Por Zezinho de Caetés
Bem meus senhores, esta semana vai ser um prato cheio para a
coluna do Zé Carlos na segunda-feira. Só dá a Dilma, nossa gerenta presidenta imprevidenta incompetenta e portanto só dá
piada. Ela está se superando na capacidade de dizer besteiras, e, agora,
cismou, que quer ser outra mulher, tornando-se uma gerente presidente
previdente e competente, e isto deverá acontecer, segundo ela própria, mudando
tudo o que disse antes. Ela não chegou nem a fazer como o FHC que pediu para
esquecer tudo o que ele escreveu, porque ela não sabe escrever. Talvez,
dissesse: Esqueçam tudo o que eu falei!, mas, nem para isto ela tem coragem.
Continua a mentir tanto que, mente tão completamente que
acredita em tudo que deveras mente. Não sei se a paráfrase do Fernando Pessoa é
boa, mas, é adequada. E isto é o pior. Certas horas ela parece acreditar que
está realmente dizendo a verdade. Ou ela estaria seguindo a velha propaganda
nazista de que uma mentira muito divulgada termina se tornando verdade? Eu
acredito mais nesta segunda versão.
E para demonstrar minha tese, deixo-os com um texto da
Miriam Leitão, publicado no O Globo (26/08/2015 – “Os antecedentes”), onde ela mostra uma das entrevistas da série que
o Jornal Nacional fez com os candidatos da campanha eleitoral. Leiam-no e
descubram porque os “antecedentes” da
Dilma, também são péssimos.
“Quem comparar o que a presidente Dilma falava há um ano e o que ela
disse esta semana concluirá que são duas pessoas. O que dizia é o oposto do que
diz. Os casos de divórcio entre a então candidata e os fatos foram muitos na
campanha. No “Jornal Nacional” do dia 19 de agosto de 2014, Dilma afirmou que a
inflação era zero e que pelos “indicadores antecedentes” o país estava
retomando o crescimento.
Em entrevista aos três maiores jornais na segunda-feira, Dilma disse:
“Fico pensando o que é que podia ser que eu errei”. Ela mesma respondeu que o
erro foi ter demorado tanto a perceber a crise. Em seguida, justifica o erro.
“Não dava para saber em agosto. Não tinha indício de uma coisa dessa
envergadura.”
Exatamente naquele agosto, em que a presidente acha que não dava para
saber, o jornalista William Bonner fez a seguinte pergunta para ela, com
riqueza de dados e indícios de crise de grande envergadura:
“A inflação anual,
neste momento, está no teto daquela meta estabelecida pelo governo, está em
6,5%. A economia encolheu 1,2% no segundo trimestre deste ano e tem uma
projeção de crescimento baixo para o ano que vem. O superávit deste primeiro
semestre foi o pior dos últimos 14 anos. Quando confrontada com esses números a
senhora diz que é a crise internacional. Aí, quando os analistas dizem que 2015
vai ser um ano difícil, um ano de acertos de casa, que é preciso arrumar a
economia brasileira e, portanto, isso vai impor sacrifício, vai ser um ano
duro, a senhora diz que isso é pessimismo. E aí eu lhe pergunto: a senhora
considera justo, olhando para os números da economia, ora culpar o pessimismo,
ora culpar a crise internacional pelos problemas? O seu governo não tem nenhum
papel, nenhuma responsabilidade nos resultados que estão aí?”
Dilma respondeu:
“Bonner, primeiro,
nós enfrentamos a crise, pela primeira vez no Brasil, não desempregando, não
arrochando os salários, não aumentando os tributos, pelo contrário, diminuímos,
reduzimos e desoneramos a folha. Reduzimos a incidência de tributos sobre a
cesta básica. Nós enfrentamos a crise, também, sem demitir. Qual era o padrão
anterior...”
Bonner: “Mas o
resultado, no momento, é muito ruim, candidata.”
Dilma: “Não, o
resultado no momento, veja bem...”
Bonner: “Inflação
alta, indústrias com estoques elevados, ameaça de desemprego ali na frente.”
Dilma: “Veja bem,
Bonner. Eu não sei, eu não sei da onde que estão seus dados, mas nós
estamos...”
Bonner: “Da
indústria, candidata.”
Dilma: “Nós temos
duas coisas acontecendo. Nós temos uma melhoria prevista no segundo semestre.
Vou te dizer por quê.”
Bonner: “Isso não é
ser otimista em contrapartida ao pessimismo que a senhora critica?”
Dilma: “Não. Não.
Você sabe, Bonner, tem uma coisa em economia que chama os índices antecedentes.
O que que são os índices antecedentes? A quantidade de papelão que é comprada,
a quantidade de energia elétrica consumida, a quantidade de carros que são
vendidos. Todos esses índices indicam uma recuperação no segundo semestre,
vis-à-vis ao primeiro. Além disso, a inflação, Bonner, cai desde abril, e,
agora, ela atinge, hoje, se você não olhar pelo retrovisor e olhar pelo que
está acontecendo hoje, ela atinge 0%. Zero.”
Este é um exemplo. Em todas as entrevistas, Dilma foi confrontada com
os dados, em todas ela os negou e atacou adversários que apontavam a
necessidade de ajuste, que defendiam o corte de ministérios e a redução dos
gastos do governo. Era possível saber. Difícil era ignorar os abundantes
indicadores antecedentes de que o Brasil estava entrando numa crise pelos erros
cometidos pelo governo.
A distância da realidade continua, ainda agora. Na entrevista de
segunda-feira, ela defendeu o ex-presidente Lula e disse que a oposição
incentiva contra ele uma “intolerância inadmissível”. E acrescentou: “A
intolerância é a pior coisa que pode acontecer numa sociedade, porque cria o
“nós” e o “eles”. Isso é fascismo.” Quem mais incentiva essa divisão é o grupo
político da presidente. Aliás, houve um comício em 2014 em que o ex-presidente
Lula gritou do palanque: “agora é nós contra eles”. Isso depois de citar como
sendo “eles” dois nomes de jornalistas: o de William Bonner e o meu.”
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