Em manutenção!!!

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

A AGD na América - Estou levando meu "velho" laptop. Será que ele entra?



Um símbolo para a burocracia - Washington DC - USA


Por Zé Carlos

Eu hoje iria continuar a narrativa sobre a minha viagem aos Estados Unidos, seguindo os passos da AGD ou vice-versa. Sem deixar de lado totalmente o assunto, e deixando um pouco a América de lado, hoje cito um texto do Joaquim Falcão que li hoje no Blog do Noblat, e que interessa a todos que se aventuram em sair do Brasil e que tem vontade de um dia voltar. Já confesso que, apesara de achar o país onde estou interessante, eu me sinto melhor quando estou em Bom Conselho.

O título do texto e que me chamou atenção, sendo: “A Receita Federal e os laptops”, que eu permito que vocês leiam antes para em seguida fazer algumas observações sobre quanto ele pode me atingir

“Outro dia, um passageiro brasileiro foi parado na Alfândega do Rio de Janeiro, pela Receita Federal, em sua volta ao Brasil vindo dos Estados Unidos por não ter declarado o laptop que trazia consigo.

Era um laptop usado, de anos. Instrumento de trabalho. E pior. Comprado no Brasil.

Não houve jeito. Estava bem usado. A quantidade de e-mails e textos armazenadas de anos atrás era incompatível com a presumida compra ilegal durante a curta duração da viagem a Nova York. As evidências não convenceram o agente da Receita Federal.

O passageiro também não podia ter se prevenido. A alfândega tinha, não tem mais, setor nos aeroportos para que o passageiro antes de viajar fizesse o registro do bem que levava.

Ainda bem, porque este setor era sempre escondido e os funcionários não eram devidamente treinados.

O agente decretou que o passageiro teria dali em diante de andar sempre com a nota fiscal de compra do laptop no bolso. Multou-o em mais de duzentos dólares. Deu-lhe um recibo e disse: Pronto. Agora o senhor está legalizado.

Este o problema. Inverteu-se o jogo legal. Você é ilegal até provar o contrário. Esta regra além de ferir direitos humanos é a regra de conforto da burocracia. Não é o estado que serve ao cidadão. Mas o cidadão que serve ao estado.

E pior. Você nem precisa saber. Você não foi alertado. Você não podia se prevenir. O Estado decreta você ilegal. E pronto. Violência maior não há.

É preciso que as relações entre estado e cidadão sejam tratadas por responsabilidades mútuas, solidárias e razoáveis. Não é razoável que a pessoa tenha que andar com as notas fiscais de seus computadores, laptop, ipod, ipad, smartphone como se carteira de identidade e passaporte fossem.

De resto, qual o dano que faz ao país você comprar um laptop lá fora para seu uso pessoal? Já alcançamos maturidade internacional cultural política e econômica para deixar de entender estes aparelhos de comunicação como fetiches ou drogas que precisam ser controlados.

Não são. São tão importantes quanto roupas e remédios. A regra seria então muito simples. Quando se trata de aparelhos para uso pessoal do passageiro, que ele pode simplesmente comprovar, ninguém pode ser considerado ilegal.

De resto, uma mera análise custo benefício mostra que a evasão fiscal dos brasileiros que por ventura comprarem laptops, e que tentem passar com eles na alfândega de peito aberto, não é suficiente para prejudicar a nossa indústria de produtos de comunicação.

Este controle é um vício burocrático apenas. Não tem uma lógica econômica. É um exercício de autoridade autoritária. Neste caso, o custo de fiscalizar é maior do que o que se vai arrecadar.”

 Eu passei pela primeira parte da história contada pelo Joaquim Falcão. Já sabendo da burocracia dos aeroportos e tendo que trazer o meu “velho” laptop, que hoje é o meu Studio para edição diária da AGD, eu procurei o vendedor e pedi uma cópia da Nota Fiscal de compra, que se deu mais de 2 anos antes. Em vão, pois, apesar do vendedor ter a obrigação de guardar as notas fiscais, o tempo de dispunha para esperar por ela era incompatível com aqueles com eles me acenavam, em relação à minha viagem.

Depois de muito reclamar e insistir, eles me deram um documento que me garantem substituem a Nota Fiscal. E eu estou esperando que em minha volta isto seja verdade. No entanto, ao ler o texto acima, fiquei apreensivo com o que acontecerá no Brasil.

O que posso confirmar do que está escrito pelo Joaquim Falcão é que tentei fazer uma declaração do iria levar para o exterior, mas isto não foi possível. Entretanto, quando viajei há 20 anos atrás para o exterior declarei até um rádio de pilha, com toda documentação necessária. E agora, o que farei se implicarem com o meu “velho” laptot? Terei que pagar 200 dólares de multa?

Para evitar isto eu já estou avisando ao agente da Receita Federal que estou escrevendo a postagem postagem deste laptop, comprado no Brasil e querendo livremente entrar no país de volta, tão alegre quanto seu dono, e não merece ser taxado por isto. Ou seja, se ele for contrabando eu também sou, apesar de ninguém querer me comprar, pois eu não tenho um preço.

O que posso dizer aqui é apenas concordar com o articulista quando diz que tudo isto não passa de um vício burocrático da pior espécie, e que o Brasil com o grau de desenvolvimento e inserção no mundo que atingiu não precisa destes procedimentos. Uma coisa é eu chegar com um laptop surrado e outro é chegar com duas malas de muamba para revender. E pior é que neste último caso a fiscalização não é tão frequente quanto deveria ser.

Estou esperando que tenha internet nos nossos aeroportos para mostrar esta postagem que foi teclada no meu “velho” laptop em questão, no dia 17/10/2012, ao agente que me abordar e não aceitar minha documentação substituta. E, pior ainda,  que mesmo que eu o tente revender no Brasil, não encontrará comprador, pelo número de coisas que tem dentro dele.

Se isto acontecer apenas repetirei as palavras do Joaquim: “Violência maior não há” antes de o entregar como pagamento da multa. Se não o receberem só restará uma alternativa: ficar no lugar dele e começar uma greve de fome, depois de comer as barras de cereais que me deram no avião.

--------
P. S. : A foto que ilustra esta postagem é um escultura existente num parque em Washington, tirada pela nossa “velha” câmera (e que também espera entrar de volta no Brasil, mesmo que não tenhamos nota fiscal de compra), e que mostra um símbolo eterno da burocracia: Um porta carimbos. Depois contaremos mais de nossa visita á cidade onde mora o Obama, e que o Mitt que desalojá-lo de lá.

Nenhum comentário:

Postar um comentário