Em manutenção!!!

sexta-feira, 29 de abril de 2016

O PT é igual à saúva. Ou o Brasil acaba com a saúva, ou....




Por Zezinho de Caetés

Estou aqui insone, mas, satisfeito com o baile do qual participei ontem à noite na Comissão de Impeachment do Senado. Confesso que não aguentei, igual ao Miguel Reale, um dos denunciantes do processo de impeachment a presidenta birrenta e que se diz inocenta, pelo adiantado da hora.

Mas, como nossa imprensa ainda é livre, hoje, vi um vídeo que foi editado pelo Felipe Moura Brasil, que mostra o depoimento do Senador Magno Malta, altas horas, que merece ser visto, como uma espécie de resumo da “traulitada” que o PT levou ontem na Comissão.

Não dar para ver se o Grupo dos 5, que são os petistas que votam contra o impeachment, se naquele momento algum deles ainda estava presente. Eu acho que não, porque esta turma dorme cedo, como eu, pois estão doentes, embora com uma doença não igual a minha, que é o passar dos anos. Estão doentes pelo desespero. E acho isto porque não vi o Lindberg Farias, o Lindinho, ser mais uma vez mal educado e ficar cortando a palavra do Senador, que falou até dos dribles do Romário, numa analogia perfeita para mostrar ao povo, num linguajar simples, o que está acontecendo.

Aliás, eu não sei o que ainda faz o Lindinho ir a estas comissões para falar a mesma coisa que fala por mais de um mês. Eu até já decorei, como disse, todo o seu discurso. Mas, ontem ele levou um “cacetada” tão violenta do Miguel Reale, quando mostrou que “nunca viu tantas impressões digitais” na cena de um crime, quanto as da presidenta, que deve ter saído de fininho, não com a cara pintada, mas, com a cara lavada de vergonha.

O que mais me entristeceu foi o que tentaram fazer com a Janaína Pascoal, a outra denunciante quando tentaram se imiscuir em sua vida profissional de forma delituosa. Só podia ser a Vanessa Graidiotin mesmo, que pareceu simplesmente, como os outros petistas, desesperada e à beira de um colapso nervoso.

O vídeo é longo, mas, merece ser visto. Vejam-no e meditem, porque, como disse o Senador Ronaldo Caiado, com outras palavras, “ou Brasil acaba com o PT, ou o PT acaba com o Brasil”, se já não acabou. O partido é o maior concorrente da saúva. Fiquem com o vídeo, que eu vou correndo assistir a outra sessão da Comissão, para fazer parte da História, mesmo como espectador.


quinta-feira, 28 de abril de 2016

Ninguém merece o "jus sperniandi" do PT




Por Zezinho de Caetés

Nestes tempos bicudos, a diversão de aposentado que gosta de política e se interessa pelo futuro do Brasil é ver a TV Senado. Digo diversão para ser genérico. No fundo no fundo, muitas vezes, a diversão é o tédio, e às vezes, o despertar dos seus instintos mais primitivos.

Há quem ainda aguente, por exemplo, o Lindberg Farias, mostrar aqueles dois dedos, que antes eram usados para comemorar o impeachment do Collor, em forma de V de vitória, para dizer que o Senado só deve julgar dois itens se quiser impichar a Dilma? O “cara pintada” virou o “cara chato”, e tenho certeza, com aquele discurso já arranjou alguns votos contra a Dilma, entre os seus colegas.

Outro exemplo é a Gleise Hoffman, atrapalhando os outros, baseando-se talvez em seu gênero e no seu nariz arrebitado, para não ouvir uns bons desaforos, pelo menos dos colegas do gênero masculino, pois, ontem a Marta Suplicy, que tenta mostrar que passou de perua para gaivota, mudando de partido, numa “questão de ordem”, que causou desordem na cabeça de sua colega, hoje perua e não mais gaivota.

E assim vão os nossos dias de cidadãos interessados, pelo menos quando falam que a situação é tão ruim que vai faltar o dinheirinho até para os aposentados, como no Rio de Janeiro. A que ponto nos levou o PT e o PMDB, que não pode tirar o corpo fora, só porque mudou de lado.

No meio disso tudo há os depoimentos sensatos e sérios como o que ouvi ontem do Fernando Bezerra Coelho, mostrando por A mais B e até mais C, porque o impeachment é um julgamento político e não jurídico, e nem mesmo jurídico/político. E outros, como o Cristovão Buarque, que não desce totalmente do muro, mas, quando bota pelo menos um pé no chão, é bastante coerente. Aliás, neste processo, Pernambuco só não está melhor representado porque temos que ouvir a voz do Humberto Costa gritando: “Não vai ter golpe!”. Como diria a imprensa internacional: Disgusting!

Porém, o que mais impressiona é o “conjunto da obra” do PT para tapar o sol com uma peneira, o que é tratado pelo Murillo Aragão, no texto intitulado “A corda e o relógio”, publicado hoje no Blog do Noblat, com a sapiência jurídica que eu não tenho, abaixo transcrito.

Ele mostra com a sapiência jurídica, da qual eu sou desprovido, as estratégias do partido para continuar no poder, o que, pelo seu viés ditatorial e seguindo o mestre Fidel: “Uma vez no poder, poder ou morte!”. Embora eu saiba que está longe de passar pela cabeça do meu conterrâneo Lula ou Dilma tomar uma atitude getuliana, se pensarmos em morte política, tenho certeza, com o impeachment da Dilma, o meu conterrâneo não se elege mais nem vereador em Garanhuns, mesmo que tenha o voto do Roberto Almeida.

E para deixá-los com o Murillo e ir me postar na frente da TV e acompanhar em detalhes os lances do impeachment, eu apenas digo que, se o PT continuar no poder, depois de tudo que fez, é porque o Brasil merece. No entanto, meu otimismo me leva a uma meia volta eu digo: “Ninguém merece!”.

“A estratégia de José Eduardo Cardozo, ministro-chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), que defende a presidente Dilma Rousseff contra o impeachment, é esticar a corda o máximo possível e criar uma guerrilha contra o processo. O primeiro passo foi questionar a votação da admissibilidade na Câmara dos Deputados, alegando que as declarações de voto dos parlamentares não condiziam com a natureza do pedido em discussão.

Provavelmente, o pedido vai ser negado pelo presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Aliados podem tentar recurso na Comissão de Justiça, mas o objetivo é outro: recorrer da decisão de Cunha e levar a discussão, de novo, para o Supremo Tribunal Federal (STF). Dessa feita, questionando a validade da votação. Coisa do velho e bom PT, conhecido de todos por causa de sua vocação para defender disparates.

Mesmo que não obtenha sucesso, Cardozo deseja que a discussão atrapalhe ou, quem sabe, paralise o andamento do processo no Senado. Ele conta com a possibilidade de seus recursos caírem em “mãos amigas” e conseguir alguma liminar que provoque debates que, eventualmente, travem o processo.

Outra iniciativa é tentar obter do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), mais tempo na tramitação do processo na Casa. Para tal, Cardozo conta com a discreta simpatia do ministro Ricardo Lewandowski, que presidirá o julgamento, e um irregular apoio do Renan.

Por que ganhar tempo? A presidente Dilma e o ex-presidente Lula esperam criar um clamor internacional (improvável) contra o que chamam de “golpe” contra a democracia. Marco Aurélio Garcia, assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, atua intensamente junto aos países bolivarianos do Mercosul e da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) para forçar uma condenação expressa ao processo no Brasil.

Até agora, obteve duas declarações de relativo peso: do secretário-geral da Unasul, Ernesto Samper, e do deputado kirchnerista Jorge Taiano (Parlasul). No entanto, nenhuma das instituições aprovou ou irá aprovar moções condenando o Brasil. Até mesmo pelo fato de não existir maioria para tal. As escaramuças são dos “executivos” que as gerenciam.

A grita internacional, se ocorresse de forma intensa, poderia alimentar o debate (improvável) sobre a realização de novas eleições gerais no país. Fato que representaria uma grave ruptura e só poderia se concretizar se o Tribunal Superior Eleitoral anulasse a chapa Dilma-Temer (PT).

O governo espera (deseja) também que a Operação Lava-Jato venha a atingir o PMDB e, até mesmo, o vice-presidente, Michel Temer. Para o Planalto, essa hipótese poderia “zerar o jogo” no Senado e reabrir as chances de permanência de Dilma no poder. Espera (deseja) ainda que algum fato novo possa reverter a tendência de aprovação em definitivo do impeachment, daqui a dois ou três meses.

Mesmo que não seja uma grande estratégia – já que depende de um STF majoritariamente a favor do andamento do impeachment, das surpresas da Lava-Jato e do acaso –, esta é a que resta a Dilma. Porém – e sempre existe um porém —, essa estratégia pode ficar ainda mais fragilizada se Lula e Dilma continuarem atacando a Câmara dos Deputados e demonstrando desprezo pela instituição.


Afinal, caso Dilma se salve, dependerá, para governar, daqueles a quem Lula hoje chama de “quadrilha”. A corda do governo está se rompendo. O tempo está acabando.”

quarta-feira, 27 de abril de 2016

MORADORA DO INTERIOR




Por Jose Antonio Taveira Belo / Zetinho


Aguardando o ônibus na Rodoviária de Garanhuns para ir ao Recife. A brisa e o céu azul da manhã eram convidativo para o passeio no Parque Euclides Dourado para saborear o ar puro vinda das folhas dos pés de eucaliptos.  Os caminhantes andavam e corria pela pista dentro do parque com as suas roupas coloridas. Olhei para o relógio dez horas. Alguns passageiros chegavam uns ainda agasalhados outros de camisetas ignorando a frieza da manhã.. Um carro de som estridente anunciava uma casa de com construção alardeando os preços baixos e promoções. Um homem anunciava a cada instante a saídas de ônibus para Arapiraca, Palmeiras dos Índios, Bom Conselho e os passageiros acorria para o local onde ônibus acabara de chegar.  Folheava a paginas do Diário de Pernambuco, já sabendo das noticias que todos os dias se repetem.  Ninguém mais aguenta as noticias repetitiva sobre a política corrupta que se instalou no país.  O país vive um clima de instabilidade, sem rumo, sem documento. Sentou-se ao meu lado uma senhora que esperava o ônibus para a cidade de Caetés. Tinha mais  ou menos seus 60 anos, branca, olhos castanhos e a pela já um pouco enrugada pelo sol no trabalho do campo. Meu Senhor como é que vamos viver? A carestia esta muito grande e ninguém dá jeito! O pobre se torna mais pobre, vive de migalhas e de sofrimento. Ninguém tem mais confiança no governo. Não tem controle e não sabemos para onde vamos. Os homens que deveria cuidar do bem comum, são os primeiros a surrupiar o nosso dinheirinho, enriquecimento ilícito, dinheiro vindo à calada da noite para os seus bolsos. Todos nós brasileiros e estrangeiros estão perplexos com esta situação alarmante que se encontra nosso Brasil. Sabe, tenho um pequeno sitio. Planto macaxeira, feijão e milho. Sou analfabeta de pai e mãe. Nunca me deixaram estudar. O que falo é porque ouço os outros falarem, mas vejo as noticias numa pequena televisão que tenho minha casinha. Olhe meu Senhor a coisa está braba. Há dois dias que venho me receitar aqui em Garanhuns. Chego cedo e nunca encontro vaga. Hoje, tive sorte, O doutor passou uma receita, veja o remédio não tem, agora diga meu Senhor onde vou arranjar dinheiro para comprar este remédio que é caro? Onde? Onde? O que mais me entristece é que o nosso conterrâneo saiu da daqui puxando uma cachorrinha. Conheci toda a sua família, o pai, a mãe e seus irmãos todos pobrezinhos, pessoas de bem. O Luiz, ou Lula apelido dado por seus familiares foi para São Paulo tentar a vida e não é que deu certo? Trabalhou ganhou a vida como operário, falou para todos, candidatou-se e venceu mais no fim nos envergonha, pois a riqueza e falta de vergonha nos enlameou, principalmente nós os nordestino e ai o Senhor veja como está às coisas. A Dona Dilma é que mais pena, pois foi na “onda” do Lula. Ele manda e ela obedece, disse meu compadre Afrânio, meu vizinho de terra. Ele, o Lula, sabe e todos dizem recebeu muito propina para o Partido dos Trabalhadores. Queria e quer ainda que o PT fique indefinidamente no poder, uma ditadura civil, ele o Lula ser a pessoa que diz o que quer, assim disse Dona Manoela uma nossa vizinha. Eu sou analfabeta, como já disse, mais tenho ouvido para ouvir o que dizem as pessoas mais letradas do que eu. Ajeitou o lenço na cabeça e casaco rosa, puxou a sobrinha que estava encostada para junto da pequena sacola para não esquecer. Cruzou as pernas e disse, olhando para mim. O Senhor que tem mais letras do que eu acredita neste pessoal? Pois eu não acredito! É um bocado de ladrão é que dizem por ai. Eu não sei não! As coisas vão piorar para os mais pobres que terão que se virar enquanto eles não estão nem ai. Que a população pobre que se lasque, esta é que a verdade. Desculpe o Senhor que tirei a sua vista do jornal, mais eu tenho o costume de conversar para o tempo passar. Olhe eu não eu não lhe disse o ônibus que vai para Arcoverde chegou e vou me achegar para chegar cedo à casa que tenho alguns cabritos para ajuntar. Que Deus abençoe o Senhor que me ouviu. Levantou-se  apressada e eu fiquei com os meus pensamentos na fala desta modesta mulher trabalhadora que mesmo sendo semianalfabeta demonstra sabedoria e conhecimento do que vem acontecendo no Brasil. Enrolei o Jornal e apanhei o ônibus para o Recife.

terça-feira, 26 de abril de 2016

O Bebê de Rosemary




Por Zezinho de Caetés

Hoje, o que me chamou mais atenção não foi o texto que abaixo transcrevo do Ricardo Noblat (“Quem pariu Temer que o embale”), em seu blog. Foi a foto que o acompanha. Ela mostra a Mia Farrow, numa cena clássica do filme “O Bebê de Rosemary”, no qual a protagonista ficava horrorizada quando descobriu que tinha dado a luz a um demônio.

Depois de ter visto ontem a sessão de instalação da Comissão de Impeachment no Senado, eu fiquei entendendo o que o jornalista quis dizer com a foto, de que nasceu um diabinho na política brasileira, embora não se saiba ao certo quem o pariu. Nestas alturas, o pai ou mãe do capiroto virou matéria da política nacional.

Se interpretarmos como sendo o diabo, a situação econômica pela qual o Brasil está passando, cada um tem uma opinião, mas, como era de se esperar a oposição acha que bicho é a Dilma, e a situação acha que o bicho é o Aécio. Como assim?

Os tucanos querem um senador mineiro para relator da comissão enquanto os petistas querem alguém, segundo eles, mais neutros e não tão junto de Aécio. O que era para ser decidido em 5 minutos, a escolha de comissão, deve ter passado umas 5 horas, e nem esperei o final da querela. A pergunta que ficou no ar era se eles queriam que o relator fosse o Lindberg Farias, que certamente, já tem um relatório pronto e conciso: “Impeachment é golpe”, ou mesmo a Gleise Hoffman que talvez escrevesse mais um pouco dizendo: “Impeachment de mulher é golpe”. Ou, quem sabe a Vanessa Graidiotin?!

Ora, meu Deus, o que importa mesmo é quem vai cuidar do bebê, que certamente foi gerado no ventre da Rosemary, pois tem relação com o Lula. E no caso, pelo que vi ontem no Senado, não tem jeito, o Temer, dentro de poucos dias, é quem vai embalar o bebê de Rosemary.

E só para comentar um pouco sobre o texto do Noblat abaixo, eu digo que, se o PSDB não ajudar o Temer a cuidar da criaturazinha, quando ele criar chifres, o primeiro a ser chifrado é o Aécio, como já chifrou a Dilma.

“Em algum momento no ano passado, o PSDB ficou contra o impeachment da presidente Dilma. Preferia que ela sangrasse até o fim do seu atual mandato. Assim seria mais fácil derrotar o PT na eleição presidencial de 2018.

A posição do partido depois mudou e ele aderiu à tese do impeachment. Para refugá-la poucos meses mais tarde. E para outra vez recepcioná-la com medo de que Lula voltasse a comandar o governo e acabasse sendo bem sucedido.

Uma vez que o pedido de impeachment foi aprovado pela Câmara dos Deputados, e está a um passo de ter sua admissibilidade referendada por larga maioria no Senado, o PSDB – sempre ele! – enfrenta novo dilema: participar ou não do futuro governo Temer?

José Serra e Fernando Henrique Cardoso são a favor da participação. Serra está cotado para ser ministro de Temer. Aécio Neves e Geraldo Alckmin são contra. Os dois são aspirantes a candidato a presidente em 2018.

Foi marcada uma reunião para o próximo dia 3 que deverá decidir o que o PSDB acha a respeito. Por PSDB, entenda-se: o chamado colégio de cardeais do partido formado por duas dezenas de nomes, se tantos.

Nos quinze dias que antecederam à aprovação do impeachment na Câmara, o vice-presidente Michel Temer aproveitou o final de suas conversas com aliados ou possíveis aliados para adverti-los:

- Não basta que aprovem o impeachment. Isso de pouco adiantará se não me derem condições para governar.

Dito de outra maneira: quem votar contra o impeachment teria de dar em seguida seus votos para que o novo governo governe.

O impeachment foi aprovado com 367 votos favoráveis e 137 contrários. Para fazer qualquer reforma via proposta de emenda à Constituição, o governo precisará de um mínimo de 308 votos. Se não tiver, adeus governo.

O governo de Dilma caiu de podre, é bem verdade. Mas os que se recusaram a ajudá-lo a manter-se mesmo cheirando mal, não poderão agora fingir que nada tiveram a ver com a sua queda. Tiveram, sim. E por isso são responsáveis pelo governo que está por vir.

Do fim da ditadura militar até o fim do primeiro governo de Dilma, o Congresso jamais negou o que um presidente da República recém-empossado lhe pediu. Aprovou até o congelamento da poupança dos brasileiros promovido pelo então presidente Fernando Collor.

O que Temer pedirá ao Congresso será praticamente a mesma coisa que Dilma hesitava em pedir – seja por pressão do PT, seja por lhe faltar coragem, seja por seu estado de confusão mental. Não haverá novidades.

O futuro ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, só não foi ministro da Fazenda de Dilma porque ela nunca gostou dele. Lula gostava e o indicou para o cargo muitas vezes. Meirelles foi o presidente do Banco Central do governo Lula.

Se era para negar a Temer condições de governar, o PSDB e demais partidos deveriam ter arcado com a responsabilidade de sustentar Dilma.


Agora é tarde.”

segunda-feira, 25 de abril de 2016

A semana - Quem mentiu mais? Foi a Dilma? Foi o Cunha? Foi o Lula?.....




Por Zé Carlos

Assim está difícil. Como já disse, devido à concorrência  com a realidade, em termos de humor, já havia decidido parar de escrever esta coluna semanal, porque, em comparação, ele está ficando sem graça. Só persisto pela insistência dos meus 14 leitores que teimam em lê-la com alguma finalidade. E aqui vou eu, mais uma vez, como se dizia lá em Bom Conselho: “Malhar em ferro frio”.

E, ainda lembrando nossa querida Papacaça, em minha juventude, contava-se a história de alguém, que se tornou sinônimo de mentira. Não digo o nome dele devido minhas amizades com alguns dos seus descendentes. Mas, lembro bem, quando alguém mentia se dizia: “Este cara mente mais do que “fulano””. E hoje, este “fulano” tem tantos concorrentes na política que eu já mudei o ditado em homenagem à nossa musa a Dilma, dizendo: “Este cara mente mais do que a Dilma”, quando quero chamar alguém de grande mentiroso ou mentirosa. Poderia ser também o Cunha, ou mesmo o Renan, se não quisesse pensar no Lula, porque ele entra "hors concours".

Imaginem que ela, a Dilma, foi capaz de mentir durante um ano inteiro de 2014 durante a campanha, garantindo ao povo brasileiro que o Brasil era o País das Maravilhas, de onde se tirava até leite de pedras para não cansar a vaca. Para quem percebeu, como eu, que tudo não passava de mentira e de lorota boa, foi um riso que durou o ano inteiro. Lembrem que ela até dispensou o Guido Mantega do Ministério da Fazenda, porque, para um país onde se tinha acabado a miséria, onde os empresários estavam cada vez mais ricos, e os políticos ficavam milionários, para que um ministro a mais para atrapalhar? Dizem que o Mantega ficou magoado porque tudo que acontecia na Economia tinha o dedo dele e ela simplesmente o ignorou.

E lá se foi a esperança desta coluna de ter a Dilma, para fazer graça só aqui em tempo integral e dedicação exclusiva, como já fazia o Lula. Mas, mesmo que ela não pudesse cooperar tanto com conosco, temos, eu e meus parcos leitores, que agradecer pelos deliciosos e hilariantes momentos que ela nos fez passar.

E nesta semana, que começou na semana passada com o finzinho da votação do impeachment na Câmara de Deputado, presidida pelo bandido favorito do Roberto Jefferson, o Cunha, o que já é um motivo de riso que a realidade nos impõe, ainda vimos um deputado, o Bolsonaro, votando em nome do seu torturador favorito, um tal de Coronel Brilhante Ustra, e que por isso levou uma cusparada do deputado Jean Wyllys, que usa o cuspe em quase todas suas ações. Foi desbundante a realidade, que diante de tanta efusividade só nos deixa sem assuntos hilários relevantes.

No entanto, como sou brasileiro e não desisto nunca, saí procurando e vi que a Dilma, em termos de comédia pastelão, está para nascer um Groucho Marx para competir com ela, mesmo quando dizia: “A honestidade e a sinceridade são as chaves do sucesso. Se puderes falsificá-las, estarás garantido!”. E foi isto que a Dilma fez a semana toda, depois de saber que não só era a felicidade que estava batendo à sua porta, e sim o impeachment. Quando ela viu que o discurso mentiroso do “golpe” já estava tão desgastado aqui dentro, que até a oposição já fazia graça com ele, resolveu ir para exterior, mais especificamente, para a ONU, dar um show, no qual prometia que iria matar do mundo de rir com sua piada mais relevante: “Não vai ter golpe!”, adaptada para inglês ver como: “Só não vai ter golpe se vocês me ajudarem!”.

Depois de conversar com seus assessores, principalmente, o hoje seu advogado o José Eduardo Cardoso, hoje mais conhecido como JECa, que disse ser demais ela encenar a peça na ONU, pois poderia matar até o seu presidente, o Ban Ki-moon, de tanto rir, ela resolveu não falar em golpe. Fez um discurso sério, que quem ouviu nem pensou que era a pândega da Dilma, mas, ao final, disse:

“Senhoras e senhores,

Não posso terminar minhas palavras sem mencionar o grave momento que vive o Brasil. A despeito disso, quero dizer que o Brasil é um grande país, com uma sociedade que soube vencer o autoritarismo e construir uma pujante democracia. Nosso povo é um povo trabalhador e com grande apreço pela liberdade. Saberá, não tenho dúvidas, impedir quaisquer retrocessos.

Sou grata a todos os líderes que expressaram a mim sua solidariedade.

Muito obrigada.”

Diante disto, os petistas ficaram horrorizados sem entender como a Dilma transformou o golpe nisto, e ela, na certa, como foi cobrada aqui para não falar em golpe, até pelo seu advogado, lá na ONU, e pela sua instintiva capacidade de fazer rir e mentir, disse, logo em seguida à imprensa mundial que a esperava, com um ar de riso frustrado:

“Me dizer que não é golpe é tampar [sic] o sol com a peneira. Sou uma pessoa vítima, sou uma pessoa injustiçada, e isso é grave porque sou presidente da República. Se a lei nem para mim vale, quanto mais para a população do nosso país mais pobre”.

.................

“Não sou contra eleições de maneira alguma. Mas uma coisa é eleição direta com voto secreto das pessoas e o povo brasileiro participando. Agora, tem que ser me dado o direito de me defender. Eu não sou uma pessoa apegada a cargo. Não acuso ninguém que propõe eleição direta de golpista. Isso é outra discussão. Eu quero defender o meu mandato. Devo isso aos meus 54 milhões de eleitores”.

Vejam que ela não se conteve sem falar no golpe. E foi quando o mundo quis ligar o que ela disse na ONU, que somos uma democracia madura, com o golpe, que houve uma gargalhada universal. Dizem que apenas o Maduro, o Evo Morales e a Cristinha Kirchner, não riram. E não foi só por esta última ser argentina, pois o Papa Francisco também é e riu tanto que dizem ter perdido a hora da missa, embora isto seja considerado um boato de cunho religioso. Quanto a Evo, não, foi verdade, ele até enviou uns ônibus bolivianos para votação do impeachment, dizem, cheios de folha de coca para a animar a Dilma, que estava sofrendo muito, com tudo isto.

E  vejam a capacidade da Dilma para reverter o jogo e colocar as pessoas para rir, quando elas tentam chorar. Ela concedeu a entrevista coletiva na residência do ex-chanceler Antonio Patriota, onde, em sua frente havia grupos contra e a favor do impeachment. Dizem que um grupo chorava e o outro ria, porém, ao saberem do que ela disse na entrevista, todos riam para não chorar. A mulher é mesmo uma pândega.

No entanto, se a semana ficasse por aí, o riso brasileiro seria minoritário. Houve mais e muito mais. Basta lembrar o Renan ao receber o processo de impeachment, com uma preguiça impressionante de colocá-lo para andar. Se fosse por ele, o Senado só votaria o impeachment quando a Lava Jato chegasse ao fim, com ele solto. Aliás, o engraçado da coisa é que, se a Lava Jato continuar, vai ser difícil é encontrar senadores para formar uma comissão, de pelo menos dez. Mas, finalmente, depois de rirem muito da postura do Renan, ao dizer que a coisa deve andar não muito depressa para não mostrar que todos estão com medo, e nem tão devagar ao ponto de o Moro pensar que eles estão duvidando de suas intenções, houve decisão. E foi resolvido que a Comissão do Impeachment começasse a se reunir na próxima semana. Ufaaaaaa!!!!

Já o Lula, nosso brilhante colaborador, não pôde fazer nenhum show, porque estava esperando ser ministro outra vez para começar outro negócio de compra e venda de votos, no Palácio do Planalto. E vai ficar esperando até que isto aconteça, o que, pelo semblante dos ministros do STF quando julgavam o pedido dele para voltar, ele só vai poder ser Ministro da Educação,  e assim mesmo quando ele comprovar todos os títulos que obteve e todas as palestras que fez. Como ele já declarou que não tem nada, isto vai ser muito difícil.

Aliás, eu não acredito mais que o Lula consiga ir para ministério algum, já que ele só tem capacidade para ser Presidente da República, que é o único cargo do país pelo qual podem passar pessoas com a capacidade da Dilma Roussef, que faliu uma lojinha de 1,99 e tem como meta fazer do Brasil uma lojinha de 1 dólar. E se o impeachment não sair, fiquem certos, ela conseguirá. Até 2018 a Petrobrás valerá 1 dólar, e talvez dobrando a meta.

E ainda mais, o Lula, mesmo sem ser ministro, continuou em seu luxuoso quarto de hotel, em Brasília, tentando de tudo para demonstrar que não está mentindo quando diz que não quer que ela saia do cargo antes de 2018. Dizem que ele não teve muita sorte até agora, e o pessoal ia lá, vendia o voto, recebia o dinheiro e votava contra a Dilma. Os que fizeram isto modificavam um conhecido ditado para se justificar: “Mentiroso que mente a mentiroso, só comete crime culposo!”.

E assim foi a semana com o cordão dos mentirosos aumentando cada vez mais. Alguns dizem que o maior deles é o Cunha, outros que é Dilma e ainda outros, pela teoria do domínio do fato, que é o Lula. Sei não! De qualquer forma se um deles passar por você e disser bom dia, antes de qualquer ação veja, se é o sol ou a lua que está no céu.


Já espero esta semana que entra, com grandes expectativas do que acontecerá no Senado Federal, e o que acontecerá com o ministério do vice-presidente, que, parece está influindo mais na situação do país, do que o de Dilma, que está de saída. O Temer seria convidado para nossa coluna, se, ao mesmo tempo que leva a Marcela, sua esposa bela e do lar, para o Alvorada, convidasse o Lula para ser seu Ministro do Trabalho. Pela experiência do Lula com o trabalho, tenho certeza, seria um risadaria geral. Então até a próxima!

sexta-feira, 22 de abril de 2016

"Mais de mil palhaços no salão..."




Por Zezinho de Caetés

Ontem, Dia de Tiradentes, enquanto estava zanzando por aí, vocês liam minha amiga Lucinha Peixoto. Voltei para casa em tempo para acompanhar a viagem da presidenta birrenta aos Estados Unidos para falar na ONU, logo mais.

Eu não sei bem qual seria  assunto que ela iria abordar, se não tivesse com o impeachment bafejando no seu cangote. Só penso que, pelo seu passado, não aquele que ela diz que foi torturada e lutava pela democracia (a grande mentira), e sim pelo seu destrambelhamento político apresentado desde que se aboletou no Palácio da Alvorada, ela vai dizer que está sofrendo um golpe no Brasil, mantendo a tradição de mentir.

O artigo que transcrevo abaixo (“Mas a senhora veio pedir asilo? Não pode voltar ao Brasil? É isso?”), publicado no Blog do Noblat pela Maria Helena Rubinato, mostra o ridículo da situação que ela poderá criar. Além, é claro do gasto que estamos pagando para que 52 pessoas (que é o número de apaniguados que a acompanham) visitem Nova York mais uma vez, se tocar no assunto, tratando impeachment de golpe, em terras estrangeiras.

Seria de morrer de rir, se não fôssemos forçados a chorar, quando o Brasil, imerso em doenças, desemprego, inflação e outros males, clama pela sua saída do trono, onde nunca deveria ter subido, porque, (e o Lula, meu conterrâneo, sabia disto), ela foi sempre a encarnação da mentira, tivéssemos que passar ridículo junto com ela. Fomos, durante os últimos tempos, palhaços que nos divertimos, mesmo sabendo que, quando o leão fosse solto, iria nos comer. E agora ele se soltou, e vai nos comendo pelas beiradas.

Bem, diante disto, só nos resta esperar o que a presidenta cruenta irá dizer na terra de Tio Sam, o algoz de todos os esquerdistas incompetentes da América Latina. Fiquem com Maria Helena, que eu vou fazer minha maquiagem de palhaço, “just in case”.

“Escrevo este artigo na quinta-feira, 21 de abril, dia em que dona Dilma embarcou para Nova York determinada a fazer um pronunciamento bomba no plenário da ONU e, também, se puder, repeti-lo em entrevistas a jornalistas que estão cobrindo a Conferência.

Não sei se ela usará mesmo a Conferência do Clima para se queixar de estar sendo vítima de um golpe.

Na ONU, ela só vai falar, não será interpelada. O que provocará um silencioso “So what?” e olhe lá.

Mas os jornalistas certamente não a deixarão escapar sem que ela explique que tipo curioso de golpe é esse: tendo embarcado livremente no avião presidencial que é mantido e pilotado pela Força Aérea Brasileira, passará dois dias ausente de seu posto que nesse meio tempo será diligentemente guardado pelo vice-presidente, que o devolverá a ela mal ela chegue ao Brasil.

Que golpe é esse? A mim me parece que ela levou foi um golpe na cabeça!

Dona Dilma se gaba de ser um coração valente que lutou bravamente contra os militares que queriam fazer do Brasil o quintal do imperialismo americano, ou seja, o Lobo Mau.

Será que não lhe causa certo mal estar ir se queixar de nossas mais altas instituições justo na casa do Lobo Mau?

Será que ela pensa que algum jornal de peso irá acreditar nessa lenga-lenga que faz dos brasileiros uns palhaços?

E se lhe perguntarem: “Mas, afinal, a senhora veio pedir asilo? Não pode voltar ao Brasil? É isso?”, o que ela vai responder?

Henry Kissinger, personagem que com certeza dona Dilma não esquece pelo papel que lhe coube na América Latina dos anos de chumbo, forjou uma frase marcante: "Não vejo motivos para que fiquemos inertes diante de um país que marcha para o comunismo devido à irresponsabilidade de seu povo. São questões muito importantes para serem deixadas por conta dos eleitores chilenos".

Jamais concordei com essas palavras que considero perniciosas, mas também não acho que o voto canoniza. Não canoniza. O voto pertence ao eleitor e se ele assim o desejar, deve ter o direito de reconhecer que errou, que votou mal. Não deve ser obrigado a beber do cálice da amargura até a última gota.

Como disse no início deste artigo, não sei se dona Dilma vai mesmo pedir apoio à ONU.

Mas creio que ela não vai perder a chance de matraquear contra o golpe do qual se acha vítima em entrevistas a jornais internacionais. Não acredito que ela tenha ido a New York por outro motivo.

Pena que seu coração valente não se preocupe mais em honrar o Brasil e os brasileiros do que em nos tratar como palhaços um tanto ou quanto apatetados.


O que me dá esperança é que não há nada como um dia atrás do outro...”

quinta-feira, 21 de abril de 2016

Brasília 50 anos




Por Lucinha Peixoto (*)

É ótimo um feriado, principalmente quando estamos ruim de assunto para escrever, e este do qual falarei é importante, o 21 de abril. É importante porque se homenageia um herói das lutas por nossa independência política, o Tiradentes. Mas, neste ano, por ser o quinquagésimo aniversário de nossa atual capital: Brasília, ele se torna mais importante ainda.

Não vou aqui repetir a História que aprendemos, e muitas vezes esquecemos, nos cursos básicos de nossos colégios. Só relembrar que já tivemos três capitais, Salvador, Rio de Janeiro e Brasília. Esta última, apesar de ser prevista desde a primeira Constituição republicana de 1891, e haver planos e projetos desde este tempo, com a demarcação de um quadrilátero no Planalto Central do país, para instalação da nova capital, só teve um início concreto com o Presidente Juscelino Kubitschek, em 1957.

Eu estava ontem vendo a TV, e vi um senhor dando uma entrevista, dizendo que foi a partir de uma pergunta dele a Juscelino, no próprio local da construção de Brasília que houve a determinação do presidente em transformar o antigo projeto em realidade, no primeiro comício realizado por lá, no chão de terra batida da futura Capital Federal. Verdade ou não, os cargos eletivos de importância, levam homens ao poder, com muitas promessas e sonhos. Suas realizações muitas vezes dependem de impulsos momentâneos como este.

Brasília foi um desses sonhos, cujo objetivo, segundo o próprio Juscelino, era um projeto nacional para “liquidar com a sonolência de uma sociedade que parasitava ao longo das praias como caranguejos, ou como se quisesse ir embora”. A partir de 1957, ela começou a tomar forma, e no dia 21 de abril de 1960, ele recebia uma chave simbólica de Brasília, das mãos de Israel Pinheiro.

Eu não acredito que foi Juscelino, isolado, o responsável pela construção de Brasília. Ele foi o líder do processo. Posso dizer que sem ele não teríamos nossa capital pronta em tão pouco tempo, e nem mesmo, se a teríamos um dia. Talvez, sem aquele momento de um homem determinado, ainda estivéssemos caranguejando no Rio de Janeiro, explodindo com o Morro do Bumba. Mas, não devemos personalizar demais a História. Cada época gera seus problemas e soluções e eles nos levam por diferentes caminhos. Entretanto, Juscelino será sempre lembrado como o presidente que construiu Brasília, e com isto, levou o Brasil a crescer para aquelas bandas.

Voltando para nossa época, temos um presidente, que vez por outra, se compara a Juscelino. Eu até acredito que pelo inusitado de Lula ser de uma classe social diferente, um ex-operário, tivesse tudo para fazer um grande governo, e repetir, não os 50 anos em 5 do Juscelino, mas o 50 anos em 8, no plano social. Não posso dizer que ele não tenha tentado isto. Apesar dos programas sociais alardeados pelo sucesso da inclusão de várias segmentos de baixa renda ao mercado de consumo, já tivessem começado em governos anteriores, ele fez mais, os ampliou e pode-se dizer que a distribuição de renda no Brasil se tornou mais igual.

Mas, a que preço. Com o crescimento do Programa do Bolsa Família, perdeu-se o poder de fiscalização, para levar a criançada a aprender a ler e a escrever, e o que vemos é que a inclusão social se dar pelo lado errado do não incentivo ao trabalho para deixar o Programa. Ele virou moeda de troca eleitoral enquanto o próprio presidente, em declarações desastrosas, leva à louvação do apedeutismo.

E o que hoje se ver? Aos 50 anos de vida, Brasília vai ter sua solenidade de aniversário presidida por um governador indireto e quase com um ex-governador preso por usar o Patrimônio da Humanidade, no qual se transformou a cidade, em benefício próprio. O que espero é que o próximo governo, reformule a vida política da Capital, nos próximos 4 anos. Seu lema deve ser: 50 anos em 4, menos ladrão e mais beleza. De qualquer forma parabéns ao povo de Brasília.

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(*) Hoje estou perambulando pelo mundo e não posso escrever nada, sobre esta data tão especial. Resolvi então fazer uma homenagem a amiga e ex-colega Lucinha Peixoto, com a transcrição de um seu texto, publicado originalmente no Blog da CIT (aqui). É Lucinha, sempre atual.  Por pouco ela não previa que a nova habitante do Palácio do Alvorada, estará brevemente na ONU, denunciando o Brasil por um “golpe” que só existe na cabeça de petistas destronados. (Zezinho de Caetés)

quarta-feira, 20 de abril de 2016

Pode faltar até o cafezinho...




Por Zezinho de Caetés

Ainda está na minha cabeça a noite do último domingo. Teria carradas de coisas para dizer sobre aquela sessão da Câmara, que me deu alegria, mas, também algumas tristezas, por exemplo, verificar o nível cultural de alguns dos nossos deputados. Parecia até um circo dos horrores, e que no seu final, pelo resultado, saiu da jaula, uma gazela.

Agora, hoje, já véspera do feriado de Tiradentes, saímos de um circo e já estamos em outro, onde quem faz a graça é o Renan. Ontem, assisti à sessão onde foi lido o resultado da Câmara dos deputados, que permitirá, com a vontade de Deus e contra a vontade do Renan e do Lewandowsky, que a presidenta birrenta e sonolenta, a Dilma, saia do Planalto.

Digo sonolenta, porque em mais um comício realizado no Palácio do Planalto, ela apareceu em “estado zen”, ou seja, se fizessem silêncio, ela dormiria. Dali não restou nenhuma dúvida de que ela está governando dopada pelos remédios. Se parar de pedalar, ela sabe que cai, e a crise de abstinência das pedaladas a está levando a um estado de platitude.

Voltando ao Senado, todos sabem de que lado está o Renan. Claro que é do lado dele, para que a Lava Jato não o pegue. E pode tentar atrasar o processo do impeachment de uma forma ou de outra. Ele ontem até ameçou que, se quiserem apressar as coisas, ele chama o Lewandowsky. E este, como todos sabem, e é mostrado no texto do Ricardo Noblat, abaixo transcrito (que tem com título explícito: “Renan atrasa o impeachment no Senado”), deve a Lula (uns dizem que deve a Marisa) sua indicação para o STF.

O que eu não entendo é por que o Lula quer atrasar o impeachment, como dizem. Eu acho, e põe acho nisto, que ele quer é ver e Dilma pelas costas, porque sabe que se ela for ficando o Brasil irá à breca, e ninguém mais, na história deste país quererá ouvir falar na dupla dinâmica Lula x Dilma.

Basta dizer que, se o tudo continuar parado na administração pública como está, vai faltar até dinheiro para pagar o cafezinho. E como vocês sabem, sem cafezinho, não dá....

No entanto, estaremos acompanhando de perto, e o deixamos agora com o Noblat para alguns detalhes.

“Há votos de sobra para que o Senado aceite o processo de impeachment da presidente Dilma. Na madrugada de hoje, o placar do jornal O Estado de S. Paulo registrava 47 votos a favor e 20 contra.

Os senadores são 81. A admissibilidade do processo depende apenas da maioria simples dos votos – metade mais um dos presentes à sessão. Uma vez que isso ocorra, haverá um prazo de até 180 dias para que Dilma seja julgada.

Mas se depender de Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado, e mais adiante do ministro Ricardo Lewandowski, encarregado de comandar o processo em sua reta final, tudo se arrastará com a maior lentidão.

E até que a sorte de Dilma, para o bem ou para o mal, seja selada, o país será obrigado a conviver com um governo paralisado, com um possível futuro governo à espera de se estabelecer ou não, e com um Congresso em modo devagar, quase parando.

Eduardo Cunha (PMDB-RJ) já avisou: nada se votará na Câmara dos Deputados antes do desfecho do processo de impeachment no Senado. Nada. Por sua vez, a maioria dos senadores não concorda em votar nada antes de votar o impeachment em definitivo.

Segundo o calendário ditado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a Comissão Especial do impeachment no Senado poderia ser montada 48 horas depois do recebimento do processo enviado pela Câmara. As 48 horas se esgotariam nesta sexta-feira.

Renan, contudo, depois de se reunir com Dilma e Lewandowski, estendeu o prazo para o início da próxima semana. O calendário permitiria a votação da admissibilidade do processo no dia 11 de maio. Renan pensa em marcar a votação para o dia 17.

Enquanto isso, Dilma e o PT ganharão tempo para continuar a denunciar o que chamam de “golpe”. E se o STF, hoje, decidir que Lula poderá ser empossado como ministro, ele terá cerca de 20 dias para tentar reverter no Senado a situação favorável ao impeachment.

O vice-presidente Michel Temer está incomodado com o empenho de Renan em ajudar Dilma a prorrogar sua estadia no Palácio do Planalto. Primeiro porque Lula e o PT já jogaram a toalha: consideram que a fatura no Senado está liquidada e que Dilma cairá.

Segundo porque até que caia, ela seguirá batendo nele e chamando-o de traidor. Isso servirá para desgastar a imagem de Temer. E também para enfraquecer o início do seu possível governo, já complicado pela herança maldita que ele terá de enfrentar.

Renan se comporta assim porque nunca se deu bem com Temer, nem Temer com ele. E porque deseja, de uma posição de força, arrancar de Temer vantagens tão logo ele suceda Dilma. Quanto a Lewandovski, ele é grato a Lula por sua nomeação para ministro.

Curioso é que no Senado a postura dos senadores em relação a Renan é muito diferente da postura adotado pelos deputados em relação a Cunha. Renan responde a sete processos no STF. Cunha a quatro.

Deputados contestaram a autoridade de Cunha na condução do processo de impeachment na Câmara. Os senadores não contestam a de Renan. É verdade que Cunha responde na Câmara a processo por quebra de decoro. É acusado de ter mentido aos seus pares.


No Senado, nem mesmo avança o processo de cassação do mandato de Delcídio Amaral (ex-PT), o líder do governo que foi preso, solto, delatou e acusou Lula e Dilma de corrupção.”

terça-feira, 19 de abril de 2016

O HOMEM DE BRANCO




Por José Antonio Taveira Belo / Zetinho


O bar Savoy sempre foi o reduto dos boêmios do Recife. Ali naquele local central da capital pernambucana, na Avenida Guararapes, aportava todos, sem distinção de classe. Políticos, escritores, poetas, doutores, garis, motoristas, cobradores, ambulantes, pedintes todos misturados em um só coração. O ambiente saudável de grandes boêmios dificilmente você presenciava agressões e bate boca. Algumas vezes, pouquíssimas. Havia discursões acalorados, pois ali se falava de tudo, futebol, mulheres, politicas e religião que depois terminava com um aperto de mão e um gole da cerveja gelada para apagar a fervura. Aos sábados pela manhã, com chuva ou sol se reuniam uma grande turma para saborear o chopp ou a cerveja bem geladinha, jogar porrinha e falar da vida alheia e de nossas aventuras, acrescentada de algumas mentirinhas. Os garçons sempre ali em pé no alerta de atender bem os frequentadores. Zé de Amélia era um dos que marcava presença. Moreno alto e forte, barbicha e um bigode de fazer inveja, afirmando que eram a coqueluche das mulheres, dentes branquíssimos, cabelo escarrapichados melado de brilhantina Glostora. Usava o perfume Lancaster, que incensava o Savoy. Vinha todo de branco, sorridente, desfilando pelo calçadão. Camisa, calça, meias cinturão sapatos todo branco. Sentava-se suado passando o lenço branco nos rosto. Era seu gosto andar de branco. Dizia que o branco era pureza e ele era puro, tinha poucos pecados, gabava-se. A gente ria com estes dizeres do Zé. Chamava Careca o garçom da área e pedia uma cerveja geladinha, tomava dois copos americanos e enxugava a boca, com o lenço mostrando a dentadura com um dente de ouro. Quando tu morrer Zé vão te arrancar este dente e vender na Rua Cambôa do Carmo por qualquer preço, ou empenhar na Caixa Econômica, aqui vizinha. A conversa começava alegremente, cada um contando a sua aventura da noite anterior ou da semana acrescentando sempre os fatos. Zé de Amélia era um deles. A sua vida durante a semana era numa barraca perto de casa. Era aposentado dos Correios. Ali ele observava quem entrava e saia de casa, na vizinhança. Andava pela rua tagarelando com os vizinhos sentados nas calçadas ou nos degraus da escadaria. Sempre de branco, raras vezes o via com outras cores. Sempre tinha uma estória para contar. Ouvíamos. O Perereca morava na sua comunidade em uma rua paralela a sua, era um beberrão. De vez em quando estava sóbrio, ou vivia sóbrio. Chegava sempre pela madrugada vinda do Cais Santa de Rita de uma barraca da Rita onde fazia ponto. Durante o dia perambulava na comunidade fazendo bico, pois era torneiro e eletricista. Orgulhava-se. Nunca levou um choque elétrico e nunca deixou um vazamento nas casas onde fazia o seu serviço. Nunca frequentou uma escola de formação era apenas curioso e de curiosidade e curiosidade sabia de tudo. Sempre era chamado para consertos. Dona Sinhá, uma mulatinha bonitinha cheia de vida e charme desfilava sempre pelas ruas do morro. Ia à bodega de Seu Pretinho homem gordo e cheio de gracinhas e atirado, sempre querendo tirar proveito da mulata, onde comprava alguns mantimentos com suas palavras doces e de ternura. Sempre a chamava de “minha filha”. Os homens da redondeza olhavam aquela belezura que passava se requebrando. Dizia, este Perereca é um felizardo quem tem um pedaço desse não pode se queixar na vida. O Perereca sempre que estava na barraca com os amigos tomando pinga, se orgulhava da sua Sinhá é mulher de não se botar defeito. Os companheiros sempre o alertavam, cuidado com a vida, mulher é sempre traiçoeira, se não se cuidar ela te bota um chifre que nunca vai sentir. Alerta dado. Alerta esquecido. Não é que aconteceu! Um belo dia, sol a pino lá no alto, um vento brando, acariciando os cabelos em envolto em um lenço vermelho, Perereca apanhou a sua Sinhá conversando animadamente com um velho conhecido que tinha viajado para São Paulo e voltou para visitar Dona Orquídea, sua mãe. Durante um mês a conversa com visitante ilustre da capital acontecia todos os dias na barba do Perereca. Ela pouco a pouco foi se engraçando das conversas fantasiosas e foi levada pela lábia do Oseas. Ele nunca desconfiava da sua mulher para ele – era uma santa – nunca lhe reclamara de nada, às vezes faltava alguma coisa em casa e ela dizia – não se incomode que Deus provera. Numa destas madrugadas chegando a casa encontrou a cama vazia. Acedeu a luz. Uma garrafa de café em cima da mesa, alguns pães, duas xicaras e um bilhete debaixo do prato fundo com os seguintes dizeres – Cansei de ser Amélia, fui... Beijos.

segunda-feira, 18 de abril de 2016

A semana - Dilma mais perto da "compulsória", Temer de olho na vaga, cria o Supermercado Jaburu...




Por Zé Carlos

Tudo que aconteceu ontem já estava previsto desde os 7 x 1 da Alemanha sobre o Brasil na Copa do Mundo de 2014. Não, já estava previsto muito antes, desde a derrota do Brasil para o Uruguai em 1950. Ou seria desde.... ? Ah! Deixa prá lá, porque seria impossível dizer o que nos levou a um dia em que, mesmo sem o jogo terminar, o país inteiro, urra de alegria. Afinal, parece que até o final da partida, a nossa musa Dilma, estará livre, pelo menos por alguns meses para se engajar a esta coluna, em tempo integral e dedicação exclusiva. E não é só pelo placar de quase goleada, no jogo realizado na Câmara, e sim, pela esperança que, na outra partida a ser realizada no Senado em breve, isto aconteça.

E não é só pela Dilma, apesar de a considerarmos a bam-bam-bam do humor nacional. É também pelo Lula, sim, aquele ministro Porcina, que foi sem nunca ter sido, que está também voltando para nós. Caros e parcos leitores, preparem o cinto para que aguentem a intensidade de humor nas semanas que seguem. Eu aconselho tirar todos os tubos de gás hilariante da sala, porque qualquer escapamento, junto com o que aconteceu esta semana, como verão, poderia ser fatal.

Começou com a festa infantil da Comissão Especial do Impeachment onde só faltaram distribuir “brigadeiros”, “bem-casados”, “chapeuzinhos de cone” e apitos, além dos parabéns para Cunha, no sentido de mostrar a semana de humor que estava por vir. Mas, eu mesmo não imaginava sorrir tanto quanto ontem sorri com a votação dos nossos parlamentares. Voltarei ao assunto daqui a pouco e espero que os leitores ainda estejam vivos para morrerem com todas as glórias e alegrias.

Logo no início da semana o Temer, sim, aquele que “só pensa naquilo”, divulgou o seu discurso de quase posse, que talvez só poderia ser falado hoje. Eu até hoje fico pensando como se pode “vazar” um áudio daquele tamanho pelo Whatsapp. Certamente, na hora do vazamento ele deveria já estar de fraque. Depois das escaramuças de nossa musa, a Dilma, o discurso caiu um pouco no esquecimento. E como não poderia ter caído? A Dilma mostrou do que é capaz em termos de fazer humor.

Começou a falar em diálogos e pactos no início da semana para no seu final, vendo que a plateia não sorria o bastante, resolver fazer um show na TV, no qual ela fingia ser tão violenta que o JECa, sim, o Ministro da AGU, que saiu do Ministério da Justiça para defender a Dilma, mas, pelo andar da carruagem, já estão dizendo que quem tem um advogado como este, não precisa nem de promotor, aconselhou-a a não fazê-lo para que o Brasil todo não fosse a óbito, mostrando os dentes. Querem começar a sorrir? Vejam alguns trechos do esquete que foi divulgado pelas redes sociais, menos a Rede de Marina que é propriedade privada.

“Peço a todos os brasileiros que não se deixem enganar. Vejam quem está liderando esse processo e o que propõem para o futuro do Brasil. Os golpistas já disseram que, se conseguirem usurpar o poder, será necessário impor sacrifícios à população brasileira. Com que legitimidade? Querem revogar direitos e cortar programas sociais, como o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida. Ameaçam até a educação pública. Querem abrir mão da soberania nacional, mudar o regime de partilha e entregar os recursos do pré-sal às multinacionais estrangeiras. Antes de tudo, o que move os golpistas são os nossos acertos.”

Vejam que mesmo inovando um pouco o esquete ainda se mantém com a velha piada do “não vai ter golpe” que tanto já nos fez rir semanas a fio. Mas, agora ela acrescenta, para nosso gáudio, o tema da ilegitimidade, porque sabe quanto os brasileiros e brasileiras o estimam e dele riem quando perguntam pela legitimidade de alguém no poder pela força de tantas mentiras e lorotas boas, contadas durante a campanha. Saímos de 2014, ano em que reinava a bonança e a felicidade geral da nação, para 2015, onde o povo descobriu que estava sem nenhum papel, mesmo daqueles que ela mandou para o Lula, para usar em caso de necessidade, e que tanto falta na Venezuela.

E dizem que, as reações nas redes sociais diante do discurso de que querem acabar com o Bolsa em  Família e o Minha Casa, Minha Dívida, foram tantas que uma grande parte teve que substituir o teclado de tanto bater na tecla kkkkkkkkkkkk kkkkkkkkkkkkk kkkkkkkkkkkkk..... Foi um horror e Dilma, nossa maestra do humor, conseguiu mais uma vez.

E este pessoal da elite não entende de arte e cultura tão incentivadas pela Lei Rounet ultimamente, ao ponto de ter havido no Rio de Janeiro, uma manifestação de agradecimento a Lula, nosso colaborador, que estava lá ao vivo encantando Chico Buarque, com Banda e tudo. Afinal o Lula representa e é inspirador de Construção, que diz em seus belos versos:

“...........

Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe
Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago
Dançou e gargalhou como se ouvisse música
E tropeçou no céu como se fosse um bêbado
E flutuou no ar como se fosse um pássaro
E se acabou no chão feito um pacote flácido
Agonizou no meio do passeio público
Morreu na contramão atrapalhando o tráfego

............”

Eu não sei se o envio do processo do impeachment da Dilma ao Senado levou alguém a “morrer na contramão” e nem mesmo se atrapalhou o tráfego. E por isso estou alegre hoje, apesar de insone, já pensando que, dependendo de Renan, brevemente, poderemos ter aqui na coluna, em tempo integral, o Lula e a Dilma, para nos fazer rir e até gargalhar. E foi na sessão de ontem da Câmara dos Deputados, que durou tantas horas que foi necessária a importação de colchões da Bolívia, flagrados num ônibus retido pela Polícia Federal, presente do Evo Morales, que estava cheios de folhas de coca para despertar muitos que não aguentariam de sono.

E volto ao grande fato da semana, que se eu fosse ser rigoroso, só comentaria na semana seguinte, porque a semana passada só terminou na próxima, ou seja, nesta segunda-feira, porque meu objetivo é não deixar ninguém vivo para a semana que vem, dando-lhes uma morte hilariante.

Esta sessão foi um verdadeiro desbunde. Logo no início houve um tumulto porque, como se sabe, nunca a Câmara de Deputados teve todos os deputados simultaneamente dentro do seu salão principal. Ou seja, parece que o Niemeyer o projetou, já prevendo que apenas menos da metade compareceria para trabalhar, ou nunca imaginou que o Brasil chegasse a tal número de deputados. E quando há uma briga, como se presenciou no início, todos brigam, mesmo sem querer, e o efeito dominó derruba quase todos, menos o Cunha, que não caiu, mas, parece que cairá breve. Chegou ao ponto da coisa só se acalmar quando pediram licença para um doente votar, e já começou o motivo de riso: O primeiro voto foi de um doente, que não parecia tão terminal assim. E aí começou. Os deputados, no esquete, tinha que dizer “sim” ou “não”, quando o Cunha dissesse, “como vota, deputado?”. Mas, como se viu ninguém entendeu.

Havia deputados que queriam competir com o Fidel Castro, com seus discursos intermináveis, só para dizer “não” ou “sim”. Confesso que de vez em quando, gargalhava tanto, que tinha que me ausentar da sala. Primeira constatação foi a “terceirização” dos votos. Uma grande parte não votava por ele e sim por outros pessoas ou entidades. Votavam, em nome de Deus, em nome da família, em nome dos filhos, em nome de mortos, e tudo mais. Quando esperava que eles votassem em nomes do cachorrinho da família ou em nome do cavalo de Calígula, não podíamos sustentar o riso.

E assim se passaram 10 horas até que tive que sair à janela para ouvir os gritos que me lembravam aqueles do Galvão Bueno na final da Copa de 94: “Acabou, acabou, acabou...”. E confesso, fui dormir, ou talvez tenha dormido na cadeira, enquanto o processo de votação continuava, e hoje vi que  com 347 votos contra 137, nossa musa, a Dilma, estará mais perto de sua aposentadoria compulsória.


No entanto, aqueles que não conseguiram morrer de rir esta semana, não fiquem tristes, nesta semana, o show será no Senado, e promete! Antes de me ir, devo dizer o que se comenta já a partir de hoje. O Supermercado Planalto fechou as portas porque a dona mudou o local e nome do estabelecimento para Supermercado Alvorada onde se ouvirá como música de fundo “O Canto da Cisna”, escolhida pela presidenta e dona.  Vendo o sucesso do empreendimento, o Temer vai abrir agora, para competir, o Supermercado Jaburu, e onde ele estará, na porta distribuindo uma pesquisa cuja pergunta é: “O que fazer com o Cunha?”. Dizem que já há fila na porta para inauguração e degustação. Veremos!

sexta-feira, 15 de abril de 2016

Tchau, querida!




Por Zezinho de Caetés

Confesso que não aguentei ficar até o fim do julgamento, pelo STF, do mandato de segurança impetrado pelo JECa, como é conhecido o nosso ex-ministro da justiça, José Eduardo Cardoso, pedindo para cancelar a votação do impeachment da presidenta no próximo domingo. Vali-me então da nossa imprensa, hoje pela amanhã para ficar mais otimista ainda com os destinos do país.

Porque, agora, tenho certeza que o próximo domingo será um dia de festa, e a festa continuará até que o Senado, nos próximos dias, decida mandar para alguns meses de descanso a Dilma, o que ela deve até agradecer pois não aguenta mais de tanto estresse. Não fico tão alegre com a ascensão do Temer, por motivos quase óbvios, mas, pensando bem, é o que temos, no momento.

É nisto que toca o texto do Reinaldo de Azevedo hoje, na Folha de S. Paulo (“Entre o caos e esperança, ao menos”), que transcrevo abaixo. A renúncia da Dilma ou o Temer na presidência eram as opções únicas constitucionais, e, portanto, sem elas, além de irmos descendo ladeira abaixo na economia, iríamos voltar à rabeira da fila das nações em termos de civilização política e de Estado de Direito Democrático. E como a Dilma disse que não resignaria....

Aliás, ficamos alegres pela ladainha do PT, que para não sair do poder criou a figura do “golpe democrático”, e que está indo de água abaixo porque “não haverá golpe”, mas impeachment. As frases que mais li nestes últimos dias foram: “Impeachment sem crime, é golpe!”, que é tão verdadeira quanto a outra que ouvi ontem: “Crime sem impeachment, é golpe!”.

Atualmente já se sabe que houve crime, haverá impeachment e o golpe foi na cabeça oca do meu conterrâneo o Lula, que não mais desfrutará das delícias de um hotel de luxo em Brasília, e, talvez, vá para outro que o Sérgio Moro escolherá.

Fiquem com o Reinaldo, e quanto a Dilma, só resta dizer: “Tchau, querida!”

“Por definição, o governo Michel Temer é uma opção melhor do que a eventual continuidade dessa coisa sob o comando formal de Dilma Rousseff. É uma verdade aritmética e política. O vice não será titular com menos de 342 votos na Câmara e 54 no Senado. A petista poderia permanecer no Palácio ainda que com voto nenhum. Basta, para tanto, que o outro lado não atinja o mínimo necessário em cada Casa.

Ou por outra: Temer só será presidente com uma esmagadora maioria episódica, a partir da qual se estabeleceriam caminhos para uma maioria duradoura. Dilma, no entanto, pode continuar agarrada ao osso tendo como esbirro a Armata Brancaleone dos 171 ou se faltar um único voto a seus adversários.

Há um velho adágio latino segundo o qual os deuses, quando querem destruir alguém, começam por lhe tirar o juízo. E é a isso que estamos assistindo. Duvido que mesmo os esquerdistas, por mais lassa que seja a sua moralidade, sintam conforto ao ver Lula negociar a República num quarto de hotel.

A história brasileira não exibe nada semelhante. E se ignora que algo parecido tenha se dado alhures. Especialmente quando o negociador é um homem investigado pela polícia e não exerce cargo nenhum na República.

Por mais que a sem-vergonhice política tenha atingido limites insuspeitados; por mais que nossos critérios para avaliar a ação dos homens públicos tenham cedido ao relativismo; por mais que tenhamos aderido ao pragmatismo como o último deus, um país não pode mimetizar a rotina de um prostíbulo.

E tudo isso pra quê? Como diria o poeta, “pra nada!” As negociações desavergonhadas de Lula, se bem-sucedidas, manterão o país na desordem e ainda implicarão, necessariamente, o rebaixamento do atual padrão de gestão.

Se os moralistas de última hora reclamam da qualidade dos que mudam de lado e aderem ao impeachment, como vejo fazer alguns dos colegas colunistas, peço especial atenção, então, aos relevos de caráter dos que permanecem do lado de lá, aceitando a rotina das trocas.

Não bastasse, vem um recado do quarto de hotel: se o impeachment não for aprovado, Lula, então, assumirá o governo, e haverá uma nova gestão. Ora vejam: é uma gente capaz de chamar de “golpe” a ascensão do vice, que foi eleito, segundo a norma constitucional, e de entregar a Presidência da República a quem não obteve voto nenhum. Lula, aliás, acelerou a morte do governo Dilma. E vai ser impichado junto com ela.

A única possibilidade de haver um golpe branco na República é o impeachment não sair vitorioso - já que não tem como ser derrotado. Nesse caso, Lula continuaria à frente da Presidência, como está hoje, tendo Dilma como um fantoche. Para isso chegamos à democracia? Não creio.

As esquerdas inventam gestas que só existem na sua imaginação perturbada, talhada para justificar crimes. A deposição de Dilma seria só um rearranjo dos potentados econômicos, dispostos, mais uma vez, a espoliar o povo. Nem parece que o PT foi flagrado ora em decúbito dorsal, ora em ventral, com empreiteiros e outros membros das “zelites” menos impopulares no jornalismo.

Senhoras deputadas e senhores deputados, vocês escolherão neste domingo entre as possibilidades da esperança e o risco do caos.

E, no entanto, idiota da objetividade que sou - deixo os voos subjetivos para os colunistas do outro -, eu estaria aqui a defender o voto contra o impeachment se Dilma não tivesse cometido crime de responsabilidade. Mas ela cometeu.


Chegou a hora.”

quinta-feira, 14 de abril de 2016

Quem vai pagar o PACTO?




Por Zezinho de Caetés

“Excelentíssimo Senhor Deputado,

Às vésperas da histórica decisão a ser tomada pela Câmara dos Deputados nesta semana, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e as Federações das Indústrias dos estados vêm manifestar sua convicção de que os nossos representantes saberão encontrar a melhor solução para a grave crise política e econômica que o país atravessa.

Como Vossa Excelência tem conhecimento, a economia brasileira enfrenta um momento de extrema dificuldade, falta de confiança e incerteza. A estagnação de 2014 se transformou numa dolorosa recessão, que fez o Produto Interno Bruto (PIB) encolher 3,8% em 2015.

Para este ano, o Fundo Monetário Internacional (FMI) estima que a atividade econômica terá retração de igual magnitude, em um desempenho bem inferior à média dos países emergentes. As perspectivas para 2017, se não houver uma urgente mudança de rumo, são de outro ano sem crescimento. Mais do que amargar quatro anos perdidos, isso significaria a maior recessão da história do país, com seus dramáticos efeitos.

Os brasileiros têm reais motivos para a desesperança. Estamos em meio a uma profunda crise social. Os indicadores mostram que os avanços obtidos na qualidade de vida da população, em um passado recente, ficaram para trás. A taxa de desemprego se aproxima de 10%, mesmo índice da queda da renda per capita prevista até o fim do ano. A inflação acumulada em 12 meses chegou a 9,4%, corroendo os salários dos que ainda se mantêm empregados.

Essa conjuntura adversa, em grande parte causada por uma sucessão de erros na política econômica, vem afetando a indústria mais seriamente do que outros setores. Em 2015, o PIB industrial caiu 6,2% e a produção despencou 8,3%, o pior resultado em 12 anos. Os prejuízos são intensos e generalizados, atingindo todos os segmentos da indústria brasileira. Estamos perdendo a capacidade de produzir, investir, inovar e criar empregos. Essa é uma situação sem precedentes no país.

No quadro atual, a indústria não vislumbra a possibilidade de recuperação do mercado interno. Da mesma forma, não vê meios de compensar essa derrocada com o aumento das exportações. Apesar de iniciativas positivas do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o governo não demonstra capacidade para melhorar o ambiente de negócios, elaborar uma política econômica apropriada, e propor ações para fazer o Brasil retomar a trajetória do crescimento e do progresso.

Em sentido oposto, parcelas do governo acenam com uma nova guinada na economia, justamente na direção da política que nos legou o descalabro das contas públicas e criou o cenário catastrófico em que hoje nos encontramos.

Ao mesmo tempo, o governo tem sido complacente com grupos sociais que pregam a radicalização e o confronto como forma de impor suas ideias. Essa atitude pode levar a um acirramento ainda maior das tensões, insuflando a violência, com sérias consequências.
Esse quadro negativo é ampliado pela falta de articulação do governo no Congresso, o que cria obstáculos para a aprovação das reformas de que o país necessita.

Estamos convencidos de que as discussões sobre o impeachment e sua votação no Congresso resultarão em uma nova fase da política nacional. O governo que emergir desse processo terá de arregimentar apoio, tanto no Parlamento como na sociedade, para liderar novo pacto federativo, restaurar a governabilidade e unir o país. Terá, também, que atuar com espírito público, bem como firmar compromissos com a ética e com a eficiência administrativa.

Nessa nova etapa da vida nacional, o governo e o Congresso precisarão de coragem e determinação para adotar medidas duras, mas essenciais para a retomada do desenvolvimento. Entre elas, estão as reformas previdenciária, tributária e administrativa, a recomposição das contas públicas, a modernização das leis trabalhistas e a revisão dos marcos regulatórios. Só com iniciativas firmes e ousadas poderemos voltar a trilhar o caminho do desenvolvimento, do qual nos distanciamos nos últimos anos.

Neste momento turbulento, em que se discute o impeachment de um presidente da República pela segunda vez em pouco mais de duas décadas, temos a certeza de que o Congresso agirá com serenidade, grandeza e patriotismo para tomar a decisão que o país exige. Desse modo, poderemos suplantar a crise, tornar a crescer e gerar empregos.

É hora de mudar.”

Tudo está tão monótono neste país, com a certeza de que em breve a presidenta birrenta e agora doenta (dizem, não sei se é verdade, que ela anda tomando algo mais forte do que Licor de Cacau) se ausentará do poder, que inverti hoje a ordem dos fatores. Comecei transcrevendo um texto de Confederação Nacional da Indústria, que apesar de ter um ex-presidente no ministério, o Armando Monteiro, resolveu sair do muro, quem sabe, talvez com seu apoio velado. Esperto que a inversão da ordem dos fatores, não altere o produto.

Este apoio do Armando talvez seja o motivo de um dos parágrafos da carta mostrando algumas coisas positivas feitas pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, do qual o pernambucano é titular. Mas, a origem do ministro não importa muito. O que se fez à indústria brasileira no último decênio, beira à tentativa de homicídio do setor.

Voltamos à década de 50, como também, voltamos, como diz a carta, em termos de políticas sociais, pela absoluta falta de estrutura econômica para mantê-las. Talvez, a única que possa se manter atualmente é o Bolsa Família, mesmo assim sendo corroída pela inflação. A Bolsa Empresário, da qual a indústria ou alguns industriais se beneficiaram, entregues em embalagens de luxo pelo BNDES, nem pensar.

Os cubanos, na ausência da Bolsa Terceiro Mundo, se aliou aos Estados Unidos de Obama, e hoje, se fosse perguntado se é a favor ou contra o impeachment da presidenta, provavelmente o Raul Castro sairia pela tangente, puxando o Obama pela mão. Então, como o Brasil continuará sem a Dilma, sem o Lula e sem as bolsas?

É difícil dizer, ou, pelo menos, muito mais difícil de dizer o que acontecerá se a Dilma ficar. Ela ontem falou que se ficar, proporá um “pacto”, mas, quem irá pagar este pacto? Lembram de quantos pactos a presidenta pactuante já prometeu e não cumpriu? Desde 2013, quando a população foi às ruas, que ele propõe pactos. Ontem foi apenas mais um, quando vê a água do impeachment chegar ao nariz.

É tanto pacto, que me dá vontade de propor um pacto com os meus leitores e ele será cumprido “nem que a vaca tussa”. Se a Dilma, no próximo domingo não for impichada, eu voltarei para minha terra, Caetés, recolhendo-me a um retiro espiritual. Mas, se a Dilma for impichada, lutarei em campo aberto para que o Lula volte para nossa terra e leve a Dilma com ele.


Tenho medo apenas que, se a segunda hipótese ocorrer, o que acho mais provável, o meu conterrâneo e blogueiro Rafael Brasil, não os receba com alegria. Certamente, o Roberto Almeida estará no comitê de recepção.