Em manutenção!!!

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

POR QUE SEXO DÁ TANTO O QUE FALAR?




 Por Carlos Sena (*)

Por que sexo dá tanto o que falar? Sexo, só deveria dar. O que falar deveria ser prosa de amigos, de vizinhos, de conhecidos, de velhos companheiros. Por que sexo dá tanto o que falar? Sexo é pra se dar, não pra se falar. Mas em se falando, será que o povo faz sexo sem falar? Afinal, a oralidade dá panos pras mangas na hora do “babado” quando se faz o sexo. Sexo sem fala é silencio sepulcral que é rompido com os estampidos involuntários no lacre da falsa moral.

O sexto sentido vira sétimo quando o sexo se perverte dentro das laterais quadriláteras do quarto. Cena obscena em ato. Atormentados abalroamentos entre o côncavo e o convexo; entre sexo e nexo; entre prosa e verso que se balbucia quando tudo parece silenciar. Por que sexo não se dá apenas? Há penas a ser cumpridas na condenação do pecado venial que o corpo acelera no encontro das curvas diagonais. Gritos de grunhidos, ais de quem quase morre, mas se mantém vivo, diante dos devaneios ancestrais. O sentido da vida no sexo se refaz, embora o romantismo nos diga que tem que ser mais sendo menos; que tem que ser menos, mas sem digitais. O dá-me dá-me, toma lá, nem sempre nos reduz o prazer da feitoria. Sexo não vende pronto, mas feito gente usa caminsinha. Quero galo, quero falo, quero talo, quero rinha. Quero amor fresco em descompasso no cacarejar das galinhas. Quero pato quero rato, quero torta e trem na linha.

Acerto o sexo dos anjos no compasso das trombetas de Jericó. Levo a vida, levo a bíblia no conceito do amor maior. Faz-se sexo sem loló? O princípio de tudo é o inicio de nada. Nada além de uma nova alusão ao sexo perverso que ao amor se empresta. Depois nada mais há de restar, nem mesmo a réstea da parece que me delatava a esmo para que a minha solidão não se sentisse abandonada.

Por que sexo dá tanto o que falar?
Por que sexo não dá só o que fazer?
Digo eu em direção dos ventos uivantes o quê?
Salve eu e salve tu, salve o rabo do urubu.
Na esquina estou vestido
Na avenida fico nu...
Nuances do sexo bizarro, enquanto no carro tiro um sarro: se de um lado não estou, do outro não há ninguém. Junto nós nesse contexto e logo pisto: não vem que não tem...
 
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 (*) Publicado no Recanto de Letras em 22/11/2011

terça-feira, 29 de novembro de 2011

As pesquisas eleitorais e o Seminário Real do Bulandi - O processo de amostragem.




Por Zé Carlos

Hoje voltamos para apresentação de nossas notas provenientes do Seminário Real de Amostragem. Como vimos nos primeiros artigos desta série que pode ser vistos neste blog, neste último, estávamos num intervalo, para um pequeno lanche, pois o Rei percebera que o assunto era indigesto, principalmente, para enfrentá-lo com fome. Com todos agora reanimados por um cafezinho da safra do próprio reino, o cientista retomou sua fala, com a permissão real.

“Caro Rei,

Ficamos com o que se chamou de Intervalo de Confiança e Coeficiente de Confiança, que são coisas que devem ter ficado claras para prosseguirmos. Olhando nos olhos da plateia, já notei um blogueiro querendo dormir, e resolvi recapitular as ideias com um exemplo, envolvendo as próximas eleições entre Zé Abílio e Josino Villela. Já chamo a atenção, que se houver mais candidatos, o raciocínio é mesmo, só aumenta um pouquinho o custo e a complicação do modelo utilizado.

Vamos supor que num distrito do Reino haja apenas 5 eleitores. Isto não está muito longe de nossa realidade interiorana. Vamos supor que nosso orçamento só é suficiente para entrevistar 2 pessoas daquele distrito, e perguntar a ele em quem vota. Vemos que neste caso o que queremos obter é um proporção de pessoas que vota em determinado candidato. Para efeitos práticos e pelo vício do quantitativismo nestes levantamentos, vamos dizer que se, ao perguntar se o indivíduo votaria num determinado candidato, se ele disser “sim”, vamos dizer que sua resposta equivale a 1(hum), se disser “não” sua resposta equivalerá a 0 (zero).

Com sua inteligência, majestade, não é difícil de ver que cada amostra de 2 pessoas, produzirá um e só um resultado, depois de escolhida, por exemplo, se os dois forem ferrenhos opositores do Zé Abílio, ambos votarão no Josino Villela. Então para o candidato Zé Abílio o resultado da amostra seria  0% de votos enquanto para Josino Villela seria 100%. Mas, é fácil de imaginar outras possíveis amostras com resultados diferentes, neste caso particular, de 0%, 50%, e 100%, como resultados. Para cada uma delas haverá um erro em relação ao resultado das eleições que envolverá todos os 5 eleitores. Então, para o exemplo dado, onde o resultado é de 0% na amostra e no final da eleição encontrarmos um resultado de 50% de votos para cada um, haverá um erro de |0 -50| que será o “erro amostral”,  ou para facilitar, a margem de erro particular.

A pergunta que não quer calar é: De que vai depender este erro? O que temos em mãos é apenas uma estimativa do resultado baseado em duas pessoas e o verdadeiro resultado, a priori, só Deus sabe, e a posteriori, a amostragem não nos interessa mais. O que fazer então?

Os meus colegas descobriram que mesmo que não saibam antes qual proporção vai aparecer nas urnas, eles podem saber como esta proporção se comporta em nossa imaginação estatística, dizendo que sabem que se pegarmos todas as amostras e elas tiverem um tamanho razoável elas se comportam de forma “normal”. V.M. me perdoe por não explicar aqui com detalhes o que seja uma forma “normal”, ou distribuição normal, pois para isto estou oferecendo um curso introdutório de Estatística para os assessores de V.M.. Mas, posso dizer que é esta “normalidade” que me garante quanto eu posso errar num processo de amostragem sem perder a cabeça para as espadas dos carrascos de V.M.

Com ela, a normalidade, eu posso dizer que há uma chance ou probabilidade que se pode calculara a priori, e que me diz o risco de encontrar uma amostra cujo resultado possa ou não pertencer a um intervalo que será em parte fixado por mim ou por V.M. Isto já está tudo tabelado pelos meus colegas, e está nos livros (não deixem de fazer meu curso depois). Para um determinado grupo de pessoas que são “amostradas”, eu posso dizer qual a probabilidade que tenho de ao escolher duas pessoas, o resultado de suas respostas ou não esteja dentro daquele Intervalo de Confiança, e que significa que, mesmo errando o rei não pode me cortar a cabeça. Mesmo assim, sempre há uma chance de perdê-la, mas este é o meu risco e é também o de V.M. ao usar uma pesquisa para tomar decisões.

Tomar decisões com base em pesquisa é como “contar com o ovo antes de ser posto”, sempre há uma chance dele ser posto quadrado, embora seja pequena. Mas, se permite V.M. “passarinho que come pedra deve saber em detalhes sua anatomia” para não sofrer muito depois.

Agora veremos, se entendido tudo até aqui, quais as outras coisas que podem interferir nesta margem de erro, além da normalidade descoberta pelos estatísticos, que, apesar de já terem estudado outras formas, a normal, é a melhor para apresentação em seminário como estes.”

Neste ponto, quem já estava dormindo, ou quase, era o Rei. Alguns blogueiros reais já ressonavam, enquanto eu, mal aguentava a caneta na mão para anotar. E foi ouvida outra vez a voz grossa de Sua Majestade:

- Senhores, mesmo que estejamos todos com bastante atenção, é uma verdade insofismável de que “saco vazio não se põe em pé”,  vamos ao café.

Eu, na medida do possível estou publicando estas notas, uma para cada intervalo do seminário. Penso ser mais produtivo, do que publicá-las todas de uma vez. Então até a próxima.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Política e doença: O Chaves e o câncer




Por Zezinho de Caetés

A Veja da semana anterior não trouxe nada que pudesse demitir outro ministro mas trouxe um reportagem sobre a saúde do Hugo Chaves, que se verdadeira, não o teremos por muito tempo neste mundo.

Para nós, analistas políticos, também é difícil falar sobre doenças de políticos, pois quando ele adoecem, geralmente, tornam-se quase santos, e quando morrem, ou se tornam anjos ou demônios. Mesmo assim resolvemos comentar um pouco a reportagem da revista e cumprir o nosso dever.

O faremos em forma de pastoril, sem querer menosprezar a doença de alguém, pelo qual como o pessoa, sempre desejaremos que ele viva muito para pagar os pecados seus (dele), e aqui na terra. Então, no que segue abaixo, o que está em vermelho é da revista Veja, e o que está em azul é o que eu escrevo.

Há um mês, o presidente venezuelano Hugo Chávez beijou a imagem de gesso do médico José Gregorio Hernández (1864-1919), idolatrado como santo em seu país, em agradecimento à “cura” de seu câncer. Jogo de cena. A foto acima, feita duas semanas atrás, desvela a realidade. O rosto inchado, a pele ressecada, a ausência de cabelos e o aspecto cansado compõem o retrato de um homem doente, muito doente. “Sua aparência mostra que o tratamento continua, e que o câncer ainda está ativo ou poderá voltar”, diz o oncologista Ademar Lopes, de São Paulo. Essa avaliação é reforçada por um conjunto de relatos detalhados da evolução do câncer de Chávez, produzidos por fontes da Venezuela, aos quais VEJA teve acesso. Segundo tais relatos, ele não só segue doente como seu quadro clínico se complica a cada dia. O câncer, que estava restrito à próstata e ao cólon, há muito se espalhou, com metástases nos ossos. As fontes venezuelanas, apoiadas em exames médicos, afirmam que a sobrevida de Chávez dificilmente superará um ano. O tirano, que governa a Venezuela por doze anos, amarga um crepúsculo antecipado. Nas eleições presidenciais de outubro do ano que vem, ele poderá não estar presente.

Por mais que alguém não concorde politicamente com alguém, jamais se pode desejar sua morte. A atividade política não é uma guerra e sim, talvez, a melhor forma para evitar uma. Assim como a diplomacia, a política é, ou pelo menos deveria ser, um recurso dos seres humanos para viverem em paz e com saúde. Nem sempre isto acontece, como estamos cansados de saber. Mesmo assim é muito triste ler algo assim a respeito do Hugo Chaves. Preferimos analisar o caso, como se ele fosse se afastar do governo venezuelano e de influir na política latino-americana. E vendo assim, seu afastamento seria bom. Não podemos ser hipócritas nem no câncer. Hipocrisia é o câncer das relações sociais e deve ser evitada a qualquer custo, principalmente, no campo político.

O primeiro a alertá-lo sobre a gravidade de seu problema de saúde foi um médico espanhol, em janeiro. Na ocasião, Chávez já convivia fazia mais de um ano com sintomas que apontavam para a existência de um tumor na próstata. O venezuelano, contudo, postergou a realização dos exames sugeridos. Em maio, o primeiro sinal de saúde frágil se tornou visível. Chávez apareceu em público apoiado em uma muleta. De acordo com a versão oficial, a causa era uma lesão no joelho. A dificuldade para andar tinha outro motivo, segundo os relatos obtidos por VEJA: o avançado estágio do câncer nos ossos. No mês seguinte, Chávez foi internado em um hospital de Havana, em Cuba, para extirpar o tumor na próstata. A intervenção cirúrgica, não recomendada para casos de neoplasia nessa glândula com metástase, pode ter sido um erro médico gravíssimo que acelerou a disseminação do câncer. Uma segunda cirurgia foi feita dez dias depois, conforme disse o próprio Chávez. Desse ponto em diante, a terapia passou a ser comandada por médicos europeus, com equipamentos importados. Os cubanos foram relegados ao papel de observadores.

O primeira obrigação de um político ou homem público com o seu povo é tratar de sua saúde, pois não há como liderar os outros quando não há controle sobre seu próprio corpo. Temos muitas notícias de governantes que adoeceram no poder e até morreram nele, mas evitar o que se pode evitar de mau para todos, inclusive ele, é o dever de todo governante. Muitos alegam legitimamente os deveres do Estado para assim se comportarem, e talvez seja este o motivo do Chaves ter assim se comportado mas, só complicou as coisas para ele mesmo, e dentro do seu ponto de vista de ser eterno no poder para servir ao seu povo, foi uma atitude equivocada.

O visual inchado de Chávez dos últimos dias, com o queixo emendando no peito, pode ser lido como uma evidência de que o tumor da próstata já teria alcançado o reto (a parte final do intestino), comprimindo as vias urinárias, ou como um efeito dos corticoides usados na quimioterapia. O urologista Fernando Almeida, da Unifesp, e os oncologistas Sergio Azevedo, da UFRGS, e Samuel Aguiar Junior, do Hospital A.C. Camargo, em São Paulo, fizeram uma análise crítica dos relatos obtidos por VEJA. De acordo com eles, alguns procedimentos citados não condizem com o tratamento-padrão de um câncer de próstata. Tumores originados nessa glândula, por exemplo, não requerem quimioterapia - e Chávez já enfrentou quatro sessões. Segundo as fontes da Venezuela, o uso da quimioterapia se deve ao aparecimento de um câncer no cólon, que perfurou a parede do intestino e provocou uma infecção. O tumor no cólon também explica a segunda cirurgia. A possibilidade de aparecerem dois tumores simultaneamente é rara, mas não impossível. Como os sintomas foram menosprezados por mais de um ano, as células do câncer de próstata se espalharam para os ossos, o que foi detectado numa análise citológica. Em agosto, os médicos concluíram que o tratamento em duas frentes, com quimioterapia e radioterapia, fracassou. Cogitou-se, então, a transferência de Chávez para um centro de oncologia na Europa. Ele recusou a proposta. Em setembro, fez sessões em uma clínica montada na ilha La Orchila, onde está localizada uma casa de praia da Presidência.

Não posso e não devo entrar aqui nos aspectos técnicos da doença. Mas vale um comentário sobre o progresso da ciência médica no mundo. Todos sabemos que este progresso é mal distribuído e sua existência depende muito da difusão do conhecimento técnico e inovador em cada área. Evitar um tratamento em uma região por motivos políticos, é por si só uma forma de irresponsabilidade, na maioria da vezes. Mas, o Hugo Chaves é conhecido por suas bravatas políticas, e não poderia deixar de agir assim, mesmo em vista de seu estado de saúde já se agravando. Muitos podem dizer que é um ato de bravura, mas pelas consequências pessoais do seu projeto de poder, acho que foi apenas burrice, a recusa em se tratar na Europa.

No fim de outubro, Chávez tomou uma decisão surpreendente, segundo as fontes da Venezuela. Informado da gravidade de sua doença, preferiu não se submeter a um tratamento mais agressivo, que certamente o tiraria das atividades públicas. Optou por receber uma terapia mais leve. Ainda assim, teve de abandonar o programa dominical Alô Presidente e os discursos intermináveis. Agora, raramente sai de Caracas. Prevendo não concorrer às próximas eleições por motivo de saúde, Chávez escolheu como substituto o chanceler Nicolás Maduro. Ele é o único integrante do governo que conhece toda a verdade sobre a doença do chefe. Em 2012, Maduro deparará com uma oposição organizada e vigorosa. Sete candidatos na casa dos 40 anos participarão de uma eleição primária em fevereiro, para a escolha do nome a enfrentar o chavismo. Embora a doença tenha elevado em oito pontos porcentuais a popularidade do governo, a empatia não se converteu em apoio político. Para 52% dos venezuelanos, o preferido no próximo pleito é um opositor.

Dependendo do grau com que isto vem ocorrendo, isto é, o grau de influência de uma doença de um candidato sobre o eleitorado, se algum dia o Chaves pensou em esconder (ou mesmo alardear) suas condições de saúde para influir no eleitorado, a dose deve ter sido excessiva. E isto não deve ficar restrito ao caso de Hugo Chaves. Não há um automatismo entre doença e voto. Isto depende muito da percepção da população, que não chego ao exagero de dizer que pensa, mas digo que percebe até onde vai a matreirice de alguns. O tiro pode sair pela culatra.

Em Havana, Chávez recebeu tratamento no Centro de Investigaciones Médico-Quirúrgicas (Cimeq). Seus leitos são reservados para membros do Partido Comunista, militares e artistas do país. Embora seja considerado o melhor da ilha, o Cimeq tem tomógrafos com mais de dez anos de uso e outros aparelhos que são pequenos “frankensteins”, montados com peças de equipamentos antigos holandeses e franceses. Há três anos, um cardiologista do Cimeq teve um tumor no pâncreas e veio a São Paulo se tratar. Suas despesas foram pagas por um mês pelo governo da ilha. Um telegrama da missão diplomática americana de 2008, divulgado pelo WikiLeaks, afirma que o chefe do Cimeq, um neurocirurgião, foi à Inglaterra fazer uma cirurgia no olho e, desde então, retornava periodicamente para acompanhamento.

Talvez este tenha sido o principal erro do Hugo Chaves. Por sonhar com o socialismo, acreditar que a medicina socialista de Cuba pudesse fazer algo por ele. A excelência da medicina e da tecnologia médica, quase sempre fugiu dos países ditos socialistas. Dizer o contrário foi mero fruto da propaganda. Foi no mundo ocidental capitalista que a ciência mais se desenvolveu, e na área médica, isto ainda é verdade. A medicina cubana está apenas nos estertores, como qualquer outra atividade que se diz socialista naquele país. Não são só os equipamentos médicos que estão em petição de miséria. Basta ver um fotografia recente de Havana. Vejam, os carros, os prédios, as roupas, as ruas, desde que não estejam perto dos pontos turísticos, onde cubanas se vendem por um dólar a mais. Mas penso que o Hugo Chaves não foi para lá por isso, e sim pelo que o jornalista da Veja escreve no vermelho seguinte.

Como presidente da Venezuela, país com a quinta maior reserva de petróleo do mundo, Chávez encontraria tratamento adequado em seu próprio país. Ou poderia seguir o exemplo do paraguaio Fernando Lugo, que trata um câncer linfático no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, desde o ano passado. No início de julho, o chanceler venezuelano Nicolás Maduro esteve no Brasil para consultar médicos brasileiros e preparar uma possível vinda de Chávez. O preço a pagar por essa opção seria que, muito provavelmente, os detalhes de sua doença não ficariam em segredo. Em uma democracia consolidada, eles quase não existem. A luta da presidente Dilma Rousseff e agora a do ex-presidente Lula são conhecidas em minúcias por todos os brasileiros. Chávez lida com sua doença da mesma maneira que administra seu país: sem transparência e ignorando os sinais de deterioração. No ano passado, a inflação foi de 28% e o PIB caiu 1,5%. Caracas tem a maior taxa de homicídios da América Latina: 122 mortos por 100.000 habitantes. Cartunistas são presos por fazer uma simples piada. Disposto a acelerar o que considera uma revolução inédita e apaixonado pela crença na própria infalibilidade, Chávez recorreu, na ideologia e na medicina, aos cubanos. Com isso, não curou seu país, nem a si próprio.

Pelo menos, neste aspecto o meu conterrâneo Lula está sendo mais esperto. Ao invés de tentar esconder sua doença por motivo políticos, ele a mostra pelo mesmo motivo. Mas,  leva uma vantagem sobre o Hugo Chaves, está se tratando no Hospital Sírio-Libanês, onde tem grandes chances de ficar curado. Imaginem se ele, em solidariedade ao companheiro Fidel, tivesse ido para Cuba?! Sem desejar nada de mau para ninguém, mas, o Zé Dirceu iria, mesmo que eu o quisesse sendo tratado no SUS, por lhe desejar o bem.

domingo, 27 de novembro de 2011

A semana - E o ministro chorou!




Por Zé Carlos

Apresentamos mais um resumo da semana com o humorado filme da UOL. É difícil ficar sério mas os assuntos são sérios. Quando tratados com humor, ficam mais sérios ainda. É ministro chorando, americano pedindo desculpas ao Brasil, Dilma manda o povo consumir enquanto é atacada pelo Bolsonaro que a chama de homossexual, ou, pelo menos insinua isto.

Vamos rir então. É o melhor remédio. Vejam abaixo o resumo do filme e logo em seguida o próprio. E curtam o fim de semana.

No Escuta Essa!, mais uma declaração polêmica do deputado federal Jair Bolsonoro (PP-RJ). Desta vez, ele insinuou que a presidente Dilma Rousseff é gay. Já o ministro das Cidades, Mário Negromonte, chorou após receber o apoio de colegas na Bahia. A pasta comandada por ele é alvo de denúncias de fraudes em obras da Copa de 2014. Políticos e autoridades tentaram dar explicações sobre o vazamento de petróleo na bacia de Campos, no Rio de Janeiro. A empresa norte-americana Chevron, responsável pela perfuração na área, teve suas atividades suspensas no Brasil.”

Mais um para declarar amor à presidenta?


Mário Negromonte (Ministro das Cidades)


Por Zezinho de Caetés

Eu estava lendo ontem os blogs e, num deles vi que a senadora Serys Shessarenko (PT) havia apresentado um Projeto de Lei que determinava o uso obrigatório da flexão de gênero, para nos dirigirmos às pessoas, o qual nos obrigaria a nos dirigir à presidenta Dilma Rousseff como “presidenta”, ficando proibida a expressão “presidente”. Pasmem, este projeto é de 2009 e ainda está na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, pronto para votação.

Imaginem senhores a perda de tempo dos congressistas com assuntos que já foram superados até por nós aqui da AGD que, desde o Blog da CIT, resolvemos seguir o conselho da Lucinha Peixoto, que propôs chamar a Dilma sempre “presidenta” e guardar o, não necessariamente mais correto, mas o mais sonoro “presidente” para quem realmente tem condição de sê-lo.

Imaginem os senhores que não chegamos nem do fim de semana e já temos outro ministro, agora o das Cidades, dependurado nas falcatruas. “O Ministério das Cidades, com aval do ministro Mário Negromonte, aprovou uma fraude para respaldar tecnicamente um acordo político que mudou o projeto de infraestrutura da Copa do Mundo de 2014 em Cuiabá (MT). Documento forjado pela diretora de Mobilidade Urbana da pasta, com autorização do chefe de gabinete do ministro, Cássio Peixoto, adulterou o parecer técnico que vetava a mudança do projeto do governo de Mato Grosso de trocar a implantação de uma linha rápida de ônibus (BRT) pela construção de um Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT).” É o que constata o jornalista Leandro Colon do Estado de S. Paulo e ainda vai além, depois de transcrever uma fita de áudio onde mostra os transmites sonoros da fraude: 

Com a fraude, o Ministério das Cidades passou a respaldar a obra e seu custo subiu para R$ 1,2 bilhão, R$ 700 milhões a mais do que o projeto original. A mudança para o novo projeto foi publicada no dia 9 de novembro na nova Matriz de Responsabilidades da Copa do Mundo.

Para tanto, a equipe do ministro operou para derrubar o estudo interno de 16 páginas que alertava para os problemas de custo, dos prazos e da falta de estudos comparativos sobre as duas mobilidades de transporte.

O novo projeto de Cuiabá foi acertado pelo governo de Mato Grosso com o Palácio do Planalto. A estratégia para cumpri-lo foi inserir no processo documento a favor da proposta de R$ 1,2 bilhão.

Numa tentativa de esconder a manobra, o "parecer técnico" favorável ficou com o mesmo número de páginas do parecer contrário e a mesma numeração oficial (nota 123/2011), e foi inserido a partir da folha 139 do processo, a página em que começava a primeira análise.

O analista técnico Higor Guerra foi quem assinou o parecer contrário. Ele era o representante do ministério nas reuniões em Cuiabá para tratar das obras de mobilidade urbana da Copa - a última, em 29 de junho.”

E agora presidenta? O que fazer?  São 5 demitidos, um se segurando pelo amor, e agora outro que não tem ainda onde se segurar. Aí lá vou eu tentar escrever alguma coisa sobre a situação da presidenta, mas infelizmente, mais uma vez, não posso. Não dá para criar em cima do óbvio e com tantos jornalistas bons para escrever sobre o assunto. Portanto, deixo-lhes mais um vez longe de mim e com o Ricardo Noblat, que se não disse tudo, disse o essencial sobre a situação da presidenta.

Só para vocês não sentirem muita saudade de mim, eu pergunto, junto com quem ainda está desatualizado: Se não demitiu o Lupi, com a senhora presidenta vai poder demitir alguém de um partido maior, como o PMDB, o PP ou o PT? E agora com o Mário Negromonte do PP, como será?  Fiquem com Ricardo Noblat e eu nem volto. Quem sabe a Veja traz outro.

“* E então? Dilma vai esperar a reforma ministerial de janeiro para se livrar do ministro das Cidades? Ou antecipará sua demissão?

* Por que é sempre a imprensa que descobre roubalheiras no governo? Por que o governo não se antecipa e descobre?

* Escrevi aqui outro dia que este governo apodreceu. Pois não é que aprodreceu mesmo? E não completou nem um ano... Estou pasmo!

* Uma saída para que o ministro das Cidades não tenha que sair logo do governo: diga "Eu te amo, Dilma!" Vai, Negromonte, diz "Eu te amo, Dilma!". Não custa nada. E pode dar certo.

* Como são as coisas... A imprensa descobre roubalheiras no governo - o governo, não. Depois o governo diz que a imprensa quer mandar nele. Pode?

* Balanço: cinco ministros caíram até aqui por suspeitas de corrupção. Um disse "Eu te amo, Dilma!" - e ficou no cargo. Tem mais um para cair. Portanto: cinco no chão e dois gravemente avariados. Tudo em menos de 11 meses. Que tal? É ou não é um espanto?

* Sabe que sinto pena de Dilma? Ela herdou de Lula os ministros que caíram e os que estão pendurados. Não conhecia nenhum deles. Não imaginava que fossem capazes de aprontar tanto. Foi pega de surpresa - essa é que é a verdade. E o pior: por ora não poderá ir se queixar ao chefe enfermo.

* Para ser coerente, depois de ter segurado Lupi e assim "provado" que manda no governo e não obedece à imprensa, Dilma está obrigada a segurar também Negromonte, ministro das Cidades. E a rezar para que até a reforma ministerial de janeiro não apereça nenhum outro ministro metido em roubalheira.

* No que dá perder a coerência... Ministro suspeito de promover ou fechar os olhos a irregularidades era demitido por Dilma depois de duas ou três semanas de exposição em praça pública. Dilma suspendeu a escrita com Lupi. Aí aparece o ministro das Cidades no meio de uma das maiores safadezas descobertas até hoje. Ficará no governo até a reforma ministerial de janeiro? Será demitido - e Lupi não?”

sábado, 26 de novembro de 2011

REVISTA DA APL

ACADEMIA PERNAMBUCANA DE LETRAS



Por José Antonio Taveira Belo / Zetinho

Recebi de presente a Revista da Academia Pernambucana de Letras de nº 38, do meu amigo olindense Amadeu, referente às atividades dos Acadêmicos nos anos de 2002, 2003 e 2004 e Outubro de 2005, tendo à capa estampada as fotos dos acadêmicos LUIZ DE MAGALHÃES DE MELO (+27/03/2003 Cadeira nº 03 sucessor Alves da Mota, JOSÉ ANTONIO GONÇLALVES (+07/01/2002), LUIZ MARINHO – Cadeira nº 39 (+03/02/2002), JOSÉ WAMBERTO P. DE ASSUNÇÃO – (+ 23/07/2002) Cadeira nº 31 sendo sucedido  por Fátima Quintas, BARTOLOMEU ALVES DA MOTA (+08/07/2004) sucedendo Antonio Correia de Oliveira.

A revista acima aludida nos informa sobre as atividades da Academia Pernambucana de Letras – APL, nos anos acima mencionados trazendo trabalhos dos acadêmicos e de colaboradores. Nesta Revista são organizada e comentada o “Ano Literário de Luiz Delgado – 2004, pelo Acadêmico Luiz Varejão; Homens e Idéias, com vasto trabalho apresentados por vários acadêmicos, com um prefacio inédito do saudoso Acadêmico Nilo Pereira, Wamireh Chacon com o Coronel, Coronéis; Poesia dos poetas Francisco Bandeira de Melo, os poemas “O sol amargo e A Orfeu, de Marcus Accioly, com a Sextina a Marcos Villaça, atualmente Presidente da Academia Brasileira de Letra – ABL; Discursos de Posse dos acadêmicos Manoel Correia de Andrade, Alvacir Cardoso, Fátima Quintas e Bartolomeu Alves da Mota; discursos de recepção dos novos Acadêmicos; os nossos mortos, homenageados na capa da Revista; os vultos da a Academia, trazendo Fernando e Amaro Quintas; as cartas de Carneiro Vilela, fundador da Academia Pernambucana de Letras para o confrade Arthur Orlando; de José Luiz Delgado, ex-presidente da ABL para o acadêmico Jarbas Maranhão e de Jarbas Maranhão para os acadêmicos Waldenio  Porto (atual presidente da APL) e Lucilo Varejão Filho e finalmente abordando as Memórias de Ontem e de Hoje.

Faz gosto a gente ler estes pronunciamentos dos nossos acadêmicos mortais e imortalizados pelas Letras que deixam um grande legado para as gerações que se dispõe a pesquisar as literaturas pernambucanas, já tão bem escritas por outros colaboradores. Aprender com quem sabe é uma sabedoria notável que nos injeta uma condição melhor de vida. Cada um tem esta possibilidade, depende de cada um em procurar fontes que aumente o nosso conhecimento, bem como, se deliciar com as palavras e contos de pessoas cultas.

Tenho em minha pequena biblioteca alguns exemplares da Revista da Academia Pernambucana de Letras, doadas ou presenteadas pelos acadêmicos que já se foram para a presença de Deus, os acadêmicos Vlademir Maia Leite, Nilo Pereira, Luiz Magalhães de Melo, Potiguar de Matos, que os guardo com muito carinho. 

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

25 de Novembro, dia internacional pela eliminação da violência contra a mulher




Por Socorro Godoy

Em 1999, as Nações Unidas (ONU) designaram oficialmente 25 de Novembro como Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher.

A data está relacionada com a homenagem a Tereza, Mirabal-Patrícia e Minerva, presas, torturadas e assassinadas em 1960, a mando do ditador da República Dominicana Rafael Trujillo.

 A violência contra mulheres e meninas é possivelmente a violação de direitos mais tolerada socialmente. Ela é um problema mundial e afeta as mulheres de todas as idades, pertencentes a todas as etnias, raças, nacionalidades e contextos socioeconômicos. Transcende todos os níveis renda, classes e culturas.

As mulheres vêm lutando pela sua emancipação, política, econômica e pessoal ao longo dos séculos. Entretanto, mesmo com os avanços conquistados, com a participação da mulher nos diversos espaços da sociedade, ainda somos vistas e muitas vezes tratadas como seres inferiores, o que permite especialmente aos homens, o direito de ter a mulher como sua propriedade, como objeto. Não é a toa que as mulheres estão sempre relacionadas ao objeto do desejo, como carros, cerveja, etc.

A violência praticada contra mulheres quer seja por meio de estupro, mortes, mutilações têm demonstrado quão tem se fortalecido no interior da sociedade a permissividade de que na relação tudo pode, a idéia de que o homem bate, mata e mutila em nome do amor. Mas que sentimento é este? O da propriedade, fator determinante na sociedade capitalista, de consumo, onde o individuo suprime a coletividade.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS, 2005), uma em cada três mulheres em todo o mundo tem sido espancada, assediada sexualmente ou tem sofrido outro tipo de abuso em sua vida (sendo o culpado, geralmente um conhecido);

Estas violações como qualquer outra que diga respeito a vida das mulheres tem encontrado grande reforço naqueles setores que até hoje só tem se beneficiado com o tratamento despendido as mulheres, especialmente as mais pobres, principais prejudicadas.

Ações necessárias e urgentes

O combate a todas as formas de violência contras as mulheres e meninas só terá resultado positivo, quando a mulher assumir para si a vigilância e o combate a todas as formas de violência. Somando-se a isso, as ações governamentais devem vir articuladas com políticas públicas voltadas para as mulheres em situação de risco, como as casa abrigo, a instrumentalização das delegacias de mulheres e leis que garantam a punição efetiva dos agressores com o cumprimento da Lei Maria da Penha e os Estados assinando o Pacto Nacional de Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres.

De maneira semelhante deve agir o movimento sindical no combate a violência contra as mulheres, através de ações de combate e de pressão junto aos governantes para implementação de políticas públicas que venham no sentido de inibi-las, combatê-las e assegurar a vida dessas mulheres; no espaço do trabalho, local onde a violência ocorre com outra “cara”, muitas vezes de forma velada, através da discriminação, do tratamento diferenciado dado a homens e mulheres que exercem a mesma função e no acesso desigual ao trabalho. A nossa tarefa urgente é: VIOLENCIA CONTRA MULHER TOLERANCIA NENHUMA!!!

A violência contra a mulher é um problema complexo, que não se resolverá de forma simplista. Encontrar soluções representa um enorme desafio para o movimento feminista, para as mulheres em geral, e para todos os segmentos da sociedade. Tal como o problema do racismo, é um problema de todos e de nenhuma raça em particular, também, o problema da violência contra a mulher, é um problema de todos e não apenas das mulheres.

A violência contra a mulher, é também, um problema de saúde pública, na área educacional, é preciso lutar por uma educação não sexista.

É necessário desenvolver uma rede de casas abrigo. Oferecer qualificação e formação de recursos humanos, visando melhorar a qualidade do acolhimento.

Finalmente, torna-se necessário travar uma luta, em todas as frentes, contra os preconceitos, estereótipos e tabus, que contribuem para difundir uma visão de subalternidade da mulher e, desse modo, legitimar a violência.

Neste 25 de novembro, chamamos a todas e todos ao compromisso cotidiano de combate a violência contra as mulheres em todas as suas formas e dimensões.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

ESPIRITUALIDADE - Porque o acaso não existe.




Por Carlos Sena (*)


Por que uma pessoa nasce em berço de ouro, enquanto outra nem sequer berço tem? Por que há tantos delinqüentes com saúde perfeita e tantas pessoas “do bem” presas a cadeiras de rodas ou doenças incuráveis? Por que há tanta roupa sobrando nos armários e tantas pessoas sem nenhuma pra usar e se defender do frio e das chuvas? Por que há tantos parlamentares roubando milhões e nunca vão pra cadeia, enquanto tantos pobres lá estão porque roubaram um pão, uma margarina no supermercado? Por que geralmente a justiça perde para a iniqüidade, a saúde para a doença, a vida para a morte, o bem para o mal? Por que tanto sofrimento na face da terra? Por que há tanta dificuldade na evolução do ser humano?

Compreender estas e outras perguntas é se imiscuir num mundo de mistérios. Mistérios que as igrejas e seitas, geralmente se apresentam com formas e receitas prontas para definir o mundo, a vida e o destino das pessoas. Desde que o mundo é mundo e que os homens existem na face da terra que ele ruma, gradativamente em processos evolutivos. Se hoje vivemos a civilização do amor trazida por Jesus Cristo, um dia tivemos a lei do “dente por dente e olho por olho”... Três mil anos depois de Cristo, a humanidade se pergunta sem resposta acerca de diversas diferenças e acontecimentos com o ser humano em função do seu destino. Criou-se céu, inferno, purgatório. Criou-se novo testamento e já existia o velho. O homem chegou a lua, descobriu parte do universo, criou conforto material e evoluiu na ciência, revolucionou a medicina, dentre outras coisas, mas parece que não cresceu tanto na sua relação com o outro e com a espiritualidade. Valores simples como a solidariedade e o perdão, ainda são sentimentos que a humanidade não domina nem sequer compreende sua essência. Em pleno terceiro milênio, fazemos guerra pela paz e o nosso egoísmo parece que nunca deixou de ser como permanece hoje.

A doutrina espírita tem nos dado sérias contribuições para compreensão da vida na terra. Seus revolucionários conceitos estão, a cada dia, caindo no entendimento de muita gente que, disposta, começa a estudar e se espiritualizar diante de agruras particulares ou coletivas. O espiritismo, enquanto doutrina não se digladia com religiões, seitas, e outras crenças. Ele se reconhece, inclusive, nos conflitos que produz quando divulga sua conduta objetiva diante da vida e da morte.

A era de Aquário em que vivemos, tem nos remetido muito a diversos estados de consciência crítica acerca do que somos nesta vida e do que vivenciamos nela, a despeito de tudo que sabemos e questionamos acerca do que se passa conosco e com pessoas do nosso meio de amizade. A INTUIÇÃO – essa conselheira de primeira grandeza, aos poucos vai se conduzindo no contexto sério e isento de outras ilações mesquinhas. A espiritualidade se expressa em diversas formas, dependendo do grau de merecimento e crescimento de cada um. Acredito que quanto mais a gente se desliga de sentimentos como ciúme, vingança, injustiça, adentramos no universo do amor e do perdão e da caridade. Afinal, são estes os pilares do espiritismo e que poucos são os que acreditam nessa fórmula simples que, permanentemente, temos condições de exercitar.

Outros revolucionários conceitos espiritistas como REENCARNAÇÃO, CARMA e DIVIDAS de vidas passadas, são por demais condenados por diversas instituições religiosas, bem como por pessoas tidas e respeitadas por seus valores intelectuais e sociais. Mas a doutrina espírita não se confronta com tudo que acerca dela é colocado como empecilho ao seu entendimento. Parte-se do princípio de que “tudo tem seu tempo”, como no sermão da montanha foi tão bem delineado. Com certeza que fica difícil entender que alguém morre e volta depois no corpo de outra pessoa. Qualquer tentativa de explicação vai cair na vala comum de que “contra fatos não existem argumentos” – afinal, ninguém nunca, depois de morto, voltou pra dizer como é lá em “cima”. As questões do CARMA e dela derivadas, seguem em pela sintonia da REENCARNAÇÃO para se obter a compreensão holística do processo.

Diante disto, este pobre texto não pretende levar ninguém a modificar seu pensamento acerca. Contudo, algumas evidências nos parecem fortes: a) se, diante das indagações feitas no inicio, a resposta fosse que tudo aquilo foi permissão de Deus, certamente estaríamos falando de um DEUS vingativo. Afinal, permitir que alguém nasça em berço de ouro, enquanto outros nem berço têm, seria uma tremenda injustiça. Mas Deus não é injusto. Talvez nós é que não temos a capacidade suficiente do entendimento de tudo. Afinal, “há mais mistérios entre o céu e a terra do que nossa vã filosofia possa imaginar”... Também não creditamos nada ao fatalismo, nem ao determinismo, pois se isto fosse verdadeiro, nosso LIVRE ARBÍTRIO estaria comprometido.

Verdade é apenas a existência de cada um com suas peculiaridades. A vida é dom de Deus, independente da forma que Deus entre em nossa vida. De fato, a cada Dele tem várias moradas e talvez nisto, resida os seus mistérios. Certamente que vivemos na terra “pagando”. A forma dessa dívida não me compete dessecar nem teríamos essa competência. Nosso destino, traçado ou não por nós, é o caminho que seguimos sem que o fatalismo nos monitore. Melhor ouvir o grito da nossa consciência, da nossa INTUIÇÃO. Exercitemos e prossigamos com nossas duvidas e com nossas certezas, mas com a convicção de que o ACASO NÃO EXISTE.

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(*) Publicado no Recanto de Letras em 18/11/2011

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Resultado da enquete de Rejeição - e uma nova enquete




Por Zé Carlos

Durante um longo período, Bom Conselho, de fora e de dentro, votou para dizer quem não queria verem sentados na cadeira maior do Palácio Municipal, e que irá habitar a Galeria dos Prefeitos recentemente implantada no prédio pela prefeita Judith Alapenha. Abaixo está o resultado por ordem alfabética, dos 381 votantes.

Alípio Soares     220 (57%)
Cleonides Tenório          121 (31%)
Daniel Brasileiro Filho    120 (31%)
Danilo Godoy    129 (33%)
Dr. Daniel Brasileiro        115 (30%)
Dr. José Arnaldo Amaral              223 (58%)
Dr. Sales              218 (57%)
Emanuel Tenório Luna  297 (77%)
Francisco Alexandre (Piúta)       248 (65%)
Frei Zito               208 (54%)
Gilmar Aleixo    139 (36%)
Hélio Urquiza    211 (55%)
José Maria Taveira          238 (62%)
Monsenhor Nelson Brito             110 (28%)
Paula Frassinete              280 (73%)
Petrúcio Borges               164 (43%)
Zenício dos Santos          121 (31%)

Queríamos escrever um pouquinho sobre este resultado, que é diferente daquele apresentado por nós há alguns dias em nossa página “Avisos e Comunicações”. O total de votos lá está diferente daquele aqui apresentado (lá 395 e aqui 381). Já afirmamos que, nestas enquetes a única coisa que temos controle é o fazê-las, depois vem a metodologia do Blogger de contagem e apuração. Não sabemos para onde foram os votos que fazem a diferença acima. Se alguém tem alguma explicação nos envie (agazetadigital@citltda.com). Mas como a classificação não foi alterada, para nossos propósitos e dos votantes, nada muda.

Abaixo estão os resultados em ordem crescente, pelo nível de rejeição. E a seguir fazemos alguns comentários sobre eles, sempre partindo do pressuposto de que houve completa lisura na votação, contagem e apresentação dos votos. Recebemos alguns comentários sobre pessoas que vão as “lan houses” votar, ou que usam computadores de amigos. Mas, já dissemos que estas formas de votação são válidas nas enquetes. Igual nos processos eleitorais oficiais, sempre os candidatos correm atrás dos votos,  correndo atrás dos eleitores. Como aqui os eleitores são computadores, nada mais normal do que correr atrás deles, e nas “lan houses” há muitos eleitores a serem conquistados. Nada de mau.

Monsenhor Nelson Brito             110 (28%)
Dr. Daniel Brasileiro        115 (30%)
Daniel Brasileiro Filho    120 (31%)
Cleonides Tenório          121 (31%)
Zenício dos Santos          121 (31%)
Danilo Godoy    129 (33%)
Gilmar Aleixo    139 (36%)
Petrúcio Borges               164 (43%)
Frei Zito               208 (54%)
Hélio Urquiza    211 (55%)
Dr. Sales              218 (57%)
Alípio Soares     220 (57%)
Dr. José Arnaldo Amaral              223 (58%)
José Maria Taveira          238 (62%)
Francisco Alexandre (Piúta)       248 (65%)
Paula Frassinete              280 (73%)
Emanuel Tenório Luna  297 (77%)

Por esta tabela vemos que a Igreja continua com sua credibilidade, colocando o Monsenhor Nelson Brito, com a menor taxa de rejeição entre todos os prefeituráveis (28%). O mesmo se pode dizer da família Daniel Brasileiro. Tanto o filho quanto o pai, são muito pouco rejeitados. Talvez se estivéssemos num processo de pesquisa probabilística pudéssemos dizer que eles estão empatados com a Cleonides Tenório e com o Zenício dos Santos, porém, falar em “margens de erro” aqui é até um “sacrilégio científico”.

Olhando agora de baixo para cima, o que vemos é que o Emanuel Luna, com 77% de rejeição, não é bem visto entre os votantes para ocupar o cargo de prefeito, seguido de perto pela Paula Frassinete, um pouco mais atrás (ou na frente) o Francisco Alexandre (Piúta). De longe, é muito difícil fazer uma análise precisa do significado disto. Talvez o povo não queira um engenheiro na prefeitura. Mas, nem sei a profissão da Paula, para seguir com esta linha de raciocínio. Talvez, as pessoas não queiram ninguém ligado à atual administração municipal, já que ambos são secretário e me parece, que o PV aderiu ao governo, o que incluiria o Piúta. Mas, é difícil, muito difícil a análise.

No entanto, o resultado está aí. Façam sua própria análise e comentem. Bom Conselho já aprendeu a ler os blogs, a votar, e  agora precisa aprender a comentar, também.

E agora vem o mais difícil, que não é o presente, mas, o futuro. Fizemos uma enquete de rejeição dizendo que “iríamos brincar de outra coisa”. A brincadeira deu certo. E agora, de que vamos brincar? A enquete foi tão bem sucedida e tivemos tantos acessos e votos durante sua vigência que não vamos sair desta linha política, pelo menos por enquanto. Iremos agora fazer uma enquete de votação direta, perguntando “em quem você votaria para prefeito de Bom Conselho em 2013?”. O problema é que a tecnologia de enquetes da qual somos escravos, pelo seu custo baixo, não permite fazer as perguntas que queremos. Não sabemos quais candidatos devem constar da pesquisa de intenção de voto para o cargo de prefeito.

Há várias possibilidades. A primeira seria tomar outra vez todos os 49 candidatos que participaram da pesquisa de rejeição. A segunda seria pegar todos que tiveram uma menor taxa de rejeição. O problema desta alternativa é qual seria a taxa de rejeição escolhida como ponto de corte. A terceira seria colocar novos candidatos, com um número razoável de participantes. Nosso problema, nesse caso, será quem incluir.

Diante disto resolvemos fazer uma pré-enquete para saber dos eleitores que tipo de enquete eles preferem, dentro destas três alternativas. Então a pergunta da próxima enquete será:

Numa enquete para verificar em quem você votaria para prefeito de Bom Conselho, como você escolheria os candidatos participantes?”

1) Todos os candidatos da enquete anterior
2) Os que tiveram a menor taxa de rejeição
3) Novos candidatos
4) Outro critério

É claro que o único decisivo é o de número 1, pois ainda faltam as informações para formar uma enquete se vencerem um dos outros itens. Mas, estamos recebendo por e-mails (agazetadigital@citltda.com)  e comentários, informações que nos ajudem a construir a nova enquete, para que ela tenha tanto sucesso quanto a que agora termina. Votem com calma, pois terão 8 dias para fazer isto.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

E a faxina? Será que houve alguma?




Por Zezinho de Caetés


E lá volta eu outra vez a tentar ser um comentarista político. Parece mesmo um verdadeiro complot contra minha capacidade analítica. Quando quero escrever algo sobre algum fato, lá vem o Ricardo Noblat, o Reinaldo Azevedo, o Augusto Nunes, o Alon (que não sei escrever o sobrenome nem estou com tempo para ir ao blog aprender), o Elio Gaspari, o Sandro Vaia e outros que, ao serem lidos, roubam descaradamente meus assuntos e fico eu sem ter o que escrever. Pois se o fizesse, reconheço, não o faria melhor do que eles. Já tendo feito um curso de Economia (de especialização, pois sou um bacharel em letras), aprendi que gastar recursos escassos e letras a toa é bobagem.

O texto abaixo do Ricardo Noblat, publicado ontem em seu blog, me deixa até contente em não ter que escrever muito. Só me arrisco a dar um palpite nesta imensidão de verdades incontestáveis. Ele diz que os julgamentos no Congresso são políticos, e que cabe a Justiça julgar de acordo com as leis. Aqui no Brasil, a justiça tem se mostrada prenhe de julgamentos políticos apenas com “jeito” de aplicação das leis, ao ponto de tornar inverídica ou improvável a insinuação do Noblat. Os nossos órgãos  maiores de administração da justiça tornaram-se um campo de lutas políticas por parte do executivo, ajudado pela inércia, ou conivência do nosso Congresso.

Basta fazer um levantamento do passado dos seus ministros para mostrar quão difícil é aplicar a lei (ora, a lei!) em qualquer assunto que tenha um viés de política partidária. Estão aí questões como a Ficha Limpa, Código Florestal, julgamentos de juízes, reforma política, e outros temas, que fatalmente cairão na vala comum da política partidária, hoje quase sempre dominada pelo eufemismo da “governabilidade”. Até a queda do ministro Lupi, passa por este tema, como se democracia pudesse ser escrava da manutenção de A ou de B no poder, dando razão ao falastrão que disse não sair nem à bala. E parece que ele acertou.

Esperemos janeiro então, e as reações de nossa presidenta, que fez a opção preferencial pelo “malfeito”, ao incentivá-lo em nome de um poder que vai além dos princípios basilares de um sistema democrático de governo. Se der errado, muda-se a constituição mais uma vez e a vida continua, pelo menos enquanto o povo estiver iludido pelas benesses, muitas vezes só prometidas, pelos mandatários de plantão.

Fiquem com texto do Noblat que tem com sugestivo título “Faxina suspensa”. Para mim, os primeiros movimentos da vassoura da faxineira, foram em direção a um largo e espesso tapete do Planalto.

Bem que poderia pedir algum tipo de reparação o único senador cassado até hoje, Luiz Estevão de Oliveira. Acusado de ter desviado dinheiro da construção do Fórum da Justiça do Trabalho, em São Paulo, ele jurou inocência. Foi o que bastou.

Perdeu o mandato. Não porque tivesse roubado ou deixado de roubar, mas por ter mentido aos seus pares.

Os julgamentos no Congresso são políticos. Cabe à Justiça julgar de acordo com as leis.

A saída encontrada para subtrair o mandato de Luiz Estevão foi declarar que ele mentira diante de representantes do povo, o que é considerado um grave crime nas democracias. Richard Nixon renunciou à presidência dos Estados Unidos depois de mentir no episódio conhecido como o Caso Watergate.

A ideia de reparação para Luiz Estevão é só uma pilhéria para falar da impunidade de Carlos Lupi, Ministro do Trabalho, garantida até aqui por Dilma Rousseff.

Há 15 dias, ao depor na Câmara dos Deputados e no Senado sobre uma viagem ao Maranhão em 2009, Lupi mentiu descaradamente. Na semana passada, voltou a depor no Senado.

E aí? Aí retificou tudo que dissera antes. Atribuiu suas mentiras a uma ocasional falha de memória. Recusou o apelo de dois senadores do seu partido para que se demitisse. Alegou não ter compromisso com cargos, mas com “causas”. E anunciou que continuaria no ministério a pedido de Dilma, “a faxineira ética”.

Da primeira vez que foi ao Congresso, Lupi afirmou que jamais voara em avião King Air arranjado pelo empresário Adair Meira. Por sinal, não conhecia Adair. Voara, isto sim, num modesto Sêneca fretado pelo PDT maranhense. Não era homem de viajar à custa de empresários. Nunca fora.

Da segunda vez, Lupi reconheceu que voara no King Air providenciado por Adair. Lembrou-se de que não só conhecia Adair como até jantara uma vez na casa dele em Goiânia. Cobriu-o de elogios – e às ONGs de Adair.

O PDT do Maranhão admitiu que o Sêneca posto a serviço de Lupi fora cedido de graça por um generoso empresário.

Que deu no ministro? Foi vítima de uma crise de consciência? Claro que não. Foi apenas pilantra outra vez.

Deu o dito de há 15 dias pelo não dito por que nesse meio tempo apareceram fotografias e vídeos que o desmascararam. As imagens mostram Lupi no interior do Maranhão desembarcando do King Air e acompanhado por Adair.

Perguntem a Luiz Estevão se ele não sente inveja de Lupi. Deveria sentir. Não só por que Lupi mentiu ao Congresso e nada lhe aconteceu, mas também porque mentiu à presidente da República e nada lhe aconteceu.

Lupi antecipou para Dilma todas as mentiras que diria no Congresso. Enganada, a tigresa de língua afiada calou-se.

Auxiliares de Dilma juram que ela segurou Lupi para não dar à imprensa o gosto de dizer que derrubou seis ministros em menos de 11 meses. Entre demitir quem errou e demonstrar quem manda como se houvesse dúvida, Dilma teria escolhido a segunda alternativa.

Pura bobagem! Ou é bobagem ou Dilma é uma tola.

Pesquisas nacionais de opinião encomendadas pelo governo atestam que Dilma vai muito bem, obrigado. Em São Paulo, por exemplo, sua avaliação positiva é superior à do governador Geraldo Alckmin.

A imagem dela é de uma administradora aplicada, rápida no gatilho e intolerante com desmandos. Como o que vale é a imagem...

A tenra fatia dos brasileiros ligada no noticiário político imagina que se Dilma ainda não demitiu Lupi é por que o fará em breve. Pouco se lixa para o que possa representar a prorrogação da presença no governo de um mitômano envolvido em tantos rolos.

Dilma joga com o alheamento geral para fazer o que lhe parece mais confortável.

Quem pratica malfeito é o quê?

Lupi transformou o Ministério do Trabalho num aparelho do PDT. Beneficiou ONGs de correligionários com dinheiro oficial. E firmou convênios irregulares. Dele, pois, se poderá dizer que é um malfeitor.

O que dizer de quem pode se livrar de um malfeitor e não o faz? Que é conivente? Pusilânime? Fraco?”