Em manutenção!!!

terça-feira, 31 de março de 2015

A Mamãe Dilma e o Levyzinho




Por Zezinho de Caetés

Ninguém me tira da cabeça que, neste caso o FHC está certo. O culpado não é a Dilma e sim o Lula. Pelo menos foi que ele declarou por aí, semana passada, em relação ao petrolão. E eu concordo inteiramente. Ora, todos sabemos que foi o Lula que inventou o mensalão, comprovadamente, porque falou tanta besteira a respeito que se tornou o principal suspeito. E é bom que seja dito, se não fosse o FHC, com seu persistente senso de paz e concórdia, que evitou que o meu conterrâneo fosse levado ao processo de impeachment. Quando eu pensei que ele iria se arrepender amargamente, ele vem com a mesma história em relação a Dilma.

É mais do que sabido, pois já é fato histórico que foi o Lula que nomeou todos os envolvidos no escândalo da vez, o petrolão, e que dele se beneficiou, tanto pessoalmente como politicamente. Pois não me venham dizer que não é benefício pessoal as verbas com que o PT pagava os aviões para as conferências, através das empresas. E, politicamente, nem se fala, pois foi devido a este escândalo que ele conseguiu reeleger a Dilma, embora à duras penas. Lembrem sempre que ela foi eleita com menos de 50% do votos dos brasileiros, e nos votos válidos, quase empata com o Aécio.

Isto não quer dizer, no entanto, que estou concordando com o General da Banda, o Stédeli, quando diz que a Dilma é uma santa. Não meus senhores, de santa ela não tem nadica de nada. Alguém que promete fazer o diabo (e fez) para se eleger, não pode ser canonizada facilmente, mesmo que o Papa Francisco estivesse dopado. E é deste assunto que trata o Ricardo Noblat em vídeo publicado no seu blog (20/03/2015), que coloco lá embaixo para que vocês decidam.

Ela não é nenhuma pobrezinha para que tenhamos pena dela. O Levy, o Risonho que o diga. O cara está apanhando mais do que menino treloso. Abriu a boca, disse a verdade, e lá vem chinelo na bunda. Isto já está até se tornando monótono. Senão, vejamos:

Ele disse:

“A gente pode ter um trimestre de recessão, e isso não quer dizer nada em relação ao crescimento”

Algo já comprovado pelos dados do IBGE, mas, o Levizinho entrou no chinelo, e ficou no milho durante duas horas, até dizer que não era verdade.

Depois disse:

“O programa de seguro-desemprego é completamente ultrapassado”.

Ah, prá que!!!! A Mãe do PAC pegou um chicote emprestado com a CUT e tacou-lhe nas nádegas, que, segundo dizem, ficou em carne viva. Até o Renan teve pena e o chamou para botar umas compressas quentes.

Mais na frente, trelou outra vez, dizendo:

“Você aplicou um negócio que era muito grosseiro. Essa brincadeira nos custa R$ 25 bilhões por ano”

Isto em relação ao programa do Mantega que tirava dos pobres para dar à indústria automobilística, na esperança de que o pobres pudessem comprar os carros. A bolha estourou e os pobres estão devolvendo os carros, para não ficarem “na pindaíba”. E lá se foi mais palmadas no traseiro.

E quando se pensava que o Levizinho iria aprender alguma coisa ou pedir o boné ele vem com esta:

“Acho que há um desejo genuíno da presidente de acertar as coisas, às vezes não da maneira mais fácil, mas... Não da mais efetiva, mas há um desejo genuíno”.

Como outras palavras ele disse, “a presidenta está cheia de boas intenções, mas, o inferno já está cheio delas”, e foi outra vez para o milho, dizem que, agora, o Mercadante é o responsável para arranjar o milho e verificar se feriu bem os joelhos do menino levado.

Ou seja, de boazinha e de santa a Dilma não tem nada, e Levy, o Risonho que o diga.

Agora, fiquem com o vídeo no Noblat, onde ele aborda a questão, deixando todos de orelha em pé para o que está por vir.


segunda-feira, 30 de março de 2015

A semana - E a Dilma continua? "Farinha pouca, meu pirão primeiro"




Por Zé Carlos

Vimos, nos comentários sobre a semana passada, que o melhor do show político foi a performance do Cid Gomes no Congresso. Foi tão bom que ele foi demitido do Ministério da Educação, para se candidatar nas próximas eleições a deputado federal, onde é o seu lugar, se quiser brigar com o Eduardo Cunha, o Cunhão, para os íntimos. Isto é, nossa diva do riso, a Dilma, agiu rápido como uma bala, o que não é do seu feitio, mas, também pudera, já se sabe que ela e o Cunhão não se bicam, e ele está cada dia mais pesado para aguentar. No entanto, ela voltou à sua lentidão normal para nomear o substituto do Cid, mas, conseguiu indicar o Renato Janine Ribeiro. Dizem que ele não é do PT, porém, não recusaria um convite da Marilena Chauí, para bombardear a classe média. Vamos esperar que sua primeira ação no ministério não seja obrigar os professores a cantar a Internacional, nem dizer no início da aulas: “Lula guerreiro, do povo brasileiro!!!”.

Começando a semana propriamente, lá vem de novo aquele juiz, lá do Sul, o Sergio Moro, outra vez tentando dizer que mais dois figurões do PT, o Renato Duque e o João Vaccari, este último o tesoureiro do PT e o outro o Diretor da Petrobrás, que acumulava as função com aquela de ser o “guardador e distribuidor oficial” da propinas do PT, segundo seu colega o Paulo Barusco, que virou nome de moeda corrente hoje no Brasil, eram criminosos. Quanta injustiça, meu Deus. Abrir um processo penal contra o Renato Duque, porque ele foi citado numa delação premiada, e que já havia sido preso e já estava solto outra vez. Coitado, dizem que ele, a única coisa que fez foi transferir um dinheirinho de sua conta da Suíça para Mônaco. Ora, os 20 milhões de euros da transação eram apenas um troco em relação à lambança que a operação Lava Jato vem descobrindo. Um verdadeiro inocente. Enquanto o Vaccari, aquele santo homem, apenas transferia o dinheiro para PT, segundo o Barusco, uns 200 milhões de dólares. Este Sergio Moro, realmente é muito cruel. Vejam o que os seus procuradores maus descobriram e que contam na denúncia, que já virou ação penal. Que os dois acima citados se reuniam para acertar o rateio das propinas auferidas na Petrobrás, e a verba migrava para a caixa registradora do PT na forma de doações oficiais de fornecedores da empresa. Mesmo que isto fosse verdade, o que foi repassado foi uma merreca de mais de 4 milhões de reais, em alguns meses. Ou seja, diante do propinoduto em que se transformou o caixa do partido uma verdadeira esmola. Não é de morrer de rir?

O grande humorista da semana que passou, foi, sem sombra de dúvida o nosso contratado, Lula. Começou com o FHC, sim, aquele em quem a Dilma colocou todas as culpas do que existiu de ruim, na história do Brasil, dizendo que a culpa toda do que ocorreu na Petrobrás era do Lula e não da Dilma. Ele apenas seguiu o general Stédile que disse ser a Dilma uma santa. Santinha do pau oco, acha o povo brasileiro, segundo as pesquisas. E, voltando ao Lula, ele parece ser o mais preocupado por onde o Petrolão vai escoar. Dizem até que pegou uma briga danada com a presidente, mostrando o que deveria ser feito. Ele queria porque queria que ela demitisse o Mercadante, que já foi aloprado e agora é o mandante, lá na Casa Civil. Dilma, como todos sabem, não quer nem ouvir falar nisso. O Mercadante é que está dando aulas a ela de como falar em público sem se enrolar tanto. Não vem tendo muito sucesso, é verdade, mas, já conseguiu que ela concatenasse três palavras de improviso e fosse entendida. Isto já e um espanto.

Mas, como poderia a nossa protagonista falar inteligivelmente, se cada dia um diz uma coisa no seu ouvido. O PT diz uma coisa e o PMDB diz outra, e no final das contas o Mercadante diz uma terceira. Isto deixaria qualquer pessoa maluca, quanto mais a frágil Dilma, cuja única qualidade é nos fazer rir. Por exemplo, sabem que ela demitiu o Ministro das Comunicações porque ele queria que os blogs sujos dissessem que o Fernando Haddad, prefeito de São Paulo era o melhor do país? Então ela se perguntou, como é que posso chegar a este ponto? Mentir assim nem o Pinóquio consegue. E sabem o que ela fez? Nomeou como substituto seu tesoureiro de campanha, o Edinho Silva, que dizem estar mais sujo do que pau de galinheiro, ao tratar com verbas públicas porque pensa que são propriedade do PT. Não tem jeito, querem por que querem que a Dilma deixe a presidência e venha trabalhar aqui na AGD. Tomara que venha logo.

Querem um exemplo claro da boa vontade de algumas pessoas para tirar a Dilma do governo? Imaginem que o Renan, sim, aquele mesmo que tem mais gente sua empregada no governo do que eleitores, e que tem um inquérito correndo no STF por ter sido premiado com uma delação, quer enxugar a máquina do governo, cortando de 39 para 20 os ministérios. Boa proposta, não? No entanto, vinda do Renan, só para matar os nossos leitores de riso. Seria a mesma coisa de que o Lula querer criticar o excesso de produção da Caninha 51, porque parou de beber.

E o que mais me fez rir, foi ler esta semana que o PT quer renascer das cinzas. O presidente do PT federal, Rui Falcão divulgou um artigo sobre o 5º Congresso da legenda, que ocorrerá em junho. Defendeu um “reencontro” dos petistas “com o PT dos anos 80”. Manifestou o desejo de “reatar com movimentos sociais, juventude, intelectuais, organizações da sociedade”. Reconheceu que tais segmentos, antes “representados” no partido, hoje lhe são “alheios, indiferentes ou, até, hostis”. Atribuiu o fenômeno a “alguns erros políticos” cometidos pelo PT. Eu ri apenas pela sua sinceridade. Só faltou acrescentar que as pesquisas já não trazem mais o PT para os eleitores indicarem em que partido votarão. Nas últimas 10 pesquisas as respostas no quadradinho do partido vieram em branco, e que o PT vai mudar de nome e se chamará de PT do P, ou seja PT do Petróleo. Vamos ver se levanta as massas, nem que seja de pizza. Basta dar sanduiche de mortadela e 30 reais, que eles voltam.

E tivemos a Graça Foster (vide vídeo do UOL, lá embaixo) declarando seu amor a Petrobrás e não ao PT. No início ela pensou que fossem às mesmas coisas, até que a sua amiga Dilma a jogou às feras. Não tem amor que aguente.

E eu já não aguento mais as brigas entre o Levy, sim, aquele que é Ministro da Fazenda, sem nunca ter sido, e a presidente. Quando ela acha que ele “mijou fora do caco” lá vai o Levy se desculpar. Todos sabem que a Dilma gostava era do Mantega, que era uma manteiga, e ela moldava ao seu bel prazer, pois levou este país à situação calamitosa em que se encontra. Como se diz no filme “farinha pouca, meu pirão primeiro”.

E assim vamos, cantando a canção, porque somos todos iguais, braços dados ou não, já esperando o dia 12 de abril, para em nome de nossa coluna, gritar o “Fora Dilma!”. Já preparamos sua carteira de trabalho, pois não podemos perder uma humorista de tal quilate.

E agora, termino mais feliz ainda, porque a coluna já tem 9 leitores. Obrigado ao nono elemento. E fiquem com o roteiro resumo do filme do UOL, por seus produtores, e depois vejam o filme, que hoje, é de amor, ou quase.

“A semana foi marcada pelo anúncio de economia estagnada (crescimento de 0,01% em 2014), disputa entre o governo, Estados e municípios para saber o "tamanho da dívida" e pelas declarações de amor da ex-presidente da Petrobras Graça Foster durante CPI.”


sexta-feira, 27 de março de 2015

Os governadores do Nordeste e o impeachment da Dilma




Por Zezinho de Caetés

São tantos os problemas brasileiros que nunca mais me voltei para os problemas nordestinos. Eles parecem até não existir. Como diz minha amiga Lucinha Peixoto (em carta revelada, pela metade, ontem aqui na AGD): Cruzes! Entretanto, ontem vi que o Nordeste, depois de ter elegido Dilma nas eleições passadas, volta à ribalta da cena política, através de seus governadores, que estiveram, no dia 25 próximo passado, com a gerenta presidenta Dilma Roussef, antes que ela seja impichada, pela força do povo nas ruas.

Eles escreveram uma carta, que não sei bem a quem, e nem sei se foi antes ou depois da reunião, com um conjunto de generalidades que não tem nada a dever às revistas de horóscopo. Fixo-me no seguinte item da referida missiva:

2- Por isso mesmo, não podemos concordar que o legítimo exercício do direito de oposição e de livre manifestação seja confundido com teses sem qualquer amparo na Constituição Federal, e que dificultam o pleno funcionamento das instituições brasileiras.

Seria ótimo se eles dissessem quais as teses que hoje estão aparecendo, pelo menos da oposição, que não tenham amparo na Constituição Federal. Seria a de perdoar todos os bandidos que roubaram a Petrobrás? Ou a de dizer que a Dilma não teve culpa nenhuma no que está acontecendo? Claro que o que eles estão se referindo é ao que foi pedido por mais  de um milhão de pessoas no último dia 15, que é o impeachment da nossa gerenta, que, queiramos ou não, ainda tem as chaves do cofre, de que tanto os governadores precisam.

E, li na mídia, no texto que hoje reproduzo aí embaixo (Blog do Reinaldo Azevedo, “Os governadores do Nordeste precisam ler a Constituição. Ou: Chegou a hora de comer os ricos para salvar a “mãe dos pobres”?” de 26/03/2015), que um governador, mais açodado, propôs um imposto sobre as grandes fortunas. Eu fiquei terrificado, na condição de aposentado, porque já me disseram que eu ganho uma “fortuna” para não fazer nada. Será que vão me taxar? Pobre de mim. E já estou pensando em mudar para outro país, porque até que eles descubram que eu não tenho “onde cair morto”, como se diz, lá se foi minha grande fortuna.

Mas, o que é claro como água, é que o impeachment seria uma solução constitucional e legal para o descalabro em que se encontra o nosso país, no qual, a presidenta não preside, o legislativo não legisla, e o judiciário, apesar de tentar, é o tempo todo assediado por eles. A ideia que vai haver muita confusão, não é mais verdadeira do que aquela diz ser a confusão maior é aquela  que estamos passando.

Eu nunca fui um fã do Temer nem do PMDB, mas, se for para o bem do povo e felicidade geral da nação, por que não? O que não se pode, ou se puder o custo será muito maior, é que a Dilma com sua já clássica incompetência para assuntos não domésticos (dizem que ela sabe fazer macarrão, mas, até isto eu duvido), fica a levar este gigante Brasil a cair do pé de feijão. Então, não tenham dúvidas que, no dia 12 de abril, estarei de volta com o meu cartazinho: Fora Dilma! Impeachment Já!

Fiquem com o Reinaldo Azevedo e meditem no final de semana, enquanto eu me preparo fisicamente para o grande Domingo de Páscoa.

“Ai, ai, ai… O governo Dilma tenta o que, de um modo ou de outro, sempre se tenta no Brasil, sem sucesso, quando um presidente está em dificuldades: a chamada “Política dos Governadores”. A ideia é tão aparentemente boa como absolutamente inócua: reunir os chefes dos Executivos estaduais para que influenciem, então, a bancada dos deputados federais de seus respectivos Estados.

Nesta quarta, Dilma se reuniu por três horas com os nove governadores do Nordeste. Quer que eles pressionem os parlamentares de seus respectivos Estados a apoiar o ajuste fiscal. Ao fim do encontro, divulgou-se uma carta com a assinatura de todos eles — sete da base governista e dois do PSB. Lá está escrito: “Não podemos concordar que o legítimo exercício do direito de oposição e de livre manifestação seja confundido com teses sem qualquer amparo na Constituição”. Eles estão se referindo ao impeachment, é evidente. E isso só significa que ou os governadores do Nordeste não leram a Constituição ou, tendo lido, não entenderam o que lá está escrito.

O impeachment está previsto nos Artigos 85 e 86 da Constituição, e existe a lei que trata do assunto, que é a 1.079. Os doutores que assinaram o manifesto fariam um favor à inteligência nacional se dissessem a quais “teses sem amparo na Constituição” eles se referem. Uma coisa é haver divergência sobre a existência ou não de elementos que justifiquem uma denúncia com vistas ao impeachment. Há argumentos tecnicamente respeitáveis de ambos os lados. Conheço pessoas igualmente decentes com pontos de vista absolutamente distintos, independentemente do juízo que fazem do governo Dilma. Mas é um absurdo inferir que o simples debate sobre o impeachment se confunda com alguma forma de golpe. Isso é picaretagem política, jurídica e intelectual.

De resto, senhores, que história é essa de que “a livre manifestação” pode se “confundir com teses sem amparo na Constituição”? Estão falando exatamente do quê? Das invasões de terra e de laboratório de pesquisa patrocinadas pelo MST? Das violências constantemente promovidas por ditos movimentos de sem-teto? Parece-me certo que os governadores do Nordeste não estão se referindo aos que foram às ruas no dia 15. Houve protestos nas nove capitais nordestinas e em várias outras cidades da região. Que se saiba, não houve um só incidente, o que evidencia, então, que as pessoas sabem muito bem exercitar o seu direito à livre manifestação, inclusive ou especialmente quando pedem o impeachment, porque isso está “amparado na Constituição”.

Ah, sim: em entrevista depois da reunião, o governador da Bahia, Rui Costa (PT), defendeu a criação de um imposto sobre grandes fortunas. O ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil) deu a entender que o governo tem simpatia pela ideia. É… Quando nada mais funciona, por que não propor que se comam os ricos, né?, para salvar a mãe dos pobres? Só temo um pouco pelo que venha a ser considerado “grande fortuna” num país em que um trabalhador que ganha a partir de R$ 4.664,68 (US$ 1.448) é obrigado a recolher 27,5% de Imposto de… Renda!!!


Essa gente, definitivamente, perdeu a noção do ridículo.”

quinta-feira, 26 de março de 2015

Uma Estátua para Lula




Por Zé Carlos (*)

Hoje o Jameson me mandou novas imagens por ele editadas e não me deixa alternativas a publicá-la e nem escrever um introito. Quando vejo qualquer foto de Lula hoje, eu sempre me lembro de uma importante sugestão do blogueiro de Garanhuns, o Roberto Almeida, quando ele lançou a ideia de uma estátua para Lula. Também me lembro da intervenção do nosso hoje grande colaborador, Zezinho de Caetés, no debate.

Eu penso que seria oportuno hoje, voltar àquele debate e verificar a exatidão do Zezinho sobre a ideia do Roberto, quando ele diz que é contra a construção de estátuas para gente viva. Eu não sei se hoje, diante, do que o conterrâneo do Zezinho é acusado, se o Roberto ainda não se arrependeu da ideia. De uma forma ou de outra, vale a pena republicar aqui o texto do Zezinho, originalmente publicado no Blog da CIT (aqui), que não me sai da lembrança, pela proximidade que tinha com seus responsáveis.

O texto abaixo tem como título o mesmo título que o Zezinho deu ao seu texto há mais de 5 anos, e é acompanhado pelas imagens do Jameson Pinheiro. A imagem do Jameson ilustra esta postagem, que poderia ser uma série: Recordar é Viver.

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Uma estátua para Lula

Por Zezinho de Caetés

Ontem, no excelente Blog de Roberto Almeida (aqui) ele propõe que sejam feitas estátuas de várias personalidades de Garanhuns, inclusive uma do presidente Lula. Tendo Lula quase como um irmão, sempre que falam nele me acendem as candeias da emoção. Fiz um comentário ao texto, que foi gentilmente, publicado pelo Roberto, e que, muito educadamente o respondeu. Reproduzo nosso diálogo abaixo.

“Caro Roberto Almeida,

Eu concordo com o resultado da enquete do Blog do Ronaldo César, 55% para não construir a estátua do Lula. Isto é até agouro. Estátua é prá gente morta. Quem merece uma estátua é Dilma, que, como candidata a presidente, já nasceu morta. E se o Lula continuar nesta loucura não terá estátua nem em Caetés, nossa terra. E, pelo amor de Deus, esta ideia de estátua para Lula, parece até programa do Raul Gil: “Aí vem as eleições, vamos faturar!”. Meu conterrâneo merece coisa melhor.
Zezinho de Caetés ”

"Meu Caro Zezinho,

A minha proposta, como você pode perceber no texto, não é simplesmente se fazer uma estátua de Lula na cidade, como sugeria a enquete do compadre Ronaldo. Seriam estátuas de diversas personalidades importantes ligadas a Garanhuns, como o escritor Luiz Jardim, os músico Toinho Alves e Dominguinhos, o bispo Dom Expedito, Monsenhor Adelmar e a jornalista e deputada Cristina Tavares. O fato de Dominguinhos e Lula estarem vivos não seria motivo de impedir a homenagem, pelos que eles representam como filhos naturais dessa terra. No caso do presidente, garanhuense de Caetés. E um projeto desta envergadura, caso fosse levado adiante, poderia muito bem ser realizado em 2011, quando Luiz Inácio já seria ex. Por que não aproveitar esse filão que Garanhuns tem nas mãos?”

Aí no Agreste Meridional (estou em Recife), se o IBGE entrar em campo, descobriremos que temos a maior densidade de Blogs por habitante. Se considerarmos o cálculo por cidade, eu diria que Garanhuns sairia na frente, seguido por Bom Conselho, que tem dois, se considerarmos o de Jodeval um Blog duplo, por ele se dedicar mais às coisas de Garanhuns mas ter nascido em Bom Conselho, e logo a seguir, minha terra Caetés, com o do Rafael Brasil. O Blog da CIT é de Bom Conselho, eu só o uso. Talvez, se eu admirasse menos o Lula, o Rafael me chamasse para dar umas “bicadas” no dele. Mas deixa isto prá lá, porque leio todos e quase todos são de bom nível.

O que acho bonito é quando os Blogs conversam. Falam um com o outro e um do outro. Se elogiam e se criticam mutuamente, e quem ganham com isto são aqueles que nos lêem. Eu acompanhei o Blog da CIT, falando com Blog do Roberto, sobre o do Jodeval, a respeito de Deus e de religião, através do amigo Cleómenes Oliveira, do Roberto Almeida, do Jodeval Duarte, do Nivaldo Tenório, e de outros, como pessoas montadas em seus Blogs. Hoje falamos de estátuas, homenagens, política, turismo e muitas outras coisas. Eu acho isto lindo.

Por isso eu tive medo quando me reli hoje e tive a triste impressão de, no calor da caneta ou da tecla, ter dado a impressão de ter comparado a ideia do Roberto com o programa do Raul Gil. Se esta impressão ficou, meu caro Roberto, me perdoe. Você esclarece, de forma educada, na resposta ao nosso comentário, que estava pensando isto para depois das eleições, lá para 2011.

E eu, o que realmente quis dizer, é que, se o Lula continuar com a Dilma como candidata, tentando fazer o milagre de transformar uma pessoa que confunde “bom dia” com “boa noite” porque está usando óculos escuros, numa candidata popular, vai “dá com os burros n’água”. Isto acontecerá se ela vencer ou não as eleições. Se ela vencer e vier inaugurar as estátuas, vai confundir a de Lula com a do Cristo do Magano, porque já esqueceu do Lula, e a de Dominguinhos com a do Teixeirinha porque é único sanfoneiro que ela conhece. E se perder, tenho certeza, não haverá estátuas para inaugurar, por pelo menos uma década, em nossas terras. Porque não teríamos o filão, do qual Roberto fala para explorar.

Eu continuo sendo contra a fazer estátuas para pessoas vivas, pois elas podem sentir o efeito da ação dos pombos. A não ser aqueles que já tem o produto dos pombos na cabeça, estes não se importariam. Atualmente, mesmo os mortos não tem o respeito que merecem com monumentos de pedra e cal. Já roubaram o óculos de Carlos Drumond de Andrade umas 10 vezes. E o Parque de Dona Lindu, mulher brava e merecedora, depois de anos, não passa de dois tambores de concreto que dizem ser um projeto do Niemeyer.

Uma vez escrevi que se o Lula já tivesse morrido seria mais fácil realizar meu projeto da Academia Caeteense de Letras, ela já teria um patrono, que prá mim tem que estar morto. Mas, o Lula está vivo e eu estou procurando outro patrono. E, por isso mesmo, sou contra sua estátua.

Ao dizer ao meu amigo Jameson Pinheiro que estava escrevendo sobre este tema, ele me enviou a foto abaixo, dizendo que é uma sugestão, caso o povo de Garanhuns decida mesmo pela construção da estátua [esta imagem é a que ilustra esta postagem, lá em cima]. Eu adorei a sugestão, pois se for a Dilma que venha inaugurá-la não chamará o João Capão de João da Costa. O som é muito diferente.


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Imagens por Jameson Pinheiro







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(*) Este é um texto a 3 mãos: Eu, Zezinho de Caetés e o Jameson Pinheiro. Espero que seja útil para o momento atual, em nosso país (ZC)

quarta-feira, 25 de março de 2015

Uma carta de Lucinha Peixoto




Por Zé Carlos

Dias atrás recebi um carta da amiga Lucinha Peixoto e fiquei feliz porque ela continua bem, inclusive sua língua. Quando alguns amigos me perguntaram no Facebook por onde ela andaria, eu falei desta carta. Alguns quiseram que eu a publicasse aqui no blog. Fiquei alegre com a sugestão pois hoje se reconhece que a Lucinha foi sempre uma bom-conselhense ilustre e que ainda tem grande potencial. Sendo assim, resolvi entrar em contacto com ela, e pedir permissão para publicação e ela deu. No entanto, perguntou: “Você não tem medo de ser processado de novo?”, pois algumas coisas que ela disse, apesar de verdadeiras, podem levar a alguma outra pessoa a tentar tirar mais um dinheirinho, que nem tenho, de mim.

Resolvi então publicar alguns trechos, deixando entre [colchetes] frases que eu acho que não devem ser publicadas, ainda. Então para aqueles que um dia a leram aí vai sua carta, que, veio com sua própria letra, e que eu tive o trabalho de teclar:

“Prezado Zé Carlos

Eu tenho vontade de começar esta carta como na minha antiguidade (embora não seja tão velha assim, diria, que estou entre Dilma e Xuxa) dizendo: Escrevo estas mal traçadas linhas já desejando que você esteja bem junto com os seus. Pronto, comecei...

Continuo na mesma vida que resolvi viver há mais de ano, aqui neste estado que é muito bonito mas é pobre que só vendo. Continuo ajudando meu marido que, depois de velho e aposentado, resolveu reganhar a vida. Não poderia deixá-lo só nestas horas, porque ainda não sou feminista das brabas, que andam queimando sutiãs pelas praças. Meus meios de comunicação com o mundo agora, é o correio só de ida e a televisão, só de volta. A internet, só de vez em quando quando vou na lan house, que é mais lenta do que o raciocínio da Dilma. Mas, vou levando...

Depois daquele dia que você ligou para mim, em que chorei para suportar a saudade (chorar faz bem, quando não temos saída, veja o Lula), o meu velho disse que em breve vai colocar internet aqui na pousada e que vai me dar um Smartphone. Se o que você diz é verdade, vou poder me comunicar melhor com o mundo. Você sabe que velho (isto é prá você e não prá mim), só aprende na porrada (desculpe, é que este ambiente de pousada me deixa desbocada). Quando você me falou num tal de Whatsapp eu pensei que você estava perguntando “o que é um sapo”, agora já manjo um pouco, aprendendo com aqueles que vêm aqui e não largam o celular. Isto está uma horror. Até no WC eles vão com o celular, e depois colocam em cima da mesa. Que nojo! Cruzes!!!

E Bom Conselho, como é que vai? Aquilo que você me contou que você foi condenado a pagar 5 mil reais ao Dandinho, ficou difícil até de acreditar. É por isso que eu só acredito na Justiça Divina e no Joaquim Barbosa. [.....]. E o Dandan está fazendo uma boa administração? Soube que ele asfaltou Bom Conselho inteiro. Ele já colocou sinais de trânsito como queria o Alexandre? Aliás, eu soube que ele está lançando 5 livros por mês para ver se entra na Academia de Letras que o Zetinho propõe há mais de 20 anos, e ninguém dá trela. E, semana passada fui à lan house e vi o Carlos Sena lançando um livro, com um nome estranho, que fala em Box, será que é sobre o Todo Duro? Brincadeira. Carlos Sena é o melhor escritor de nossa cidade. Seus únicos defeitos são ser petista e defender o Mais Médico. Você viu o que está se falando agora? Descobriram que o salário dos cubanos vai direto para comprar charutos do Fidel, lá em Cuba, e o que sobra ele manda para eleger o PT toda vez. Cruzes!!!! Lá vi também a Ana Diva, de cabelos brancos. Eu gostei mais do vermelho daquela menina que foi da outra novela do comendador. Você está vendo a Babilônia? Nossa, no primeiro capítulo a Fernanda Montenegro beijou na boca da outra atriz, que me falha a memória, mas, me lembro dela no Direito de Nascer. Cruzes!!! Estão culpando a Globo quando o culpado é nossa civilização, isto se existe culpa mesmo. Hoje, até o Padre Marcelo, compreende [....]

Tenho visto esporadicamente os blogs de Bom Conselho. Meu Deus, que horror! São todos sites oficiais da prefeitura, menos o do Poeta, é claro, que não é mais blog, e sim Classificados. [.....]. Mesmo sendo suspeita, posso dizer que só tem a AGD. A GAZETA, do Luis Clério, o último número que vi foi aquele que você mandou, ainda quando a Judite perdeu as eleições. Por falar nisto, onde anda o Doutor Filhinho? Ele já terminou o estágio que estava fazendo? Ele promete mais como político, penso eu. Embora, Mamãe Juju não deixe de jeito nenhum. Ela sabe o que sofre. Onde está ela? Será que já se filiou ao DEM? São destas coisas que sinto vontade de saber. Afinal de contas, eu achava que na próxima legislatura na Câmara Municipal, seria eu, Zé Arnaldo e mais 9. Mas, o futuro a Deus pertence. Quem sabe? Ainda faltam alguns meses, e como você sabe, meses em política, vai do céu ao chão, Dilma que o diga. Apenas 10% da população a está apoiando, vi na TV. Coitada! E dizer que um dia eu estava esperançosa que as mulheres dessem certo na presidência. Era o efeito Angela Merkel, apenas.

Vejo que o Zezinho, nosso amigo e professor, continua na sua saga para fazer Lula voltar para a terra dele. Eu não sei se o Rafael Brasil vai deixar. E o Roberto Almeida que continua querendo erigir a estátua do Lula lá em Garanhuns?! Cruzes. Só se for com um barril de petróleo numa mão e um “barusco” na outra. Ah, se eu tivesse um “barusquinho”! Outro dia falei com o Zezinho pelo telefone e ele está preocupado com o país. Mas, quem não está? O movimento aqui na pousada caiu muito depois que estão fechando as obras que enriqueceram o PT e deram a vitória a Dilma. Ele diz que este filme já passou antes com o título: “Economia, o retorno!”. Não sei bem o que ele quer dizer mas estou pensando. A coisa está braba.

E você, como é que está? Se Deus quiser, e por falar nele, como vai o Padre Marcelo? Em breve nos falaremos pelo meu Smartphone, e deverei me integrar novamente à comunidade de minha terra que só me deu alegria, até agora, apesar dos pesares [....].

Bem, por hoje é só, dê um beijo nos netos (os meus de vez em quando aparecem aqui) e abraço na esposa, de sua amiga


Lucinha”

terça-feira, 24 de março de 2015

Vamos homenagear o Lula com uma Estrela Vermelha?




Por Zezinho de Caetés

Começa mais uma semana, e a que passou, tão bem retratado aqui pelo Zé Carlos, ontem, já mostrava que esta próxima tem tudo para gerar novas besteiras vindas da Dilma, do Lula e principalmente do PT. Quando este partido se reúne, e não planeja assaltar os cofres públicos, está tentando se defender de alguma coisa. Eles estão desesperados.

E não era para menos. O que eles andaram aprontando nos últimos 12 anos, com se dizia lá no meu interior, “não está no gibi”. Nunca na história deste país, tantos roubaram tanto, em nome de tão poucos, ao mesmo tempo em que diziam que roubavam dos ricos para darem aos pobres. Era o partido Robin Hood, até que se descobriu que os pobres viam mesmo era só o Bolsa Família, que com a desvalorização do dólar, deve chegar breve a US$10,00 por mês.

E eles estão desesperados cada vez mais por terem restado algumas pessoas abnegadas e que acham que nossa país não é a Venezuela ou Argentina para ser escravo do Forum de São Paulo. E as ruas estão a galope, quando a cada dia e a cada noite, vão se descobrindo as falcatruas cometidas por est Partido da Trambicagem.

E com diz o artigo, abaixo transcrito (Ruy Fabiano – “A crise é o PT” – Blog do Noblat – 21/02/2015), ainda não foi visto um mínimo das falcatruas que o PT fez para se manter no poder, como Chávez fez para manter as rédeas na Venezuela, e como a Cristina na Argentina. Acreditar que o PT só roubou na Petrobrás é a mesma coisa que acreditar que não existe vida fora do Planeta Terra. É uma questão de crença pessoal. E, como eles todos, que ainda ficaram no partido (os mais espertos já pularam fora faz tempo), a tendência é dizer o que Lula disse do Caixa 2, com a descoberta do mensalão: “Nós fazemos o que todos fazem.” Esta é a única desculpa para que pessoas de bem e que foram enganadas todo este tempo, por este partido equivocado, que se lê hoje na mídia, se sintam menos lesadas do que mereciam, ao votar na Dilma.

E, e eu pergunto: “Quando abrirem as, ainda caixas pretas, do BNDES, CEF, BB e outras siglas mais, dominados pelo PT e respectivos lacaios correligionários?” Pergunto outra vez: “Haverá Papuda para todo mundo?”. O que vejo hoje, como solução é a construção de um presídio de segurança máxima lá em Caetés, para que Lula cumprisse meu desejo, que é vê-lo voltar para sua cidade natal, de onde não deveria nunca ter saído. A nossa cidade ficaria famosa, com esta homenagem, talvez ao ponto de meu outro desejo se realizar, que é inaugurar a Academia Caeteense de Letras, na qual a Cadeira 13 já é dele por indicação de um blogueiro de Garanhuns. Seria a glória!

Mas, já me estendi bastante hoje, e ainda devo deixá-los com tempo para ler o Ruy Fabiano, esperando que até quando isto for publicado o meu conterrâneo Lula ainda esteja solto. E só mais uma coisa que lembrei ter li no texto abaixo e que poderia deixá-lo mais alegre ainda. Podemos providenciar, no pátio do presídio uma estrela vermelha, e ele poderá trazer, até a Dilma, se ela não quiser ir para o Rio Grande, é claro.

“Diz-se que uma foto vale mais que mil palavras – e um símbolo mais que mil fotos. Uma das primeiras providências que Lula tomou, ao chegar à Presidência da República, foi mandar recortar na grama do jardim do Palácio da Alvorada uma imensa estrela do PT e pintá-la de vermelho.

Estavam ali simbolizados os valores que pautariam os sucessivos governos petistas. Governo e partido – pior: Estado e partido – passaram a ser uma coisa só, numa linha de raciocínio segundo a qual o que é bom para o PT é bom para o Brasil.

Portanto, apenas o PT – e ninguém mais – sabe o que é bom para o Brasil. Dentro dessa lógica, cabem todo o Mensalão, o Petrolão e outras caixas pretas ainda não vasculhadas (BNDES, Eletrobras, Banco do Brasil, Caixa Econômica etc.). O PT inventou a corrupção do bem – e a defende com ódio sincero.

Ainda que a estrela ajardinada tenha sido removida semanas depois, em face das críticas que provocou, seu simbolismo mostrou-se irremovível. “O Brasil é nosso”, dizem os petistas. Lula, no recente ato da ABI, bradou que “a Petrobras é nossa” – isto é, deles, que, com base nisso, a sugaram até a falência.

Num de seus inumeráveis arroubos de palanque, registrados no Youtube, Lula diz que só não descobriu o Brasil porque “não estava vivo naquela época”. Se estivesse, é o que se deduz, teria se antecipado a Pedro Álvares Cabral. Como não foi possível, joga ao lixo os 500 anos que o precederam e inaugura uma nova história.

Esse sentimento de posse em relação ao país e suas instituições explica a, digamos assim, dificuldade do PT em aceitar a alternância no poder. São capazes, nas palavras da candidata Dilma Roussef, de “fazer o diabo” para ganhar as eleições. E fizeram e ganharam, mas o “diabo” mandou a conta, que aí está.

A insistência com que o PT repete que venceu as eleições sugere que ele mesmo não está convencido disso. Venceu, mas como? Mediante compromissos que não está cumprindo e não terá como cumprir. Não só: venceu por estreita margem, que, numa pesquisa, indicaria empate técnico.

Não apenas os 51 milhões de eleitores de Aécio rejeitaram o PT. O que dizer dos 37 milhões que não votaram em nenhum dos dois? De que lado estão? Dilma não parece ter entendido que, na soma total, foi eleita por uma minoria – e mesmo esta acabou frustrada pelo descumprimento das promessas eleitorais.

Isso explica o fato de estar refém de vaias, manifestações e panelaços. Para se locomover, precisa acionar um vasto aparato de blindagem, que contrasta com o fato de estar no terceiro mês deste segundo mandato. O “Fora FHC”, acionado menos de um mês após a posse de Fernando Henrique - reeleito no primeiro turno, em 1999 -, não foi um grito das ruas.

Foi concebido por alguns aloprados do PT, sob o comando do então governador gaúcho Tarso Genro. Não prosperou exatamente porque faltou o grito das ruas. Agora, acontece o contrário: os tucanos se opõem ao “Fora Dilma”, enquanto as ruas bradam por ele. Que governador petista se disporia às vaias de sua base e do adversário – como aconteceu quinta-feira passada, em Goiânia, com o governador tucano Marcone Perillo – para defender a presidente em nome da tolerância política?

O sentimento petista de posse legítima e definitiva do país dificulta a negociação da crise. Documento interno vazado da Secretaria de Comunicação da Presidência da República recomenda que se invista nos blogs sujos – aqueles pagos com dinheiro público para difamar adversários – e nos “guerrilheiros” (sic) virtuais.

Rui Falcão, presidente do PT, pede punição às redes de TV, que, segundo ele, deram publicidade às manifestações do dia 15. Confunde notícia com publicidade: se a notícia é boa, é jornalismo; se é ruim, é publicidade golpista. Como não noticiar dois milhões de pessoas nas ruas do país contra o governo?

O fracasso das manifestações do partido no dia 13 indica que já não manda nas ruas. O “exército do Stédile” carece de mão de obra. Não bastam sanduíche de mortadela e cachê. Sem classe média – a mesma que levou o PT ao poder e hoje o abandona -, não há movimento nas ruas, não há revolução, não há nada.

Marx, Lênin, Stalin, Fidel Castro, Che Guevara eram todos de classe média. É onde se produz e se põe em cena a chamada massa crítica de qualquer sociedade, à direita ou à esquerda.

A “elite branca” – termo racista (e, portanto, criminoso) com que o PT busca satanizar a classe média e apostar na divisão do país – é responsável pela construção do PT, que não possui (nunca possuiu) um único negro em seu comando.

Lá estão os olhos azuis de Marta Suplicy, João Pedro Stédile, Guido Mantega, Gleisi Hoffmann, Renato Duque, entre outros. O mesmo partido que diz ter levado 20 milhões à classe média agora a abomina e discrimina racialmente.


Um partido nutrido nas elites acadêmicas de São Paulo tem tanta legitimidade para rejeitar a “elite branca” quanto para defender a Petrobras. E o resultado de tanta contradição para não “largar o osso” (vide Cid Gomes) é que o partido não vê saída para a crise – e por um motivo simples: ele próprio é a crise.”

segunda-feira, 23 de março de 2015

A semana - A corrupção é uma velha senhora que não solta o osso




Por Zé Carlos

E passamos mais uma semana. Deus sabe como. São tantas as emoções que tenho medo, ao descrever aqui alguns fatos, possa enfartar alguns dos meus 8 leitores. Portanto, leiam com moderação. E já aviso que a Dilma, nossa protagonista, nesta semana atuou quase todos os dias. Então, não se preocupem que o riso já está garantido.

Logo no início dela, já na segunda-feira, só se falava no que a Dilma diria sobre as manifestações do dia anterior, onde o Brasil inteiro, pelo que sei, menos Bom Conselho, foi às ruas pedir o impeachment da musa desta coluna. Ela, não querendo correr o risco que o Brasil inteiro morresse de rir enviou dois ministros para comentar as manifestações. Foi em vão, porque o festival de besteiras ditas pelos dois, com ênfase para o Miguel Rosseto que disse serem os manifestantes eleitores de Aécio, numa tentativa frustrada de puxar o saco do mineiro. O riso foi geral porque os brasileiros se perguntaram: E o que uma coisa tem a ver com a outra? Então as manifestações só seriam válidas se fossem feitas pelos eleitores da Dilma? Estas foram feitas na sexta-feira e, apesar dos tecidos vermelhos terem sidos esgotados nas lojas, nem metade dos que receberam os paninhos com a estrela do PT compareceram. O discurso do Eduardo Cardozo, teve como tema a humildade, que nosso colaborador Zezinho comentou durante a semana aqui na AGD.

Quando a Dilma descobriu que o Aécio havia dito que ela tinha sido covarde, resolveu aparecer, mesmo colocando em risco a saúde dos meus leitores pelo excesso de riso. Não, ela não foi para as ruas, correr risco de vida, como diz que correu no tempo da luta armada, porque poderia ser acertada na cabeça com uma panela de pressão, podendo queimar aquele solitário e hilariante neurônio. Ela só aparece “indoor” como dizem os ingleses. É menos arriscado. Todavia, o humor não sofreu nada durante a palestra.

A corrupção não nasceu hoje”, disse Dilma Rousseff em sua primeira manifestação pública depois do 15 de março, cuja tema de protesto, depois do pedido de impeachment, foi a corrupção.  “Ela não só é uma senhora bastante idosa nesse país como não poupa ninguém. Pode estar em tudo quanto é área, inclusive no setor privado. O dinheiro tem esse poder corruptor… Não vamos achar que tenha qualquer segmento acima de qualquer suspeita. Isso não existe.” Continuou, a corrupta, agora confessa, Dilma. É uma pena que o Janot disse que há uma lei não permite que a presidente seja responsabilizada pelos seus atos menores durante o exercício do cargo. Será que é isto mesmo, ou eu só estou inventando para que meus leitores tenham uma morte risonha? Não sei, mas se ela mesma diz que não há segmento acima de qualquer suspeita, ela se incluiu no rol daqueles que usam e abusam da “velha senhora”. E, pasmem, nem a Erenice escapou, mesmo estando na iniciativa privada.

Mas, vamos em frente que ainda temos muito riso hoje. Não se surpreendam mas o principal representante da Pátria Educadora, que é o lema do governo da Dilma, foi demitido. O Ministro da Educação, o Cid Gomes (que chamei de cabeça-chata, mas, já expliquei em texto de sexta-feira, que não há xingamento nisto) foi defenestrado do seu cargo porque disse serem os congressistas “achacadores”. Não todos, segundo ele eram só uns 300 ou 400. Por isso ele foi chamado para dar explicações na Câmara. Ficou tão nervoso que foi afastado por motivo de saúde. Depois descobriu-se que ele tinha apenas uma “friagem”, ou seja, nada de grave. Ele não teve como fugir. Mas, antes disso se aconselhou como Ciro “Boca-Suja” Gomes, seu irmão, e ele aconselhou: “Meu irmão, ao chegar lá, não hesite, diga que não eram só 400, se sim 401, contando com o presidente da câmara o Eduardo Cunha, que é tão achacador que até achaca o porteiro do Congresso”. Ou mais ou menos isto, pois ele o fez, de dedo em riste. Então, a Dilma, ela outra vez, não teve jeito, para não ser achacada pelo Cid ela teve que achacar os brasileiros e colocar de lado a Pátria Educadora por uns tempos. É muito achacamento que passamos.

Quase tudo isto foi abordado pelo filme do UOL desta semana, que apresento lá em embaixo para vocês. Mas, ele trata de outro tema também, e este é realmente, explosivo: A fala do General Pedro Stédile. Sim, aquele mesmo que foi nomeado por Lula, o comandante em chefe da picaretagem nacional, para guiar contra a “elite branca”. Dizem que quando o Joaquim Barbosa ouve esta classificação, fica possesso, em ter que ser considerado  um deles, com a sua cor não tão branca assim. E o Lula, com sua fortuna pessoal em ternos do Armani, a qual elite pertence? É para rir mesmo. Vejam o que o General Pedro Stédile diz no filme, e sorriam mais ainda. Entre outras coisas ele diz que a Dilma é quase uma santa. Se ele soubesse quanto a Dilma faz rir nossos leitores, com suas tiradas, não acharia ela tão santa assim. Não sabe de nada, inocente.

Será que o Papa Francisco já lê esta coluna semanal? É muita pretensão, não é mesmo? Mas, quem sabe um dia chegaremos a Roma, porque o filósofo de Bom Conselho já dizia: “Quem tem boca vai à Roma!”. Agora, uma coisa é certa, que o Brasil está precisando de uma reza, isto está. Ou uma sessão de descarrego. Ou mesmo uma entrada num terreiro baiano.

Só para concluir esta interminável e risonha semana, tenho que acrescentar um acontecimento que também não constou do filme, mas, vai ser a pá de cal nos meus leitores, quando deixarem de respirar de tanto rir. Com todos os escândalos e roubalheiras envolvendo nossos partidos políticos, o relator do Orçamento, o Romero Jucá, propôs e, obviamente, foi aprovado, triplicar os fundos partidários. E haja fundos para a justiça dar palmadas brevemente. Agora, é melhor ficar em silêncio, igual ao Renato Duke, que roubou tanto da Petrobrás que perdeu a voz.

Agora fiquem com o resumo do roteiro do vídeo do UOL, e o vejam abaixo. Espero que sobrem alguns leitores para esta semana que entra. Ela promete, com a ameaça de deixarem a Dilma seja investigada. Se ela, sem ser investigada, só tem o apoio de 13% da população, segundo a pesquisa do Datafolha, se for investigada, nem ela mesma se apoiará, e com a ajuda do Papa Francisco, ela renunciará e virá assumir de vez seu cargo nesta coluna em tempo integral. Fiquem vivo para rir.

“No último dia 15 de março, brasileiros foram às ruas se manifestar contra o governo de Dilma Rousseff. Além das críticas à corrupção e queda do crescimento econômico, os mais exaltados defenderam até impeachment de Dilma e intervenção militar. Será que era pra tanto?

Falando em corrupção, chamada de "senhora idosa", Eduardo Cunha disse que a "porteira" de corrupção na Petrobras teria começado bem antes, no governo FHC. E agora, oposição?

Cunha ainda teve que ouvir, em uma sessão da Câmara, o então ministro Cid Gomes dizendo para seus colegas deputados da base aliada "largarem o osso" do governo. Claro que isso não acabou bem...”


sexta-feira, 20 de março de 2015

A Pátria Achacadora




Por Zé Carlos

Outra vez, o amigo Jameson força-me a antecipar alguma coisa que, possivelmente, me fará tocar no texto que escrevo, de forma costumeira, sobre a semana que passou. Ele me enviou um bando de fotos, editadas com sua verve chargista, sobre o episódio da demissão do Ministro da Educação, o Cid Gomes.

Por todos os lados, a Pátria Educadora da Dilma começa mal. O ministro caiu quase antes de subir. E talvez seja justo que isto tenha acontecido, porque o que ele disse lá para as bandas do Pará, num desabafo possesso, era mesmo para incomodar os nossos nobres parlamentares.
Revejamos o que disse o “cabeça-chata”, Cid Gomes.  (Um parêntese para que não digam que estou xingando o ex-ministro. “Cabeça-chata” era um apelido usado, quando morei em Fortaleza, para incrementar o nosso bairrismo, o de pernambucano em relação ao cearense. Hoje este apelido já está consagrado e consta de qualquer dicionário da língua portuguesa. Naquela época, não. Tanto, que um colega e amigo, cearense, e portanto cabeça-chata, quando eu assim o tratava, tentava explicar a conformação craniana menos avantajada e cumprida do pernambucanos, cuja origem ele dizia que assim era porque quando pernambucanos nasciam o pai ficava alisando cabeça dos lados e perguntando: “Será que é meu?”. Portanto era chumbo trocado. Fim de parêntese). Referindo-se à câmara, ele disse, entre outras coisas:

“Tem lá uns 400 deputados, 300 deputados que quanto pior melhor para eles. Eles querem é que o governo esteja frágil porque é a forma de eles achacarem mais, tomarem mais, tirarem mais dele, aprovarem as emendas impositivas.”

O que me impressionou não foram as palavras do cearense, e sim o termo novo criado para substituir o de “picaretas” que o Lula usou um dia. É uma renovação e tanto no vocabulário político deste nosso país. Agora é chique, quando se quer xingar alguém, no Parlamento, dizer:

“Vossa Excelência é um achacador!!!”

Esta frase agora substitui a tradicional: “Vossa Excelência é um cachorro safado!”, ou mesmo a mais deselegante: “Vossa Excelência é um picareta!”. Isto prova que estamos evoluindo em nossa democracia, esta plantinha tenra que já não está mais aguentando tantas pisadelas.


E fiquem com as imagens do Jameson, que são melhores do que o nariz de cera que cometi para apresentá-las. Obrigado, Jameson, pela colaboração.





quinta-feira, 19 de março de 2015

Fim de festa e a ressaca da Dilma




Por Zezinho de Caetés

Hoje amanheci com ressaca de uma noitada que fiz ontem. Não, não pensem que foi na esbórnia. Foi lendo um livro, regado a Q-Suco de morango, que de tão bom me tirou o sono: “Manual do Perfeito Idiota Latino-Americano”. Descobri que ainda existe um monte por aí. Assim sendo, hoje só posso escrever sobre ressaca, ressacado.

Ontem escrevi sobre a “humildade” da Dilma e que tal hoje escrever sobre sua “ressaca” e a do PT? Hoje o Brasil parece até um final de festa. Que mais parecia uma “rave”. Nem todos sabem o que é uma “rave”. Eu explico com a ajuda da Wikipédia: “Rave é um tipo de festa que acontece em sítios (longe dos centros urbanos) ou galpões, com música eletrônica. É um evento de longa duração, normalmente acima de 12 horas, onde DJs e artistas plásticos, visuais e performáticos apresentam seus trabalhos, interagindo, dessa forma, com o público.” Vejam, se com algumas modificações mínimas, como aquela que ela se realiza longe do centros urbanos, não é a cara do Brasil do PT, a partir de 2003, ano em que a corrupção, segundo o Pedro Barusco, se tornou institucionalizada na Petrobrás e, por que não dizer, no Brasil!

Com o bom momento da economia internacional, a partir de primeiro governo Lula, a música eletrônica encantava os ouvidos da população pobre ao som e performance do “cara” que prometeu que no final do seu governo, todo o brasileiro teria três refeições por dia, e, para ser reeleito, nesta festa cívica, prometia até uma lagostinha no almoço. Seu lema era “pobre nunca mais”. E quando ele dizia isto, histrionicamente, nos comícios e no palco da festa, onde era aplaudido mesmo antes de dizer qualquer coisa, o povo pensava que era para os pobres que ele estava prometendo. Ledo engano. Era para ele mesmo. Se não o fez, poderia ter feito como a Scarlett do E o Vento Levou: “Juro, que não mais passarei fome”, e foi em frente com suas viagens internacionais, ternos do Armani, e seu Whisky de 50 anos, ao invés da pinga 51 que tanto adorava.

E na festa, já enjoado de tantas iguarias, resolveu recusar um terceiro mandato, para entregá-lo a outra artista, que segundo ele, no palco representava uma gerenta melhor do que a Angela Merkel. Prometeu à patuleia que ela continuaria a “rave” por mais, no mínimo quatro anos, para o gáudio dos festeiros. E assim foi feito.

No palco da festa estava agora a gerenta, com o nome artístico de presidenta, a nossa Dilma Youssef. Esta gostou tanto dela que resolveu ficar mais quatro anos, mesmo que soubesse serem os recursos dos patrocinadores já muito escassos. Quando ela viu que, se dissesse a verdade sobre a situação, seria impossível passar mais este tempo na “rave”, começou a mentir descaradamente aos participantes, usando dinheiro emprestado para pagar a “lagostinha nossa de cada dia”. Foi aí que veio o pior.

Uma batida policial, na festa, descobriu que ela se mantinha pela corrupção dos seus artistas performáticos que assaltavam o almoxarifado de uma empresa próxima para jogar os produtos para os festeiros, que continuavam sem saber de nada. E ainda por cima se descobriu que para manter a festa festejando alguns artistas dos bastidores, como Zé Dirceu, Delúbio, Genoíno e outros, já vinham atuando para que a festa continuasse, mesmo às custas dos festeiros que nem desconfiavam do que estava por trás daquela alegria, quase orgiástica.

E agora, com a ajuda de dois juízes, o Joaquim Barbosa e o Sergio Moro, tudo está sendo descoberto. A Dilma e o Lula ainda continuam no palco, repetindo o mantra: “Eu não sabia”, enquanto os festeiros se agitam, querendo que eles saiam do palco imediatamente. Agora eles já dizem que os festeiros estão querendo cuspir no prato que comeram, e que seria um “golpe”, tirar a Dilma do palco, tão precocemente.  

O resto vocês leiam no jornal, e leiam o texto abaixo do Hubert Alquéres, (Blog do Noblat, “Não se xinga o povo de golpista”, 18/03/2015), que esclarece mais um pouco o porquê da ressaca da Dilma hoje. Dizem que ela já perdeu 15 quilos e anda sozinha pelos meandros da “rave”, com medo de aparecer em público, por causa dos festeiros que agora já sabem que “não há almoço grátis” e muito menos de lagosta.

“A presidente Dilma Rousseff, o ex-presidente Lula e a turma do PT ainda não descobriram que não se xinga o povo, cansado de corrupção, de golpista. No panelaço do Dia Internacional da Mulher rotularam a manifestação como uma tentativa das elites de forçar o terceiro turno eleitoral.

A resposta veio velozmente. Nesse domingo dois milhões de brasileiros foram às ruas e em São Paulo aconteceu a maior manifestação da história do país contra um governo.

Nem isso tirou o Planalto do universo próprio em que vive e da alienação na qual estão mergulhados o governo e a presidente.

Em vez de tomar um choque de realidade e calçar as sandálias da humildade, o governo fez exatamente o contrário, através dos ministros Eduardo Cardozo e Miguel Rossetto.

O Ministro da Justiça repetiu promessas de dois anos atrás, quando das jornadas de junho de 2013, como se elas respondessem a indignação manifestada hoje.

Palavras surdas frente ao clamor de 2013 e muito menos capazes de satisfazer aos sentimentos cívicos que brotaram nas ruas nesse 15 de março, de norte a sul, de leste a oeste do país. Em todos os andares da sociedade.

O outro, Miguel Rossetto, fez pior. Reproduziu a tese do golpismo, praticou o autoengano, ou tentou enganar a todos nós.

Duas questões preocupam em seu pronunciamento. A primeira é a insistência do Planalto de dividir o país entre os eleitores de Aécio Neves -os que fizeram as manifestações-, e os de Dilma.

Ora, é obrigação da presidente governar para todos os brasileiros, independente de como cada um votou na última disputa presidencial.

O dito do ministro desnudou o governo petista: só pensam em função de sua carteirinha partidária. Se consideram representantes do PT e não do povo. E tratam os outros como se fosse o “resto”.
A segunda questão é o apelo ao medo para levar a sociedade à paralisia.

Propositadamente Rossetto superestimou o peso da meia dúzia que prega intervenção militar, rechaçada pelos milhões que ocuparam as ruas.

Balela. As Forças Armadas sequer dão ouvidos às vozes isoladas que se comportam como viúvas da ditadura. Estão em sintonia com o amplo sentimento de civismo, de amor à democracia, expresso na já histórica jornada de 15 de março.

Em vez de criar fantasmas, o governo Dilma deveria cair na real para não ampliar o fosso que o aparta do povo brasileiro.

Esse é o xis do problema: não basta apenas o governo reconstruir a interlocução com sua base parlamentar.

Mais importante é criar pontes com a sociedade. E isto não é uma questão de marketing, é política.

Passa, obrigatoriamente, por um pedido de desculpas aos brasileiros por sua inépcia de não ter percebido o assalto à Petrobras. Pelos erros primários e grosseiros cometidos na condução da economia; pelo discurso falso e ilusionista da campanha eleitoral.

Mas, contar ao povo a verdade será a condenação do seu partido. Representaria a negação do que foi até agora o seu governo.

O jeito vai ser se encastelar no Palácio. Como fez nesta segunda-feira à tarde quando admitiu dar entrevista coletiva num horário onde a população estaria trabalhando e não poderia bater panelas. Não conseguiu. À noite, quando o Jornal Nacional repercutiu a fala da presidente, milhares de pessoas em diversas cidades mantiveram a marcação cerrada e fizeram mais um panelaço.


Como se nota, não fica impune o governante que xinga seu próprio povo de golpista.”

quarta-feira, 18 de março de 2015

Dilma: "Bem aventurados os humildes porque eles herdarão a Petrobrás...




Por Zezinho de Caetés

Todos sabem que fico xeretando na mídia o que comentar, e, na maioria das vezes, reproduzo o comentado lá embaixo, com o simples objetivo de que, se as pessoas cansarem de me lerem, tenham sempre uma alternativa. Ou seja, sempre devemos deixar uma alternativa. A possibilidade de escolher é fundamental.

No entanto, ao ouvir a entrevista da Dilma na segunda-feira, eu vi que ela é totalmente contra em deixar uma escolha a qualquer brasileiro que não seja petista. Não tem jeito, temos que dizer que ela “para uma burra, só falta as penas”. E como dizia o velho Ary Barroso, como burro não tem penas, então não falta nada.

Pressionada pelo sucesso das manifestações contra o seu governo, e também pressionada pelas manifestações a favor, já que, aquilo que foi à rua na sexta-feira feira não passava de um bando de decepcionados com ele, mas, que querem de toda forma manter a “boquinha” nos seios das verbas públicas, ela agora decidiu ser humilde. Como assim? Quando a esmola é grande o cego desconfia, como o Lula dizia lá no nosso interior. E faz bem em desconfiar, porque esta esmola já foi dada antes e só furou sua bacia.

Sua fala me lembrou o Sermão da Montanha, que ouviremos brevemente em Nova Jerusalém, da boca dos atores globais: “Bem-aventurados os humildes, porque herdarão a terra.” Deve ter sido o Papa Francisco, vendo seu desgaste emocional, porque a única pessoa hoje a favor de Dilma é Nicolau Maduro, e citou para ela as palavras de Jesus. Ela num imenso esforço, tentou ser humilde. Mas, será que conseguiu e, portanto, herdará alguma coisa? É o tema do texto abaixo do Ricardo Noblat, que, hesitante, diz: “Louvável o esforço de Dilma em parecer humilde. Não convenceu. Mas não importa. Tentou. Se continuar tentando, talvez convença.”

Eu já tenho certeza que ela não conseguirá. Lembram da estória do escorpião que foi ajudado pelo sapo a atravessar o rio, e chegando à outra margem o picou? Pois é, é da própria natureza dela dar chutes e pontapés nos subordinados, e só não diz que gosta mais de cheiro de cavalo do que cheiro de povo, porque logo em seguida teria que recitar seu mantra de que foi uma guerrilheira torturada por lutar pela democracia no Brasil. O que, como todos sabem, é uma mentira contumaz. Pela sua luta, caso vitoriosa, Fidel Castro já teria assumido o governo do país desde priscas eras.

Entretanto, ela não para por aí para falar nos conselhos do Papa Francisco, quando tenta se enquadrar em outra parte do Sermão da Montanha: “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos”, vindo com a história que hoje se investiga tudo no seu governo. Outra bruta mentira, de quem, se quisesse investigar alguma coisa teria feito na época que era “faxineira”, e não agora que quer se transformar numa “humilde cozinheira”. O povo brasileiro, que se mostrou nas manifestações é que lutam por justiça, com sede e fome, e já estão fartos da enrolação que é o seu governo.

O melhor mesmo, para se recuperar do cinismo permanente, era aprender o sermão do PT: “Bem aventurados os humildes porque eles herdarão a Petrobrás” e “Bem aventurados aqueles que tem fome e sede de justiça, porque um dia verá o chefe na cadeia”. Fiquem agora com o pequeno e elucidativo texto do Noblat. E sejam humildes, mas não percam a esperança, porque em abril estaremos outra vez nas ruas.

“Juro, não é implicância com a presidente Dilma. Mas quem se expressa confusamente como ela não pode pensar com clareza.

Há a Dilma que lê o que lhe escrevem e a Dilma que improvisa a partir ou não do que lhe escrevem.

As duas se apresentaram ontem 24 horas depois de cerca de dois milhões de pessoas terem ocupado as ruas das principais cidades do país para gritar “Fora Dilma”, “Fora, PT”, “Abaixo a corrupção” e “Eu quero o meu Brasil de volta”.

A Dilma que lê fez questão de destacar que participou da luta contra a ditadura de 64, e elogiou os que foram para as ruas no domingo por exercerem o direito de falar e de ser ouvidos.

Aqui uma observação: Dilma não precisa lembrar sempre do seu papel de militante política contra a ditadura. Fica parecendo que assim tenta ganhar a simpatia das pessoas. Como Lula que não cansa de lembrar sua origem humilde.

Quem não sabe que ele nasceu do ventre de uma analfabeta, como faz questão de dizer?

Fim da observação. Adiante.

Dilma disse que ouviu o “recado das ruas”. Deveria ter explicado que recado ouviu. Pode não ter sido o recado que as ruas deram.

“Recado das ruas” dito dessa maneira não quer dizer nada.

Louvável o esforço de Dilma em parecer humilde. Não convenceu. Mas não importa. Tentou. Se continuar tentando, talvez convença.

Ela instruiu seus ministros a se comportarem com humildade. O da Justiça bem que se esforçou. Até citou a nova palavra de ordem do governo – “humildade”.

Mas na hora de corresponder ao novo figurino escolhido pelos responsáveis por sua imagem, Dilma derrapou. Perguntaram-lhe por erros do governo. Ela mencionou um. Só um. Modesta.

O governo erou, segundo ela, ao delegar para o setor privado as inscrições do Fundo de Financiamento Estudantil (FIES).

Vejam bem: o erro do governo foi confiar no setor privado. Que por sua vez foi quem verdadeiramente errou. Captaram?

Palavra de honra que ouvi com simpatia o que Dilma disse. Admito, porém, que tive dificuldade de compreender alguns trechos.

Por exemplo:

- O governo tem obrigação de abrir o diálogo. Obviamente, de um lado, uma postura humilde, porque, para dialogar, você tem de aceitar o diálogo.

Outro exemplo:

- Atitude de humildade é que você só pode abrir diálogo com quem quer diálogo. Porque quem não quer abrir diálogo com você, você não tem como abrir diálogo.

Pensando direito, ela está com a razão. Você só pode abrir diálogo com quem queira dialogar. Porque com quem não quer dialogar, você não pode abrir o diálogo. Entendeu?


No mais, a entrevista de Dilma serviu para demonstrar que ela não faz por enquanto a menor ideia de como apascentar os manifestantes. Eles prometem voltar às ruas em abril. É logo ali.”