Por Zezinho de Caetés
Hoje estou com um sono danado. É segunda-feira e ontem fui
dormir mais tarde do que o normal. Tive uma obrigação cívica inadiável: Ver o
debate entre os candidatos presidenciais na TV Record, que dizem ser do Bispo
Macedo. Eu não sei se o local foi o Templo de Salomão, que eu penso não ser
aquele da Bíblia e famoso pela sua sabedoria, e sim aquele que foi morto por
Odete Roitman numa novela da Globo que eu via ainda quando tinha tempo de ver:
O Salomão Ayala.
Naquela época a pergunta: “Quem matou Salomão Ayala?” virou uma febre que levou a audiência da
emissora aos píncaros. Ontem (segunda-feira, pois não sei quando o Zé Carlos
vai publicar isto) a pergunta na TV do Bispo era outra: “Quem levou o Brasil pro brejo?”. Sim, porque hoje, venhamos e
convenhamos não há lugar mais aprazível de colocar nosso país do que um brejo
pantanoso e cheio de sapos coachando: “Corrupto,
corrupto, corrupto....” a noite inteira. E foi uma tentativa de responder a
isto que me fez perder a hora do meu sono sagrado e ficar vendo como cada um
dos candidatos responderia a tal pergunta. Tenho que confessar que não cheguei
ao seu fim por culpa do Eduardo Jorge. Numa de suas falas eu simplesmente
adormeci, e quando acordei o Templo do Salomão já estava vazio.
Entretanto, tenho que cumprir o meu dever de cidadão
informado de comentar sobre o que vi naquela peça da campanha eleitoral. E como
já deve ter ficado claro a todos, quem levou o Brasil pro brejo foi realmente o
PT. É óbvio que ninguém conseguiria levar uma vaca do tamanho do Brasil pro
brejo sozinho. Ouve, é claro a ajuda do PSDB, principalmente do FHC que em
2005, impediu que o Congresso votasse o impeachment de Lula, o que nos teria evitado
toda a presente confusão e teríamos poupado o dinheiro desviado no mensalão.
Mas, agora, o que fazer? A vaca está no brejo e quem vai tirá-la? Admitir que
quem a meteu lá tem que tirar porque entende de como levar um animal pro brejo
é uma bobagem que só a Dilma consegue dizer.
Mas vamos ao debate, ou do que dele vi entre um cochilo e
outro, e não sei porque, cochilava sempre quando Pastor Everaldo estava
falando. Parece que agora ele só está contando história para boi dormir. É uma
pena pois gostava da proposta dele de privatizar a Petrobrás e agora ele não
toca mais nem nisso. Mas, como os nanicos fizeram suas parcerias particulares,
eu sempre acordava com a Luciano Genro a pregar nossa adesão irrestrita ao
socialismo, desde é claro, que ela seja do Politburo (chega dar coceiras
lembrar destes termos do tempo da Guerra Fria). Já o Levy Fidelis, que
abandonou o Aerotrem, agora quer equipar nossas forças armadas, que hoje, são
subordinadas ao Celso Amorim, e temerosas que ele resolva entregar o cargo ao
Marco Aurélio Garcia, porque sabem que se isto acontecesse, o Brasil entraria
logo no conflito do Oriente Médio ao lado Estado Islâmico.
Por falar em Aerotrem, o que fizeram com o Trem-Bala do PT?
Só se foi na parte em que dormi, mas no debate de ontem não tocaram nisto.
Alguém tem que perguntar a Dilma por onde anda ele. Ou ela está esperando
passar as eleições para implantá-lo? Foram projetos como este que são a prova
viva de que quem levou o Brasil pro brejo foi o PT. Começando pelo nosso
Nordeste querido que está esperando a transposição do Rio São Francisco desde
que o Ciro Gomes pensou em ser presidente e não conseguiu porque mostrou antes,
às mulheres, do que era capaz se fosse eleito. Que o diga a Patrícia Pilar. Eu
já começo a pensar na Petrobrás, mas vamos ver se conseguimos chegar ao debate.
Já começo dizendo que quem ganhou o debate foi o Aécio, que
é de longe o único que conseguiu dizer três palavras sem mentir ou passar por
vítima. Não que espere grande coisa, pois ele, ao invés de dizer que vai
privatizar a Petrobrás disse que vai reestatizá-la. Este foi o mais contundente
ataque à candidata gerenta presidenta, que rebateu trazendo de volta coisas do
arco da velha, como aquela história de que PSDB queria privatizar a Petrobrás e
chamá-la de Petrobrax. Talvez, com este nome ela não tivesse dado origem ao
maior escândalo do século, no que se refere (como diria a Dilma) às Refinaria
de Pasadena, Abreu e Lima e as propinas que corriam soltas por parte de seus
diretores e do partido no governo.
A Dilma, para continuar no assunto, eu a chamaria de “coitada” se ela não tivesse gasto tanto
do nosso dinheirinho para fazer aquele penteado e comprar aquele modelito que a torna igual a um pimentão
vermelho bem gordinho. No entanto, vi o nervosismo e irritação estampados em
sua cara todo o tempo. Talvez ela estivesse pensando: “Vejam onde o Lula me fez amarrar o meu jegue!”. E, para ser sincero
não ouvi nenhuma resposta daquilo que foi a ela perguntado. O Lula, malandro
velho, deve ter lhe passado o serviço todo: “Quando não tiver nada para dizer não hesite, diga que a culpa é do FHC.
Sempre deu certo comigo e agora dará certo também. Se insistirem muito, invente
coisas tais como, nunca na história deste país houve tantas investigações, pois
não é o tempo do engavetador geral da república. E se ainda disseram que isto
está ultrapassada, seja firme e diga que a Polícia Federal e o Ministério
Público estão a seu comando nas investigações.”
Este negócio que a Polícia Federal é do governo é o mesmo
que dizer que na Venezuela o STF de lá é do Maduro. Lá isto é verdade, aqui
ainda não. Até quando? Só depende de nós e de nosso comportamento em outubro.
Se em novembro vermos a Dilma colocando aquele vestido vermelho na mala para
voltar ao Rio Grande do Sul, ainda teremos uma chance. Por enquanto estou
esperando os outros debates, principalmente, o da Globo. Será que a Patrícia
Poeta vai fazer perguntas?
Já sei, os meus leitores devem estar se perguntando: E a
Marina? Pelo menos neste debate ela ficou tão na defensiva que praticamente
sumiu. E aquela história da CPMF, se ela foi contra ou a favor, ainda vai dar muito pano prás mangas. Quando ela disse
que se aliou, na época, a Suplicy, chega me deu um calafrio. Hoje, qualquer
menção, mesmo que indireta, ao PT, causa náusea. Até aos próprios petistas,
pois não vejo o nome do partido em lugar nenhum. Faliu, igual a lojinha da
Dilma.