frases

               falam. E desfilam de tal modo nuas

               que mesmo um cego pode ver

               a verdade em trapos pelas ruas.


               Sei que a verdade é difícil

               e para alguns é cara e escura.

               Mas não se chega à verdade

               pela mentira, nem à democracia

               pela ditadura.


Fragmento 2


               Evidente/mente a crer

               nos que me mentem

               uma flor nasceu em Hiroshima

               e em Auschwitz havia um circo

               permanente.


               Mentem. Mentem caricatural-

               mente.

               Mentem como a careca

               mente ao pente,

               mentem como a dentadura

               mente ao dente,

               mentem como a carroça

               à besta em frente,

               mentem como a doença

               ao doente,

               mentem clara/mente

               como o espelho transparente.

               Mentem deslavadamente,

               como nenhuma lavadeira mente

               ao ver a nódoa sobre o linho. Mentem

               com a cara limpa e nas mãos

               o sangue quente. Mentem

               ardente/mente como um doente

               em seus instantes de febre. Mentem

               fabulosa/mente como o caçador que quer passar

               gato por lebre. E nessa trilha de mentiras

               a caça é que caça o caçador

               com a armadilha.

               E assim cada qual

               mente industrial?mente,

               mente partidária?mente,

               mente incivil?mente,

               mente tropical?mente,

               mente incontinente?mente,

               mente hereditária?mente,

               mente, mente, mente.

               E de tanto mentir tão brava/mente

               constroem um país

               de mentira

                                       - diária/mente.


Fragmento 3


               Mentem no passado. E no presente

               passam a mentira a limpo. E no futuro

               mentem novamente.

               Mentem fazendo o sol girar

               em torno à terra medieval/mente.

               Por isto, desta vez, não é Galileu

               quem mente.

               mas o tribunal que o julga

               herege/mente.

               Mentem como se Colombo partindo

                do Ocidente para o Oriente

               pudesse descobrir de mentira

               um continente.


               Mentem desde Cabral, em calmaria,

               viajando pelo avesso, iludindo a corrente

               em curso, transformando a história do país

               num acidente de percurso.


Fragmento 4


               Tanta mentira assim industriada

               me faz partir para o deserto

               penitente/mente, ou me exilar

               com Mozart musical/mente em harpas

               e oboés, como um solista vegetal

               que absorve a vida indiferente.


               Penso nos animais que nunca mentem.

               mesmo se têm um caçador à sua frente.

               Penso nos pássaros

               cuja verdade do canto nos toca

               matinalmente.

               Penso nas flores

               cuja verdade das cores escorre no mel

               silvestremente.


               Penso no sol que morre diariamente

               jorrando luz, embora

               tenha a noite pela frente.


Fragmento 5


               Página branca onde escrevo. Único espaço

               de verdade que me resta. Onde transcrevo

               o arroubo, a esperança, e onde tarde

               ou cedo deposito meu espanto e medo.

               Para tanta mentira só mesmo um poema

               explosivo-conotativo

               onde o advérbio e o adjetivo não mentem

               ao substantivo

               e a rima rebenta a frase

               numa explosão da verdade.


               E a mentira repulsiva

               se não explode pra fora

               pra dentro explode


implosiva.”