Por Zé Carlos
Sem seguir uma ordem cronológica rígida, eu diria que esta
semana que passou foi protagonizada pelo terrorismo. Aliás, isto já havia
acontecido na semana que passou, e sempre esperamos que não aconteça na semana
seguinte. Já posso começar por Munique, onde um atirador, que era terrorista no
início e depois passou a não o ser, matou não sei quantas pessoas. Vi a cena
nas TVs e mídias, e, ao mesmo tempo que lembrei das olimpíadas de 1982, se não
me engano, quando, lá mesmo em Munique, mataram, em nome de uma fé, alguns que professavam
outra fé. É triste, mas, é a meta principal desta coluna, transformar as
maiores tristezas em alegrias. E já prometo aqui, se esta meta não for
atingida, faço, como nossa musa, a Dilma, eu a dobro.
No ataque de Munique vi que o atirador escolheu a frente de
uma lanchonete MacDonalds como sua trincheira. Será que ele não gostou do preço
do Big Mac, ou, sua mãe não comprou um dos bonequinhos daqueles que fazem do
local, para os meus netos, um dos melhores restaurantes do mundo? A polícia
ainda está procurando as causas. Quem sabe se esta coluna fosse escrita em
alemão, e ela a lesse, não seria por aí?
Eu teria um gosto terrível, se a partir deste parágrafo,
pudesse deixar o terrorismo de lado. Não é possível. Pois, como todos vimos,
ele chegou ao Brasil, e junto com as Olimpíadas. E como eu sempre digo, este
fato seria trágico se os brasileiros não o transformassem cômico, com nossa
capacidade de fazer humor, o que nos torna uma raça superior. Eis o que
aconteceu.
Estou em minha casa, ou como se dizia, no recôndito do meu
lar, tentando acompanhar as notícias para servir aos meus 16 leitores (soube
que apareceu mais um para sorrir), e, eis que senão quando, aparece uma figura
na TV dizendo que fora desbaratada uma célula terrorista que estaria pronta
para atacar, durante a efeméride olímpica. Pela figura, e pelo que dizia, eu
não poderia pensar outra coisa, com a idade que tenho. Logo me veio a cabeça: “o Kojac voltou!”. Aquilo só poderia ser
uma propaganda da volta do seriado que assistia nos anos 70, e que meu deu
tanta alegria e emoção. Nela o senhor dizia que ainda não sabia quem eram as 10
pessoas envolvidas e que não poderia dar detalhes devido às investigações. Só
sabia que era um grupo amador e que um tinha jurado fidelidade ao Estado
Islâmico pelo o Whatsapp (volta daqui a pouco ao este tema que também “bombou” na semana) e que queria comprar
um rifle AK-47. Ora, se o grupo era amador, e não tinha nem um rifle, e talvez
nem mesmo uma espingarda soca-soca, eu só poderia pensar que era o Kojac que
voltaria num seriado de humor. Ri mais quando descobri que não era o Telly
Savalas (nota aos jovens: este era o ator que fazia o Kojac no seriado
original) quem estava falando, mas, o nosso Ministro da Justiça, cuja
semelhança com o protagonista da série é espantosa.
E para quase terminar o assunto do terror, levando a mensagem de
que “faça humor não faça terror”, vi
depois, que um dos terroristas procurados se entregou à polícia de forma
ordeira e pacífica. Ou seja, era um verdadeiro terrorista brasileiro. Fique-se
sério com uma coisa dessas! Penso que nem o sério Sérgio Moro aguentou e
disparou uma gargalhada, aliás, que era o que queria fazer quando interrogava o
João Santana e a mulher, mas, deixa isto para depois.
Disse terminar, acima, porque, no Brasil, o terrorismo, parece e é o meu desejo, virou humorismo explícito. É que apareceu, ontem, um "terrorista" baiano, que queria explodir uma universidade. Logo na Bahia, terra de Nosso Senhor e do Jorge Amado. Descobriu-se depois que as bombas que estavam presas aos seu corpo para perpetrar o atentado, era gengibre enroladinhas. Ou seja, tivemos até o "terrorista acarajé". Chamem o Kojac, urgente. Precisamos rir juntos.
E, parece até, que é quando o Congresso está em recesso
branco que mais o humor abunda neste Brasil, o que é algo inesperados. E já que
falei em juiz, não poderia deixar de abordar o tema da semana que foi a
proibição do Whatsapp, de que até o Zezinho de Caetés falou esta semana aqui no
Blog (
aqui).
Alguns perguntarão o que isto tem a ver com política? Ora, meus senhores, este
aplicativo hoje é usado até para matar mosquito. Existem hoje duas classes
sociais no Brasil, a dos que o usam e a dos que não o usam, que está em
extinção. E vem um magistrado ou uma magistrada, e nas caladas dos autos
jurídicos, proíbe o Brasil de se comunicar, proibindo o Whatsapp no Brasil.
Aqueles que não sabiam outras línguas, como por exemplo o Telegram,
simplesmente ficaram cegos, surdos e mudos. Quando pensamos que uma das funções
principais do aplicativo hoje é propagar as mentiras dos políticos, está aí a
relação com a política. E com o humor, nem se fala, pois quem é hoje, sem o “
zap-zap”, que pode rir sozinho feito uma
besta, ao ler uma piada mandada por grupo?
E falando de mentiras, não poderia de aqui tocar num
encontro que tive com o Filósofo de Bom Conselho, sim, aquele cara que lá vive
apenas pela emoção de pisar em seu solo, sagrado para ele, que não entende
quase nada de política, mas filosofa que é uma beleza. Ele esteve em Caruaru e
tocamos num ponto essencial para o político, e que já causou a subida e a queda
de tantos, durante a história. E eu de cara perguntei: “Político mente?”. Quando pensei que ele iria me espinafrar pela quase
criancice da pergunta, ele, como qualquer filósofo, começou a filosofar:
“Caro amigo, todo
político mente, assim como qualquer pessoa o faz. É um fator intrínseco ao ser
humano desde os primórdios. Veja que, quando nascemos, a primeira coisa que
ouvimos é uma mentira: “Olha que bonitinho!” Quando sabemos que um joelho não é
bonito, e é a cara de todos os nascituros. E continuando na História. Vejam que
todo o cristianismo floresceu a partir das mentiras de São Pedro. Já pensou se
ele dissesse ao centurião romano que estava com, e era amigo de Jesus, naquela
fatídica noite da prisão do Mestre? Teria sido morto, e o cristianismo até
poderia ter existido, mas, sem Papas; e não estou dizendo aqui se seria melhor
ou pior o mundo se isto tivesse acontecido. E sendo mais moderno já pensou se o
Bill Clinton não tivesse dito: “Eu não fiz sexo com aquela mulher”, talvez o
Trump já teria sido presidente no lugar de Obama.
Então, todos mentimos,
uns mais outros menos. E por isso que, ao vagar pela Serra de Santa Terezinha,
e pensar nos políticos de minha terra, eu resolvi criar um artefato para
responder melhor perguntas como as suas. Criei o “mentirômetro”. É um
equipamento que quando aplicado em alguém nos mostra o grau de mentiras ou de
mentiroso daquele indivíduo. Este dispositivo foi testado e retestado por um
longo tempo, e, devido sua eficiência e acurácia, já foi transformado em
aplicativo para celulares, e cujo sucesso, em Brasília, já está me rendendo um
dinheirinho. É uma ideia muito simples. Quando aplicado, ele nos diz numa
escala de 0 a 100, qual o grau da mentira que está sendo dita pelo usuário, ou
seja, 0 é a verdade absoluta e 100 é a mentira absoluta.
Quando era um equipamento
simples e provinciano, testei em vários políticos da terra de Papacaça, para
comprovar cientificamente que todos os políticos mentem, e não deu outra. Todos
os graus variaram entre 20 e 50, com uma exceção para o Coronel que cravou 82,
e para Padre, que cravou 12. Hoje, já com seu avanço tecnológico, e quando
aplicada lá em Brasília, já encontrou-se políticos até com 98 como o Paulo
Maluf. Nos últimos dias houve um problema com o aplicativo quando se tentou
aplicá-lo ao Eduardo Cunha. Dizem que o celular esquentou tanto que não deu
para ver a medida, e quando aplicado em Dilma, o celular simplesmente explodiu.”
Depois desta conversa, meus caros leitores, ou pelo menos os
que usam celulares, baixem o aplicativo do Filósofo de Bom Conselho (a quem
agradeço pelas informações), porém, tenham cuidado quando o aplicarem a alguns
políticos. E já que falamos da nossa musa, a Dilma, o que ela aprontou, de
humor, durante a semana? Vocês podem até não acreditar mas foi o uso de uma piada
antes dita pelo Lula, que o levou a não sair do rol dos melhores humoristas que
com conosco colabora: “Eu não sabia!”,
que fez o brilho dela. Tudo se passou quando a dupla de marqueteiros João
Santana e Mônica Moura, declararam ao sisudo juiz Moro que receberam uma “fábula” de dinheiro para vender o
produto Dilma nas eleições de 2014, uma grande parte, foi através do “Caixa 2”. Ora, todos ficaram calados
porque isto era mais velho do que o Sarney. No entanto, quando a nossa musa
declarou no ser twitter: “Não me preocupa
porque eu não autorizei o pagamento de caixa dois para ninguém. Pelo contrário,
na minha campanha eu procurei sempre pagar o valor que eu achava que devia a
ele. Se houve pagamento de caixa dois não foi com o meu conhecimento”. Ou
seja, ela “não sabia!”, a risadaria
foi geral. E aí ela mostra o porquê eu estou doidinho para que venha o impeachment,
e só assim ela possa ser contratada por esta coluna em tempo integral. A coluna
será humor garantido ou o seu tempo de volta.
Por ter falado em Lula, que andou um pouco sumido dos palcos
durante a semana, li que o MPF de Brasília o denunciou, de novo, por tentar obstruir
a Justiça tentando comprar o silêncio do Nestor Cerveró, junto com o Delcídio.
Eu até agora não sei por que ainda se tenta denunciar o Lula, este pobre
retirante nordestino, que nunca teve nada na vida, e se disserem que ele teve,
ele nega. É uma crueldade. Um homem que viveu sua vida toda de favores, em
sítios, apartamento à beira mar, e fazendo pequenos shows de humor por este
Brasil afora, não pode ser denunciado assim todos os dias, quando se sabe, que
já tem a sua grande defesa: “Eu não
sabia!”. Aliás, já se cogita, assim que a Dilma for para Porto Alegre, e se
o Lula ainda estiver solto, um show conjunto da dupla cujo título seria: “Se era caixa 2, eu não sabia!”. Como o
João Santana está preso, quem vai fazer a propaganda o do show será o Duda
Mendonça. Tem tudo para estourar nas paradas.
E, mudando de assunto, mas não de humor, li que o “grande lance” agora é o Poeta Temer.
Sim, o Michel Temer escreveu um livro de poesias chamado de “Intimidade Anônima”. Numa de suas poesias,
a mais citada na mídia, “Vermelho”,
ele diz:
“De vermelho /
Flamejante / Labaredas de fogo / Olhos brilhantes / Que sorriem / Com lábios
rubros / Incêndios / Tomam conta de mim / Minha mente / Minha alma / Tudo meu /
Em brasas / Meu corpo / Incendiado / Consumido / Dissolvido / Finalmente /
Restam cinzas / Que espalho na cama / Para dormir”.
Eu gosto de poesia e meus leitores também. Tem até um que é
um poeta muito bom, apesar de não ler meus longos textos, indo apenas até o
meio, e eu me emociono ao lê-lo. Quanto ao Temer, não sendo justo, como sempre
tento ser, pois este é só um exemplo, eu diria que gosto mais dele batendo na
mesa, do que como poeta. Este negócio de “Vermelho”
deve ter sido inspirado em sua convivência com Dilma. Bem, cada um, em poesia,
é que deve saber onde amarra seu jegue, mas, gostei mais de sua outra poesia: “Radicalismo”, cujo texto é o seguinte:
“Não, nunca mais”
Eu achei muito melhor esta última pois tenho certeza que
partiu de uma premonição, ou de um sonho, onde ele encontraria a Dilma e a
recitava para ela. Parece que o sonho está se realizando, tanto pela economia de palavras, como para eu
concluir que será com mais sucesso dele se ficar só neste livro e se dedicar a
fazer mais economia no governo, porque, senão, ela volta.
E a grande dúvida, nesta semana e talvez na outra, é se a
Dilma, nossa musa, irá ou não à abertura dos jogos olímpicos. Todos os
ex-presidentes, segundo a mídia, desistiram de ir, dizendo que não querem levar
vaia. Todavia, se usarmos o “mentirômetro”
do Filósofo de Bom Conselho, diante desta declaração, ele irá a pelo menos 99,99999....
Se eles dissessem que não iriam lá porque não queriam ficar junto da nossa
musa, aí sim, o útil aparelhinho marcaria 0,00000001. Porém, está quase certo
que quem levará a vaia sozinho será o Temer. Veremos qual será a melhor solução
em breve. Eu ainda estou propenso a concordar com o nosso colaborador, o
Zezinho de Caetés, quando diz que carioca, que vaia até minuto de silêncio, não
vaia mulher bonita. Leve a Marcela, Temer!
E assim termino esta aterrorizante semana, esperando que a
próxima seja só de humor e alegria, que é o que o Brasil está precisando.