Por Zezinho de Caetés
Hoje deveria ser feriado nacional. O dia 1 de julho deveria
ser comemorado tal qual o 4 de julho nos Estados Unidos. Foi neste dia que
nasceu o Plano Real sendo o ano de nossa liberdade dos grilhões inflacionários.
Eu não tentarei aqui fazer história, pois o Pedro Malan o
faz, como citado no texto abaixo transcrito, da Míriam Leitão, no O Globo, e
que vai além do valor supremo de termos depois de séculos uma “moeda” que se poderia chamar de moeda,
que era o REAL.
Lembro apenas que eu não aguentava mais ficar esperando nas
filas para comprar frangos, logo ao amanhecer, porque se perdesse a hora, o meu
dinheirinho já não daria para comprar nem as penas. E lembro, este dinheirinho
que hoje foi roubado pelo PT, pegando bigu no meu crédito consignado.
Quem não lembra da velha piada, que agora começa a ficar
atual outra vez, de que o cliente chegava no restaurante, perguntava quanto era
a comida e o garçom respondia: “Agora ou depois do almoço?”
E lembro ainda, que foi o PT, que desde 2006, quando se
livrou das políticas econômicas do FHC, começou a levar o país ao não ter mais
o que comemorar neste dia. Lula e Dilma começaram e quase terminaram com um dos
nossos bens supremos que é a nossa moeda, desde que começaram a tentar resolver
os problemas do país, procurando igualar chifre de boi e orelha de burro. No
afã do projeto de poder infinito, levaram o país a esta catástrofe que o Temer
está tentando resolver.
Reconheço que o presidente interino tem pisado na bola do
ponto de vista econômico, apesar da excelente equipe, mas, o que fazer com a
politicagem nacional, que aprendeu a viver das benesses do poder público? Vamos
deixar o velhinho trabalhar, para, ao menos evitar um tragédia maior: A volta de
Dilma, a ex-presidenta que está maluqueando a cada dia.
E eu espero que esta nova equipe econômica continue tentando
trazer para os eixos a taxa de inflação, e que continuemos a comemorar o aniversário
do Plano Real. Um Novo Real agora seria o fim da picada.
Mas, fiquem comemorando com a Mirian que vou verificar
quantos a Lava Jato pegou hoje. A Dilma está em casa ainda? E o Lula?
“O real começou circular há exatamente 22 anos, quando em primeiro de
julho de 1994 a URV se transformou em moeda. Para Pedro Malan, que presidia o
Banco Central e foi ministro da Fazenda na consolidação do plano de estabilização,
o país já consolidou os valores da inflação baixa e da inclusão. “Somos hoje
mais intolerantes às discriminações”.
Malan explicou que o governo Dilma retomou o discurso de que um pouco
mais de inflação não faria diferença. Para evitar o estouro da meta em 2014, os
preços de energia elétrica e dos combustíveis ficaram artificialmente baixos e,
por isso, os preços administrados subiram apenas 1,5%. Essa distorção foi
corrigida com um tarifaço.
— Aquilo desancorou as expectativas de inflação e o 6,5% passou a ser
um piso. Agora, o trabalho está sendo levar a inflação de volta à meta. Não
consigo imaginar um governo que adote uma atitude complacente com a inflação e
que não seja punido nas urnas.
Outro valor que “deitou raízes entre nós”, segundo Malan, foi o da
inclusão social e busca de uma sociedade menos desigual.
— Também não vejo nenhum governo no futuro, seja qual for sua
orientação política, que possa deixar de lado o objetivo de aumentar a
igualdade de oportunidades. Nós adquirimos um grau mais alto de intolerância às
discriminações. Isso é um valor.
Em entrevista que me concedeu ontem, na GloboNews, ele comentou outro
avanço institucional que acontece nesse momento com a Operação Lava-Jato.
— A sociedade democrática preza as liberdades e a justiça. E um dos
componentes da justiça é a igualdade perante a lei. Existem discussões sobre
excessos da operação, mas neste caso o próprio poder os corrige.
Malan admite que a operação tem agregado um nível maior de incerteza ao
país.
— Já vínhamos com enorme grau de incerteza na área econômica por outras
razões. Na política já havia uma crise de representação e conflitos entre o
Legislativo excessivamente fragmentado e o Executivo à deriva. A Lava-Jato veio
adicionar um grau de incerteza ainda maior, mas temos que lidar com isso e
estamos lidando. Tudo o que tem acontecido no país está sendo dentro das nossas
balizas constitucionais. No Supremo, oito dos 11 ministros foram nomeados nos
governos Lula e Dilma. Isso faz parte das dores de crescimento de uma
democracia de massas.
As perspectivas econômicas, para Malan, apontam para a volta dos
superávits fiscais apenas em 2019. Sobre o crescimento, lembra que “nenhuma
economia cai indefinidamente”. Ele acredita que em 2017 o país terá um PIB
positivo, ainda que pequeno.
— Não existem situações difíceis que não tenham opções de saída. A
solução começa por chamar gente competente e isso foi feito. É possível que a
gente encontre o nosso caminho, eu acredito muito no Brasil. Vamos sair dessa.
Definindo sempre a administração Temer como “um governo interino e que
a partir de agosto pode deixar de ser”, Malan aprova as medidas anunciadas na
área econômica, mas disse que vê com cautela o aumento de gastos.
— Para as circunstâncias, a decisão de estabelecer um teto foi correta.
Melhor do que decidir no último dia do ano, ajustando o teto ao efetivamente
realizado. Mas exige várias outras medidas. O teto obriga o governo — qualquer
governo — a discutir a composição do gasto, definir prioridades e avaliar
diferentes programas, analisando o custo-benefício de cada um. Será necessário
também dar continuidade às reformas.
Para Malan, um valor que ainda não se firmou na sociedade brasileira
foi o do equilíbrio fiscal. Recentemente, os governos petistas elevaram em
cinco pontos percentuais do PIB as despesas e isso não pode ser revertido
rapidamente.
Na avaliação dele, até abril de 2006, a política econômica do governo
Lula não diferiu em nada da praticada pelo governo Fernando Henrique. A partir
daí, começou o aumento de gastos. Quando veio a crise de 2008, a aposta foi
dobrada. As políticas para evitar a recessão foram entendidas como uma licença
para continuar ampliando as despesas. No governo Dilma houve “perda total de
controle com subsídios e desonerações e a continuidade das apostas. Tudo era
possível porque desejável”.
O Brasil, segundo Malan, “tem um lado moderno e um lado anacrônico”. E
sua esperança é que o lado moderno prevaleça sobre o anacrônico.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário