Em manutenção!!!

sábado, 31 de dezembro de 2011

Fragmentos de lucidez




Por Diretor Presidente (*)

"Ele procura mel no traseiro da vespa."

"O chacal engoliu a foice; ouçam seus uivos depois para expeli-la."
"Bastou elogiarmos a limpeza do gato, e ele foi e defecou no depósito de farinha."


"Não aconselhes o tolo: em qualquer caso ele te culpará depois."

"Não dá trela ao desocupado: ele fará de ti a sua ocupação."

"Com a mentira se consegue o almoço, mas não o jantar."

"Só se atiram pedras em árvores carregadas de frutos."


"Os cães ladram e a caravana passa."
(Provérbios Árabes)


"Gente ruim é como dor de dente; quanto mais se presta atenção a ela, mais incomoda." (Provérbio Brasileiro)


"Quem quer colher rosas deve suportar os espinhos."

"Se parares cada vez que ouvires o latir de um cão, nunca chegarás ao fim do caminho." (Provérbios Chinêses)

"O sapo do poço, não conhece o oceano." (Provérbio Japonês)

"Se você quer que as pessoas pensem que você é muito inteligente, simplesmente concorde com elas." (Provérbio Judaico)

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P.S.

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 b) Ainda aproveitando os fragmentos, vi que alguns não suportam meu pseudônimo: Diretor Presidente. Quando fiz opção preferencial pelo anonimato, quis adotar outro: Sílvio Santos. Descobri que ele já era um pseudônimo do grande empresário brasileiro Senor Abravanel. Confesso que nem o conhecia. Isto não o impediu, sendo chamado de Sílvio Santos, produzir muito mais do que alguns que amam a claridade só para aparecerem. Minha segunda opção foi O Andarilho. Mas, quanta pouca sorte, já havia um militando no saite, saudando as pessoas e pedindo passagem. Então fiquei mesmo como Diretor Presidente, mas podem me chamar de Barão de Itararé, pseudônimo de Apparicio Torelly, outro empresário de sucesso, e não ficarei zangado. Tanto que o cito aqui em mais uns fragmentos de lucidez:

"De onde menos se espera, daí é que não sai nada. "

"Dize-me com quem andas e eu te direi se vou contigo. "

"Tudo seria fácil se não fossem as dificuldades. "

"Sábio é o homem que chega a ter consciência da sua ignorância."

Saudações Cordiais
Diretor Presidente ( diretorpresidente@citltda.com )
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(*) Publicado no Blog da CIT em 01.12.2008

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Se eu morrer novo...




Por Alberto Caeiro

Se eu morrer novo,
sem poder publicar livro nenhum
Sem ver a cara que têm os meus versos em letra impressa,
Peço que, se se quiserem ralar por minha causa,
Que não se ralem.
Se assim aconteceu, assim está certo.
Mesmo que os meus versos nunca sejam impressos,
Eles lá terão a sua beleza, se forem belos.
Mas eles não podem ser belos e ficar por imprimir,
Porque as raízes podem estar debaixo da terra
Mas as flores florescem ao ar livre e à vista.
Tem que ser assim por força. Nada o pode impedir.

Se eu morrer muito novo, oiçam isto:
Nunca fui senão uma criança que brincava.
Fui gentio como o sol e a água,
De uma religião universal que só os homens não têm.
Fui feliz porque não pedi cousa nenhuma,
Nem procurei achar nada,
Nem achei que houvesse mais explicação
Que a palavra explicação não ter sentido nenhum.
Não desejei senão estar ao sol ou à chuva -
Ao sol quando havia sol
E à chuva quando estava chovendo
(E nunca a outra cousa),
Sentir calor e frio e vento,
E não ir mais longe.

Uma vez amei, julguei que me amariam,
Mas não fui amado.
Não fui amado pela unica grande razão -
Porque não tinha que ser.

Consolei-me voltando ao sol e a chuva,
E sentando-me outra vez a porta de casa.
Os campos, afinal, não são tão verdes para os que são amados
Como para os que o não são.
Sentir é estar distraido.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Retrospectiva Federal




Por Zezinho de Caetés

O ano está chegando ao fim e estão aí as retrospectivas anuais. É um ano que não temos muito a comemorar. Poderíamos dizer que foi um ano cinzento tendo para o preto. Crises econômicas e políticas se sucederam em todo o globo, e atingindo a parte dita mais desenvolvida do planeta que é a Europa.

O projeto europeu de nação foi acalentado desde meados do século passado, não pela guerra, mas, pelo acordo. O que os alemães tentaram fazer pela força desde os Czares, passando por Hitler, de criar um império que o realizasse, como vimos não deu certo e demos graças a Deus. Sobraram os acordos, e estes parecem também não terem dado certo até agora. Nações, como Portugal, Grécia, Irlanda, Espanha e mesmo a Itália, não aguentaram se sustentar sem as dívidas públicas imensas, em nome de um Estado de Bem-Estar que faliu desde que os ventos do liberalismo começaram a soprar no hemisfério norte.

Ainda não sabemos a solução para tal imbróglio. Provavelmente, esta crise entrará pelo ano de 2012, e não ficará restrita à Europa, como já sentimos no Natal mais magro deste ano aqui no Brasil. E parece que as medidas tomadas até agora por nosso governo, antes da presidenta ir gozar as delícias dos quartéis de Salvador, em gozo de férias, não estão dando tão certo assim.

Esperamos que a presidenta curta suas férias, pois deve estar cansada de demitir ministros corruptos mesmo que ela não estivesse a fim disto. Por enquanto, leiam o que diz o jornalista Rodrigo Constatino esta semana no O Globo em texto intitulado “Um começo medíocre”, e que serve como um retrospectiva bem escrita do nosso ano político federal.

“O governo Dilma completa seu primeiro ano. O que pode ser dito sobre sua gestão até aqui? De forma resumida, o governo não parece à altura dos desafios que o país enfrenta. A sensação que fica é que a presidente deseja empurrar os problemas com a barriga, na expectativa de que cheguemos logo em 2014. Durante as eleições, foi vendida a imagem de que Dilma era uma eficiente gestora que atuava nos bastidores. Deve ser uma atuação muito discreta mesmo, pois os resultados custam a aparecer. O que vimos foi uma série de atrasos em importantes obras públicas, além do corte nos investimentos como meio para atingir as metas fiscais, já que o governo foi incapaz de reduzir os gastos correntes. A privatização dos caóticos aeroportos nem saiu ainda!

A economia perdeu força e chega ao fim do ano com crescimento pífio. O Ibovespa cai quase 20%. A inflação deve romper o topo da já elevada meta, com o setor de serviços subindo mais de 9%. Trata-se do resultado dos estímulos estatais do modelo "desenvolvimentista", que olha apenas o curto prazo. O BNDES, com seu "orçamento paralelo", tenta compensar a ausência das reformas que dariam maior dinamismo à economia. O país vive em um verdadeiro manicômio tributário, não apenas pela magnitude dos impostos, como por sua enorme complexidade. O que o governo fez? Tentou resgatar a CPMF. A receita tributária sobe sem parar, fruto da gula insaciável do governo. Para piorar, há sinais de incrível retrocesso protecionista, como na elevação do IPI para carros importados.
 Nossas leis trabalhistas são ultrapassadas, distribuindo privilégios demais aos que possuem carteira assinada à custa daqueles na informalidade. As máfias sindicais vivem do indecente "imposto sindical". O que fez o governo para reverter este quadro? A demografia brasileira ainda permite algum tempo para reformar o sistema previdenciário antes de uma catástrofe nos moldes da Europa, lembrando que lá os países ao menos ficaram ricos antes de envelhecerem. Mas o Brasil, mesmo com população jovem, apresenta um rombo previdenciário insustentável. Onde está a reforma?

A educação pública no Brasil continua de péssima qualidade, e a presidente resolveu manter Fernando Haddad no ministério mesmo depois de seguidos tropeços. O MEC está cada vez mais ideologizado. Nada de concreto foi feito para enfrentar o corporativismo no setor e impor maior meritocracia. Alguns podem argumentar que existe "vontade política", mas a necessidade de preservar a "governabilidade" não permite grandes mudanças. Ora, foi o próprio PT quem buscou este modelo de poder! O presidente Lula teve oito anos para lutar por uma reforma política, mas o "mensalão" pareceu um atalho mais atraente. O governo ficou refém de uma colcha de retalhos sem nenhuma afinidade programática. Tudo se resume à partilha do butim da coisa pública.

O resultado está aí: "nunca antes na história deste país" tivemos tantos escândalos de corrupção em apenas um ano de governo. Seis ministros já caíram por conta disso, e outro está na corda bamba. E aqui surge o grande paradoxo: a popularidade da presidente segue em patamar elevado. A classe média parece ter acreditado na imagem de "faxineira" intolerante com os "malfeitos". Se a gestora eficiente não convence mais em uma economia em franca desaceleração, então ao menos se tem a bandeira ética como refúgio.

Mas esta não resiste a um minuto de reflexão. Todos os escândalos foram apontados pela imprensa, e a reação do governo sempre foi a de ganhar tempo ou proteger os acusados. O caso mais recente, do ministro Fernando Pimentel, que prestou "consultorias" milionárias entre um cargo público e outro, derruba de vez a máscara da "faxina". O caso se assemelha bastante ao de Palocci, e a própria presidente Dilma declarou que este só saiu porque quis.

Não há intolerância alguma com "malfeitos". Ao contrário, este é um governo envolto em escândalos, cuja responsabilidade é, em última instância, sempre da própria presidente, que escolhe seus ministros. É questão de tempo até a maioria perceber que esta "faxina ética" não passa de um engodo. O governo Dilma, em seu primeiro ano, não soube aproveitar o capital político fruto da popularidade elevada: não apresentou nenhuma reforma relevante; não cortou gastos públicos; reduziu os investimentos; ressuscitou fantasmas ideológicos como o protecionismo; não debelou a ameaça inflacionária; e entregou fraco crescimento. Isso tudo além dos infindáveis escândalos de corrupção. Um começo medíocre, sendo bastante obsequioso.”

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Poema em Linha Reta




Por Álvaro de Campos

Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.

E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo.
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.

Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...

Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó principes, meus irmãos,

Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?

Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?

Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

A Privataria Tucana - Até que enfim alguém leu o livro...




Por Zezinho de Caetés

Ontem eu já havia lido  uma nota oficial da Verônica Serra (filha do José Serra) explicando, com bastante poder de convencimento, as mentiras do livro lançado como a grande verdade sobre as privatizações, FHC, e principalmente José Serra. Vejam aqui se se interessarem.

Hoje, no O Globo, o Marco Antonio Villa, publica um artigo muito mais contundente, pelo menos dando mostras de que alguém leu o livro do Amaury Ribeiro Jr. neste país, e o coloca no seu devido lugar. Eu confesso ainda não li. Mas, em casos como estes, minha experiência com o PT fala mais alto.

Os métodos fascistas usados por este partido, e que os mais chegados chamam de stalinistas, são públicos e notórios. O governo do partido único é a única democracia possível para esta turma e que aqui é usado, cooptantdo uma base alugada tentando legitimá-la com a apelo da “governabilidade”. Foi assim que eles trouxeram toda a escória da política brasileira de volta ao poder.

Mas, nesta semana entre o Natal e o Ano Novo, não há nada de novo que eu possa acrescentar a este tema. Fiquem com o artigo do jornalista para pensarem e fazerem seus pedidos de ano novo.

“Não é novidade a forma de agir dos donos do poder. Nas três últimas eleições presidenciais, o PT e seus comparsas produziram dossiês, violaram sigilos fiscais e bancários, espalharam boatos, caluniaram seus opositores, montaram farsas. Não tiveram receio de transgredir a Constituição e todo aparato legal. Para ganhar, praticaram a estratégia do vale-tudo. Transformaram seus militantes, incrustados na máquina do Estado, em informantes, em difamadores dos cidadãos. A máquina petista virou uma Stasi tropical, tão truculenta como aquela que oprimiu os alemães-orientais durante 40 anos.

A truculência é uma forma fascista de evitar o confronto de ideias. Para os fascistas, o debate é nocivo à sua forma de domínio, de controle absoluto da sociedade, pois pressupõe a existência do opositor. Para o PT, que segue esta linha, a política não é o espaço da cidadania. Na verdade, os petistas odeiam a política. Fizeram nos últimos anos um trabalho de despolitizar os confrontos ideológicos e infantilizaram as divergências (basta recordar a denominação "mãe do PAC").

A pluralidade ideológica e a alternância do poder foram somente suportadas. Na verdade, os petistas odeiam ter de conviver com a democracia. No passado adjetivavam o regime como "burguês"; hoje, como detém o poder, demonizam todos aqueles que se colocam contra o seu projeto autoritário. Enxergam na Venezuela, no Equador e, mais recentemente, na Argentina exemplos para serem seguidos. Querem, como nestes três países, amordaçar os meios de comunicação e impor a ferro e fogo seu domínio sobre a sociedade. Mesmo com todo o poder de Estado, nunca conseguiram vencer, no primeiro turno, uma eleição presidencial. Encontraram resistência por parte de milhões de eleitores. Mas não desistiram de seus propósitos. Querem controlar a imprensa de qualquer forma. Para isso contam com o poder financeiro do governo e de seus asseclas. Compram consciências sem nenhum recato. E não faltam vendedores sequiosos para mamar nas tetas do Estado.

O panfleto de Amaury Ribeiro Junior ("A privataria tucana") é apenas um produto da máquina petista de triturar reputações. Foi produzido nos esgotos do Palácio do Planalto. E foi publicado, neste momento, justamente com a intenção de desviar a atenção nacional dos sucessivos escândalos de corrupção do governo federal. A marca oficialista é tão evidente que, na quarta capa, o editor usa a expressão "malfeito", popularizada recentemente pela presidente Dilma Rousseff quando defendeu seus ministros corruptos.
Sob o pretexto de criticar as privatizações, focou exclusivamente o seu panfleto em José Serra. O autor chegou a pagar a um despachante para violar os sigilos fiscais de vários cidadãos, tudo isso sob a proteção de uma funcionária (petista, claro) da agência da Receita Federal, em Mauá, região metropolitana de São Paulo. Ribeiro - que está sendo processado - não tem vergonha de confessar o crime. Disse que não sabia como o despachante obtinha as informações sigilosas. Usou 130 páginas para transcrever documentos sem nenhuma relação com o texto, como uma tentativa de apresentar seriedade, pesquisa, na elaboração das calúnias. Na verdade, não tinha como ocupar as páginas do panfleto com outras reportagens requentadas (a maioria publicada na revista "IstoÉ").

Demonstrando absoluto desconhecimento do processo das privatizações, o autor construiu um texto desconexo. Começa contando que sofreu um atentado quando investigava o tráfico de drogas em uma cidade-satélite do Distrito Federal. Depois apresenta uma enorme barafunda de nomes e informações. Fala até de um diamante cor-de-rosa que teria saído clandestinamente do país. Passa por Fernandinho Beira-Mar, o juiz Nicolau e por Ricardo Teixeira. Chega até a desenvolver uma tese que as lan houses, na periferia, facilitam a ação dos traficantes. Termina o longo arrazoado dizendo que foi obrigado a fugir de Brasília (sem explicar algum motivo razoável).

O panfleto não tem o mínimo sentido. Poderia servir - pela prática petista - como um dossiê, destes que o partido usa habitualmente para coagir e tentar desmoralizar seus adversários nas eleições (vale recordar que Ribeiro trabalhou na campanha presidencial de Dilma). O autor faz afirmações megalomaníacas, sem nenhuma comprovação. A edição foi tão malfeita que não tomaram nem o cuidado de atualizar as reportagens requentadas, como na página 170, quando é dito que "o primo do hoje candidato tucano à Presidência da República..." A eleição foi em 2010 e o livro foi publicado em novembro de 2011 (e, segundo o autor, concluído em junho deste ano).

O panfleto deveria ser ignorado. Porém, o Ministério da Verdade petista, digno de George Orwell, construiu um verdadeiro rolo compressor. Criou a farsa do livro invisível, isto quando recebeu ampla cobertura televisiva da rede onde o jornalista dá expediente. Junto às centenas de vozes de aluguel, Ribeiro quis transformar o texto difamatório em denúncia. Fracassou. O panfleto não para em pé e logo cairá no esquecimento. Mas deixa uma lição: o PT não vai deixar o poder tão facilmente, como alguns ingênuos imaginam. Usará de todos os instrumentos de intimidação contra seus adversários, mesmo aqueles que hoje silenciam, acreditando que estão "pela covardia" protegidos da fúria fascista. O PT não terá dúvida em rasgar a Constituição, se for necessário ao seu plano de perpetuação no poder. O panfleto é somente uma pequena peça da estrutura fascista do petismo.”

sábado, 24 de dezembro de 2011

Mais um recado para o nosso futebol...




Por Jameson Pinheiro

Este texto meu poderia ser a continuação daquele que foi publicado aqui outro dia (veja aqui), onde eu citava o Reinaldo Azevedo, que se declara corintiano e que eu dizia escrever mais sobre política do que sobre futebol. Aqui eu apenas cito outro texto que reforça o que disse aquele colunista, escrito por outro colunista da política, e que nem declara por qual time torce, mas nos deixa a impressão que política e futebol é tudo a mesma coisa, pois eles tiram de letra quando escrevem sobre estes temas.

É o Augusto Nunes, que dia 20 passado escreveu um artigo, ainda sobre o fatídico Santos x Barcelona que foi mais um aviso para nossas autoridades. Seu título, menor do que aquele do autor anterior, mas, muito mais explícito em seu sentido: “O recado dos deuses do futebol”.

Espero que, nesta fase das festas a ADG me publique, pois assim o fazendo, estará levando ao seu público leitor mais um chamado de atenção para o nosso futebol. Tudo parece o Náutico, que pelo andar da locomotiva, já vai se desfazer do time que subiu para série A, embora tenha mantido o técnico, pelo menos, até as 5 primeiras derrotas.

Fiquem com o Augusto Nunes e um Feliz Natal para todos.

“Poderia ter sido qualquer time brasileiro, ou qualquer seleção formada depois de 1982. Mas os deuses dos estádios entenderam que não haveria portador mais credenciado que o Santos para o recado aos habitantes do que foi ─ até perder o rumo e a alma ─ o País do Futebol. Em 90 minutos (mais de 70 com a bola nos pés, o restante do tempo preparando-se para retomá-la), o campeão do Mundial de Clubes fez, a rigor, o que fizeram Pelé e seus parceiros de espetáculo na seleção de 1958, na seleção de 1970 e no Santos dos anos 60. “Pelo que ouvi do meu pai, os brasileiros jogavam assim”, disse depois da goleada o técnico Pep Guardiola. O Barcelona é a versão moderna daquele Santos que transformou numa forma de arte a velha e brasileiríssima pelada.

O que se viu na manhã de domingo, a rigor,  foi uma sublime pelada regida por 11 craques. E os 4 a 0 em Yokohama (que poderiam ter sido 6, 8, 9 a 0) liquidaram muito mais que um adversário sem chances desde o primeiro segundo. Liquidaram os técnicos medrosos, as táticas retranqueiras, a discurseira defensivista,  o cabeça de área, o volante que só desarma, o centroavante de ofício, o chutão do goleiro em direção ao imponderável, o jogo aéreo, o zagueiro que isola a bola, o carrinho por trás, os atacantes que não voltam para marcar, os brucutus que trocam golpes de luta-livre na hora do escanteio. A superioridade de dimensões amazônicas também desmoralizou os cartolas que desprezam as equipes de base para caçar medalhões em fim de carreira, que demitem o técnico depois de cinco derrotas, que desmontam a equipe vencedora depois do título conquistado, que acham que o importante é ganhar, mesmo com um gol de mão aos 47 do segundo tempo.

E agora, o que têm a dizer os devotos do futebol de resultados? Depois do que se viu no domingo, quem ousará recitar que o futebol bonito é incompatível com o sucesso duradouro? Murici Ramalho vai declamar de novo que quem quer ver espetáculo deve ir ao teatro ou ao circo? Mano Menezes vai continuar murmurando que o Barcelona é de outro planeta? O recado dos deuses do futebol será certamente ignorado por Ricardo Teixeira: se depender do dono da CBF, os calendários assassinos permanecerão intocados e a seleção seguirá desperdiçando o lhe resta de prestígio no papel de cabo eleitoral do chefe. Para Teixeira e seus comparsas, é irrelevante o que se passa nos gramados. Não lhes interessa sequer ganhar a Copa. Eles só pensam em ganhar com a Copa.

Ou os times brasileiros redescobrem o drible, a finta, a tabelinha, a audácia, o improviso, a fome de gol, o prazer de jogar bola, ou vão acabar perseguindo a pontapés títulos sem importância em arenas entregues ao controle de quadrilhas organizadas às quais interessa a vitória a qualquer preço, se possível com a eliminação física dos inimigos. O aparecimento de um Neymar só serve para reafirmar, por contraste, o que se perdeu. O futebol brasileiro tornou-se banal, comum, sem brilho, triste. Cada vez mais parecido com Ricardo Teixeira,  vai ficando com cara de fraude.”

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

LEI DAS PALMADAS - SEGUNDO TEMPO.




Por Carlos Sena (*)

De novo a Lei das Palmadas. Independente do desfecho legal do Congresso, fica clara a intromissão do estado na vida dos cidadãos. Ele até pode ter essa intromissão e deve: no que for concernente a saúde, educação, segurança pública, etc., que todos sabemos não andam muito bem em nosso país. Como se vê, os PRALAMENTARES perdem tempo legislando sobre o sexo dos anjos. Enquanto a reforma política não acontece, a reforma do judiciário não acontece, tampouco a econômica e fiscal...

Meter-se na vida dos pais pra lhe dizer que não deve dar palmada nos filhos é, no mínimo, querer ser mais realista do que o rei. Dar palmadas num filho não é comparar à violência que alguns pais poderão fazer, porque violenta tem sido a nossa sociedade em todos os sentidos das nossas atividades. Em nome da Psicologia defende-se o Psicologismo. Em nome da Pedagogia defende-se o Pedagogismo. Se esse assunto fosse tão consensuado não estava aí virando polêmica. Fato é que a chamada geração “X” (abaixo dos 60 anos) se utilizou muito das palmadas enquanto ingrediente de educação dos seus filhos. Se alguém se interessar poderá fazer uma pesquisa e relacionar essa geração ao aumento de drogas, violência urbana, etc., e verá que devem existir casos de tudo isto, mas certamente em menor quantidade do que os da chamada geração “Y”.

Conhecemos sem querer generalizar, famílias da geração passada em que todos foram criados com base nas palmadas. Uma delas composta por nove filhos está toda inteira. Não há drogado, nem prostituídos, nem ladrões, assaltantes, ou assemelhados. Todos estão aí, na vida, felizes, enfrentando suas dificuldades com determinação, coragem e muito trabalho.  Todos constituíram famílias, são felizes e os filhos deles, até onde sabemos estão seguindo a vida sem drogas, com limites e respeitando os mais velhos (coisa difícil de encontrar hoje), além de estudarem e seguirem vida normal... Esses nove filhos foram criados aos safanões, na base das palmadas, mas também com muito amor e dedicação dos pais. Claro que não estamos falando de “modelo” ou de “receita” de criar filhos. Acreditamos que se pode muito bem criar filhos sem palmadas. Mas não se pode esquecer que há índole má nalgumas “crionças” e que isto tem que ser conduzido com palmadas mesmo.

Diante disto, recordo-me da passagem de Jesus pelo tempo (igreja) que estava cheio de comerciantes: ELE tirou o cinto e os colocou pra fora dizendo: “a casa de Deus é a casa de oração”. Certamente que muitos dirão que não há comparação. Por que não? Jesus era e é a expressão do amor. Os pais não são isto para os seus filhos? Platão dizia que “o homem faz o mal porque não conhece o bem”... Não estaria ele sugerindo a índole má do homem? Questão importante, pois, pra se repensar nessa bobagem da LEI DAS PALMADAS.

Talvez fosse bem melhor que os nossos pralamentares estivessem fazendo leis em prol de uma educação mais libertadora; que estivessem promovendo debate nacional sobre a vida dos professores que vivem aí com salário de fome; que fizessem uma lei em que seus filhos fossem obrigados a estudar em escola pública e a ser atendidos, quando doentes, pelo SUS. Isto dá trabalho e atrapalha as trapalhadas deles. Discutir a Lei da Palmadas “enche lingüiça” enquanto nos bastidores do congresso eles chafurdam negociatas que a imprensa tão bem tem nos informado e a nossa presidente tão bem tem se posicionado.

Que se eduque sem palmadas se for possível. Mas se for necessário algumas, que sejam “poucas e boas, devagar que doam”...

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 (*) Publicado no Recanto de Letras em 16/12/2011

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

A Bravataria Petista e o presente de Natal




Por Zezinho de Caetés

“É uma história interessantíssima: um livro, com pesadas acusações a figuras públicas, foi ignorado em toda a imprensa. Ninguém se manifestou sobre ele, embora seu autor fosse um jornalista conhecido. Quem quis ler o livro precisou da colaboração de amigos, que o digitalizaram e colocaram na internet.

O livro em questão é O Chefe, em que o jornalista Ivo Patarra, petista, chefe da assessoria de imprensa da prefeita (então petista) Luiza Erundina, bate duramente em seu antigo líder e ídolo, Luiz Inácio Lula da Silva.

Pois é: e reclamam do “silêncio da grande imprensa” a respeito do livro A Privataria Tucana, em que o jornalista Amaury Ribeiro Jr. bate duramente no governo de Fernando Henrique Cardoso e, especialmente, em José Serra.

A Privataria Tucana é apontada, até neste Observatório, como vítima de um silêncio ensurdecedor da grande imprensa – um livro que foi divulgado em primeira mão pela Rede Record de Televisão, a segunda rede do país; pela Record News, no jornal ancorado por um astro do jornalismo televisivo, Heródoto Barbeiro; pelo portal R7, pela revista de Mino Carta – em suma, por veículos da grande imprensa.

Que saiu numa das principais colunas políticas da internet, a de Cláudio Humberto, também publicada em algo como 30 jornais espalhados pelo país. E que, poucos dias depois de lançado, recebeu matérias da Folha de S.Paulo e de O Estado de S.Paulo. Silêncio? Que silêncio? Livro invisível? Tão invisível quanto o Jô Soares numa visita à Escola de Faquires.

Há que admitir que a história foi bem preparada. O livro foi para as livrarias no dia em que os veículos mais ligados ao governo começaram a divulgá-lo e, ao mesmo tempo, a acusar os adversários de tentarem escondê-lo. Os demais veículos, que não haviam sido informados sequer do lançamento do livro, foram até rápidos: em três ou quatro dias apresentavam suas resenhas (a propósito, desfavoráveis).

Aí começou a campanha pela internet segundo a qual, ao falar do livro, os veículos desvinculados do esquema “se renderam à pressão do público” e “precisaram defender José Serra”. E, assim, foi possível evitar o importante: discutir a veracidade ou não das acusações.

[Comecei] a ler o livro e ainda está pela metade. É uma leitura complexa para quem não está habituado ao jogo financeiro internacional. Há um problema extra: certos casos são apontados como criminosos, mas a ligação não é muito clara para um leigo. Podem ser criminosos, o livro diz que são, mas a explicação deveria ser mais clara.

Entretanto, há alguns fatos interessantes a analisar – temas correlatos, como duvidar de afirmações segundo as quais Fulano é o maior centroavante do mundo mas jamais foi artilheiro de seu time. Fernando Henrique deixou o governo no último dia de 2002; de lá para cá, quem esteve no poder foi o líder da oposição a ele.

O Ministério da Justiça, que comanda a Polícia Federal, foi ocupado por um advogado de competência reconhecida, Márcio Thomaz Bastos. Nesses anos todos, por que não houve atuação das autoridades contra as irregularidades denunciadas no livro?

Houve implacável perseguição de membros do Ministério Público contra Eduardo Jorge Caldas Pereira e Luís Carlos Mendonça de Barros, tucanos da mais alta linhagem, por sua atuação nas privatizações. Ambos foram absolvidos em todos os processos referentes à sua atuação no governo.

Ah, a memória! Mas não precisa ter boa memória para consultar o Google. A história de Ricardo Sérgio de Oliveira, publicada na Privataria Tucana, segundo a qual recebeu US$ 15 milhões de Benjamin Steinbruch, foi publicada em 2002, na Veja. A história de Carlos Jereissati na formação do grupo Telemar (que também envolve acusação de propina) foi publicada em toda a imprensa.

Verdade, mentira? Este colunista não tem condições sequer de entender toda a movimentação financeira envolvida no caso, quanto mais de avaliá-la. Mas dizer que a imprensa se omitiu, isso é bobagem: vá ao Google, caro leitor, consulte A Privataria Tucana, Amaury Ribeiro, Amaury Ribeiro Jr., e veja quantas menções há ao livro. Isso responde à estrambótica tese do tal “livro invisível”.”

O texto acima é de autoria do  Carlos Brickmann no Observatório da Imprensa, onde tem o título de “O caso do livro incógnito.” Como eu fui um dos que acreditei que os que alardeavam sobre o esgotamento do livro falavam a verdade e até estranhei que se reclamasse da falta de divulgação dele, quando não havia exemplares para ler, achei estranho este artigo do Brickmann.

Desconfiado como sou fui ao Google seguindo seus conselhos, e descobri que, nunca na história deste país houve um livro mais divulgado. Encontrei aproximadamente 277.000 resultados. Não errei não, foram 277 mil resultados, inclusive um dos primeiros mostra que o livro já é o sexto mais vendido na área de não ficção, da Revista Veja. Será? Logo a Veja? A revista mais inimiga do ministério da Dilma?

A estória de que não houve divulgação foi apenas um lance de marketing criado pela “Bravataria Petista”, orientado pela Igreja Universal do Reino de Lula. Há até um anúncio da Livraria Cultura onde há o livro à disposição de qualquer um por R$ 34,90 + frete. Eu não vou comprar, pois dizem que entre estes 277.000 resultados já há o livro oferecido no formato pdf e que pode ser conseguido a um preço condizente com a qualidade que dizem ter o livro.

Eu apenas, seguindo o Carlos Brickmann, que diz que o livro é de difícil leitura, não aconselharia alguém o dar de presente de Natal, a não ser se fosse como “amigo oculto”, pois ninguém saberia quem foi o “amigo da onça”.

Lula e o ditador coreano




Por Zezinho de Caetés

“Poucas vezes na História viu-se de forma tão direta e fotográfica o legado de um governante. É o buraco negro registrado pelos satélites que passam sobre o apagão da Coreia do Norte deixada por Kim Jong-il, o "Sol do Futuro Comunista", o "Comandante Invencível". Um apagão elétrico, social, político e econômico.

É com esse apagão que a jornalista americana Barbara Demick começa seu livro "Nothing to Envy" ("Nada a invejar — Vidas comuns na Coreia do Norte"). Ela foi correspondente do "Los Angeles Times" em Seul e, durante sete anos, entrevistou coreanos que fugiram da tirania de Kim Jong-il, que se foi embora no domingo.

Quando o "Querido Líder" nasceu, uma estrela brilhou no céu e dois arco-íris enfeitaram o dia. Sucedeu ao pai, o "Grande Marechal", e passou o poder ao filho.

Como sucedeu em 1994, quando o coração matou Kim Il-sung, o "Divino Guardião do Planeta", torce-se pela desagregação do regime que aprisiona 23 milhões de pessoas, dando-lhes fome, miséria e brutalidade.

Barbara Demick escreveu sobre uma tirania depois de um século varrido pelo Holocausto e pelo Gulag, quando seria possível pensar que já se viu de tudo. O que há de terrível no retrato da Coreia do Norte é que ele surpreende o leitor. Quando se acha que a vida de um povo não pode piorar, ela piora, envergonhando a época em que se vive.

Em 1945, a península coreana foi dividida entre duas ditaduras. A do Norte, comunista e rica. A do Sul, capitalista e pobre. Nos anos 60, quando se falava em "Milagre Coreano", o tema era a supremacia socialista. Em 1970, todos os vilarejos do país tinham eletricidade. Passou-se uma geração, o Sul tem uma democracia e o Norte tem uma tirania enlouquecida, que mais se parece com a Spectre do romance de Ian Fleming do que com um Estado. Em apenas quatro anos, entre 1991 e 1995, a renda per capita da população caiu de US$ 2.460 para US$ 719. O regime vive do socorro cúmplice da China.

Falta eletricidade, mas as 34 mil estátuas do "Pai da Pátria Socialista" são iluminadas mesmo de dia.

A professora Mi-Ran conta que via alunos de cinco ou seis anos morrerem de fome nas salas de aula. Sua turma de jardim de infância de 50 alunos caiu para 15.

Nas casas desse paraíso, uma parede da sala deve ser reservada para o retrato do Líder, que é distribuído com um pano. Fiscais zelam para que nenhuma família deixe de limpá-lo.

A fome dos anos 90 matou entre 600 mil e 2 milhões de coreanos do Norte. Em algumas cidades morreram dois em cada dez habitantes. Um médico conta que ensinou mães a ferver demoradamente a sopa de capim. A certa altura, as famílias preferiam que as crianças morressem de fome em casa, porque nos hospitais, onde não havia remédio, faltava também comida.

Nessa época o governo informou que racionara alimentos porque o povo da Coreia do Sul estava passando fome e precisava ser ajudado.

Ninguém comemora aniversário na Coreia do Norte. Festeja-se apenas um dia: o do nascimento do Líder.

Kim Jong-il, com seus sapatos-plataforma, já foi tarde. Se Deus é comunista, o filho do Líder entrega o campo de concentração a um condomínio da China com a Coreia do Sul.

Serviço: "Nothing to Envy" está na rede por US$ 9,99.”

Hoje eu não comecei a postagem, tive a honra de ceder o início ao Élio Gaspari com um texto chamado de “Já foi tarde”, que vi hoje no Blog do Noblat. Eu já havido lido e ouvido sobre a morte de mais este ditador, e como sempre me interesso por outros mais de perto como o Fidel, o Chaves e até agora a Cristinha Kirchiner que anda manda invadir redações, eu me interessei em escrever aqui alguma coisa.

Tenho pouco a dizer a mais do que já foi dito pelo Élio e por outros, como Flavio Morgenstern, que diz no O Implicante:

“A Coréia do Norte foi governada com mão-de-ferro desde a sua criação, em 1945. Kim Il-sung e Kim Jong-il tornaram a Coréia do Norte o Estado mais totalitário e fechado do mundo. É o único país do mundo com liberdade econômica tecnicamente inexistente, estagnado em último lugar no índice de liberdade econômica, que analisa a liberdade dos países através de critérios como negócios, comércio, liberdade fiscal, de intervenção do governo, monetária, de investimentos;, financeira, de corrupção, do trabalho e direitos de propriedade, ganhando de todos os países totalitários mais violentos do mundo atual, como Irã, Myanmar, Zimbábue, Líbia, Venezuela (já com menos liberdade do que Cuba), Bielorússia, Cuba, Laos, Turcomenistão, Haiti (aquele que juram ser um retrato do lado podre do “capitalismo”) e Nigéria.”

Ou mesmo o Reinaldo Azevedo em seu blog quando escreve sobre a morte deste tirano:

Já haviam dito muito coisa sobre a Coréia do Norte, mas nem o comunista mais tarado ousou chamar o país de “próspero”. Boa parte dos estimados 22 milhões de norte-coreanos passa fome. No campo, há relatos freqüentes de… canibalismo!”

Nada disto me surpreendeu mais do que uma nota do PC do B, sim, o partido brasileiro do Orlandinho, lembram aquele inocente que a Dilma foi obrigada a demitir por influência desta imprensa horrorosa que temos, e que temo que a presidente seja influenciada pela presidente da Argentina em seus arroubos de regulamentação da mídia. Vejam e pensem se não é surpreendente:

Estimado camarada Kim Jong Um
Estimados camaradas do Comitê Central do Partido do Trabalho da Coréia

Recebemos com profundo pesar a notícia do falecimento do camarada Kim Jong Il, secretário-geral do Partido do Trabalho da Coreia, presidente do Comitê de Defesa Nacional da República Popular Democrática da Coreia e comandante supremo do Exército Popular da Coreia.

Durante toda a sua vida de destacado revolucionário, o camarada Kim Jong Il manteve bem altas as bandeiras da independência da República Popular Democrática da Coreia, da luta anti-imperialista, da construção de um Estado e de uma economia prósperos e socialistas, e baseados nos interesses e necessidades das massas populares.

O camarada Kim Jong Il deu continuidade ao desenvolvimento da revolução coreana, inicialmente liderada pelo camarada Kim Il Sung, defendendo com dignidade as conquistas do socialismo em sua pátria. Patriota e internacionalista promoveu as causas da reunificação coreana, da paz e da amizade e da solidariedade entre os povos.

Em nome dos militantes e do Comitê Central do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) expressamos nossas sentidas condolências e nossa homenagem à memória do camarada Kim Jong Il.

Temos a confiança de que o povo coreano e o Partido do Trabalho da Coreia irão superar este momento de dor e seguirão unidos para continuar a defender a independência da nação coreana frente às ameaças e ataques covardes do imperialismo, e ao mesmo tempo seguir impulsionando as inovações necessárias para avançar na construção socialista e na melhoria da vida do povo coreano.

Renato Rabelo, presidente nacional do PCdoB e Ricaro Abreu Alemão secretário de Relações Internacionais do PCdoB.”

Eu penso que nem o remanescente solitário do comunismo no Brasil, o Oscar Niemeyer, seria capaz de subscrever um disparate desses. Isto é o que chamávamos, na época em que eu flertava com as esquerdas, de alienação elevada à enésima potência.

O meu medo veio mais da cena que vi ontem na TV, onde mostraram um bando de coreanos do norte chorando pela morte do grande líder. Minha gente, não é possível que o mundo todo esteja errado e só o governo coreano do norte esteja certo. Mas, pensando bem, o que hoje se fala de Cuba, e se faz propaganda daquele regime aqui no Brasil, de forma mentirosa, me leva a pensar que os coreanos choram e não são obrigados a fazer isto, como muitos choraram pela doença do Fidel.

Basta pensar no que pode acarretar um regime onde um homem ou um grupo deles se aproprie da verdade como dogma e a incutam durante gerações e gerações. As pessoas chegam a acreditar nesta verdade.


Estas são as vantagens de um sistema democrático onde a alternância de poder é sua grande defesa para coisas como esta, que nos revelam a quanto vai a humanidade. Por isso, eu temo mesmo por nós brasileiros, se o PT continuar a governar este país e nos tentar incutir a ideia que um conterrâneo meu foi o salvador da lavoura brasileira. Nem o Lula merece ser transformado em nosso Kim Jong Il. Mas, só uma oposição forte o salvará deste destino.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

A GAZETA DIGITAL - Retrospectiva




Por Zé Carlos

Mesmo que a AGD esteja recebendo muitos leitores, como ontem que batemos nosso próprio recorde diário como quase 700 acessos, eu, Zé Carlos já estou, como se diz “à meia bomba”. O Natal chegando e junto com eles os netos que me fazem transformar no Vovô Zé, e tento continuar a manter o padrão de assiduidade, que já disse, não poderei manter nestas festas.

Entretanto, hoje, quando fui na área de estatística do Blog e vi o número de acessos vi também outros números que penso serem de interesse para os nossos leitores e colaboradores. Quem lida com isto sabe, que além de termos a audiência monitorada pelo Blogger (o troço americano que nos fornece o meio para nos expressarmos a custa das propagandas que vemos) ele também monitora os acessos as postagens e páginas individualmente.

Vou apenas escrever abaixo o que estou vendo, às 7:30 de hoje, para não colocar uma imagem que fica ruim de ler.

Ontem tivemos 642 acessos, e hoje já temos 118. No mês passado tivemos 7.827 acessos num total, desde a criação AGD, de 76.224.

Destes 76.224 acessos neste ano de existência, tivemos 70.158 do Brasil, 2.113 do Estados Unidos, 1.601 de Portugal, 380 da Alemanha,  186 da Rússia, 96 do Canadá, 91 do Reino Unido, e pasmem, 63 do Japão e até 51 de Angola. Eu não sei se tem bom-conselhenses na Rússia. Se fosse pelo menos em Cuba, até daria para pensar em alguns nomes, mas...

Há ainda estatísticas sobre o sistema operacional de cada computador que acessa a AGD, sendo que o Windows vence com 95%, enquanto o navegador preferido ainda é o Internet Explore (44%), seguido de perto pelo Firefox e Chrome (que é o que eu uso agora, pois ele se dar melhor com o Blogger do que os outros).

Temos ainda estatísticas da origem do tráfego, ou seja, de onde o indivíduo clica para chegar a nós, e isto é muito dividido entre determinados sites de busca, passando pelos blogs de Bom Conselho e de Garanhuns que nos honra pela apresentação de um link para nós.

Há estatísticas até para as palavras chaves que quando tecladas nos sites de busca, eles levam ao nosso blog. São elas pela ordem: tristeza, fotos de deus, gazeta digital, labirinto, imagem de deus, fim do mundo, deus, atendimento ao cliente, Luiz Gonzaga e serafia. As primeiras 10, pela ordem e grafadas como vocês viram. Isto explica, em parte, as estatísticas de postagem que apresentamos a seguir. Digo em parte, porque todas as primeiras 10 listadas pela ordem, foram acessadas independentes dos mecanismos de busca, e são boas por si mesmas.

03/05/2011
4.961 Visualizações de página

17/05/2011, 1 comentário
2.311 Visualizações de página

29/04/2011, 2 comentários
1.814 Visualizações de página

28/06/2011
1.261 Visualizações de página

14/07/2011
959 Visualizações de página

17/01/2011
538 Visualizações de página

07/06/2011
419 Visualizações de página

09/02/2011
405 Visualizações de página

12/07/2011
402 Visualizações de página

19/10/2011, 10 comentários
304 Visualizações de página

Estas páginas, podemos dizer que foram nossas campeãs de audiência durante a existência de nossa AGD. Basta isto para observar quanto devemos aos nossos colaboradores, como o Carlos Sena, José Taveira Belo, Thiago Santos Lima, Zezinho de Caetés, e até o Zé Pilintra que foi o autor da A PROGRAMAÇÃO DO FORRÓBOM. Agradecemos a todos.

Enfim, um balanço de nossas páginas, que também nos ajudam a manter nossa audiência, e podemos dizer são até nosso “carro chefe”, para o nosso objetivo de sermos um blog voltado para Bom Conselho, terra em que nascemos por optar viver em nossa segunda pátria, o Recife.

Deu nos Blogs
2.399 Visualizações de página

Notícias
1.302 Visualizações de página

Fotos e Vídeos
741 Visualizações de página

Avisos e Comunicações
536 Visualizações de página

Sorria, mesmo sem comprar
493 Visualizações de página

Sociedade
365 Visualizações de página

Sobre A Gazeta Digital
201 Visualizações de página

Política e Economia
148 Visualizações de página

Turismo e Eventos
147 Visualizações de página

História e Geografia
142 Visualizações de página

Já era de se esperar esta classificação. Embora temos que falar sobre uma inversão que houve no meio do ano, quando transformamos nossa página “Compre sorrindo e sorria comprando” na página “Sorria, mesmo sem comprar”. Ela foi criada para ser um espaço publicitário onde os anúncios de empresas, pessoas e instituições principalmente de Bom Conselho pudessem se anunciar. O cachê pelo espaço seria doado às instituições de caridade. Friso que ninguém pagou nenhum cachê, mas não foi por isso que a resolvemos acabar com o espaço, deixando apenas um lugar para rir.

Acabamos com o espaço porque aqueles que neles entraram, o fizeram como Pilatos entrou no Credo, sem culpa, apenas nós os colocamos lá, sem nenhum pedido. Como a AGD tomou rumos políticos que poderia não agradar aos anunciados resolvemos deixar apenas as piadas. Não sabemos se por castigo ou não, nunca mais tivemos tempo de atualizar o espaço de “riso”, com a devida assiduidade e sua audiência caiu. Mas, prometemos trazê-lo de volta no ano novo. Mais uma promessa!

Enfim, na falta de assunto fora o Natal e as festas de Ano Novo, foi bom apresentar um resumo de nossa audiência. E prometemos.... Bem, chega de promessas!

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

ROTINA NOSSA DE CADA DIA.




Por Carlos Sena (*)

A rotina em nossas vidas vira rotina. Por isto fica difícil entender que há pessoas que vivem dando receitas de felicidade estimulando os outros a “sair da rotina”... Sair dela por ela mesma é melhor ficar, pois na vida tudo se repete inclusive as estações, os anos, os dias, os minutos, tudo. Quem não se repete é a pessoa humana em sua estrutura singular (DNA), salvo melhor juízo. O resto se repete e vira rotina, independente de nós e das vontades de não entrarmos nela. Cada um tem que se virar como pode pra resolver a rotina da vida. O sentido do novo é sempre bom e nos provoca excitações diversas de expectativas. Conhecer uma nova pessoa é um pouco disto, mas com o tempo se descobre o óbvio, ou seja, tudo toma um ritmo que se repete, mesmo se tratando de um grande amor. Encontrar um grande amor não nos isentará de rotinas. O grande diferencial é que numa relação que se possa assim dizer, novo contexto se insere: o da confiança e do exercício diário de conviver com outro o aceitando como é.  MESMO assim, entender que um grande amor supera rotinas é correr risco conceitual equivocado. Pode ocorrer, mas não necessariamente, posto que a vida a dois nunca seja totalmente dos dois, mas de cada um com sua própria natureza de ação. Distante de querer dar dicas disto, algo deve ser vital para que as nossas rotinas caminhem bem conosco: não se escravizar disto, como muitas pessoas que, a despeito de manterem relacionamentos, tudo inventam pra sair da rotina. Imagino que se sai da rotina quando se deixa de querer rompê-la com excentricismos. Dito diferente: a vida se repete todos os dias, mas nunca no mesmo tempo e nos mesmo espaço! A gente tem que mudar sempre se quiser ser o mesmo! Compreender cada momento é fundamental. Compreender o momento do outro é mais fundamental ainda, mesmo que esse outro não seja o nosso grande amor da vida. Fazer da vida uma grande festa interior é fundamental. Toda rotina se estabelece em sua forma clássica quando nós nos escravizamos do medo, de religiões dominadoras, de relações afetivas doentias ou de núcleos familiares castradores. Só com liberdade se constrói uma rotina própria, capaz de nos deixar aptos para que, quando nova rotina se interpuser a gente se “repaginar” e se permitir a novos horizontes.

A gente não precisa dar bom dia a esmo. A gente precisa ser bom dia apenas. A gente não precisa reclamar da chuva, porque depois dela vem sempre o sol. Tampouco reclamar dele, porque ele prenuncia a noite e no seu colo adormece com o codinome "por de sol". A gente não precisa “bater o ponto” todo dia na cama com o marido ou com a mulher – mas despertar em ambos o sentimento de que sexo é bom, mas sexualidade é melhor, permanente e duradoira. A gente não precisa ir pra Europa como forma de salvar o casamento – casamento que precisa de salvação já está condenado ao fracasso. A gente não precisa, a despeito de sair da rotina, jantar fora em restaurante caro. Neste caso, sai-se da rotina indo pra cozinha a dois e fazendo uma nova iguaria, mesmo um ovo frito com criatividade, depois deglutindo sentados no chão da varanda... Mas se pode da mesma forma ir ao tal restaurante, desde que isto não vá além do que pode ser enquanto justificativa furada de salvar alguma coisa que esteja se repetindo. Afinal, se um beijo é bom, por que não repetir? Se uma pegada é boa, porque não se permitir a ela "repetidamente"? A gente come todo dia feijão com arroz e não enjoa – essa é uma opinião geral que deve ter exceções. Mas a gente tem que se quedar às evidências: a gente não aguenta almoçar todo dia PIZZA, porque logo vem aquela vontade de querer o nosso “mulatinho” com arroz e bife. Talvez a grande lição contra a rotina estafante seja a do nosso mulatinho. Se você sonha com um “Gianechini”, contente-se com o ”arroz” que está por perto e talvez você nem esteja vendo. Se você sonha com uma “Lady”, idem. Tendo ao seu lado o feijão com arroz, logo o “bofe” (bife) virá por consequência. E se o feijão lhe abusar de ser feijão e o arroz de ser arroz, uma dica: faz uma feijoada, um arroz doce, etc... Até que nova rotina te chame à criatividade.

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(*) Publicado no Recanto de Letras  em 11/12/2011

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

O Imortal, a Privataria Tucana, a Soma e o Resto




Por Zezinho de Caetés

Gerou-se uma febre de denúncias e contra-denúncias este final de ano na mídia brasileira. No governo federal isto já vem durando um ano, mas, o mais recente episódio do ministro Pimentel, e que vai entrar, por obra e graça da presidenta pelo ano novo, é a bola da vez da imprensa que, que segundo alguns, quer desestabilizar o governo, como se publicar a verdade não fosse consequência e sim causa dos desmandos que certos ministro praticaram.

Do outro lado da cerca, está a mídia que vi num blog alguém chamar de “chapa branca”, embora com uma certa impropriedade, pois o termo é usado somente para automóveis. O termo mais correto seria o que foi dado pelo Blog Chumbo Grosso: PIG (Partido da Imprensa Governista). Estes só publicam a favor do grande evento que eles dizem ser muito grande, que é o lançamento de livro chamado “Privataria Tucana”, que dizem ter sido bem vendido neste fim de ano.

A maior queixa dos PIGs é que a grande imprensa não noticiou o evento de lançamento do livro de imediato. Muitos não entenderam esta crítica, assim como eu. Ora, lança-se um livro que se esgota no primeiro dia do seu lançamento, como querem que se noticie sobre algo que não existe? Querem que as pessoas ajam como os petistas de carteirinhas que criticam por criticar, se nem ao menos ler o livro? Paciência, meu Deus!

Mas, aos poucos as pessoas que não pertencem e este mundo de ilusão que se tornou a PIG, vão encontrando alguns exemplares, lendo e comentando. Muitos já fizeram isso, menos eu, pois sei que não terei acesso ao livro pelo menos nos próximos meses, se for verdade o que se falou sobre as multidões que se acotovelam na editora para pegar os exemplares. Ora, se eu procurei comprar, para presentear no Natal o livro, com certeza muito mais importante e verdadeiro do Fernando Henrique Cardoso, “A Soma e o Resto”, e não encontrei nas livrarias, como vou encontrar a “Privataria Tucana’?

Enquanto eu não o leio, contento-me a citar as pessoas sérias que já o leram e que conhecem muito mais o autor e os personagens envolvidos do que eu. E neste caso é, ainda por cima, um imortal de nossa ABL, e que pelo menos não dará margem a algum imbecil criticá-lo, corrigindo seus erros de português.

Fiquem com o texto do imortal Merval Pereira, “A ficção do Amaury”, publicado no O Globo neste fim de semana. Agora o livro “O Chefe” do Ivo Patarra, eu li, mas agora não tenho tempo de comentar. Os sinos já bimbalham.

O livro “Privataria tucana”, da Geração Editorial, de autoria de Amaury Ribeiro Jr, é um sucesso de propaganda política do chamado marketing viral, utilizando-se dos novos meios de comunicação e dos blogueiros chapa-branca para criar um clima de mistério em torno de suas denúncias supostamente bombásticas, baseadas em “documentos, muitos documentos”, como definiu um desses blogueiros em uma entrevista com o autor do livro.

Disseminou-se a idéia de que a chamada “imprensa tradicional” não deu destaque ao livro, ao contrário do mundo da internet, para proteger o ex-candidato tucano à presidência José Serra, que é o centro das denúncias.

Estariam os “jornalões” usando dois pesos e duas medidas em relação a Amaury Jr, pois enquanto acatam denúncias de bandidos contra o governo petista, alegam que ele está sendo processado e, portanto, não teria credibilidade?

É justamente o contrário. A chamada “grande imprensa”, por ter mais responsabilidade que os blogueiros ditos independentes, mas que, na maioria, são sustentados pela verba oficial e fazem propaganda política, demorou mais a entrar no assunto, ou simplesmente não entrará, por que precisava analisar com tranqüilidade o livro para verificar se ele realmente acrescenta dados novos às denúncias sobre as privatizações, e se tem provas.

Outros livros, como "O Chefe", de Ivo Patarra, com acusações gravíssimas contra o governo de Lula, também não tiveram repercussão na "grande imprensa" e, por motivos óbvios, foram ignorados pela blogosfera chapa-branca.

Desde que Pedro Collor denunciou as falcatruas de seu irmão presidente, há um padrão no comportamento da “grande imprensa”: as denúncias dos que participaram das falcatruas, sejam elas quais forem, têm a credibilidade do relato por dentro do crime.

Deputado cassado e presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson desencadeou o escândalo do mensalão com o testemunho pessoal de quem esteve no centro das negociações, e transformou-se em um dos 38 réus do processo.

O ex-secretário de governo Durval Barbosa detonou a maior crise política da história de Brasília, com denúncias e gravações que culminaram com a prisão do então governador José Roberto Arruda e vários políticos.

E por aí vai. Já Amaury Ribeiro Jr. foi indiciado pela Polícia Federal por quatro crimes: violação de sigilo fiscal, corrupção ativa, uso de documentos falsos e oferta de vantagem a testemunha, tendo participado, como membro da equipe de campanha da candidata do PT, de atos contra o adversário tucano.

O livro, portanto, continua sendo parte da sua atividade como propagandista da campanha petista e, evidentemente, tem pouca credibilidade na origem.

Na sua versão no livro, Amaury jura que não havia intenção de fazer dossiês contra Serra, que foi contratado “apenas” para descobrir vazamentos internos e usou seus contatos policiais para a tarefa que, convenhamos, conforme descrita pelo próprio, não tem nada de jornalística.

Ele alega que a turma paulista de Rui Falcão (presidente do PT) e Palocci queria tirar os mineiros ligados a Fernando Pimentel da campanha, e acabou criando uma versão distorcida dos fatos.

No caso da quebra de sigilo de tucanos, na Receita de Mauá, Amaury diz que o despachante que o acusou de ter encomendado o serviço mentiu por pressão de policiais federais amigos de José Serra.

Enfim, Amaury Ribeiro Jr, tem que se explicar antes de denunciar outros, o que também enfraquece sua posição.

Ele e seus apoiadores ressaltam sempre que 1/3 do livro é composto de documentos, para dar apoio às denúncias.

Mas se os documentos, como dizem, são todos oficiais e estão nos cartórios e juntas comerciais, imaginar que revelem crimes contra o patrimônio público é ingenuidade ou má-fé.

Que trapaceiro registra seus trambiques em cartórios?

Há, a começar pela escolha do título – Privataria Tucana – uma tomada de posição política do autor contra as privatizações.

E a maneira como descreve as transações financeiras mostra que Amaury Ribeiro Jr. se alinha aos que consideram que ter uma conta em paraíso fiscal é crime, especialmente se for no Caribe, e que a legislação de remessa de dinheiro para o exterior feita pelo Banco Central à época do governo Fernando Henrique favorece a lavagem de dinheiro e a evasão de divisas.

É um ponto de vista como outro qualquer e ele tenta por todas as maneiras mostrar isso, sem, no entanto, conseguir montar um quadro factual que comprove suas certezas.

Vários personagens, a maioria ligada a Serra, abrem e fecham empresas em paraísos fiscais, com o objetivo, segundo ilações do autor, de lavar dinheiro proveniente das privatizações e internalizá-lo legalmente no País.

Acontece que passados 17 anos do primeiro governo de Fernando Henrique Cardoso, e estando o PT no poder há 9 anos, não houve um movimento para rever as privatizações.

E os julgamentos de processos contra os dirigentes da época das privatizações não dão sustentação às críticas e às acusações de “improbidade administrativa” na privatização da Telebrás.

A decisão nº 765/99 do Plenário do Tribunal de Contas da União concluiu que, além de não haver qualquer irregularidade no processo, os responsáveis “não visavam favorecer em particular o consórcio composto pelo Banco Opportunity e pela Itália Telecom, mas favorecer a competitividade do leilão da Tele Norte Leste S/A, objetivando um melhor resultado para o erário na desestatização dessa empresa”.

Também o Ministério Público de Brasília foi derrotado e, no recurso, o Tribunal Regional Federal do Distrito Federal decidiu, através do juiz Tourinho Neto, não apenas acatar a decisão do TCU mas afirmar que “não restaram provadas as nulidades levantadas no processo licitatório de privatização do Sistema Telebrás. Da mesma forma, não está demonstrada a má-fé, premissa do ato ilegal e ímprobo, para impor-se uma condenação aos réus.

Também não se vislumbrou ofensa aos princípios constitucionais da Administração Pública para configurar a improbidade administrativa.”.

O livro de Amaury Ribeiro Jr. está em sexto lugar na lista dos mais vendidos de “não-ficção”. Talvez tivesse mais sucesso ainda se estivesse na lista de “ficção”.