A semana - Privataria e namoro

Por Zé Carlos

Talvez o que eu tenha mais ouvido falar nesta semana que passou foi sobre o livro do jornalista Amauri Ribeiro Jr., sobre irregularidades na época das privatizações no governo do Fernando Henrique Cardoso. Eu não entendi muito bem a crítica feita à chamada grande imprensa, por alguns, de que este setor da mídia não deu a devida ênfase ao lançamento do livro, pelo menos como está dando lugar para o caso do ministro Pimentel, o mais novo integrante do clube “Será que eu Saio?”, que deverá até fazer sucesso no carnaval do próximo ano.

Eu não sei se aqueles que dizem isto queriam que a grande imprensa fizesse um alarde em relação ao lançamento, o que seria impossível, se ela quisesse se manter dentro de um padrão de seriedade. Ora, pelo que ouvi, ninguém pôde comprar o livro, porque ele se esgotou com uma rapidez tão grande, que os 15 mil exemplares (ou 30 mil, noutras versões), acabaram em um dia. A crítica só procederia se a grande imprensa tivesse comprado toda a edição na boca da editora, e eu não vi nenhuma insinuação sobre isto.

Eu, como um simples cidadão, amante do mundo digital e da informação, sempre achei que as privatizações foram importantes para o país, como hoje acha a presidenta Dilma ao privatizar os aeroportos para que possamos receber turistas, com um mínimo de conforto, durante a Copa.

Dizer que, durante o processo não houve nenhum fato desabonador da moral e dos bons costumes, seria sonhar muito ou fingir que não estamos no Brasil. Talvez, tenha existido sim, e provavelmente existiu, como hoje ainda existe muita maracutaia relacionada ao setor público. Mas, o alarde em relação ao lançamento de um livro que ninguém leu por não ter encontrado para comprar, nem mesmo um repórter que entrevistou o jornalista autor, para mim parece demais.

Eu li, não me lembro onde, que o livro tinha dois tipos de críticos: Aqueles que não leram e gostaram, e os que não leram e o odiaram. Eu não me incluo em nenhum dos tipos. Eu ainda sou do tipo que não leu e não gostou e nem muito menos para o contrário.

No mais o vídeo produzido pela UOL, é só diversão, como explorar a incapacidade verbal da presidenta, o que não seria um defeito grave, pois pode ser sempre superado escrevendo e lendo aquilo que escreve, como fazia o Seu Clívio nos comícios, e segue adiante explorando a fama de galã de colarinho branco que sempre teve o Fernando Henrique, que confessou está com 80 anos, mas está em forma. E eu nos meus 60 e poucos já não posso falar o mesmo, pelo menos com tanta ênfase, em relação a tudo.

É uma semana digna de Natal e até de Ano Novo. Não sei se na próxima semana vai haver outro vídeo, ou se a equipe do UOL, junto com a AGD e mais 90% da população brasileira,vai entrar de semi-férias. Por enquanto aproveitem o filme logo em seguida da explicação dos produtores logo abaixo.

“Tem privataria tucana, mensalão petista, outro ministro se complicando e ovo voando para cima de político que aprova aumento para o próprio lado. O "Escuta Essa!" está repleto de emoções, incluindo o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso falando de seu namoro. Já Dilma Rousseff prefere sonhar com um próspero ano novo.”