Pedro, Ieda, Marli e Walfrido |
Por Zé Carlos
Ontem soube que o Walfrido Curvelo faleceu. Todos da minha
geração certamente o conheceram. Eu, talvez, fui quem o conheceu menos,
pessoalmente. Foram raras as vezes que nos falamos. No entanto, sei que agora,
com mais nitidez, que o homem, é ele e suas circunstâncias.
Foram tantas as coisas e pessoas que me vieram à cabeça
quando soube da notícia que resolvi, ao invés de só enviar os pêsames aos seus
familiares, escrever algo sobre as
circunstâncias do Walfrido, de quem até hoje, não sei se começa com V ou com W.
E já começo pelos fatos mais próximos, quando publiquei
neste blog uma referência ao seu nome, citado pela minha amiga Lucinha Peixoto,
num texto transcrito aqui neste Blog, semana passada, e que revela o pensamento
político do Walfrido. Dizia ela:
“Agorinha fui á minha
nova Caixa Postal e estava lá uma mensagem do Zé Carlos. Hoje já nos
comunicamos e ele deve ter notado minha aflição com a corrupção que assola
nosso país. Talvez por isso tenha me encaminhado um e-mail do Valfrido Curvelo,
que não conheço pessoalmente, como já falei, mas sempre me mandava suas
inteligentes mensagens diretamente. Agora Zé Carlos é o intermediário.
Nesta mensagem ele
reproduz uma frase atribuída a Ayn Rand, um filósofa russo-americana, dita lá
pela década de 1920, que é a seguinte:
“Quando você perceber que, para
produzir, precisa obter a autorização de quem não produz nada; quando comprovar
que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores; quando
perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo
trabalho, e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles
que estão protegidos de você; quando perceber que a corrupção é recompensada e
a honestidade se converte em auto-sacrifício; então poderá afirmar, sem temor
de errar, que sua sociedade está condenada”.”
Além de escrever Valfrido com V, a citação da Ayn Rand,
mostra quanto o Walfrido era engajado na boa luta política, apesar de, nunca
ter ouvido falar de uma candidatura sua aos cargos políticos tradicionais. Se o
fez, este fato está fora de meu conhecimento. O que foi uma pena!
E aí, volto para outras circunstâncias de nossa vida. Posso
dizer que conheci mais seu pai, o Zé Eudóxio e seu filho Renato, do que ele
próprio. O primeiro por ter sido muito amigo de um tio meu há muito e muito
tempo atrás, além de ser uma referência para quem vinha a Bom Conselho partindo
de Garanhuns: “Quando chegar na fazendo
de Seu Zé Eudóxio, você entra!”. Era quase uma placa de sinalização para ir
à terra, onde hoje, será enterrado o Walfrido. O segundo, o Renato, pelas
minhas andanças por lá, como blogueiro tardio, querendo que ele, na sua condição
de advogado, defendesse o anonimato como forma de expressão, que deve ser
livre, até que a lei não permita. E ele o fez com grande sapiência.
Além destas circunstâncias, só conheci o Walfrido pelos meios
de comunicação modernos, e tudo que soube é que foi um homem dedicado à sua
família, aos seus amigos e à sua terra, tendo como maior força a sua profissão
de Médico Veterinário. E é neste ponto que sinto mais a sua morte prematura (e
digo isto, porque éramos quase da mesma idade, e não se merece morrer só com
estes poucos anos). É que hoje tenho uma filha que é estudante de Veterinária,
e minha grande vontade era apresentá-la ao Walfrido como um dos luminares de
sua área. Infelizmente, não houve tempo de fazer isto. Foi uma pena!
Termino estas simples palavras com o que iria escrever
apenas para o seu filho, expressando os meus sentimentos pelo falecimento do
Walfrido a todos os seus familiares. Que Deus o tenha!
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P.S.: A foto acima foi tirada em um casamento em Bom
Conselho. Walfrido e três colegas do Ginásio São Geraldo, sendo uma delas minha
esposa, que foi sua colega, durante o curso ginasial.
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