Em manutenção!!!

quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Um "pastoril" com as 10 piores listas de 2014




Por Zezinho de Caetés

Aqui, neste interior brabo, mas, pertinho de minha terra e de Lula, encontrei uma conexão boa e resolvi teclar sobre o nosso momento político. Fazer isto em final de ano é um verdadeiro horror. E quando se trata de 2014, neste país, que era “abençoado por Deus e bonito por natureza” antes do PT, é um verdadeiro desastre cerebral.

No entanto, tenho que recorrer aos outros para não perder o hábito de meter o bedelho, mesmo que não seja chamado, nesta política que nos assola. Ontem, li no Blog do Felipe Moura Brasil, uma lista, ou uma lista de listas que bem poderiam ser as minhas para colocar no meu saquinho à espera do Papai Noel, na esperança dele não estourar. Comento-a com um pastoril, folguedo típico de Natal, ou, pelo menos, era, antes que as ONGs tomassem conta dele e agora usarem também as verbas da Petrobrás para apresentá-lo numa cor só: O vermelho PT.

No que segue aquilo em vermelho é do Felipe Moura Brasil e o que está em azul é meu. Eu sinto, que não possa cantar como a “Diana”: “Sou a Diana, tenho dois partidos...”. Mas, peço desculpas antecipadas ao Felipe por colocá-lo do lado do vermelho.

1) A lista de vencedores da Mega-Sena – que, mais uma vez, não teve você, nem eu.

Como eu joguei em Recife e o sortudo que ganhou o prêmio era de lá. Fiquei em polvorosa pela a expectativa de poder deixar o país, até que se descubra quem está com o dinheiro da Petrobrás.

2) A lista dos parlamentares que votaram a favor da fraude fiscal da presidente Dilma Rousseff e limparam a cena do crime, recebendo o ‘Natalão‘ de 748 mil reais para isso. Estrelando: a hoje lipoaspirada Jandira ‘Vai pra Cuba‘ Feghali (PCdoB-RJ).

O Brasil se transformou em um país de aumentativos para os malfeitos: Mensalão, Petrolão e agora o Natalão. E aguardem pois vem aí o Dilmão e o Lulão. É questão de tempo.

3) A lista dos presos por envolvimento no maior escândalo de corrupção – atrelada a um projeto de poder – na história moderna do mundo, o Petrolão, que ainda não incluiu o ex-presidente Luiz Inácio “Sabia de Tudo” da Silva, o Lula.

Veja nota à lista anterior, acrescentando apenas o Sabichão.

4) A lista de mentiras da campanha eleitoral de Dilma, sob direção do marqueteiro sem freio João Santana, como por exemplo as quatro desmascaradas por Aécio Neves no debate do SBT e todas aquelas que ficariam ainda mais evidentes após a reeleição como estelionatos eleitorais. Estrelando: o aumento dos juros para controlar a inflação que, segundo a presidente-candidata, estava sob controle.

Esta não teria papel que coubesse. Só pode ser digital e não é um HD qualquer que a suportaria.

5) A lista aumentada de cadáveres produzidos pelo regime militar divulgada pela Comissão da Mentira do PT, da qual foram excluídos os 121 produzidos pelos terroristas de esquerda na luta armada, como por exemplo aqueles dos grupos VPR, Var-Palmares e Colina, integrados por Dilma Rousseff. Se o PT aumentar o número de cadáveres da ditadura à média de 100 por ano, como comentei em TVeja, em apenas 600 anos ele chegará ao número de 60 mil pessoas assassinadas anualmente no país que está há 12 anos sob seu governo.

Eu sei que o regime militar foi muito ruim, mas, já pensou se a Dilma tivesse ganho desde aquela época o tamanho da inflação? Sem contar o fato de que todos nós, iguais aos cubanos, estaríamos recebendo o Bolsa Família e comprando nos mercados do governo. Além de, se isto tivesse acontecido, estarmos hoje negociando com o Obama se os brasileiros exilados nos EEUU poderiam nos mandar papel higiênico. Pensando bem, graças a Deus, eu acordei.

6) A lista de novos ministros do governo Dilma, com o petista Jaques Wagner na Defesa, decerto pelo mérito de deixar o estado sob seu governo, a Bahia, com um dos maiores índices de criminalidade do Brasil.

Raposa tomando conta do galinheiro. Imagine se a Venezuela resolve nos invadir! O ministro da defesa apenas dirá: “Pode entrar, meu rei!”

7) A lista de 157 ex-governadores e ex-primeiras-damas que, segundo O Globo, recebem aposentadorias especiais e pensões vitalícias que variam de R$ 10,5 mil a R$ 26,5 mil, o que significa um custo anual aos cofres estaduais de R$ 46,8 milhões. A Bahia foi o último estado a aprovar uma lei garantindo o benefício aos seus ex-governadores, em novembro passado. A lei foi feita sob encomenda para beneficiar o próprio Jaques Wagner, que deixará o governo no dia 1º de janeiro e passará a receber automaticamente R$ 19,3 mil por mês.

Se continuar assim, a solução para nossa pobreza é ampliar o número de políticos e dependentes e, por decreto, garantir que todos sejam eleitos com um voto só. Com o valor das pensões cumpriríamos o lema de que “país rico é país com políticos”.

8) A lista de ‘médicos’ escravos traficados por Cuba para países parceiros do Foro de São Paulo como o Brasil (que recebeu 11 mil deles), com um rendimento anual de quase 8 bilhões de dólares à ditadura dos irmãos Castro, apesar da fuga de cerca de 700 da Venezuela e alguns do nosso país.

Já escrevi muito a respeito do Mais Médico. Hoje só tenho pena dos cubanos que são forçados a trabalhar para seu senhores lá em Cuba. Aqui no interior, onde estou, é possível cruzar com escravos em pleno 2014. Vivem quase da caridade pública para garantir a vida dos seus familiares que ficaram em Cuba, como reféns.

9) A lista de produtos ausentes nos mercados mais corriqueiros da Venezuela de Nicolás Maduro, ditador apoiado por Lula, Dilma, PT, PCdoB e PSOL: frango, café, leite, óleo e muitos outros (embora sobrassem bonecas Barbie a preços mínimos e, claro, subsidiados).

Hoje o artigo mais desejado na Venezuela não é o milho, mas o seu sabugo, substituto para o papel higiênico. Que agora estão usando a Barbies com a mesma finalidade, eu não sabia.

10) A presente lista de piores listas de 2014, que, indesculpavelmente, exclui a lista de livros lidos pela presidente Dilma, cujos títulos (e tramas, e personagens, e autores) ela não se lembra; além de muitas outras que mereciam ser lembradas – neste ano de Copa do Mundo e Eleições que, apesar de tudo, não deve ser esquecido.

Bem, já temos listas demais. Faltaram algumas óbvias como a lista das delações premiados e dos presos na operação Lava Jato, mas, elas tendem a crescer tanto que o autor destas 10, queira deixar para o próximo ano.


Tenham um Feliz Ano Novo.

terça-feira, 30 de dezembro de 2014

PAPAI NOEL.




Por José Antonio Taveira Belo / Zetinho

Tocou a campainha. Fui atender e deparei-me com um papai Noel que não trazia presentes e sim a simplicidade de um cidadão carente de tudo. Maltrapilho, esfomeado e com um olhar triste que dava dó. O cabelo branco despenteado, barba pra fazer e uma dentadura faltando-lhe alguns dentes. Compadeci-me daquele personagem parado ao meio dia, em sol escaldante. Tristemente conversou sentado em um banco contatando-me a sua dolorida estória. Enquanto isso lhe dei agua que bebeu sofregamente. Ofereci-lhe um prato recheado para matar a sua fome naquele momento. É claro que é um paliativo para a necessidade que ele necessita como tantos outros que peleja neste torrão brasileiro, sem auxilio.  Pois é meu amigo, você foi a primeira pessoa que me atendeu nesta manhã. Já bati em algumas casas mais o povo me repele como se eu fosse ladrão ou um doente contagioso que transmitisse doenças. Nada disso sou uma pessoa pobre, mas honesta. Nunca roubei apenas peço a caridade das pessoas, se doar alguma coisa agradeço, caso contrario agradeço da mesma forma, pois deu atenção a mim. A necessidade é que faz que eu procure as pessoas para sobreviver. Não tenho mais condições de trabalhar, pois estou com 77 anos. Adoentado. As pernas já não aguenta a jornada do dia a dia. A vista curta, embraçada. Tenho uma diabete que o “doutor” disse a mim em uma consulta feita no Pátio da Basílica do Carmo. Passou alguns remédios, mas como comprar? Sem dinheiro. Fui a um posto fui recebido com estranheza e desdém pelo empregado do posto. Não tem! Simplesmente devolvendo a receita que rasguei na sua frente. Arrependi-me, mais já era tarde. Sentei-me no meio fio da rua olhando para o tempo, já esfomeado. A família não quer mais saber de mim, não sei por que! Se fui errado no passado o arrependimento mata este passado pelo tempo, mas o que fazer? Durmo num abrigo onde dezenas de colegas partilha o espaço não muito confortável, pois falta tudo para um cidadão de bem. Mas mesmo assim vivo contente. Não tenho raiva da família, dos filhos, tenho três bem de vida, mas não liga para mim, quando os fui procurar deu-me as costas. Sai envergonhado, não os procuro mais de jeito nenhum, vou me virando como posso. Agora digo, ao Senhor, não aceito arrependimento depois de ninguém. Não venha a chorar quando eu morrer. Deixe que a casa de caridade enterre os seus indigentes. Não quero que se lembre de mim, o tempo apaga a lembranças. Se tiver algum retrato na casa que fui dono um dia, quebre o vidro e rasgue o retrato para não incomodar. Este é um desabafo natural de quem precisa e não tem algum familiar. Vou seguindo o meu destino. Se adoecer tem os hospitais públicos, mesmo ruins é pra lá que vou e não quero que avise a ninguém onde estou. Quero morrer sossegado. Tem uma musica de Nelson Gonçalves, grande cantor e o meu preferido, ainda hoje, mesmo nesta vida, que diz – Quem quiser fazer alguma coisa comigo que faça agora. Desculpe este desabafo de um homem solitário Vou seguindo, caminhando em busca de mais alguma coisa, para o nosso Natal no abrigo. Vai ser um Natal alegre, pois todos estão empenhados em realizar, pelo menos num dia a Alegria que já fora há muito tempo. Feliz Natal paras toda família. Saiu como um homem sertanejo carregando no ombro uma trouxa pendurada em uma pequena vara. Este é o papai Noel que devemos receber. Um Papai Noel que necessita de amor, carinho, solidariedade, pois os ajuda melhorar o seu bem estar. Mas a sociedade fecha os olhos para estas pessoas. Não considera um ser humano. É uma pessoa descartável que vive a margem da estrada, nas marquises, nos bancos das praças, nas palafitas que arrodeia os grandes conglomerados de edifícios de luxo. A rua é o seu lar. É o abrigo que tem para intempéries da vida é o seu refugio. Nada mais, nada menos do que isto é apresentada a sociedade.

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

A semana - O ministério da Dilma: Riam com filme ou sem filme.




Por Zé Carlos

Agora não tenho mais nem o filme do UOL, que reproduzo aqui todas as semanas para que meus leitores comecem mais uma sorrindo, sempre supondo que o riso é uma amostra de felicidade e não de tristeza. Os produtores do UOL entraram de férias natalinas, mas eu não. Eu preciso escrever, tentando passar para vocês as minhas gargalhadas cada vez que vejo a TV ou leio um jornal. E não poderia ser por outra coisa. A Dilma, nossa maior colaboradora para assuntos cômicos, desta vez se esmerou mais ainda, por conta do anúncio do seu ministério.

Para quem a acompanha, como eu, desde sua hilariante performance como ministra da Casa Civil, e mesmo durante seu reinado petrolífero, sabe que ela está melhor a cada dia. Cada palavra é um riso. Imagine se ela falasse igual ao Lula, que quando começa a falar sempre quer barrar o Fidel em termos de duração de discurso. Aliás, dizem que, quando o Fidel era vivo, quando ele pegava o microfone para discursar, os cubanos já se retiravam para fazer a feira e cuidar do pequeno almoço, na certeza de que, quando terminassem e voltassem ele ainda estaria falando, para então aplaudi-lo freneticamente ao seu término. Já a Dilma, graças a Deus, fala pouco, e se não escrevessem seus discursos ela terminaria nos “meus queridos e minhas queridas”. Já pensou a falta que nos faria em termos de humor?

E voltemos ao ministério da Dilma e o motivo para o riso. Vejam o que a Dilma declarou no seu primeiro discurso de posse em 2011:

“Serei rígida na defesa do interesse público. Não haverá compromisso com o desvio e o malfeito. A corrupção será combatida permanentemente, e os órgãos de controle e investigação terão todo o meu respaldo para atuarem com firmeza e autonomia.”

Esta é a prova cabal que a Dilma não sabia de nada do que se passava no Brasil desde priscas eras. Até nisso o Lula foi um artista. Escolheu uma sucessora que além de incompetente, leal e muda, também não sabia de nada. Para ele restava esperar apenas 2018 para sua volta triunfal. No entanto, esqueceram de avisar, e aqui é que está o motivo do humor, aos órgãos de controle e investigação de que a presidente estava apenas de brincadeirinha. Não era para ficar tão livres quanto ficaram. E aí, depois de encenar o papel de “faxineira da república” demitindo ministros “fichas sujas”, voltou a sua realidade depois do Joaquim Barbosa ter feito o que ela queria, no discurso de posse, no julgamento do mensalão, combatendo concretamente a corrupção que crescia feito erva daninha ao redor da presidente. E ainda estava para chegar a Operação Lava Jato, e o Petrolão. Então, haja riso.

Nem todo mundo entendeu que tudo o que foi feito pelo STF no julgamento do mensalão havia sido apenas tentar cumprir as determinações da presidente em seu discurso de posse. Para ser mais direto, leiam-na:

“O ser humano não é só realização prática, mas sonho; não é só cautela racional, mas coragem, invenção e ousadia. E esses são os elementos fundamentais para a afirmação coletiva da nossa nação.”

Belas e sábias palavras escritas pelo seu “ghost writer”, a quem o Lula deve odiar até hoje, porque alguns acreditaram e começaram a sonhar realmente com um Brasil sem corrupção. E o pior de tudo, diante da gargalhada geral, o Lula teve que reeleger Dilma, porque se não o fizesse o “playboyzinho”, como chamou o Aécio, poderia surpreender. E hoje, com a ajuda do caeteense ilustre, Dilma continua a nos fazer rir, para honra e glória desta humilde coluna semanal.

Então, se estiverem tristes e desanimados, basta ler o nome dos ministros que até agora foram nomeados. Mesmo sendo ainda uma pequena parte, já podemos ver o Brasil explodindo de tanto rir, pelo que foi visto até agora.

Para começar, ela teve que consultar o Procurador Geral da República para ver se os nomes que ela queria nomear estavam envolvidos com o Petrolão. O Procurador negou o pedido e ela foi em frente. E eu não vou aqui matar você de rir, mas, preciso tocar apenas em dois nomes:

O novo ministro da Ciência e Tecnologia e Inovação é o Aldo Rebelo. Sabem o que ele defende? Sustentem-se em suas poltronas:

Um projeto de lei apresentado por ele em 1999 restringia o uso de estrangeirismos na língua portuguesa, banindo as palavras estrangeiras em anúncios publicitários, documentos oficiais, veículos de comunicação e letreiros de lojas. Com o projeto, palavras como “computador” e “mouse” poderiam ser substituídas por “ordenador” e “rato”.

Ainda estão vivos? Vejam esta outra do ministro:

Em um de seus mandatos como deputado federal, Rebelo propôs uma lei que proibiria a “adoção, por qualquer órgão público de todos os níveis, de qualquer inovação tecnológica que seja poupadora de mão-de-obra sem prévia comprovação de que os benefícios sociais auferidos com a implantação suplantem o custo social do desemprego gerado”. Somente 11 anos depois, o projeto foi descartado por ter envelhecido e “perdido sua razão de ser”.

Ou seja, pela vontade do ministro ainda não estaríamos nem na época do correio a cavalo, pois este animal foi um dos primeiro poupador de mão-de-obra conhecido. E até hoje estaríamos esperando notícias sobre a corrupção que grassa (sem trocadilho) nos órgãos públicos. Este é apenas um exemplo de como a Dilma vai nos ajudar nos próximos quatro anos com o riso que queremos impor aos nossos leitores.

E o novo ministro da Educação, o Cid Gomes, cuja ideia principal é que “os professores deveriam trabalhar por amor e não por dinheiro”? Juntando os dois exemplares ministros da Dilma, e sem falar no George Hilton indicado para o Ministério dos Esportes, cuja especialidade é carregar dinheiro vivo em malas (dizem que foi flagrado com 1 milhão de reais em espécie na bagagem no Aeroporto da Pampulha na terra da presidente), teremos um grande avanço da Educação e da Ciência em nosso país no próximos 4 anos. Pelo jeito teremos muita gente trabalhando na Educação, por amor, por que o dinheiro virar em malas ou nas cuecas e será destinado à compra de diplomas pela Rosemary, do Lula.

Enfim, aguardemos os outros mais de 20 ministérios que ainda serão preenchidos, dizem, durante as férias da presidente, no litoral da Bahia. Nesta leva eu tenho mais confiança, porque, na qualidade de avô, sei que ela será assessorada pelo seu neto, na escolha. Se ele for como os meus netos, na relação, devem estar o Neymar Júnior e o Capitão América.

Diante de tudo isto que se passou já em 2014, aguardem 2015 se aguentarem até lá. Pelo menos Tia Quitéria, digo Graça Foster está aguentando ainda. Quando será que ela descobrirá que a Dilma está brincando mais uma vez, a pedido desta coluna? Seria um verdadeiro desastre para estas linhas risonhas se ela se fosse antes de 2018.

Teríamos que contar com as histórias do Sarney, que se aposentou para viver no seu condomínio de luxo, mas, dizem, já não suporta ficar longe do poder e se candidatou a síndico para acabar com os maribondos de fogo que por lá habitam.

E agora, nos estertores da semana, eu li que o Ministério Público já está rejeitando pedidos de delação premiada, pois não aguenta mais a cantilena repetitiva: “Ele sabia, ela sabia, ele sabia...”. Agora, para não perderem tempo só estão aceitando delação premiada do chefe.

E vocês sabem como se chamam as delações premiadas das empresas? “Acordo de leniência”. Juro que não sabia o que significava leniência no meu português ruim. Fui ao Houaiss e lá está que “leniência” é sinônimo de lenidade que quer dizer: qualidade do que é lene, suave; doçura, leniência, mansidão. Digam mesmo, não é de morrer de rir? As empresas que começaram a serem lavadas na operação Lava Jato soltando fogo pelas chaminés, agora fazem fila para fazer Acordo de mansidão. Só posso usar um lugar comum: Seria cômico se não fosse trágico.

Bem, espero que mesmo sem o filme do UOL, pelo menos alguns dos meus 8 leitores riam do que escrevi. Para todos rirem só na próxima semana quando a Dilma, lá da praia, soltar os nomes de mais alguns ministros. Se o Lula vier na relação para o Ministério das Relações Exteriores, a solução do affaire Cuba x EEUU estará resolvido, pois, tanto para Obama como para os Castros ele é “o cara”, afinal de contas tem 648 doutorados, e sabe das coisas.


Tenham um Feliz Ano Novo, de preferência, sorrindo.

sábado, 27 de dezembro de 2014

A DOR DA VELHICE.




Por José Antonio Taveira Belo / Zetinho

Esta semana estive visitando uma senhora bastante querida. Encontro sentada em uma cadeira bem fofa e ela bem arrumada, no terraço. À tarde era convidativa pela brisa do mar que amenizava o calor sufocante.  Aos 90 anos ainda tem boa memoria e boa conversa e reconhece todos e se delicia quando chega um visitante. Ultimamente vem se cansando, declarou ela, estou no fim! Reconheço que a cada momento chega o final da vida aqui neste torrão belo, cheio de atrativos que muitos não reconhecem. As flores coloridas as arvores frondosas, os rios caudalosos, o mar com o seu verde oliva, o sol brilhante como ouro, a chuva e o orvalho quando vou me distrair pela manhã admirando tocando nas pétalas da rosa do meu jardim. Umedece a ponta do dedo e toco no rosto sentindo a frieza da manhã. A única cor que é perene é o azul do céu, ouvi dizer e depois nas minhas manhãs contemplo olhando para o alto. Contemplo-as e às vezes mesclada de nuvens branquinhas se mexendo e sinto na alma que é uma graça que Deus ainda esta me concedendo. Mas a solidão do dia a dia é que me torna triste e solitária. Sou realmente velha e já me acostumei com esta circunstancia que fomenta solidão em todos os viventes que atinge esta idade. Sinto saudade e esta não se afasta de mim um só momento, do meu querido Jonas, que comigo viveu perto dos sessenta anos de vida dois a dois. Morreu. É uma consequência da vida e aqui estou curtindo quando me sinto só, as boas recordações deste belo tempo. Hoje amanheci tristonha, mole, acabrunhada. A família, não me abandona, mas tem seus compromissos, os filhos trabalham, tem os seus lares, a sua vida e não podem estar presentes há todos instante, e isto me consola, pois a vida continua. Ontem por exemplo sofri ouvindo algumas melodias de tempos atrás, as de hoje eu não ouço por que não valem nada, é uma porcaria, falam somente de pornôfonia, não existe mais amor, afeição, romantismo como existia antigamente. Hoje me acordei recordando o tempo que era moça, quando viajava com o Jonas. Viajamos muito por estas terras brasileira desfrutando do belo que em cada lugar reservava para nós. Ficava feliz. Conhecer terra e costumes desconhecidos. Tagarelar com pessoas de outros lugares e obter sorriso que não estava acostumada ver. O tempo aqui sentado demora a passar. O relógio castiga e o seu tic tac ouço compassado no silencio da casa tão grande. As fotografias que estão estampadas na parede, e os portas retratos na cabeceira da cama me dão tristeza e melancolia. Mas vida é assim. Hoje vocês quebraram a monotonia que eu atravessava. Chegaram para bater um papo comigo, que Deus os abençoe. Menina me dá o remédio! Ele esta na gaveta do consolo no quarto! Gritou. Me trás também um copo d’água nem gelada e nem quente, ouviu? Tão vendo como é a vida do velho? É remédio pra lá é remédio pra cá e assim agente vai vivendo. Conversamos um bom tempo. Alguns sorrisos se sucederam. Comentamos que fomos ao Rio de Janeiro. Passamos quinze dias visitando os pontos turísticos da Cidade Maravilhosa. Ela se animou e disse já fui muito ao Rio. Tenho filhos morando lá. Visitei o Cristo muita vezes. Gostava de ver a paisagem lá de cima. O bondinho era outra atração que gostava, não sei hoje, mas antigamente era uma subida maravilhosa. Copacabana quantas vezes fui passear no calçadão. Era um tempo bom que passei. Amanhã vou ao médico. À tarde. Não gosto de ir, sorriu. Mas vou ouvir o que ele tem a dizer. Eu já sei, repouso, já vivo repousando, tome os remédios na hora certa, eu já tomo, caminhe devagar pela casa, eu já faço todas as manhãs indo até o jardim para colher uma rosa para botar no jarro que fica na cabeceira da cama, não coma muito sal e nem coma coisa doces, isto eu já faço. Doutor Daniel eu quero o que senhor me diga o que eu posso fazer, pois, é o que falta o senhor me dizer, brinco com ele e vou embora com tantas recomendações medica – Até logo! Digo acenando com a mão e ele sorrindo repete o mesmo gesto.


Olho para o relógio. Marca cinco e meia da tarde. O céu esta escurecendo e a luzes já acesas no poste. Despedimo-nos ela diz tome um cafezinho e quando aparece para batermos um papo, muito embora o papo de velho seja sempre recordações e doenças para contar e ouvir. Sai olhando para ela sentada esperando que a moça venha lhe buscar para a ceia.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Direto de São Paulo para o Cais do Sertão


Uma escultura (*)


Por Zé Carlos

Foi pouco o tempo que tive para escrever sobre São Paulo, uma cidade tão nordestina que as tentativas de nos jogar uns contra os outros sempre darão em nada. A falta de tempo decorreu exatamente daquilo que seria motivo para escrever: O que é que São Paulo tem? Além de paulistas, japoneses, coreanos e nordestinos. Esta nossa grande cidade tem um acervo de arte e cultura invejável. E, deixei para minha volta o uso das teclas (escrevo isto porque fui do tempo da “pena”, ou, no máximo, da caneta) para escrever um pouco mais.

Eu já disse, em escritos anteriores sobre o tema, que uma grande qualidade do povo paulista (seja de onde forem) é o seu respeito pelos idosos, no qual me enquadro legalmente, embora tenha dúvidas, às vezes, se sou um “velho legítimo”. Até penso que ninguém ainda vivo é um “velho legítimo”, e é bom que assim seja. Porém se a legitimidade vier da falta de memória para certos eventos, eu já entrei na boa idade, faz tempo. Portanto, qualquer narrativa minha deve ser vista como verdadeira até prova em contrário, mas, se espremer muito fica naquela de “entrou por uma perna de pinto, saiu por uma perna de pato e o senhor rei manda dizer que o leitor contasse quatro”, frase que ouvi tanto de minha mãe ao terminar as suas “estórias de trancoso”, ensinei para minhas filhas e hoje tento ensinar aos meus netos, quando eles deixam o iPad de lado.

Contudo, devo começar. E não é do início e sim quase do final da viagem, quando voltamos (sempre eu minha “velha”) à Pinacoteca do Estado, um local onde se pode apreciar um acervo de arte dos melhores do país, e, talvez do mundo. Não que eu seja um grande conhecedor das artes, seja de que espécie for. Em minha trajetória de vida o que conheci mesmo, em profundidade, foi a “arte de viver” ou mesmo, sobreviver. E isto incluiu o contacto com artistas e suas obras, mesmo sem ser um expert no setor. Eu dizia, depois de trabalhar mais de 30 anos num Centro de Artes e Comunicação, que o conhecimento da matéria, se tenho algum, foi através da osmose. Lá descobri que a boa convivência nos torna mais sensível, e que no fundo, no fundo, todos nós somos um tipo de artista, neste mundo.

Era lá, na Pinacoteca, onde estava uma exposição de um artista, o Ron Mueck, que dizem os entendidos é um escultor hiperrealista, e cujo trabalho é voltado para reproduzir o corpo humano de uma forma tão real, que já deve ter acontecido com ele o que contam ter acontecido com Michelangelo,  depois da conclusão de sua escultura Moisés, de dizer: “Por que não falas?

Passando, na primeira vez, vindos de uma caos quase artístico como é uma caminhada na José Paulino (rua de comércio da cidade), em frente ao museu, vi uma fila que se perdia de vista, e desisti de ver o que a divulgação me convenceu que era uma grande obra de arte. Chegando em casa, um pouco frustrado, eu me lembrei que estava em São Paulo, e lá “velho” tinha vez. Decidi ir à exposição usando o argumento da “prioridade”, só desejada quando estamos diante das filas. E não deu outra. Na qualidade de “velho” entrei numa fila onde havia apenas três pessoas e entrei na exposição gratuitamente. Pensei, ou os velhos paulistas são muito poucos ou não gostam de arte, e fui em frente.

Algo simplesmente maravilhoso foi o que eu vi, apesar do artista não apresentar todas as suas obras nesta exposição. Diante de certas esculturas, mesmo não repetindo o grande artista italiano, eu tive vontade de gritar: “Vamos conversar, gente?”, enquanto olhava as veias das pernas de um senhor numa praia, e seus pelos, e ficava imaginando de que o homem é capaz quando lhe dão liberdade para criar. Foi um verdadeiro desbunde, para um emigrante nordestino temporário. Será que os nordestinos poderão se desbundar em sua região com tamanha beleza? Espero que sim.

Depois de sair desta exposição ainda fomos andar por São Paulo e curtir a vida, como se turista fôssemos. Mas, depois, tentarei contar sobre os parques estupendos, a arquitetura característica da Avenida Paulista e até mesmo, do seu contraste com as pessoas que dormem nela, aproveitando o que os museus ainda podem lhe dar, tendo como exemplo o vão do MASP, como soe acontecer em outras cidades grandes. Este contraste é sempre um alerta para verificar que o mundo não é tão perfeito como as esculturas do Ron Mueck.

Passamos ainda pela frente do Museu da Língua Portuguesa, do qual já aqui falei, e só o cito aqui para interligar os assuntos que dão o título a esta pequena crônica de viagem. Descobri, ao chegar em Recife, que temos algo muito semelhante na forma, mesmo que o conteúdo seja diferente, bem pertinho de nós, que é o Museu Cais do Sertão, lá no Recife Antigo. Levado a ele pela família, descobri que as pessoas que coordenam o museu de São Paulo também coordenam o daqui. E as emoções não foram menores.

Se em São Paulo conheci a língua portuguesa e sua história, no Museu Cais do Sertão, conheci o Nordeste semi-árido, contado a partir de sua cultura, e suas tradições, moldadas pelo seu clima inclemente. Até nisto, agora, com a seca vivida por São Paulo a história é semelhante dentro dos museus. Não é só no Cais do Sertão que se vê o solo rachado pela falta d’água. Hoje, a grande metrópole da América Latina passa pelo mesmo processo, infelizmente.


Ambos os museus me emocionaram, mas, não tanto quanto a dura realidade das duas regiões em termos da falta de chuva. Vamos rezar para que a Asa-Branca veja o ronco do trovão e relampeie com muita força para que a beleza da terra rachada fique só nos museus.  Quem sabe, quando for outra vez a São Paulo eu leve umas Asas-Brancas de presente, para os paulistas? Isto se eles já não estiverem emigrando para cá. Seriam bem-vindo porque, tal qual nosso sertão, lá é lugar de “muié séria e homem trabaiador”.

(*) Foto de uma auto-escultura de Ron Mueck que pode ser vista aqui.


terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Crônicas In BOX, Poesias Inox.




Por Carlos Sena (*)

Escrever é por si só um ofício difícil. Dos mais difíceis que conheço, principalmente porque se reveste de aspectos que se inter-dependem. O primeiro deles é o domínio do idioma. Depois a conexão do assunto com a realidade, não obstante o viés da criatividade associado que se quer comunicar. Dominar esses elementos não é fácil, principalmente quando o escritor se dispõe a escrever crônicas e poesias. Esses dois gêneros da literatura, diferente do que se possam imaginar dependem pouco da inspiração. O senso popular convencionou atribuir, principalmente à poesia a inspiração. Pode-se construir um lindo poema com transpiração muito mais domine com a inspiração. Simples: o poeta é um fingidor! O gênero crônica menos ainda carece de inspiração, mas de capacidade aguçada de ver o fato de forma singular. Todo mundo pode ver um acontecimento pelo seu lado obvio. Mas, ao cronista compete mesmo descobrir o lado lúdico, jocoso, espirituoso do fato. Mesmo o lado lírico, sarcástico, podem ser flagrados pelo cronista. Isso já seria o suficiente para, igualmente, ser produto de muita transpiração.

Recorri à esse tema porque depois de muita transpiração conclui o meu quinto livro CRÔNICAS IN BOX, POESIAS INOX. Depois de muito trabalho garimpando  os rascunhos, revisando, reescrevendo, copiando e colando aqui e acolá - eis que chegamos ao fim. Há quem chame um livro escrito de "filho". Discordo. É mais fácil fazer um filho! Porque um filho se faz por si nos embalos da natureza pródiga. Os pais que nos digam! Escrever com responsabilidade é uma tremenda empreitada de coragem. O ato de escrever se embute de renúncia e subordinação. Renúncia porque as palavras nos massacram, nos levam por caminhos nem sempre desejados. Também nos libertam. Subordinação porque nós, escritores, mais somos escriDores - tamanha é a nossa impotência diante do ofício. Contraditório, mas é. No final a gente se sente "Deus". Porque independente dos julgamentos nós conseguimos dominar as letras, transformá-las em palavras e estas em frases e estas em crônicas, poesias, etc. Meu CRÔNICAS IN BOX, POESIAS INOX é um pouco disso. Dupla responsabilidade: um livro de crônicas e poesias na modalidade "dois em um". Assim, finalmente conclui esse projeto. Em breve irei fazer o lançamento na modalidade também "dois em um" em BomConselho e em Recife. Ufa! Alvíssaras, alvíssaras!

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(*) Publicado no Recanto de Letras em 02/12/2014

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

A semana - Dilma contra a corrupção e a cafetinagem em Cuba muda de mãos.




Por Zé Carlos

O Natal está chegando e, como acontece com todas as atividades, escrever sobre os fatos da semana se torna cada dia mais difícil. É uma festa ali, outra acolá, presentes que chegam dos filhos e dos netos, que nos provocam mais risos e felicidade do que qualquer acontecimento semanal. Muito embora, na fase em que o Brasil se encontra, em termos políticos, para competir em termos de risos somente o Carnaval. Enquanto este não chega, tentemos rir com, quase, mais do mesmo.

No filme do UOL, que apresentamos abaixo, nossa maior colaboradora, a Dilma, foi citada apenas uma vez, e pasmem, se não me engano, pela Graça Foster, presidente da Petrobrás. No entanto, isto não significa que ela não tenha atuado para incrementar o riso dos nossos leitores, que eu soube, aumentou para 9, com a chegada de um blogueiro de Bom Conselho que declarou ser irresponsável quem publica notícias más sobre o governo. Ou seja, ele quer competir com a Dilma que vem aqui ler e sorrir de suas próprias opiniões. Eu fico pensando, megalomaniacamente, se a Dilma também não é uma leitora contumaz desta humilde coluna.

Iniciemos com a Dilma com o objetivo de tentar matá-los de rir logo no início. Se continuarem vivos, sigam lendo se quiser. Será uma prova que eu falhei. Ela foi diplomada durante a semana. Eu tinha uma tio que se ouvisse eu dizer isto, ele diria: Tenha vergonha, Zé Carlos, a Dilma é uma mulher séria!. É que, para ele, dizer isto de uma moça, em seu tempo, era uma maldade das piores. Eu pediria calma e diria que a diplomação é um ato previsto em lei, que antecede a posse e tenta mostrar que o indivíduo ou a indivídua está pronto ou pronta para assumir o cargo para que foi eleita. E como nossa colaboradora foi diplomada, mesmo com as intrigas da oposição, podemos quase ter certeza de que ela continuará protagonizando esta coluna por muito tempo.

No entanto o que nos fez rir com a cerimônia de diplomação foi o discurso da presidente reeleita. Pelo que entendi ela quer liderar uma “marcha contra a corrupção” em seu próximo governo. Já começaram a rir? Calma, esperem um pouco mais antes de bolar pelo chão. Ela disse também que a culpa da corrupção é da nossa cultura, é inerente às tradições brasileiras desde a chegada dos portugueses, ou mesmo, já com os índios, antes de Cabral aportar por aqui. Deve ter pensado no Pero Vaz de Caminha que quis empregar um parente no governo logo em nossos primeiros dias. Ou seja, seu governo não tem culpa de nada do que ocorre hoje no país, no qual, os cariocas estão fazendo do prédio da Petrobrás um ponto turístico, já prevendo que qualquer hora ele pode desaparecer do Largo da Carioca e aparecer numa conta na Suiça.

E o pior de tudo, e poderei ser acusado de homicídio culposo por algum de meus leitores vir a falecer, lendo a coluna, de riso, é que tem gente que acredita que ela está dizendo a verdade e não contando uma lorota. Dizer que a Dilma tem condições de liderar uma marcha contra a corrupção, eu só acreditaria se ela fosse de braços dados com o Maluf, pois ambos não sabem de nada, inocentes.

Aliás, o Maluf é motivo de riso no filme de hoje. Imaginem que a justiça considerou que ele não pode ser considerado um ficha suja, e vai assumir mais quatro anos de mandato como deputado federal. Ou seja, no Brasil, “corrupção não tem fim, felicidade sim!”, como dizia o samba. Mas, pelo menos se ele saísse na marcha contra a corrupção formando uma linha de frente, de braços dados, com a Dilma, o Lula, o Renan, o Sarney, o Collor, e tantos outros que habitam a Lava Jato, ela teria maior credibilidade. E como dizem que o Brasil é o país da piada pronta, alguém deveria levar um cartaz dizendo: “Não é pelos R$ 0,20 e sim pelos R$ 20.000.000.000,00 que recebemos da Petrobrás”.

Ainda tem alguém vivo? Não durará muito ao ver o filme, portanto, eu antecipo algumas coisas para preparar-lhes o coração e as tripas.

Vocês sabiam que vai ter embaixada dos Estados Unidos em Havana? Pois é, quem diria, depois de mais de 60 anos, o Fidel, que já deve estar empalhado, conseguiu. Fará de Cuba o mesmo bordel americano que era na época do Fulgêncio Batista. Para aqueles que não conhecem o gajo, foi aquele que perdeu o posto de cafetão cubano na década de 50 para o Fidel Castro. Ele disse que foi necessária uma grande revolução para tirar este posto do Fulgêncio. E para se manter no poder até hoje, o novo cafetão cubano, o Fidel, deixou de ter como principal cliente os Estados Unidos, e começou a receber dinheiro do Soviéticos. Aliás, durante este período foram muito os clientes Vips, como a Venezuela, e até mesmo o Brasil, que andou tentando frequentar o bordel nos últimos tempos. O motivo de riso, desculpem aqueles que já se encontram prostrados, é que depois deste tempo todo eles descobriram que em matéria de cafetinagem os americanos são os que pagam melhores.

Dizem que toda negociação para que a troca de cafetão acontecesse foi intermediada pelo Papa Francisco, que representa hoje a Igreja que, por defender que cafetinagem é pecado, foi banida pelo Fidel desde o início. Mas, dizem que o Papa, sendo argentino, agora é mais liberal nos costumes. Absolveu até o Maradona, dizem. Convenceram-no que o pó que ele cheirava era de arroz.

Bem, agora vamos falar de coisas sérias. Sabiam que ouve despedidas do Sarney e do Suplicy do Senado? Pois foi! Se segurem, mas o filme mostra a Marta Suplicy fazendo um discurso elogiando o ex-marido, enquanto ele chora feito bezerro desmamado pensando nos filhos. Inclusive no Supla, roqueiro conhecido e filho da dupla de maior sucesso da política, talvez com a possível exceção da Gleise e do Bernardo, é mostrado dizendo, nas entrelinhas que o “papito” fez um “bom negócio”.

E o Sarney, finalmente descobriu que foi um erro ter continuado na vida pública depois que foi presidente da república, e que devia, depois disto, ter ficado na privada. Talvez, tenha sido uma crítica ao Lula que, mesmo depois de ter sido presidente, não só continuou na vida pública e vive apenas fingindo que está na privada, quando todos sabem que, com a Dilma, quem governa mesmo é ele. É, é, realmente, muito difícil falar seriamente das coisas, neste país.

Agora fiquem com o resumo do roteiro do filme do UOL e vejam o filme logo em seguida, se estiverem vivos. Além disto, tenham um Feliz Natal, e, caso eu não sobreviva até lá, tenha também um Feliz Ano Novo. De preferência sorrindo.

P.S.: Para alguns poucos que chegaram vivos até aqui, depois de ler-me e antes de assistir ao filme, aqui vai o golpe fatal. Vejam o que o Lula disse ontem:

“Acho que a lição que ficou é: o povo quer mais democracia, mais participação, mais esperança, mais ética, quer ser mais ouvido. Quer continuar sonhando. Acho que essas são as mensagens que a presidenta Dilma (Rousseff) deve assimilar do resultado eleitoral e fazer do seu mandato um mandato histórico.” (Ênfase minha)


Enquanto isto, na sala de justiça, a Venina Veneno (no bom sentido, é claro) contava no Fantástico da TV Globo o que sofreu por mexer em casa de maribondos. Não tem jeito, o Brasil está se tornando um piada petrolífera. Quase não dormi de tanto rir. Agora sim, leiam o roteiro e vejam o filme, se ainda suportarem a dor nas tripas.

“O papa Francisco fez o “milagre” de costurar a reaproximação entre Estados Unidos e Cuba, políticos veteranos como José Sarney (PMDB) e Eduardo Suplicy (PT) estão deixando o Congresso depois de décadas, mas nem o pontífice é capaz de tirar Paulo Maluf (PP) da política. A Justiça Eleitoral decidiu que o ex-prefeito de São Paulo, mesmo já tendo sido condenado, é ficha-limpa. Ou seja, ele poderá tomar posse de um novo mandato de deputado federal em 2015.

Enquanto isso, a Justiça tornou réus os suspeitos de desvios na Petrobras. A presidente da estatal, Graça Foster, balança, mas não cai.”


sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

MAR DE LAMA




Por José Antonio Taveira Belo / Zetinho


O Brasil se encontra no fundo do poço. Na lama, sem poder sair. Diariamente os jornais, o radio, a televisão e revistas de grande penetração junto à população trás noticias desastrosas sobre a atuação dos nossos dirigentes. A corrupção ultrapassa o limite da dignidade. Aqueles arautos da ética, da honestidade, do decoro humano, foram os primeiros a sair da linha e roubar os cofres públicos, o dinheirinho arrecadado dos mais necessitados para se locupletarem os seus desejos escusos. A vergonha não existe nos políticos, com raras exceções, que adquirem cargos na Republica. Roubam descaradamente sem nenhuns escrúpulos. Escondem as propinas recebidas na calada da noite ou mesmo em deposito no exterior, principalmente, na Suíça.  A Lei não chega até eles e, se chegam tem regalias que outros infratores que inundam e enchem as prisões não usufruem, vivem nas masmorras publicas sem nenhuma assistência do poder público. São enterrados ali mesmo, enquanto os surripiadores de colarinho branco vão para suas residências luxuosas rir de todos. Somente basta ter uma dor de cabeça para uma equipe medica da melhor qualidade em hospitais os atenderem e dar boletim a cada hora e a cada instante. Todos estes que surrupiaram os cofres públicos devem ter seus bens leiloados. Aqueles que receberam propinas para se beneficiar devem devolver o dinheiro recebidos, acrescidos de juros e correção monetária. O Mensalão foi uma vergonha nacional, onde Ministros de Estado se envolveram em falcatruas e agora vem com toda força o escândalo da Petrobras, entre outros que serão descobertos pela Policia Federal em suas investigações, os “homens éticos” vem sendo mostrados a todos os brasileiros e estrangeiros, a ação delinquente de se beneficiar das propinas recebidas ao longo de sua vida. Homens que se dizem íntegros estão mostrando a “cara” na corrupção, empreiteiros, políticos, diretores de empresa privadas e estatais estão sendo desmascarados. É uma vergonha nacional que hoje vem prejudicando a imagem do nosso Brasil no exterior. “O Presidente da França, na época, o General Charles De Gualle é um profeta, pois, profetizou naquele tempo que o Brasil (Pais) isto em 1962 – “Le Brésil n’ est pas um pays sérieux”- O Brasil não é um País serio” Foi aquele alvoroço provocado nas hastes governamentais, indignação, protestos de políticos no Senado e Câmara Federal por este pronunciamento.   Os baluartes do poder se irritaram com este estrangeiro falando do nosso País desta forma. Aconteceu e continua acontecendo esta realidade confirmando a profecia do Presidente da França. O Brasil não é um País serio, repito, infelizmente. E as provas estão ai para que todos vejam pela televisão homens que se diziam honrados, são presos, algemados e alguns cobrindo a cabeça para cobrir a vergonha que praticou. Seus nomes estão listados nas Delegacias. Seus nomes estão nos arquivos dos meios de comunicação, televisão, radio jornais e agora neste tempo na Internet. Seus nomes farão parte da historia negativa da Nação. Serão mostrados em estudos os descalabros ocasionados por cada um. Que dirão seus filhos e netos quando abordados sobre a atuação dos seus pais e avós? E os nossos jovens do momento e do futuro que dirão quando estudarem a historia da nossa Republica? Qual o exemplo que estes corruptos deixarão para sociedade, principalmente, para as crianças e jovens que são atingidos em “cheio” e que em breve estão assumindo a direção do Brasil. Ficarão arrepiados com o conteúdo apresentado diante das pesquisas que se submeterão. Ficarão envergonhados deste ato inconcebível praticados por seus familiares, com certeza. O Brasil tem que criar uma nova geração de jovens responsáveis, incorruptivos para que sejamos uma Nação séria desmitificando a profecia do De Gualle, mostrando para o mundo que o Brasil é um País sério, responsável, honrado, pois com o deslize de alguns não mancharão o seu nome de ORDEM E PROGRESSO como ostenta em nosso maior símbolo nacional a nossa BANDEIRA. Mas isto requer tempo, pois o exemplo visto atualmente não é nada favorável para os que estão vivenciando este descalabro.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

BEBER COM MODERAÇÃO!!!!




Por José Antonio Taveira Belo / Zetinho

Até hoje não entendi esta advertência vinculadas nos anúncios da televisão, nos jornais, nos ônibus de transporte coletivos, apresentando propaganda de cervejas, vinhos, uísque. É uma advertência sem lógica e sem sentido, tendo em vista, que existe a LEI SECA que proíbe terminantemente os condutores de veículos a ingerir bebida alcoólica em grande quantidade e ao mesmo tempo pune quem ingere apenas como aperitivo, um copo de vinho, uma dose de uísque ou mesmo uma latinha de cerveja na hora do almoço em sua residência. Como pode um anuncio incentivar e o outro proibir?  As autoridades que aplicam multas pesadas, apreensão da carteira de habilitação e do veiculo e até mesmo ser preso quando se negar o teste do bafômetro nas barreiras policiais. É certo quando existe um incentivo?  No meu entender é uma ignorância total. Talvez e com certeza a imposição da indústria de bebidas, que sustenta uma parcela do Governo, com o imposto arrecadado com a venda da bebida, força o anuncia dos seus produtos e exige do governo que permita esta frase - “BEBA COM MODERAÇÃO”. Como beber com moderação se existe uma Lei que proíbe qualquer trago pelo consumidor. O governo é gilete, todos sabem - corta dos dois lados – ganham com a receita do imposto sobre as bebidas e por outro lado ganha pelas penalidades imposta com multas as pessoas -. Não se pode ter dois pesos e duas medidas, mas o governo não aplica esta sabedoria popular. Ou se proíbe ou se libera, não pode ser, um talvez. Uma pessoa sensata sabe que dirigir alcoolizado é grave e põe em risco a sua vida e de seus semelhantes. Muitos não pensam assim e ai paga o justo pelo pecador. Estes sim que não respeitam a moderação devem ser penalizados com rigor pela autoridade. A Lei é para ser cumprida, mas também não se deve incentivar desrespeitar a mesma.  


Um nosso amigo, ingeriu um copo de vinho e saiu para apanhar a sua cunhada em bairro próximo a sua residência, ao meio dia, com o seu filho menor sentadinho em sua cadeirinha, de acordo com a Lei.  Quando transitava pela Avenida Pedro Alves Cabral em Olinda foi parado por uma blitz da policia militar, e fez o uso do bafômetro, como solicitado já dizendo que tinha tomado um copo de vinho. Acusou que ele tinha usado bebida alcoólica, em pouca quantidade. Houve apreensão da carteira de habilitação e uma multa extraída pela autoridade policial. E ai este nossa amigo, com calma que lhe é peculiar, perguntou por que os senhores não fazem blitz nas avenidas Marco Freire, em Olinda, ou mesmo na Avenida Boa Viagem, Domingos Ferreira ou mesmo na 17 de Agosto no bairro de Casa Forte, neste horário? Ali sim o abuso é cometido por quase todas as pessoas que saem dos bares e restaurantes com fortes doses de bebidas ingeridas dirigindo seus veículos de “cara cheia” e que praticamente não são incomodados. Na hora de meio dia se fazer blitz? É claro que toda é hora é hora para punir aqueles que realmente abusam da bebida e saem a fazer atrocidades pelas ruas, se matando e matando os outros. O governo deveria estabelecer um parâmetro de bebida alcoólica para aqueles que bebem moderadamente, estabelecendo o limite quando for solicitado o teste do bafômetro, aquele que passar deste limite ai sim deve ser punidos com multas pesadas, apreensão da habilitação e veiculo. É tempo de se estudar e mesmo declarar guerra à bebida proibindo os meios de comunicação de massa a incentivar a população a beber com “moderação” e determinar que a Lei Seca seja aplicada corretamente para todos. Sem exceção.

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

O Botão Amarelo do Banco




Por Carlos Sena (*)

Presenciei uma cena linda na frente do Banco do Brasil. Pequena fila se fazia na frente de uma agencia, mas a mesma só abre a partir das sete da manhã. Um senhor, todo dono da verdade, apertava no botão amarelo da porta, mas ela não se abria. Cada um que chegasse fazia um gesto tipo: “já são mais de sete horas e o banco não abre”? Chegavam mais pessoas que olhavam o relógio e logo faziam ar de desaprovação com o horário. E o senhor – o primeiro da fila, não se cansava de apertar o botãozinho amarelo da porta, mas a porta nada, não dava nem sinal de vida. Ele olhava pro seu próprio relógio, verificava pelas vidraças se havia lá dentro algum segurança, mas nada. Falava do banco, metia o pau no governo, mas não se esquecia de apertar o botãozinho amarelo. Quando chegamos ao mesmo banco entramos na fila e ficamos ouvindo o desconforto de todos com o horário. De repente surge uma senhora idosa, meio já curvada, cabelos desalinhados. Todos olharam pra ela com desdém, algo como “essa velha gagá não tá vendo que o banco está fechado”? Mas ela, tranquila, olhou a fila, subiu os degraus e sem se incomodar com os olhares preconceituosos  tomou a decisão óbvia: apertou o botãozinho amarelo e empurrou a porta que abriu imediatamente! O primeiro da fila – o metido a inteligente e politizado ficou com a cara lambida todo cheio de dedos. Certamente os demais que estavam no final da fila feito eu ficamos putos, pois o cara era tão metido, mas não teve inteligência para saber que “porta não se abre sozinha” (não aquela do banco) e precisa não só do aperto no botão, mas que se empurre a porta para completar o processo. A idosa entrou, ignorou os olhares outrora preconceituosos e fez suas atividades no caixa eletrônico. Eu, junto dela, fiquei feliz. Principalmente porque ela, que todos imaginavam não soubesse, sequer, o que seria um computador, deu show de pro atividade em todos; deu uma aula contra o estereótipo de que só os mais jovens ou os menos velhos dominam o mundo da virtualidade e da modernidade que nos assola.

Quando saí do banco não me saiu da cabeça a imagem daquela idosa e daquele “mala” que se apoderou da porta do banco e nos impediu de entrar na hora certa. Acho que a maioria dos que estávamos na fila alcançamos a lição de que idade não pode ser um diferencial de incompetência, nem de inabilidade. 

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(*) Publicado no Recanto de Letras em 03/12/2014

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

A semana - Petrobrás: Roubalheira, Bingo e a "Pizza Eu Não Sabia"




Por Zé Carlos

Esta semana que passou, semana pré-natalina, na qual o Papai Noel vestido de vermelho costuma visitar e presentear nossas crianças, o que vimos foi o bom velhinho travestido de ladrão do dinheiro público através da Petrobrás, também vestida de vermelho, embora do PT, nos levar até o orgulho, segundo o Procurador Geral da República, Rodrigo Janot. E o que vocês, meus 8 leitores esperam? Chorar em pleno Natal? Claro que não. Temos que rir muito. Quem sabe o Bom Velhinho se arrepende e devolve o que roubou?

Vejam se não é para rir mesmo. Li no início da semana que a Justiça americana foi acionada para determinar o pagamento do prejuízo que os investidores, que compraram papéis da nossa Petrobrás, tiveram com as maracutaias das propinas.  Dizem que se a nossa maior empresa perder esta ação, vai à falência. Eu lembrei, ao ler sobre o tema, que, antigamente, havia uma piada de que a solução para o Nordeste seria os Estados Unidos invadirem o Brasil. Se já existia a Aliança para o Progresso, por que não invadirem logo tudo? Quando os ouvintes, da piada, já começavam a levar fé nesta solução, alguém lá do fundo da sala, um filósofo de Bom Conselho levantou a seguinte profunda e decisiva questão: “E se o Nordeste ganhar a guerra?”.

Já ontem, li que a Holanda também quer punir nossa empresa por alguns funcionários terem pago propina às suas empresas. Ora, se Pernambuco teve uma relação tão boa com os holandeses, ao ponto de que o palácio do governo a eles pertenceu, eu defendo é a invasão da Holanda, e que reocupe o palácio já. E já temos até o Castelo dos Brennan,s para hospedar os descendentes de Maurício de Nassau. Seria a solução perfeita para o Nordeste e para Pernambuco em particular. E, antes que o filósofo de Bom Conselho venha com perguntas bobas, eu já digo: Já ganhamos uma guerra contra os holandeses, se ganharmos esta outra, continuaremos na mesma em que já estamos, ou seja, não temos nada a perder.

Voltando à vida real, a personagem da semana, não foi nossa maior estrela e colaboradora da coluna, a Dilma. Foi a sua amiga Graça Foster, presidente da Petrobrás, se é que ela inda existe (a Petrobrás). E o ponto para mim, quando vejo esta mulher que também não sabia de nada é que me lembro de minha Tia Quitéria. Não, a Tia Quitéria nunca foi presidente de nada, mas, em termos físicos parecia até irmã da Graça Foster. Tal qual a presidente de nossa empresa mais roubada, Tia Quitéria nunca quis fazer uma plástica. Nem mesmo um lifting. Que Deus a tenha, minha tia, e parabéns por ter sabido escolher melhores amigas, e que, quando era pega em malfeitos, não ficava dizendo que não sabia de nada para protegê-las. Rasgava o verbo, mesmo que naquela época não se falasse em delação premiada. Então a aparência era apenas física. Ainda bem.

Se não riram até aqui, começarão agora, certamente. Quando o Procurador Geral da República procurou e achou um monte de falcatruas na Petrobrás, pediu encarecidamente que toda a diretoria da empresa fosse demitida. E, aí entra ela, lampeira e saltitante, nossa presidenta e manda o Ministro da Justiça defender a Graça Foster, o que ele fez sem pestanejar. Penso que nem a própria Graça acreditou nele, mas, continua lá, enquistada no topo de nossa empresa maior. Para que vocês não morram de rir, eu aviso que a Tia Quitéria deve ter se virado no túmulo.

Enfim, chegamos ao que interessa: o filme do UOL, que nos exige este esforço semanal de riso, mostrando os momentos políticos mais hilariantes da semana. E agora é para valer, apertem os cintos para resistirem até lá embaixo, ver o filme e rir mais ainda. Sabem quem é a estrela do filme esta semana, além de Tia Quitéria? Não, não é a Dilma. Erraram feio. É a pizza. Para não ser injusto eu devo dizer que o filme começa com a Dilma cozinhando um macarrão, em homenagem ao Dia do Macarrão. É isto mesmo o que leram. Diante de tantos problemas com o petróleo o deputado Luis Carlos Hauly, do Paraná, criou o Dia Nacional do Macarrão. No quadro político em que vivemos deveríamos ter o Dia Nacional do Petrolão. E, garanto a vocês, haveria filmes da Dilma para ilustrar a matéria.

E, por que a estrela do filme é a pizza? É que o deputado Marcos Maia, relator da CPI do Petrolão, disse que oficialmente houve crimes na Petrobrás, mas não houve criminosos. É a mesma coisa de uma pizza sem queijo, pode até existir mas ninguém engole. Já dizem por aí que as pizzarias já lançaram a Pizza Eu não Sabia, que é sem queijo e sem pão, e é assada no alho e petróleo. Está sendo um sucesso de vendas. E o melhor vocês não sabem. O próprio deputado deve lançar o movimento (para retomar aquele outro antigo e démodé, O Petróleo é Nosso): A Pizza é Nossa. Afinal de contas a verdade histórica tem que ser respeitada.

Por falar em verdade, e fugindo um pouco ao filme, nesta semana a chamada Comissão Nacional da Verdade, restaurou a verdade histórica dos anos de chumbo, dos quais me lembro por tê-lo vivido e a ele sobrevivido. Não li ainda todo o relatório, mas ouvi dele comentários. Parece que a grande conclusão foi que as nossas Forças Armadas ficaram loucas e saíram matando gente durante 20 anos, sem nenhuma causa. E isto é motivo de riso? Penso que sim, porque, se a conclusão foi esta, apesar do esforço, a comissão dever-se-ia chamar de Comissão Nacional do Riso ou da Meia Verdade. Vamos ficar esperando a outra metade, por enquanto.

E, voltando ao filme, ele toca num ponto importantíssimo, somente para provar que no Brasil até os assuntos mais sérios terminam em pizza, ou melhor, em riso. Para roubar a Petrobrás, as empreiteiras inventaram um Bingo. Sim, isto mesmo, um bingo onde havia cartelas, bolinhas numeradas e globo giratório, onde eram sorteadas aquelas empresas que iriam receber os serviços desta nossa antes grande empresa. Imaginem a cena de um salão onde um diretor da OAS, por exemplo, escalado para girar o globo dizia: Número 171!!!! E, rompendo o silêncio a Engevix gritaria: Bingo!!!!, enquanto a Camargo Correa dizia: Merda, perdi!!!

Pois era quase exatamente o que acontecia, ou seja, nossa Petrobrás foi quase perdida no jogo. Isto não é motivo de riso, é claro. O grande motivo do riso foi a reação de nossas autoridades durante muito tempo: EU NÃO SABIA!!!! E nós somos mais de mil palhaços no salão.

Vejam o curto resumo do roteiro dos produtores do UOL e depois vejam o filme. E que todos tenham um feliz Natal, de preferência, sorrindo.

“Semana ''divertida'' em Brasília tem Dilma sancionando o Dia Nacional do Macarrão, a pizzaria da CPI da Petrobras a todo vapor e o Ministério Público Federal revelando o "Bingo do Bilhão".”


sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Os Carvalheiras Teles* (Preâmbulo (verdadeiro) da história de uma família.)





Por José Fernandes Costa

         A história mais predominante da família Carvalheira Teles* teve início da década de 1930. E se estendeu aos anos 1940 e seguintes do século XX. Por isso, vale relembrar alguns fatos acontecidos nessas duas primeiras décadas, que tiveram influência nas Américas e em outras partes do Mundo. – Todavia, é mais oportuno dar ênfase a alguns episódios ocorridos, que se restringiram ao Brasil, especialmente. – Com maior ou menor repercussão.

            A década de 1930 foi marcada por grandes acontecimentos no Mundo inteiro. Em Nova Iorque houve a quebra da Bolsa de Valores, fato de grandes proporções, que afetou fortemente a economia do mundo. Na Europa, eclodiu a Segunda Guerra Mundial.

            No Brasil, aquela década se iniciou com a Revolução de 1930. Para alguns, foi somente um movimento militar, ou revolta, que as mudanças havidas no país não foram suficientes para justificar o nome de revolução. Isso deu margem a muitos debates: revolução ou revolta?

            A queda na bolsa de Nova Iorque atingiu em cheio a economia da América do Sul, porque muitos países deste continente exportavam para os Estados Unidos e se viram sem opções.

            O Brasil exportava café, principalmente. E outros grãos em menor escala. – Com os abalos provocados pela queda da bolsa de Nova Iorque, começaram as nossas crises. Getúlio Vargas (líder civil) conduziu a “Revolução” de l930. Depôs o presidente Washington Luís. E impediu a posse do seu sucessor eleito Júlio Prestes. – Então, teve início aí a Segunda República – de 1930 a 1937 –, calcada em regime discricionário, dos anos 1930 a 1945.

            No meio desse caminho, houve pequeno período dito constitucionalista: de 1934 a 1937. – Porém, logo se iniciou o período de moldura fascista, ditatorial – o Estado Novo – de 1937 a 1945, imposto e encampado, também, por Getúlio Vargas. Getúlio era figura um tanto frouxa; um indivíduo muito dissimulado! Seu governo era autoritário! – Mas ele era omisso e pusilânime, não há como negar. Deixava-se “governar”, delegando poderes a pessoas que não mereciam confiança. – Caiu num mundo de intrigas, mentiras e contradições. E sofreu perseguições da imprensa, comandada pela UDN do camaleão Carlos Lacerda. Assim, Getúlio encerrou sua carreira com o suicídio.

            Importante ressaltar que, ainda em 9 de julho de 1932, irrompeu um movimento armado em São Paulo, com o objetivo de derrubar Getúlio Vargas! – Tal movimento paulista foi malsucedido! Porque rapidamente sufocado. E somente em julho de 1934 se deu por promulgada a nova “constituição republicana”, elaborada em fins de 1933, por 250 deputados eleitos pelo povo e 50 eleitos pelas representações classistas.

            Muito ardiloso, Getúlio Vargas soube aproveitar a ocasião para introduzir novas “conquistas” que beneficiariam o povo brasileiro. Com isso, pôde ocultar o caráter fascista do seu governo. O governo fascista de Getúlio mandou para o presídio da Ilha Grande (RJ), sem culpa formada, centenas e mais centenas de pensadores: jornalistas, escritores, médicos e tantas outras cabeças pensantes. Como exemplo, cito entre os presidiários o romancista, cronista, jornalista, contista, político e memorialista brasileiro, Graciliano Ramos de Oliveira! Graciliano foi um dos expoentes brasileiros das letras, no século XX. – Todas aquelas prisões se deram sob as ordens do carrasco ignominioso Filinto Müller, chefe da polícia nazifascista de Getúlio.

E, coincidência ou não, o Mestre Graciliano Ramos é um dos descendentes naturais, em linha reta, da família Carvalheira Teles! Graciliano foi uma feliz exceção na tremenda ignorância daquela família. E no meio das ignorâncias se incluem o pai e a mãe do nobre escritor, vale dizer.

No campo das astúcias de Getúlio Vargas, nasceu uma lei eleitoral, estabelecendo o voto das mulheres, que, até então, não podiam votar. E no bojo das “boas intenções” vieram o voto secreto (voto de cabresto), a representação proporcional partidária, a Justiça Eleitoral e o aparato representativo classista feito pelos sindicatos.

            Por outro ângulo, pelo voto indireto (Assembleia Nacional Constituinte de 1934), Getúlio Vargas foi “eleito” presidente da República. Esse curto período – 1934 a 1937 – ficou propriamente conhecido como Segunda República ou “República Nova”.

            Contudo, nada disso veio por acaso. O período que deu lugar à “República Nova” teve início por crescente movimento de polarização entre correntes extremistas, tal como acontecia na Europa. Direita de um lado, esquerda do outro, dando lugar a polos extremados como a Ação Integralista Brasileira, facção da ultradireita, sob o comando de Plínio Salgado.

            De outro lado, vieram os sonhadores, de ideais comunistas, abrigados na Aliança Nacional Libertadora, tendo como presidente de honra, o senhor Luís Carlos Prestes, chefe dos comunistas no Brasil. E, em 1935, teve curso a Intentona Comunista em Natal e Recife. Acompanhado de longe pelo Regimento de Infantaria da Praia Vermelha, no Rio de Janeiro, esse movimento revolucionário foi prontamente dominado, o que fortaleceu, sobremaneira, a extrema direita.

            Note-se que Getúlio foi “eleito” presidente da República pela Assembleia Nacional Constituinte, em 1934. E de 1937 a 1945 passou a ser presidente ditador, durante o chamado “Estado Novo”. – Este foi implantado por meio de um golpe de estado.

            Mas Getúlio, muito astucioso, velhaco, sempre soube tirar proveito da gestão autoritária. Foi assim que em 1º de maio de 1943, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) foi aprovada por decreto presidencial (ditatorial). – Nada obstante, a CLT representou o agrupamento da vasta legislação trabalhista produzida no país após a Revolução de 1930. – Foi um avanço, sem dúvida.

Agora, pra finalizar, voltemos à família Carvalheira Teles! Um dos ramos dos Carvalheiras Teles tinha a propriedade da Fazenda Tramandaí, às margens do rio Massapê.

Alheios a tudo quanto se passava no mundo, os Carvalheiras vegetavam no Agreste pernambucano – município de Buíque (fim do mundo, naquela época), onde nem se ouvia falar de radiodifusão, tampouco de outra forma de notícias do mundo dos viventes. A novidade ali nos arredores da Fazenda Tramandaí e em cidades da região era a existência de Virgolino Ferreira da Silva, vulgo Lampião, bandoleiro que levava desassossego aos proprietários de terras. Mesmo assim, as informações, falsas ou verdadeiras, eram passadas e repassadas boca a boca. – E os Carvalheiras Teles continuavam desassossegados. Afogados na brutal ignorância, talvez até mesmo inconsciente e não merecida, em alguns casos.


(*) – Aqui, Carvalheira Teles e Fazenda Tramandaí são nomes fictícios. Assim como o nome do rio e do riacho.