Em manutenção!!!

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

A lavanderia de Lula





Por Zezinho de Caetés

Semana passada a Dora Kramer tentou resumir o julgamento do mensalão a partir de uma frase do Ministro Celso  de Melo, que aproveitou também para o título do seu artigo no Estadão: “Urna não é lavanderia”. Vindo a ser mais uma crítica às palavras, cada vez mais malucas, do meu conterrâneo Lula, de que foi absolvido pela eleição de Dilma.

Realmente, é difícil imaginar maior desfaçatez do que a contida nestas palavras do chefe oculto da quadrilha. Isto já havia se tornado uma máxima neste país. O melhor jeito de um criminoso se ver livre de vez dos crimes era se candidatar e ser eleito para um cargo na república. Não foi a toa que o Lula se juntou com Maluf em São Paulo. Penso que o recado que o STF mandou agora, foi o de que isto não é mais válido. Eu espero que isto possa se espraiar pelas instâncias inferiores da justiça, chegando até ao nível de prefeitos e vereadores, além de funcionários de outros poderes.

No momento em que escrevo apenas sei que o Marcos Valério já pegou cana dura. Eu espero que seja tão dura que ele abra o bico e conte as mazelas por trás desta quizumba toda. Se ele o fizer tenho certeza que o Lula sobe para o seu posto de chefe supremo da gangue, do qual vem tentando escapar faz muito tempo.

Infelizmente, o Brasil hoje é ainda carente de informação, principalmente, daqueles que votam e ganham o Bolsa Família. Isto não sou eu quem diz, mas o Lula muitos anos atrás (vejam vídeo lá embaixo). Hoje, quem ganha Bolsa Famíia é ascendente social e principal realização do governo Lula. Entretanto, não será imediatamente, mas o Brasil, começou a mudar. Leiam a Dora Kramer, enquanto eu vou esperar a transmissão da dosimetria da pena.

“A última sessão de votação sobre o mérito da denúncia do mensalão proporcionou um desfecho de precisão magistral contida na constatação do ministro Celso de Mello: “Estamos a condenar não atores ou agentes políticos, mas agentes de crimes”.

Não foi um mero resultado de 6 a 4 pela condenação dos réus nem só a confirmação de que uma quadrilha tomou de assalto o aparelho de Estado atuando por dois anos e meio sob as vistas do então presidente Luiz Inácio da Silva.

Foi bem mais que isso: deu-se a indispensável separação entre a atividade política e o exercício da ilegalidade continuada. Por ora uma dissociação teórica, mas que servirá à melhoria das práticas pelo que encerra de exemplar.

O decano da Corte expressou-se mais uma vez didático. Deu às coisas os nomes que elas realmente têm. O processo que agora se encerra tratou de delinquência pura e simples, não julgou o exercício da política.

Se esta foi contaminada por aquela, mais que depressa é preciso sanear o ambiente. Em primeiro lugar não confundindo as duas, muito menos se justificando uma (a política) com a outra (a ilegalidade) como se houvesse aí uma relação de indissociável dependência.

Em outras palavras, não precisa ser assim, não deve ser assim e, se houver quem ainda insista que assim seja está consignado pelo Supremo Tribunal Federal: seus autores não esperem ser tratados como políticos, pois serão vistos como os meliantes que efetivamente são.

Criminosos comuns, passíveis de cumprir pena de prisão, comparados a mafiosos e a bandidos de facções que infestam as grandes cidades.

Pessoas que, daqui em diante, não terão como recorrer ao discurso de que as urnas os absolvem, pois, como disse o ministro Celso de Mello, “votações expressivas, embora significativas, não constituem causas para a extinção da punibilidade”.

Na sessão do “fecho” do processo, destacaram-se também os ministros Luiz Fux, Gilmar Mendes, Marco Aurélio Mello e Ayres Britto na exposição detalhada do caráter social e legalmente pernicioso da atuação desse tipo de quadrilha.

Celso de Mello, porém, foi ao ponto que ainda não havia sido esmiuçado ao dizer que urna não é lavanderia de ilícitos, voto não é indulto e eleição não torna ninguém imune às exigências do devido processo legal.”


terça-feira, 30 de outubro de 2012

SEXO NÃO É OPÇÃO.





Por Carlos Sena (*)

Grupo de risco. Comportamento de risco. Orientação sexual, opção sexual. O que são isto?

No princípio da AIDS no Brasil, as bichas eram todas massacradas. Quem vivia no armário, trancou-se por dentro dele e ainda o fechou de chave. Essa epidemia que teve sua infecção falsamente atribuída aos gays, aos poucos TEVE SEU PERFIL EPIDEMIOLÓGICO MODIFICADO e passou a ser de todos os sexos. O falso moralismo foi, concomitante, se adequando a evolução dessa doença. Na medida em que ela ia acometendo os heteros, novos termos foram se encontrando para suavizar a condição deles.  As bichas que eram “pichadas” de pertencer ao chamado grupo de risco, foram ascendendo a expressões menos preconceituosas. Atualmente não se diz mais “grupo de risco”. Fala-se em comportamento de risco, orientação sexual – expressões de menos danos morais, digamos assim, mas com um teor discriminatório considerável.

A sexualidade humana continua sendo o grande “bicho-papão” das rodas sociais, mesmo diante do falso entendimento de que as coisas melhoraram, as pessoas estão mais modernas e mais tolerantes. Até pode ter alguma tolerância, mas dentro da maioria das pessoas os tabus da sexualidade – não apenas a sexualidade homo, mas da hetero estão residindo cobertos com os mantos do preconceito e do tabu. O cumulo disto é a expressão OPÇÃO SEXUAL tão amplamente difundida pela mídia e pelas pessoas ditas formadoras de opinião. Temos o entendimento de que sexo é uma coisa, sexualidade outra. Ou se nasce homem ou se nasce mulher. Nascendo homem pode se sentir atração por outro homem e, nascendo mulher, por mulher. Isto acontece desde que o ser humano existe na face da terra, inclusive os animais irracionais tem esse tipo de atração. A sexualidade seria, por assim dizer, a parte cultural do processo de ser homem ou mulher em busca do que se convencionou chamar de felicidade. A descoberta do prazer está dentro da sexualidade. Botar filho no mundo, do sexo. Deste modo, o termo “OPÇÃO SEXUAL” se transforma em um grande manto que esconde a falsa moral dos seres humanos que chegaram a lua, estão querendo chegar a Marte; vivem dentro das benesses da eletrônica avançada do celular, da TV LCD/HD/FUL HD, do controle remoto e tudo mais que a tecnologia proporciona de conforto, mas se engasga com o seu próprio sexo.

Dentro do sexo, há opções. Sexo oral ou anal ou vaginal, por exemplo, são opções de prazer que tem que ser bom para quem pratica. Dependem dos parceiros. Ser homem ou ser mulher ou ser gay, jamais seria opções. São “pacotes” prontos que a natureza entrega a quem nasce, mas com a condição de ter a consciência disto anos depois...

Se alguém deseja saber se QUEM É GAY o é por opção, não precisa. O senso prático diz que essa pergunta seja dirigida a si mesmo da seguinte forma: “quando foi que eu fiz a minha opção para ser heterossexual”? Como se vê, sexo e sexualidade que estão dentro e fora de cada pessoa – dentro enquanto sexualidade. Fora enquanto sexo, mas ambos parecem continuar distantes de nós... Quis a ironia que nós chegássemos primeiro à lua... Depois disto nunca mais a lua foi dos namorados... Que pena.

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(*) Publicado no Recanto de Letras em 19/09/2012

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

A AGD na América - Os homens e os ratos




Washington - DC - Obelisco


Por Zé Carlos

Hoje continuo a narrar nossa aventura pela capital americana. Eu poderia até dizer que em termos de poder, Washington seria a capital do mundo. Posso até ser crítico do que fazem os Estados Unidos no mundo, mas, não posso deixar de reconhecer seu poderio naquilo que o mundo chama de poder e riqueza. Embora que, meu “criticismo” já foi mais aguçado. Talvez estejam certos aqueles que dizem que somos revolucionários na juventude e conservadores na velhice. Hoje até penso que nunca fui revolucionário. Talvez, um conservador com ressalvas.


Hoje apresento novas fotos que a AGD tirou da capital americana. Para mim, ao vivo, esta cidade se resumiu a um retângulo (chamado Mall) onde se concentram os principais pontos turísticos e os poderes da república americana. Vejam, que é um bela capital. No entanto, hoje, talvez por ter ingerido uma comida mais apimentada que o normal daqui, eu citarei alguns fatos que não são tão edificantes do ponto de vista turístico, os quais nem sempre aparecem nas fotos.


Ao chegar a Washington, nervoso pela insegurança quanto a minha capacidade linguística para enfrentar outra região e outro sotaque, quase entro em pânico, quando vi, da janela do ônibus, um corpo estendido no chão, e um batalhão de policiais a cercarem o local, com todos os sons de sirenes que se tem direito. Penso até que o próprio motorista do ônibus, um africano/americano, também ficou surpreso com a cena. Eu não tive tempo de sacar minha câmera para registrar o acontecimento, ou, se tive, não saquei por medo de tirar fotos neste país, em determinadas situações.


Vi apenas um policial se aproximar do ônibus e falar com o motorista, em seu dialeto particular, que só entendi o mesmo que o matuto do Jessier Quirino entendeu do filme que foi ver no interior. Para mim ele só dizia: “num sei o que lá... num sei o que lá... nun sei o que lá....”. Depois de perguntar a uma colega de viagem, que falava outro dialeto, mas era da região onde eu estava, entendi que o ônibus teria que mudar de rota porque estava havendo tiros ainda, pois ainda não haviam pego o atirador original, ou o matador. Lembraram de filmes americanos? Eu também!


Fugimos da rota e minha preocupação seria agora, onde iríamos parar. Felizmente, deixada para lá a cena do crime, conseguimos (quando eu mudar a pessoa do verbo sempre é para dizer que estava acompanhado pela Marli na narrativa) escapar para a tal de Station Union, nosso destino. Na cidade onde estamos, Pittsburgh no estado da Pensilvânia não há metrô, ou pelo menos, se há, eu nunca andei. Mas, pensei, ora, se há metrô, tudo é a mesma coisa e posso usar minha experiência para neles andar como qualquer tatu, por debaixo da terra.


Ao chegar na estação vi apenas que estava sendo otimista quanto aos meus conhecimentos metroviários, por descobrir que cada país tem seus metrôs e seus hábitos. E lá fomos nós a treinar outro dialeto para nos comunicar e tentar chegar ao hotel. Depois de muitas idas e vindas pegamos um metrô e chegamos ao hotel. Já cansados, e minha mulher reclamando porque que não veio de avião, e me culpando de tudo. Quem me conhece sabe que só ando de avião se não tiver pelo menos um carro de boi que me transporte, e, eu tento sempre explicar que em viagens curtas o tempo que se gasta de avião é quase sempre maior do que o do ônibus, pois, geralmente, os aeroportos ficam mais longe do que o local de e para onde nos deslocamos. Mas, a explicação é em vão.


Dormimos para no dia seguinte partirmos para a luta, ou melhor, para ir ver o centro de poder americano. Em um texto passado contamos sobre nossa visita à Casa Branca. Hoje, pulo um dia para contar o que nos aconteceu no dia seguinte, e diz respeito ainda a deslocamentos e fatos negativos aqui na América.

No primeiro dia decidimos,  ao invés de usar o metrô, ônibus ou mesmo os pés (que é o meio de transporte por mim preferido)  ir de taxi, usando o dialeto dos funcionários do hotel para se comunicarem com as empresas. Para não pensarem que há algum viés racista na narrativa que se segue digo que não encontrei nenhum motorista de taxi que não fosse africano/americano.


No primeiro dia foi muito boa a viagem de taxi e o motorista até nos descreveu alguns pontos que ele achava de interesse, e fingia que entendia, e pagamos um preço razoável pela corrida, descobrindo que era muito mais barato, para duas pessoas, usar um taxi do que o metrô. E, diante disto, não podíamos no dia seguinte deixar de usar este meio de transporte. Procedemos da mesma maneira e lá fomos nós continuar nossa visita.


Desde o início, notei uma diferença no motorista. Mais, jovem barba desenhada e bem feita, touca de frio, silêncio completo, inclusive no taxímetro que não foi ligado. Ora, pensei, deve ser porque é domingo, dia de missa e o gajo é católico, estando preparado para o rito religioso. Engano completo. Começamos a desconfiar, eu e a mulher, e esperando que ele não entendesse português, e vendo o Capitólio, aquela cúpula que já vimos milhões de vezes mas é mais bonita ao vivo, pedimos para parar. E aí veio o assalto à mão desarmada. Ele cobrou mais de duas vezes o que pagamos no dia anterior. Eu confesso que pensei chamar a polícia, mas, qual seria o dialeto da polícia? Não sabendo, resolvemos pagar e ficar calados, pois com nossa deficiência linguística, poderíamos terminar indo presos, aos invés do motorista. A única vingança nossa foi não dar gorjeta, a grande instituição nacional.

Foi com este trauma que continuamos nosso passeio por esta bela capital, cujos encantos continuarei narrando depois. Sei que hoje foram só quase fatores negativos, e para encerrar tenho que dizer ter descoberto, casualmente, que além de esquilos e pombos, o que mais alimentei em Washington foram ratos. Eu não sei se é normal em todos os lugares, mas, o que vi de rato vindo comer de nossas mãos foi um absurdo. Penso ser normal pois até os meninos jogavam pão para ver a briga entre ratos, esquilos e pombos. Vai ver rato americano e rato brasileiro também são diferentes. Sei lá, mas, que achei estranho, achei....

domingo, 28 de outubro de 2012

E agora, José?




Por Zezinho de Caetés

Vou mandar o vídeo abaixo para a AGD, para ser publicado quando houver espaço. Aproveito para agradecer aos seus administradores que têm me publicado bastante, e principalmente sobre o assunto MENSALÃO. Não era para menos. Quem não gosta deste julgamento, bom sujeito não é, é ruim da cabeça ou doente do pé. Vejam o Lula, que eu sei que não é bom sujeito há um monte de tempo, e agora está ruim da cabeça e não diz mais coisa com coisa. Não é doente do pé mas só do dedo e da garganta, o que não é uma rima e nem uma solução.

No vídeo abaixo, tempos atrás, quando ainda o Dirceu pensava que o STF estava à venda, dizia que era a imprensa que o sacrificava, e perguntava: “E se o Supremo me absolver?”. Ele tinha quase certeza disto e colocou Lula em campo para encostar ministros na parede. E agora, José? A absolvição não veio. Você foi condenado. Vai prá Cadeia em regime fechado. E agora, José? Você nem mais pode ir para Cuba. O procurador mandou recolher seu passaporte. Menos de 20 anos impensável. E se o Marcos Valério falar? E Agora, José? A malandragem acabou. O povo não veio. O Joaquim Barbosa falou. E você  se danou. E agora, José?

Vou parar por aqui, para não me sentir perto de Carlos Drummond de Andrade, o que seria até um sacrilégio. Vejam o filme e vejam quanta desfaçatez.

sábado, 27 de outubro de 2012

O mensalão, ainda, agora e sempre...





Por Zezinho de Caetés

A última edição da revista Veja, além das reportagens normais sobre o julgamento do século, traz um primoroso texto do J. R. GUZZO, que merece ser transcrito, e é o que o faço abaixo. Tem como título “Dias de ira”, e foi escrito, certamente, antes de se saber que o José Dirceu já era oficialmente o chefe da organização criminosa, e que, se não saiu quando o Roberto Jefferson o aconselhou: “Sai daí, Zé”, embora, penso eu por motivos errados (o Lula não tem as mãos limpas neste episódio a não ser que seja um idiota completo), saiu agora, e queira Deus, direto para cadeia.

Se eu fosse o governador Eduardo Campos, para fazer média com o Lula (o que ainda vai lhe custar caro) eu ofereceria o Presidio Anibal Bruno, como toda sua infrastrutura carcerária, dando-lhe uma cela para pessoas com curso superior em guerrilhas em Cuba. Tenho certeza que agora nem Cuba o aceita mais. Lá os criminosos já estão sobrando.

Chegou o momento do Brasil pensar (aquele que pensa pois petista sectário parou de pensar faz tempo) em passar a limpo destes verdadeiros anos de ferro (pois os de chumbo os petistas que saíram do partido lutaram para derrubar) e banir de uma vez o PT do poder. Talvez uma vereança para Lula em Caetés fosse permitido, mas, sempre vigilante para que ele não fosse além disto. Para Dilma Roussef, quando sair da presidência, depois de uma volta para sala de aula, entregar-lhe uma boa faxina, e para não dizerem que estou sendo machista, junto com o Humberto Costa, como ajudante. Os outros, quando se apearem do poder, caso não arranjem nada para fazer, não tem problema, eles criaram o Bolsa Família para isto mesmo.

E eu já estou me estendendo, para um dia de sábado (espero que seja este o dia da publicação) e chega de falar num assunto que o J. R. GUZZO o faz com tanta maestria abaixo. Em nem volto porque, vou calcular minha dosimetria pessoal e verificar quantos dias os mensaleiros ainda passarão fora da cadeia. Minha esperança é que fosse zero. CADEIA JÁ!

“Com o julgamento do mensalão a caminho da sua fase final no STF, é realmente notável a extrema dificuldade, por parte dos condenados e de quem os apoia, de entender que precisam obedecer ao Código Penal quando estão no governo. Mudar o nome do cachorro não muda o seu temperamento, como todo mundo sabe; mas o PT e suas brigadas acham que, chamando de “vingança” o que é apenas sua derrota diante da Justiça, podem anular a realidade. Tudo o que têm a dizer, desde que a casa caiu, é: “Seja lá o que tenha acontecido, a culpa não é nossa; se a Justiça achou o contrário, é porque se aliou aos nossos inimigos”. Fim da argumentação.

Essa tentativa de colocar-se acima da lógica é ao mesmo tempo tola e inútil. Não consegue, simplesmente, mudar o que já aconteceu, mesmo com a turbinagem que vem recebendo de três homens que estiveram na linha de frente da política brasileira nos últimos 25 anos: o ex-presidente Lula, o ex-ministro José Dirceu e o presidente do PT na época do mensalão, José Genoino. Tudo o que conseguiram foi exibir à luz do sol o que cada um tem, de verdade, dentro de si ─ e o que mostraram não os recomenda, nem como pessoas nem como homens públicos.

O remorso, como se diz, sempre vem na hora errada ─ aparece depois da tentação, quando não serve mais para evitar o pecado. No caso do mensalão, para o PT e os seus grão-duques, o remorso não veio nem antes nem depois. Não há, após tudo o que foi provado na suprema corte de Justiça do país, o menor vestígio de arrependimento; ao contrário, os culpados vivem dias de ira. Lula, quando a coisa toda estourou sete anos atrás, pediu desculpas “ao povo brasileiro”. Hoje, com a própria pele salva, faz o papel do indignado número 1 ─ na verdade, considera-se vítima, e acha que é ele, agora, quem deve exigir desculpas. São vítimas bem estranhas, essas que Lula representa: se estão no governo federal e mandam em quase tudo neste país, como podem se colocar no papel de perseguidos? O ex-presidente, cada vez mais convencido de que é uma combinação de mártir, profeta e herói de si próprio, diz que sua biografia não será escrita pelos ministros do STF. Tem razão. A biografia de Lula está sendo escrita por ele mesmo ─ os atos que a contaminaram, do mensalão à aliança pública com Paulo Maluf, um foragido da polícia internacional, são de sua exclusiva responsabilidade.

Um segundo membro da suprema trindade petista, José Genoino, também optou por romper com o bom-senso em sua reação às condenações que recebeu. Alegou, e alegaram em seu favor, que não poderia ser condenado porque tem uma vida limpa; no seu entender, foi vitimado de modo “cruel” por “setores reacionários” que controlariam “parcelas do Judiciário” e da imprensa. Mas o que esteve em julgamento não foi a sua honestidade pessoal ─ foi o fato concreto de ter colocado sua assinatura em documentos destinados a executar uma fraude financeira envolvendo milhões de reais. Não foram os “reacionários”, nem os jornalistas, que assinaram esses papéis; foi ele mesmo ─ e se não sabia o que estava fazendo é porque não quis saber. Num conjunto de dez juízes, levou de 9 a 1. Estariam todos errados?

No seu caso ficou, também, uma aula de ingratidão, quando comparou os jornalistas de hoje aos torturadores de ontem. Genoino conheceu muito bem uns e outros, e sabe na própria pele a diferença que existe entre eles; esqueceu, quando veio a adversidade, quem sempre lhe estendeu a mão. Como é bem sabido, o líder petista escreveu durante longo tempo uma coluna no jornal O Estado de S. Paulo. Suas declarações sempre foram publicadas. Foi o político do PT mais respeitado pela imprensa desde que voltou à política. No STF, além disso, recebeu um tratamento de príncipe: a ministra Cármen Lúcia quase pediu desculpas ao condená-lo. Por que, então, o rancor?

Ao terceiro nome da trinca, José Dirceu, sobrou, além de uma condenação por 8 a 2, o título de “guerreiro do povo brasileiro”, entoado pela tropa de choque que precisa usar hoje para poder sair à rua. Que guerra teria sido essa? Pela democracia certamente não foi. Sua guerra, na verdade, foi com o deputado Roberto Jefferson, que mandou para o espaço o sistema de corrupção montado no governo a partir de 2003. Ao entrar no jogo bruto com ele, Dirceu se arriscou ─ e perdeu. “Sai daí, Zé”, ouviu Jefferson lhe dizer, numa frase que ficará para sempre em sua biografia. Saiu, rápido, e sem um único gesto de Lula para defendê-lo. Não foi “linchado”, como diz desde sua condenação. Foi derrotado — só isso.”

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

DEDETIZANDO O PORTUGUÊS...





Por Carlos Sena (*)

Dentro do elevador do meu prédio, a administradora apensou um aviso mais ou menos assim: “... O parque infantil está interditado porque vai haver DEDETIZAÇÃO”.  Quando desci pela manhã e vi o aviso achei normal e gostei da preocupação com as crianças. Demonstra que no prédio estão cuidando direitinho dos condôminos e respeitando os diferentes e as diferenças. Fui trabalhar e quando retorno, o aviso estava com uma seta em caneta apontando para a palavra “DEDETIZAÇÃO” e mostrando em destaque um “T” – insinuação a um provável erro de português na grafia de dedetização. Comigo mesmo comentei que a palavra era mesmo DEDETIZAÇÃO, posto vem do veneno mundialmente conhecido como DDT. Logo, não poderia ser “detetização”.  Ao retornar mais uma vez, à noite, pelo mesmo elevador, o aviso continha mais um sinal de correção do erro. Alguém riscou a seta anterior e escreveu uma linha em direção à palavra lá em cima do aviso  dizendo que estava certa. E estava mesmo. O problema é que o coitado do papel já estava rabiscado demais só por conta de uma simples palavrinha “DEDETIZAÇÃO”. Confesso que tive vontade de fazer um adendo ao aviso explicando a origem da palavra e um pouco da história do DDT. Mas, preferi ficar como observador dessa “guerrinha” positiva. Afinal, ver uma comunidade condominial interessada no bom português é muito bom. Porém, eu não me dei por esquecido. Fiquei o tempo todo querendo entrar no elevador só pra ver se mais alguém tinha posto alguma alteração. no caso, uma alteração da alteração ou o que fosse. Imaginei que, de repente, um facebook condominial estivesse se formando, mas não.

Esse fato me lembrou de outro congênere: quando eu lecionava em uma facul (jovem é outro papo) aqui no Recife, escrevi algo na lousa que se referia a “estupro”. Até aí tudo bem. Quando eu termino a frase, uma aluna – dessas bem chegadas ao professor e que tudo faz para que ele não fique de “saias justas” (ou calças curtas?), chegou perto de mim e disse: “professor, não é estupro, mas, “ESTRUPO”. – Tem certeza? – Tenho, professor, respondeu ela. Mas, em todo caso, vá pra casa e dê uma olhadinha no seu dicionário. No dia seguinte ela me pediu desculpas. Sem crise, disse eu a ela.

Mas, independente, a dedetização do "português" do meu prédio foi ótima para os condôminos. Afinal, não se pode cometer “estupro” gramatical dentro de um espaço tão ínfimo como o de um elevador. Mais fácil outro tipo de estupro, mas mesmo esse agora não pode mais, pelo menos na maioria dos elevadores que tem câmera dentro deles. Nesse caso, o estupro do idioma é mais tolerado, mesmo com as câmeras ligadas.

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(*) Publicado no Recanto de Letras em 17/09/2012

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

De quem é a culpa?





Por Zezinho de Caetés

Semana passada li sobre um tema que sempre me interessou porque é crucial para o funcionamento de sistema democrático dentro do mundo real, sem o idealismo e sonho daquele perfeito governo do povo, pelo povo e para o povo do qual falava o Abraham Lincoln.

Nas sociedade modernas onde ainda se tem a sorte de viver num regime político em que o povo, através de eleições escolhem seus governantes, os custos eleitorais são enormes junto com aqueles das campanhas políticas, e como já sabem os economistas que “não há almoço grátis”, estes gastos tem que cair nas costas de alguém.

O grande debate que existe é se este custa deveria ser rateado para a sociedade como um todo ou se ele deve ser financiando pelos que se interessam em subir ao poder para cumprir um papel importante na vida das democracias. Quanto aos custos das eleições própriamente, eu concordo que é um problema de Estado e a  sociedade deveria arcar com eles. Já quanto ao financiamento de campanhas eleitorais, isto é, quem deve pagar pela propaganda necessária dos candidatos que almejam algum posto eletivo.

Penso que no Brasil há um exagero de gastos através públicos em relação a campanhas eleitorais, mesmo que não esteja institucionalizado o financiamento público de campanha. Somente o que se gasta em tempo de rádio e TV, já é um absurdo que passa desapercebido pela forma indireta como é cobrado este gasto. Todas as emissoras de TV e rádio recebem em forma de isenções por esse tempo e isto não e pouco.

E ainda se fala em aumentar os gastos defendendo-se o financiamento público das campanhas de uma forma mais acentuada ainda. Eu nem consigo imaginar como isto seria possível com um mínimo de equidade entre candidatos e partidos. Talvez acontecesse mais atitudes anti-éticas do que o inverso, que seria o financiamento completamente privado e sem intervenção do setor público.

Muitos falam que seria privilegiado o poder econômico dos candidatos, o que para mim, não seria de todo mal. Vivemos num país que, felizmente, marcha por um caminho capitalista e isto implica que os mais aptos para o jogo econômico seriam ou deveriam ser privilegiados.

Acompanho agora a campanha política nos Estados Unidos onde e o exemplo mais claro de financiamento privado e temos um candidato que representa a classe média, o Obama, quase com o mesmo volume de doação daquele que é mais um representante da classes de maior poder aquisitivo. Ou seja, as doações feitas ao Partido Democrata e Conservador se alternam em valores, e isto nunca interferiu preponderantemente nos resultados, havendo alternância de poder como em nenhuma outra nação.

Penso que os sistema político brasileiro ainda deva passar por um boa reforma, mas, nosso aprofundamento democrático nos indica que podemos já termos condições de cada vez mais deixar a “mãozinha gorda” do poder público, mesmo , em campanhas eleitorais.

Leiam o texto abaixo do Nelson Motta, que foi publicado no dia 19/10/2012, com o título de “A culpa é nossa”, no Blog do Noblat,  que eu transformei numa pergunta no meu título, e meditem sobre o caso. Eu nem volto e ficarei pensando se realmente a culpa é nossa.

“Todo político flagrado com a mão na massa de dinheiro sujo tem sempre a mesma resposta: a culpa é do sistema eleitoral. É como se eles fossem obrigados a agir contra seus princípios para não ficar em desvantagem com os adversários.

Porque os políticos dependem das empresas que financiam as campanhas e, naturalmente, esperam retorno para seus investimentos. Agora eles se apresentam, como fez o incrível José Roberto Arruda, como vítimas de um sistema eleitoral perverso.

A única solução para acabar com a corrupção eleitoral e o caixa dois, eles clamam, é o financiamento público das campanhas.

Não contentes em já abocanharem fundos partidários milionários bancados com dinheiro público e de desfrutarem do valioso tempo do horário eleitoral “gratuito”, mas pago pelo contribuinte às emissoras de rádio e TV, ainda acham pouco. Sob o pretexto de democratizar a disputa, querem que todas as despesas das campanhas sejam pagas por nós — e distribuídas pelos critérios deles.

Nossos representantes no Congresso não querem uma reforma eleitoral de verdade porque se beneficiam do atual sistema. Ninguém quer perder nada do que já tem e todos querem ganhar em cima dos outros. Como a culpa é nossa, porque os elegemos, pagamos a conta e eles racham o butim.

 Basta ver o que eles fazem com as verbas de gabinete na Câmara e no Senado, com suas manadas de assessores e cupinchas, seus gastos em publicidade, suas viagens, suas lambanças na vida pública e na privada.

Quem vai acreditar que esse pessoal não vai mais usar dinheiro ilegal em suas campanhas? Só o medo do Supremo Tribunal Federal não vai desencorajá-los.

O insuspeito ministro Dias Toffoli, que durante anos atuou no PT e em campanhas eleitorais, apresentou uma boa solução, com sólidos argumentos: simplesmente proibir doações de pessoas juridicas para campanhas eleitorais.

Porque empresa não vota ! Os eleitores são os cidadãos, as pessoas fisicas, os individuos, que têm seus candidatos, partidos e interesses, então cabe a eles contribuir para as campanhas, dentro de rigidos limites individuais que impeçam abusos do poder econômico.”

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

UMA EDIÇÃO HISTÓRICA PARA NOTICIAR UM JULGAMENTO HISTÓRICO




Por Zezinho de Caetés

Eu não deveria escrever nada. Os filmes abaixo falam por si, embora não mencionem toda sujeira que rolou no governo Lula. Até hoje estamos sofrendo as consequências, principalmente, com uma classe política que na maioria das vezes se envergonha de suas atitudes.

Talvez até o PT permaneça no poder seguindo as regras do jogo democrático, mas, se houvesse vergonha na cara dos seus dirigentes pediria a Lula para voltar para Caetés e a Dilma para entregar ao Temer a presidência, não por ter ela participado do mensalão (também não sabia de nada), mas por ser do PT, além de cumprir seu regimento e expulsar os bandidos julgados e condenados por nossa justiça.

Fiquem com os filmes abaixo que é a edição de ontem do Jornal Nacional, e que foi o resumo mais perto da verdade do que se passou nos últimos dias, históricos para os brasileiros.


CELIBATO - UM DOGMA?





Por Carlos Sena

Com essa história de dogma, a igreja católica vai embromando muita gente. Ela inventa verdades absolutas e nos quer “vender” como tais, mas seus principais seguidores quando descuidados, ficam relativos em atos e omissões. Essa ideologia dogmática funciona meio como um contexto que serve para o que não serve mais, mas não pode ficar fora da realidade como forma de dominação. Perto de nós está o caso do celibato. Os padres e outras autoridades eclesiásticas tentam, tentam, mas não conseguem convencer a ninguém que os padres não podem se casar e constituir família. Há quem diga que a igreja não quer os padres casando para não dividir sues bens com os herdeiros. Há quem diga que seja por conta de que a abstinência sexual faz parte das mortificações que ajudam a elevar a alma e satisfazer o espírito – compõe um “pacote” de rituais como jejum, oração, abstinência e penitencia.

Há ainda quem diga que a vida religiosa requer contemplação e dominar a força do corpo é como que dominar o satanás – porque a rigor o sexo passou muito tempo sendo feio e imoral, pela própria igreja católica... Outros enredos existem no mesmo sentido. Mas, fato é que os padres não se casam mas se viram como podem, literalmente. Uns se viram com as amantes, outros se viram para os amantes e ainda outros se viram fazendo “justiça com as próprias mãos”...

A igreja sabe de tudo, mas prefere dar uma de morta, pra “comer o fiofó do coveiro”. Ela sabe além: da pedofilia que rola solta nos porões dos monastérios mais insuspeitos; sabe e sabe muito bem que se jogar um caroço de milho na sacristia não sobra um porque os “frangos” devoram em minutos... Afinal os “armários da igreja, não só a católica, estão cheios de padrecos que dão o caneco”... Nada contra eles, pelo contrário – estão certíssimos em atender o que o corpo lhes pede. Neste viés é que mora sem pagar aluguel toda a FALSA MORAL VIGENTE. No púlpito: não pode isto não pode aquilo. Sexo só pra procriação. Homossexualidade é pecado e assim por diante. Contudo, “por debaixo dos panos” soltam a franga e o galinheiro todo... No interior do Nordeste há muitos casos de filhos de padres em que os padres não assumem, mas, mantem as amantes e os filhos, tudo por debaixo da batina, é claro.

Independente de tudo, o que nos encafifa nestas questões do celibato, dentre outras, são: se São José casou com Nossa Senhora e tiveram Jesus como filho; se somos feitos a imagem e semelhança de Deus e Deus não faz coisa errada em nós, nem feia, como é que se pode condenar a sexualidade dos padres? Se a natureza é Divina e concedeu pênis e vagina aos homens, meio como diferencial de fábrica; se a própria bíblia nos diz “crescei e multiplicai”, por que os padrecos não podem crescer (fizeram) e multiplicar? O errado seria se um padreco olhasse para uma jumenta e sentisse tesão por ela. Mas, se ele sente vontade e atração é por uma mulher ou por um homem, onde está o problema? A rigor nem punheta podem bater, senão irão pagar penitências caríssimas dentro da congregação... E suas consciências pesadas talvez os deixem ainda mais vulneráveis.

“Na Moral” tudo não passa de FALSA MORAL. Tudo não passa de domínio secular sobre as pessoas, principalmente os mais simples de coração e os menos iniciados no pensamento crítico de teologia da libertação. Como perguntar não deve ofender, indagamos: por que a igreja católica tem perdido adeptos, não para igrejas sérias, mas para os pentecostais da vida liderados por Edir Morcego e Silas Malacraia? Não precisa responder. Agora esse dogma da CELIBATARIA bem que poderia estar na Estribaria. Mas mesmo lá Jesus estaria, pois afinal foi lá onde ele escolheu para nascer e todos nós já sabemos disto.

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(*) Publicado no Recanto de Letras em 02/09/2012

terça-feira, 23 de outubro de 2012

A condenação do PT - CADEIA JÁ!





Por Zezinho de Caetés

Pensei até em criar o meu próprio blog. Depois do julgamento do mensalão, com os resultados que agradou a todos aqueles que querem viver numa repúlblica democrática e num estado de direito, para quem acompanha o tema uma forma de comemoração é a escrita. Entretanto, eu fico refém dos eflúvios editoriais da AGD (que reconheço justos) para que meus textos, ou mesmo aqueles que gostaria de divulgar, sejam divulgados. Minha outra alternativa que é o Mural da AGD é limitante quanto ao tamanho dos escritos e é pouco útil nestas horas de comemoração cívica.

De qualquer forma estou enviando um texto do Marco Antonia Villa, do O Globo de 23/10/2012, com o título “A condenação do PT”, junto com este simples nariz de cera, esperando que seja publicado, antes mesmo de prenderem o Zé Dirceu, e minha campanha de CADEIA JÁ, perca todo o sentido.

Leiam o texto e observem com a precisão de um bom escritor e historiador, da qual eu estou ainda longe e me considero aprendiz, a real história do PT. Eu diria que o PT foi pego de calças curtas ou de cuecas (cheias de dinheiro) e isto explica todo o esforço de seus dirigentes em adiar o julgamento e tentar aliciar membros do STF, como foi feito pelo meu conterrâneo Lula. Este deveria vir a público e se declarar o chefe supremo da organização criminosa, se não quiser passar à história como um grande idiota. Minha terra já pediu desculpas demais por ele ter nascido lá. Como dizia a Lucinha Peixoto: “Poupe-nos de mais este vexame”. Dê-me pelo menos o prazer de não ter vergonha de ter nascido e o conhecido na infância e de um dia, por sua influência quase ter entrado para a organização criminosa, digo, PT. Dê-me a oportunidade de defender sua entrada na Academia Caeteense de Letras, pelo menos por sua coragem, já que os discursos que escreveram para você, não seriam suficientes para lá entrar.

O Brasil agora pode ter esperança de que o projeto de “macrodelinquência governamental” ainda em curso, poderá ter um fim. Mas, para que a esperança seja maior, a justiça brasileira não deve deixar solto o núcleo político da organização criminosa. A forma como o Zé Dirceu vem se comportando mostra que ele deve ser preso preventivamente, não por ser possível destruir as provas dos seus crimes, mas porque suas palavras podem enganar os incautos e os não informados. Tenho certeza que nos rincões do Brasil vai aparecer alguém dizendo que a prisão de Dirceu vai acabar com o programa do Bolsa Família, como foi feito durante as campanhas eleitorais. E isto, nós, que somos pelo estado democrático de direito não podemos deixar jamais.

Por isso lanço a campanha CADEIA JÁ, para que esta corja que foi condenada não consiga, com suas artimanhas, fazer o povo brasileiro acreditar em suas mentiras outra vez. Fiquem com o texto do Villas, que mostra com letras mais belas do que as minhas, um pequeno retrato da situação.

“O julgamento do mensalão atingiu duramente o Partido dos Trabalhadores. As revelações acabaram por enterrar definitivamente o figurino construído ao longo de décadas de um partido ético, republicano e defensor dos mais pobres.

Agora é possível entender as razões da sua liderança de tentar, por todos os meios, impedir a realização do julgamento. Não queriam a publicização das práticas criminosas, das reuniões clandestinas, algumas delas ocorridas no interior do próprio Palácio do Planalto, caso único na história brasileira.

Muito distante das pesquisas acadêmicas — instrumentalizadas por petistas — e, portanto, mais próximos da realidade, os ministros do STF acertaram na mosca ao definir a liderança petista, em 2005, como uma sofisticada organização criminosa e que, no entender do ministro Joaquim Barbosa, tinha como chefe José Dirceu, ex-presidente do PT e ministro da Casa Civil de Lula.

Segundo o ministro Celso de Mello: “Este processo criminal revela a face sombria daqueles que, no controle do aparelho de Estado, transformaram a cultura da transgressão em prática ordinária e desonesta de poder.” E concluiu: “É macrodelinquência governamental.” O presidente Ayres Brito foi direto: “É continuísmo governamental. É golpe.”

O julgamento do mensalão desnudou o PT, daí o ódio dos seus fanáticos militantes com a Suprema Corte e, principalmente, contra o que eles consideram os “ministros traidores”, isto é, aqueles que julgaram segundo os autos do processo e não de acordo com as determinações emanadas da direção partidária.

Como estão acostumados a lotear as funções públicas, até hoje não entenderam o significado da existência de três poderes independentes e, mais ainda, o que é ser ministro do STF.

Para eles, especialmente Lula, ministro da Suprema Corte é cargo de confiança, como os milhares criados pelo partido desde 2003. Daí que já começaram a fazer campanha para que os próximos nomeados, a começar do substituto de Ayres Brito, sejam somente aqueles de absoluta confiança do PT, uma espécie de ministro companheiro. E assim, sucessivamente, até conseguirem ter um STF absolutamente sob controle partidário.

A recepção da liderança às condenações demonstra como os petistas têm uma enorme dificuldade de conviver com a democracia.

Primeiramente, logo após a eclosão do escândalo, Lula pediu desculpas em pronunciamento por rede nacional. No final do governo mudou de opinião: iria investigar o que aconteceu, sem explicar como e com quais instrumentos, pois seria um ex-presidente.

Em 2011 apresentou uma terceira explicação: tudo era uma farsa, não tinha existido o mensalão. Agora apresentou uma quarta versão: disse que foi absolvido pelas urnas — um ato falho, registre-se, pois não eram um dos réus do processo. Ao associar uma simples eleição com um julgamento demonstrou mais uma vez o seu desconhecimento do funcionamento das instituições — registre-se que, em todas estas versões, Lula sempre contou com o beneplácito dos intelectuais chapas-brancas para ecoar sua fala.

As lideranças condenadas pelo STF insistem em dizer que o partido tem que manter seu projeto estratégico. Qual? O socialismo foi abandonado e faz muito tempo. A retórica anticapitalista é reservada para os bate-papos nostálgicos de suas velhas lideranças, assim como fazem parte do passado o uso das indefectíveis bolsas de couro, as sandálias, as roupas desalinhadas e a barba por fazer.

A única revolução petista foi na aparência das suas lideranças. O look guevarista foi abandonado. Ficou reservado somente à base partidária. A direção, como eles próprios diriam em 1980, “se aburguesou”. Vestem roupas caras, fizeram plásticas, aplicam botox a três por quatro. Só frequentam restaurantes caros e a cachaça foi substituída pelo uísque e o vinho, sempre importados, claro.

O único projeto da aristocracia petista — conservadora, oportunista e reacionária — é de se perpetuar no poder. Para isso precisa contar com uma sociedade civil amorfa, invertebrada. Não é acidental que passaram a falar em controle social da imprensa e... do Judiciário. Sabem que a imprensa e o Judiciário acabaram se tornando, mesmo sem o querer, nos maiores obstáculos à ditadura de novo tipo que almejam criar, dada ausência de uma oposição político-partidária.

A estratégia petista conta com o apoio do que há de pior no Brasil. É uma associação entre políticos corruptos, empresários inescrupulosos e oportunistas de todos os tipos. O que os une é o desejo de saquear o Estado.

O PT acabou virando o instrumento de uma burguesia predatória, que sobrevive graças às benesses do Estado. De uma burguesia corrupta que, no fundo, odeia o capitalismo e a concorrência. E que encontrou no partido — depois de um século de desencontros, namorando os militares e setores políticos ultraconservadores — o melhor instrumento para a manutenção e expansão dos seus interesses. Não deram nenhum passo atrás na defesa dos seus interesses de classe. Ficaram onde sempre estiveram. Quem se movimentou em direção a eles foi o PT.

Vivemos uma quadra muito difícil. Remar contra a corrente não é tarefa das mais fáceis. As hordas governistas estão sempre prontas para calar seus adversários.

Mas as decisões do STF dão um alento, uma esperança, de que é possível imaginar uma república em que os valores predominantes não sejam o da malandragem e da corrupção, onde o desrespeito à coisa pública é uma espécie de lema governamental e a mala recheada de dinheiro roubado do Erário tenha se transformado em símbolo nacional.”

O TEMPO MUDOU?





Por José Antonio Taveira Belo / Zetinho

 Em Bom Conselho quando criança os acontecimentos festivos de um ano para o outro, demorava uma infinidade para acontecer novamente. O Natal, o Carnaval, a Semana Santa, São João e São Pedro, o Sete de Setembro e o dia de Todos os Santos e Finados, nos dias 01 e 02 de novembro era uma eternidade. Os dias preguiçosamente passavam lentamente. Os dias calorentos. As tardes bronzeadas pelo sol se pondo. As noites longas. Eram assim em meu Bom Conselho de outrora.  As vizinhanças conversavam nas calçadas nas tardes quentes e noites de luar e o céu estrelado nas calçadas de casa. As crianças brincavam de roda, de pega, de pula corda, de academia, nas calçadas marcas por carvão. De pega e de esconde-esconde pelas ruas enegrecidas e empoeiradas. A noite para alguns homens era ouvir o Reporte Esso ou a Hora do Brasil, ficavam por dentro dos acontecimentos nacionais, sendo assunto para o outro dia. Os passeios na Praça Pedro II pelos namorados de mãos dadas sob o olhar rigoroso dos pais. O auto falante com suas musicas que encantava a mocidade. As aulas nas escolas eram demoradas. O recreio passava rápido e os alunos novamente entravam na sala suada, depois de um lanche - pão com uma fatia de doce, ou algumas bolachas sortidas, ou um copo de arroz doce com canela vendidos nos muros do Ginásio São Geraldo. Ficávamos a espera com uma ansiedade que somente as brincadeiras de rua amenizavam esta expectativa. O tempo mudou? Não! As horas marcadas são as mesmas á séculos. É verdade que o trabalho no tempo atual consome mais tempos nos deslocamento para o trabalho e com isto gera pensamentos que o dia é mais curto. Os meios de comunicação também aceleram as nossas vidas, a televisão, a internet, o telefone fixo e celular hoje faz parte da vida das pessoas. As noticias chegam há minutos ao conhecimento das pessoas. São noticias de toda espécie, boas e más. Nas grandes metrópoles este pensamento é comum e se faz presente nas conversas mantidas pelas pessoas. Quantas se interrogam – já estamos no meio do ano – O ano nem começou e já estamos no Carnaval – A Semana Santa não é mais semana santa toda recorre a baladas; O São João logo começa, e o toque da zabumba, da sanfona e do triangulo e o baião com as saudosas musica de Luiz Gonzaga; O Natal começa no mês de outubro, com as lojas já enfeitadas com papais Noel, arvores e bolas coloridas – como pode acontecer tudo isto. O mundo esta prá se acabar! Os mais velhos assim dizem!  A modernidade trouxe doenças que nunca existiu em tempos passados e hoje são corriqueiras, são pessoas acometidas de câncer de mama, de próstata, do pulmão. As preocupações com dia-a-dia levam o individuo a “depressão”, ao Acidente Vascular Cerebral a famosa “AVC”, ao “enfarte do miocárdio” O transito louco que leva a loucura para todos os motoristas e ao transeunte. Isto é o fim do mundo, diz a voz do povo. O que acontece e muita gente nega-se, a saber, é que a distancia do lar para o local do trabalho e grande e isto consome tempo e angustia ao cidadão.  O amigo Geraldo que chegou recentemente de São Paulo é um dos que afirmam que o tempo mudara. Todo o dia gastava cinco horas de ida e volta de casa para o trabalho. Começava às 7 horas da manhã e largava às sete horas da noite, doze horas de trabalho. Somando-se o horário de trabalho e com o deslocamento era de dezessete horas.  Chegava em casa por volta da dez horas da noite e saia logo cedo as quatro horas da manhã. O tempo dele mudara as horas não. Não tinha tempo para descansar nem para se distrair com a família. Fora uma vez ao litoral tomar um banho de mar em um final de semana, para descansar, se arrependeu pois demorou na viagem mais ou menos cinco horas, já chegando cansado no local que seria de descanso. O tempo mudara mas as horas não. E assim é a vida daqueles que vivem nas metrópoles. Não tem descanso. Somente trabalho. O tempo não mudou, continua o mesmo, o que mudou fomos nós em nossas atividades.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

A AGD na América - Pertinho de Obama


A Casa Branca - Washington - DC

Por Zé Carlos

Semana passada já colocamos em uma postagem (aqui) uma das fotos tiradas em nossa viagem a Washington, a capital dos Estados Unidos,  país onde estamos. Hoje, continuamos a narrar a nossa viagem a América, pulando um pouco, outras atividades, para tratar desta viagem. Se não gostarem do nosso modo de escrever ou do conteúdo vejam as fotos que ilustram a matéria, que talvez mostrem melhor, ou de um modo diferente, a beleza que é a capital americana. Algumas feiuras também aparecerão, se houver espaço, em outras postagens.

Antes de inicial a narrativa um aviso aos navegantes, principalmente, aos navegantes da terceira idade, sobre o que é o turismo quando nos atrevemos a fazê-lo, sem o apoio, muitas vezes caro, dos órgãos especializados. É um cansaço só, do ponto de vista físico e psicológico. Descobrimos que quanto mais avançamos em anos mais necessários se tornam aqueles ônibus, nos quais sentamos lá em cima, e apenas movimentamos nossos braços, levantando uma câmera ou filmadora. Da próxima vez apelaremos para eles. Desta vez ainda fomos por nós próprios. Vantagens? A liberdade.




Washington é um cidade bonita e bem planejada. Em alguns locais não há como não pensar em Brasília, pelo menos no que se refere à arquitetura dos prédios oficiais. Algumas vezes ficamos imaginando quem foi que copiou quem em alguns deles. Ou será que toda capital tem que ter prédios iguais? Quase uma vida num Departamento de Arquitetura não me deu condições de responder a esta questão. Apelo aos colegas arquitetos.

Ao contrário de Brasília, o que tem mais por lá são cruzamentos, e não vi uma sincronização eficiente para o fluxo de tráfego. Há muitos sinais de trânsito, embora quase não se vejam os fios que os ligam à eletricidade. Aliás, não vimos quase nenhum fio nos postes, sendo todos embutidos pelo solo, o que, em certos casos, e pelo tipo de luminárias, nos remete ao passado, dando-nos a sensação de História.




Segundo minhas pesquisas, que têm a profundidade do espelho d’água do Mall (basicamente, o ponto turístico da cidade, contendo quase tudo que um turista deseja), a cidade foi formada oficialmente em 1790 com doação de terras por estados vizinhos e é o centro das atividades federais americanas dos três poderes, executivo, legislativo e judiciário. Uma curiosidade é que a cidade, ao contrário de nossa Brasília, não possui representantes no congresso. Nossa pesquisa profunda não nos permitiu saber com ela é administrada. Penso que tem um prefeitura.

Já que falamos no Mall, esta faixa de terra e de muitas atividades foi o nosso objetivo, como o de quase todos os turistas estrangeiros ou americanos. Notamos que o número de pessoas que por nós passavam e falavam um inglês que não entendíamos muito bem, o que caracterizava para nós os americanos, era muito maior do que os outros que falavam línguas que não podíamos nem distinguir de onde eram, a não ser pelos olhos puxados de alguma forma. Parecia que os japoneses e chineses estavam invadindo a cidade.

Brinquedos para as crianças poderosas



Uma verdadeira babel era o que parecia a longa fila em que ficamos, por mais de uma hora, para depois descobrir que não podíamos entrar nos jardins da Casa Branca sem pegar um ingresso, o que deveríamos ter feito na chegada. Coisas do turismo desacompanhado. As pessoas que seguiam um homem com uma sombrinha ou com uma vara com uma bandeira na ponta não tiveram este problema.

Descobrimos, depois de andar muito, que o ingresso era gratuito, e havia nele a proibição de venda, por quaisquer meios. Não deu para imaginar que no nosso país esta seria um atividade paraíso para os cambistas. Fiz esta observação a um casal de paulistas que estavam mais perdidos do que nós, e fui além dizendo que aqui, um cambista gritando: “Para as 11 horas, agora é R$ 100,00”, seria inimaginável. E eles riram e forma pegar seus ingressos gratuitos. Mordi a língua, pois logo em seguida vi um senhor, “african/american”, que é nome politicamente correto para a raça negra aqui (que gostei mais do que o nosso “afro-descendente”), oferecendo um ingresso a uma senhora para as 12:30. Nada de novo debaixo do sol.




Depois de correr para pegar ingresso acima por quase duas horas depois, decidimos ver outras coisas até chegar a hora de ficarmos mais perto do Barack Obama e da Michele. Penso ser esta a esperança infundada de todos os que se submetem àquela espera interminável. Persistimos, como bons brasileiros que não desistem nunca, e lá estávamos nós nos jardins da Casa Branca. O centro do poder mundial, queiramos ou não. E em termos de beleza paisagística até nos emociona. Além disto, tudo é feito para nos dar a impressão de que os habitantes daquela casa estão nos esperando para um café da manhã ou para um almoço. E se alguns dos guias soubessem de nossa nacionalidade, nos prometeriam um feijoada na laje superior.

Isto tudo depois de uma revista meticulosa na entrada, à procura de armas, bombas e de outras coisas, que pudessem de alguma forma causar algum dano. Depois falaremos a respeito da neurose, ou quase isto, em relação a atos terroristas neste país. É justificável, lembrando que o 11 de setembro passou há pouco. Além disto, o que talvez possa ser visto em algumas das fotos, o número de “guardas” nos observando, de forma visível, além dos invisíveis, é muito grande. Fora isto, é só gentileza.

Segurança não disfarçada



E o passeio pelos jardins da Casa Branca, depois de vê-los centenas e centenas de vezes em fotos tirados por outros, mal nos dar tempo de observar com os olhos, somente. Usamos as lentes da câmera na ânsia de mostrar aos outros e até a nós mesmos, que estivemos ali. E aqueles que acharem que é deslumbramento de nossa parte, acertaram em cheios. Quem disser isto e não concordar, não vá aos jardins, pois não passaria por um detector de mentiras, que lá deve ter aos montes.

Vejam as fotos e comprovem. Vimos um brinquedo das meninas mais poderosas do mundo e nos deu vontade de ter levado nossos netos. Vimos um apiário, de onde o Obama pode colher o mel para seu “breakfast” e os lugares onde os vários presidentes receberam uma grande leva de governantes do mundo, e que devem ter provado deste mel.




Como administrador da AGD foi uma grande decepção o Obama não se encontrar em casa e nem ter deixado um recadinho pedindo desculpas, mas, o que fazer? Sabemos o esforço que ele está fazendo na campanha para que o Mitt Romney não lhe passe a perna, e que no próximo ano, aqueles jardins não estejam com novos habitantes. Quem sabe ainda nesta viagem recebamos um telefone ou mesmo o encontremos em outros lugares? Estamos trabalhando para isto, embora, o nosso orçamento já esteja curto para outras viagens. Nossos patrocinadores, Jesus, Maria e José não o aumentaram em nem um centavo.

Bem, vejam as fotos, e por hoje é só. Mas, continuaremos com o Washington outro dia. 

sábado, 20 de outubro de 2012

RODA GIGANTE (texto espírita)





Por Carlos Sena (*)

A gente sabe que tudo passa; que nesta vida pra sempre sempre acaba. A fé enquanto base de sustentação religiosa é fundamental. Mas, se não for religiosa, apenas enquanto fé já nos alimenta a alma. Talvez à alma caiba essa prerrogativa, pelo poder que ela tem de não competir com os humanos tão pecadores. Saber esperar é exercício de sabedoria. Saber esperar com fé é exercício de sabedoria extrema. Mas saber esperar com resignação talvez seja sabedoria divina. O que mais se presta a essa resignação é o fato de esperarmos que os que nos humilharam sejam, de fato, recompensados em seus débitos espirituais. Não se trata de desejar o mal, mas de ter dentro de si o entendimento de que não se planta ventos para colher diferente de tempestades.

Certa vez, numa palestra espírita, a metáfora da “roda gigante” foi o ponto central. Depois dessa palestra os meus conceitos se solidificaram no quesito “resignação” que estamos focando. A roda gigante é um pouco do que a vida põe e nos dispõe. Durante todo o seu percurso (lembra a vida) uns entram, outros saem. Outros ficam nas laterais, no meio, no fim. Sempre que alguém desce para outro subir, alguém fica lá em cima, vendo toda a paisagem. Quem estava lá em cima uma hora vai estar lá em baixo e assim por diante. Assim é a vida na sua configuração em que muitos agem como se “deuses” fossem. Humilham, utilizam cargos que ocupam para fazer o mal ou o bem apenas àqueles que menos precisariam dele.

Belo dia a roda gigante roda. Belo dia a lei do retorno precisa ser cumprida e, então, tudo será cobrado a quem mais débito tiver contraído. Certamente que a lei do retorno não acontece ao bel prazer de quem, por ventura estiver por ela esperando na arquibancada.  Ela acontece, muitas vezes, com pessoas que não são aquelas que nos fizeram passar humilhações e provas. Ela poderá se dar não contra as pessoas que nos fizeram mal. Mas no raio das suas relações mais próximas como filhos, maridos, etc. A espiritualidade não tem a nossa mesma visão nem trabalha com a nossa equivocada visão de que “quem aqui faz aqui paga”. Pode até ser, mas não necessariamente nessa ordem.

Importante, como dissemos, é a contrição com que nos resignamos. Inclusive perdoando aos nossos devedores, como nos manda o pai nosso. A roda do tempo não é a roda gigante, mas ele, na qualidade de tempo é intempestivo. Vem na lentidão que só aos sábios é permitido sentir. Assim, belo dia, você se acha aliviado de todos aqueles males que um dia se lhe fizeram sem o menor escrúpulo. Você pode nem saber o destino dos que tantos males te causaram, mas não precisa. Onde quer que a lei do retorno tenha ocorrido, o efeito será sentido. Não na forma como gostaríamos, principalmente se nós continuarmos praticando o bem; se nós, apesar dos sofrimentos continuarmos feito a cana que, mesmo “moída, trucidada” só sabe dar doçura... Portanto, fazer o bem sem olhar a quem é o que há de melhor. O contrário é igualmente verdadeiro e se paga preço caro por isto.

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(*) Publicado no Recanto de Letras em 14/09/2012

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Vende-se uma ilha vazia no Caribe. Deixaram os cubanos saírem...





Por Zezinho de Caetés

No último dia 16 eu me sentei para blogar e possivelmente escrever sobre algum assunto palpitante, como o final da novela das 9 da Globo, que está atrapalhando até comício do PT. Eu achei tão ridícula a atitude dos organizadores do evento em Salvador, ao mudarem horas e tempo de discurso para evitarem a evasão do público, que resolvi procurar outra coisa para escrever sobre.

Não sem antes mencionar o esforço que o PT está fazendo para fugir do desastre que foram seus governos, à base da mentira e da enganação. Nunca se mentiu tanto neste país, a não ser na época do mensalão em que o Lula mentia de Paris para o Jornal Nacional (ou foi para o Fantástico, não me lembro). Hoje, é para fugir dos efeitos dos efeitos daquela organização criminosa. Mas, eles não escapam deste crime. O tempo histórico é outro tempo, e eles podem permanecer por mais um pouco. No entanto, não poderão fazer o que queria fazer que era tornar este, um país de partido único, comprando políticos.

E, vejam o que eles queriam para o Brasil,  imitando um país  onde Zé Dirceu morou, com direito a treinamento e tudo. Leiam o que li na página de Notícias da AGD, e lá em baixo eu volto para um arremate final:

“A partir do dia 14 de janeiro de 2013, os cubanos poderão viajar para o exterior sem ter que pedir autorização para o governo. Também será eliminada a necessidade de uma carta-convite do país para onde o cidadão cubano quer viajar.

Cuba decidiu cortar uma série de exigências para quem quer sair do país. Essas mudanças fazem parte da tão aguardada reforma migratória cubana, que entrará em vigor a partir de 14 de janeiro. O anúncio foi feito na noite desta segunda-feira, 15.

Em nota publicada em sites oficiais de Cuba, divulga-se a atualização da política migratória vigente para “ajustá-la às condições do presente e do previsível futuro”.

Limites para alguns setores: preservando o ‘capital humano’

A partir do próximo ano, portanto, o cubano que quiser viajar para o exterior terá que apresentar apenas passaporte e visto do país de destino, quando necessário.

O governo também estendeu dos atuais 11 meses “para 24 meses a estadia no exterior dos moradores de Cuba que viajam a negócios, contados a partir da data de saída do país”, e também daqueles que viajam por motivos particulares.

As autoridades, no entanto, devem manter alguns limites para setores ainda não especificados, a fim de “preservar o capital humano criado pela revolução” e evitar o “roubo de talentos praticados pelas nações poderosas”. Atualmente, Cuba impõe sérias restrições para médicos, cientistas e militares que desejam viajar para o exterior, tornando suas viagens quase impossíveis.”

E pensar que foram necessários 60 anos de “revolução” para que o cubanos tivessem o direito de ir e vir do seu país, coisa que nós já temos, sem precisar de um socialismo de fancaria. E, de uma forma muito constrangedora, os apaniguados do PCC (Partido Comunista Cubano. Qualquer confusão com outro PCC não é mera coincidência), limitam as autorizações para viagem, no sentido de “preservar o capital humano crido pela revolução”.

A pergunta que não quer calar é que “capital humano”? O Fidel e o Raul ou os médicos, cientistas que vivem morrendo de fome, esperando um dia sair de Cuba para nunca mais voltarem? Triste sina daquele país e daquele povo. Mas, eles estão absolutamente certos em colocarem limites, pois se assim não fizessem, teriam dentro de pouco tempo uma ilha vazia. Pois mesmos aqueles do PCC que ficassem descobririam que sem os cubanos do povo para trabalharem para eles a vida seria difícil, e seria melhor virem para o Brasil.

E certamente, como esta terra já é o paraíso de ex-ditadores, receberíamos Fidel, Raul e et caterva, com pompa e circunstâncias. Lembre que apenas por um pouco mais de tempo ainda estamos no reino decadente do PT. E que venham logo se quiserem encontrar seu amigo Zé Dirceu sem estar ainda atrás das grades, pois, pelo andar da carruagem, do próximo ano não passa.

E o mais triste ainda é constatar como nosso sistema democrático ainda pode ser vítima de mentiras e mais mentiras e sofrer suas consequências por um tempo. O importante é que com as instituições, com a liberdade de expressão e de imprensa sempre teremos a verdade com último valor e num prazo muito menor do que os soviéticos, chineses e cubanos tiveram. Pelo menos aqui, socialismo significa apenas nome de partido político, cujos políticos são mais capitalistas do que Milton Friedman. Graças a Deus!