Por Zé Carlos
Bem, meus caros e minhas caras, começamos outra semana. E
como é boa a nossa situação em poder comentar o que passou, pois em cada começo
de semana no Brasil, não temos certeza de como ela terminará, e o que é pior:
Se terminará mesmo! Então já começamos alegre por chegar ao fim de mais uma
delas. E vamos à luta pela morte pelo riso, que a cada semana é a nossa meta, e
que sempre tentamos dobrá-la.
E, como não poderia deixar de ser, mais uma vez, nossa musa,
a Dilma, brilhou como nunca em sua tarefa de humorista número um do Brasil.
Logo na segunda-feira, com alegria incontida no peito, por saber que o Fernando
Baiano, sim, aquele mesmo que era um operador de pixulecos do PMDB, ter
resolvido ser mais um dos 312 delatores premiados da Operação Lava Jato, e que,
assim sendo, o Eduardo Cunha, hoje o pior inimigo de nossa musa, poderia ser
mais defenestrado do que o que já está.
Dizem que ao receber o Temer no Palácio, que foi lá para
dizer que não aguentava mais ser o coordenador político do governo, porque o Levy
não lhe dava nenhum tostão para molhar as mãos dos parlamentares, ela, a Dilma,
o recebeu com um sorriso imenso dizendo: “Viva
o Baiano!” E o Temer sem entender nada, respondeu: “Viva!”, para, com sempre não contrariar à chefe. Ora, o que ele
iria dizer a Marcela em casa se chegasse com um olho roxo? E declarou que
estava deixando a coordenação, mas, estava se colocando à disposição para
auxiliá-la e que agora via tratar da “macropolítica”,
pois com a “micropolítica” não
arranjou nem moedinhas de 1 real com o Ministro da Fazenda. Alguns analistas
cruéis dizem que no dicionário político de Temer “macropolítica” que dizer impeachment da nossa musa, e “micropolítica” que dizer “nomeações”, e estas o Mercadante não
deixou ele fazer nenhuma. E Dilma para não perder a piada disse: Eu entendo
Temer, mesmo com todo esforço para emagrecer eu não estou à altura da Marcela,
provocando um riso contido da bela Marcela quando leu a reportagem.
É previsível que quem ficou feliz com o afastamento do Temer
da coordenação política da Dilma, foi o Eduardo Cunha, nosso “Cunhão”. Disse que o Temer foi muito
sabotado pela Dilma e que não tinha condições de fazer trabalho nenhum e está
doido que o PMDB desembarque logo do governo, inclusive pleiteando que seja
antecipada a convenção do partido para que se decida logo se o PMDB fará
humorismo fora ou dentro do governo. Ora, todos sabemos que o PMDB nunca esteve
nem fora nem dentro do governo por mais de 30 anos, e qualquer tentativa de
definição será inútil. O partido gosta é daquilo. E que é aquilo? Perguntem a
Renan ou ao Cunhão, e riam com as respostas.
Porém, com disse no início desta coluna, a Dilma, esta
semana, foi incansável em nos fazer rir. Primeiro, mandou anunciar que iria
acabar com 10 ministérios, dos 39 existentes. Quando alguns assessores
perguntaram quais seriam, ela apenas disse que só aceitaria os ministérios
cujos ministros ela teria visto nos últimos seis meses. E, vendo o que viria
como resposta, disse-lhes logo: “Aqueles
reuniões ministeriais não valem, pois não consigo enxergar quem está do outro
lado da mesa!” Realmente, quando vemos um reunião do ministério observamos
sempre que não há mesa capaz de comportar todos ministros. Poder-se-ia cogitar
de fazer reuniões na Arena Mané Garrincha. No entanto, quando lhe perguntaram
de quantos ministro ela lembrava do nome, ela só citou três: O Mercadante, o
Levy e o Eduardo Cardoso. E deu uma bronca danada no assessor bisbilhoteiro
quando ele perguntou: “Mas, presidenta, a
senhora nem se lembra do nome do Ministro da Educação de nossa Pátria
Educadora?”. Na lata, ele respondeu: “Você
pensa que eu sou burra? Você quer ser demitido? Não é aquele que adora
ciclovias?”.
Bem, nem é preciso dizer que todos sorriram por fora e
gargalharam por dentro com a resposta. E em segundo lugar, ela, depois de um
encontro com Levy, o mendigo, que também é Ministro da Fazenda disse: “Olha, o Levy me confidenciou que não tem
mais dinheiro nem para o papel higiênico no Planalto, e que precisamos arranjar
de qualquer jeito antes que a coisa feda demais. E eu já tenho uma solução, que
como sempre veio do FHC, mas, não precisa espalhar isto. Mandem o Ministro da
Saúde declarar que vamos recriar a CPMF.” E não deu outra. Logo em seguida
o Ministro da Saúde, todo alegre e pimpão anunciou a criação do CIS. Todos já
sabíamos que CPMF significava Contribuição
Provisória sobre Movimentação Financeira, e soubemos também que de
contribuição e de provisória ela não tinha nada. Então o Ministro da Saúde, que,
certamente, deve ter ido a um psiquiatra do SUS, sugeriu a mesma coisa com
outro nome: CIS. Que significa de Contribuição
Interfederativa da Saúde. Que ministro inteligente, que sentimento nobre,
parece até o gato que descomia dinheiro nas estórias do Ariano Suassuna. Miava
de dor tanto na ida como na volta. E depois de todos entrarem quase em comoção
com o anuncio, a nosso musa, Dilma, chegou à conclusão que as moedas eram muito
grande para tirar e botar no rabo do gado e disse que desistira da CPMF ou CIS,
seja lá o que se chamasse. Foi uma risadaria geral que ela está pensando noutro
imposto e que, provavelmente o chamará de Contribuição Única.
Mas, o fato mais cantado em prosa e verso da semana foi a
sabatina do Janot, sim, o hoje Procurador Geral da República pela segunda vez
que, nomeado por Dilma, a quem Collor, cara a cara na sabatina chamou de “Vazador Geral da República”. E o filme
desta semana, do UOL trata disto lá embaixo. No final, a sabatina, em termos de
humor ficou por conta dos dois desafetos, Janot e Collor. Podem comprovar que
antes do Collor falar a sala tinha tanta gente que o presidente da sabatina
teve que cortar um dobrado para conseguir silêncio. Depois do Collor falar, só
se ouvia o silêncio. Minto, uma certa hora, se ouviu uma voz pedindo “pela ordem presidente”, o presidente,
dentro de suas altas funções, respondeu: “Com
a palavra a senadora Vanessa Graziottin”. Como vocês vão ver no filme, foi
um alarido geral com dentes à mostra. Eu, que sou de Bom Conselho, fiquei foi
triste, pois quem estava pedindo “pela
ordem” era Randolfe Rodrigues que dizem, só não nasceu lá porque ainda não
havia maternidade naquela terra abençoada por Deus e esquecida pelos coronéis.
Ainda bem que o Humberto Costa e o Anderson Rodrigues, que têm o mesmo timbre de
voz, nasceram em outro lugar. Se não fosse assim iria que pensar no Agreste
Meridional só nasce gente que fala fino. Seria preciso que o Lula desmentisse
que ele também nascera na região.
E por falar em Lula, nosso colaborador em tempo integral e
dedicação exclusiva, ou quase, tinha andado meio calado por aí, sem dar o ar de
sua graça. Esta semana ele voltou e voltou com todo o gás, declarando:
“Não posso dizer que
sou, nem que não sou [candidato]. Sinceramente, espero que tenha outras pessoas
para serem candidatas. Se a oposição pensa que vai ganhar, que não vai ter
disputa e que o PT está acabado, ela pode ficar certa do seguinte: se for
necessário, eu vou para a disputa e vou trabalhar para que a oposição não ganhe
as eleições”
Ninguém conta, mas deve ter havido um estrondoso acesso de
riso dentro do estúdio da Rádio Itatiaia onde ele concedia a entrevista. Todos
sabemos que, em termos eleitorais o Lula, dito por ele mesmo, encontra-se no “segundo volume morto”, e sem chance de
lá sair, como provam as pesquisas. Todavia, seu espírito zombeteiro não cessa e
por isso o estimamos tanto aqui.
E por que o estimamos? Porque o povo de São Paulo o adora.
Imaginem vocês que o Pixuleco, sim, aquele boneco do Lula como presidiário de
número 13-171, que tanto sucesso fez em Brasília nas manifestações do dia 16,
agora veio para São Paulo. Foi um sucesso tão grande que dizem, ontem, domingo,
havia mais gente para ver o boneco do que a Marcha da Mortadela dos movimentos
sociais. A nota destoante deste sucesso do Lula Pixuleco foi que um militante
do PT, de uma corrente pró-Mercadante, confundindo o boneco com a pessoa tentou
ceifar sua vida a golpe de estilete. Ainda bem que o boneco foi levado às
pressas para o SUS e lá não tendo vaga, foi levado ao hospital, onde normalmente
o Lula fica à vontade, Sírio-Libanês,
onde foi operado de urgência, e hoje já se encontra bem de saúde e está dando
seu espetáculo na Avenida Paulista. Eu sei que hoje, em termos de pesquisas
eleitorais o Lula já está mais enterrado do que o “volume morto”, mas, o Lula Pixuleco venceria fácil qualquer
eleição.
E querem rir mais ainda? Ele declarou à mesma rádio que houve
erros no governo Dilma, e continua altaneiro:
“... Se não tivesse
erros a gente não tinha chegado aonde nós chegamos. A Dilma reconhece que houve
erros. Acho que houve alguns equívocos nossos na questão econômica e que a
Dilma tentou consertar quando propôs o ajuste fiscal”.
Quando o entrevistador deveria já não aguentar mais a
vontade de rir, ele destampou:
“Eu até gostaria de
ter sabido antes. Eu não sabia, a Polícia Federal não sabia, a imprensa não
sabia, o Ministério Público não sabia, a direção da Petrobras não sabia. Só se
ficou sabendo depois que houve um grampeamento e pegou o tal do Youssef, que já
tinha muitas passagens pela polícia, falando com outros caras”.
Bem, a estas alturas não havia mais ninguém na redação pois
estavam rindo da velha piada do nosso Lula: “Eu não sabia de nada!”. É o nosso inocente. E viva o Lula Pixuleco!
Só para não dizerem que esta coluna é incompleta e não
aborda todos os fatos importantes, tenho mais um que assim considero. A
acareação entre o Alberto Youssef e o Paulo Roberto Costa, o Paulinho de Lula.
Foi a primeira vez que vi um show de humor estrelado por dois bandidos, tendo
como audiência um mundo de autoridades. E a plateia chegou ao ápice da atenção
quando uma das autoridades inquiridoras, mostrando um semblante raivoso, disse
que ficava chateado porque um dos bandidos dissera que havia algum deles o
intimidando e resoluto perguntou: “Quem é
esta autoridade?”. Foi quando o Youssef declarou: “É o senhor mesmo!”, mostrando que o ditado lá do nosso interior
estava sempre certo: “Quem primeiro
sentiu do ... saiu!”, fazendo com que o Celso Pansera, tentasse colocar a
viola no saco, mas, não encontrava um saco tão grande para caber tal viola,
antes do riso generalizado. E este é agora o nosso mundo político, onde até
bandido pode estrelar shows. Aguardemos os próximos.
Fiquem abaixo com o resumo do roteiro do filme, pelos
roteiristas do UOL, e a seguir não percam o próprio. E só tenho a esperar que a
semana que vem ainda termine.
“Na charge política
desta semana, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, teve que encarar
um irritado Fernando Collor de Mello na sabatina de sua renomeação ao cargo.
Mas as tensões não pararam por aí: Alberto Youssef, preso pela Operação Lava
Jato, protagonizou uma pequena reviravolta em outro momento, e outro senador
foi confundido por conta do timbre.”