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terça-feira, 26 de abril de 2016

O Bebê de Rosemary




Por Zezinho de Caetés

Hoje, o que me chamou mais atenção não foi o texto que abaixo transcrevo do Ricardo Noblat (“Quem pariu Temer que o embale”), em seu blog. Foi a foto que o acompanha. Ela mostra a Mia Farrow, numa cena clássica do filme “O Bebê de Rosemary”, no qual a protagonista ficava horrorizada quando descobriu que tinha dado a luz a um demônio.

Depois de ter visto ontem a sessão de instalação da Comissão de Impeachment no Senado, eu fiquei entendendo o que o jornalista quis dizer com a foto, de que nasceu um diabinho na política brasileira, embora não se saiba ao certo quem o pariu. Nestas alturas, o pai ou mãe do capiroto virou matéria da política nacional.

Se interpretarmos como sendo o diabo, a situação econômica pela qual o Brasil está passando, cada um tem uma opinião, mas, como era de se esperar a oposição acha que bicho é a Dilma, e a situação acha que o bicho é o Aécio. Como assim?

Os tucanos querem um senador mineiro para relator da comissão enquanto os petistas querem alguém, segundo eles, mais neutros e não tão junto de Aécio. O que era para ser decidido em 5 minutos, a escolha de comissão, deve ter passado umas 5 horas, e nem esperei o final da querela. A pergunta que ficou no ar era se eles queriam que o relator fosse o Lindberg Farias, que certamente, já tem um relatório pronto e conciso: “Impeachment é golpe”, ou mesmo a Gleise Hoffman que talvez escrevesse mais um pouco dizendo: “Impeachment de mulher é golpe”. Ou, quem sabe a Vanessa Graidiotin?!

Ora, meu Deus, o que importa mesmo é quem vai cuidar do bebê, que certamente foi gerado no ventre da Rosemary, pois tem relação com o Lula. E no caso, pelo que vi ontem no Senado, não tem jeito, o Temer, dentro de poucos dias, é quem vai embalar o bebê de Rosemary.

E só para comentar um pouco sobre o texto do Noblat abaixo, eu digo que, se o PSDB não ajudar o Temer a cuidar da criaturazinha, quando ele criar chifres, o primeiro a ser chifrado é o Aécio, como já chifrou a Dilma.

“Em algum momento no ano passado, o PSDB ficou contra o impeachment da presidente Dilma. Preferia que ela sangrasse até o fim do seu atual mandato. Assim seria mais fácil derrotar o PT na eleição presidencial de 2018.

A posição do partido depois mudou e ele aderiu à tese do impeachment. Para refugá-la poucos meses mais tarde. E para outra vez recepcioná-la com medo de que Lula voltasse a comandar o governo e acabasse sendo bem sucedido.

Uma vez que o pedido de impeachment foi aprovado pela Câmara dos Deputados, e está a um passo de ter sua admissibilidade referendada por larga maioria no Senado, o PSDB – sempre ele! – enfrenta novo dilema: participar ou não do futuro governo Temer?

José Serra e Fernando Henrique Cardoso são a favor da participação. Serra está cotado para ser ministro de Temer. Aécio Neves e Geraldo Alckmin são contra. Os dois são aspirantes a candidato a presidente em 2018.

Foi marcada uma reunião para o próximo dia 3 que deverá decidir o que o PSDB acha a respeito. Por PSDB, entenda-se: o chamado colégio de cardeais do partido formado por duas dezenas de nomes, se tantos.

Nos quinze dias que antecederam à aprovação do impeachment na Câmara, o vice-presidente Michel Temer aproveitou o final de suas conversas com aliados ou possíveis aliados para adverti-los:

- Não basta que aprovem o impeachment. Isso de pouco adiantará se não me derem condições para governar.

Dito de outra maneira: quem votar contra o impeachment teria de dar em seguida seus votos para que o novo governo governe.

O impeachment foi aprovado com 367 votos favoráveis e 137 contrários. Para fazer qualquer reforma via proposta de emenda à Constituição, o governo precisará de um mínimo de 308 votos. Se não tiver, adeus governo.

O governo de Dilma caiu de podre, é bem verdade. Mas os que se recusaram a ajudá-lo a manter-se mesmo cheirando mal, não poderão agora fingir que nada tiveram a ver com a sua queda. Tiveram, sim. E por isso são responsáveis pelo governo que está por vir.

Do fim da ditadura militar até o fim do primeiro governo de Dilma, o Congresso jamais negou o que um presidente da República recém-empossado lhe pediu. Aprovou até o congelamento da poupança dos brasileiros promovido pelo então presidente Fernando Collor.

O que Temer pedirá ao Congresso será praticamente a mesma coisa que Dilma hesitava em pedir – seja por pressão do PT, seja por lhe faltar coragem, seja por seu estado de confusão mental. Não haverá novidades.

O futuro ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, só não foi ministro da Fazenda de Dilma porque ela nunca gostou dele. Lula gostava e o indicou para o cargo muitas vezes. Meirelles foi o presidente do Banco Central do governo Lula.

Se era para negar a Temer condições de governar, o PSDB e demais partidos deveriam ter arcado com a responsabilidade de sustentar Dilma.


Agora é tarde.”

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