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quinta-feira, 19 de março de 2015

Fim de festa e a ressaca da Dilma




Por Zezinho de Caetés

Hoje amanheci com ressaca de uma noitada que fiz ontem. Não, não pensem que foi na esbórnia. Foi lendo um livro, regado a Q-Suco de morango, que de tão bom me tirou o sono: “Manual do Perfeito Idiota Latino-Americano”. Descobri que ainda existe um monte por aí. Assim sendo, hoje só posso escrever sobre ressaca, ressacado.

Ontem escrevi sobre a “humildade” da Dilma e que tal hoje escrever sobre sua “ressaca” e a do PT? Hoje o Brasil parece até um final de festa. Que mais parecia uma “rave”. Nem todos sabem o que é uma “rave”. Eu explico com a ajuda da Wikipédia: “Rave é um tipo de festa que acontece em sítios (longe dos centros urbanos) ou galpões, com música eletrônica. É um evento de longa duração, normalmente acima de 12 horas, onde DJs e artistas plásticos, visuais e performáticos apresentam seus trabalhos, interagindo, dessa forma, com o público.” Vejam, se com algumas modificações mínimas, como aquela que ela se realiza longe do centros urbanos, não é a cara do Brasil do PT, a partir de 2003, ano em que a corrupção, segundo o Pedro Barusco, se tornou institucionalizada na Petrobrás e, por que não dizer, no Brasil!

Com o bom momento da economia internacional, a partir de primeiro governo Lula, a música eletrônica encantava os ouvidos da população pobre ao som e performance do “cara” que prometeu que no final do seu governo, todo o brasileiro teria três refeições por dia, e, para ser reeleito, nesta festa cívica, prometia até uma lagostinha no almoço. Seu lema era “pobre nunca mais”. E quando ele dizia isto, histrionicamente, nos comícios e no palco da festa, onde era aplaudido mesmo antes de dizer qualquer coisa, o povo pensava que era para os pobres que ele estava prometendo. Ledo engano. Era para ele mesmo. Se não o fez, poderia ter feito como a Scarlett do E o Vento Levou: “Juro, que não mais passarei fome”, e foi em frente com suas viagens internacionais, ternos do Armani, e seu Whisky de 50 anos, ao invés da pinga 51 que tanto adorava.

E na festa, já enjoado de tantas iguarias, resolveu recusar um terceiro mandato, para entregá-lo a outra artista, que segundo ele, no palco representava uma gerenta melhor do que a Angela Merkel. Prometeu à patuleia que ela continuaria a “rave” por mais, no mínimo quatro anos, para o gáudio dos festeiros. E assim foi feito.

No palco da festa estava agora a gerenta, com o nome artístico de presidenta, a nossa Dilma Youssef. Esta gostou tanto dela que resolveu ficar mais quatro anos, mesmo que soubesse serem os recursos dos patrocinadores já muito escassos. Quando ela viu que, se dissesse a verdade sobre a situação, seria impossível passar mais este tempo na “rave”, começou a mentir descaradamente aos participantes, usando dinheiro emprestado para pagar a “lagostinha nossa de cada dia”. Foi aí que veio o pior.

Uma batida policial, na festa, descobriu que ela se mantinha pela corrupção dos seus artistas performáticos que assaltavam o almoxarifado de uma empresa próxima para jogar os produtos para os festeiros, que continuavam sem saber de nada. E ainda por cima se descobriu que para manter a festa festejando alguns artistas dos bastidores, como Zé Dirceu, Delúbio, Genoíno e outros, já vinham atuando para que a festa continuasse, mesmo às custas dos festeiros que nem desconfiavam do que estava por trás daquela alegria, quase orgiástica.

E agora, com a ajuda de dois juízes, o Joaquim Barbosa e o Sergio Moro, tudo está sendo descoberto. A Dilma e o Lula ainda continuam no palco, repetindo o mantra: “Eu não sabia”, enquanto os festeiros se agitam, querendo que eles saiam do palco imediatamente. Agora eles já dizem que os festeiros estão querendo cuspir no prato que comeram, e que seria um “golpe”, tirar a Dilma do palco, tão precocemente.  

O resto vocês leiam no jornal, e leiam o texto abaixo do Hubert Alquéres, (Blog do Noblat, “Não se xinga o povo de golpista”, 18/03/2015), que esclarece mais um pouco o porquê da ressaca da Dilma hoje. Dizem que ela já perdeu 15 quilos e anda sozinha pelos meandros da “rave”, com medo de aparecer em público, por causa dos festeiros que agora já sabem que “não há almoço grátis” e muito menos de lagosta.

“A presidente Dilma Rousseff, o ex-presidente Lula e a turma do PT ainda não descobriram que não se xinga o povo, cansado de corrupção, de golpista. No panelaço do Dia Internacional da Mulher rotularam a manifestação como uma tentativa das elites de forçar o terceiro turno eleitoral.

A resposta veio velozmente. Nesse domingo dois milhões de brasileiros foram às ruas e em São Paulo aconteceu a maior manifestação da história do país contra um governo.

Nem isso tirou o Planalto do universo próprio em que vive e da alienação na qual estão mergulhados o governo e a presidente.

Em vez de tomar um choque de realidade e calçar as sandálias da humildade, o governo fez exatamente o contrário, através dos ministros Eduardo Cardozo e Miguel Rossetto.

O Ministro da Justiça repetiu promessas de dois anos atrás, quando das jornadas de junho de 2013, como se elas respondessem a indignação manifestada hoje.

Palavras surdas frente ao clamor de 2013 e muito menos capazes de satisfazer aos sentimentos cívicos que brotaram nas ruas nesse 15 de março, de norte a sul, de leste a oeste do país. Em todos os andares da sociedade.

O outro, Miguel Rossetto, fez pior. Reproduziu a tese do golpismo, praticou o autoengano, ou tentou enganar a todos nós.

Duas questões preocupam em seu pronunciamento. A primeira é a insistência do Planalto de dividir o país entre os eleitores de Aécio Neves -os que fizeram as manifestações-, e os de Dilma.

Ora, é obrigação da presidente governar para todos os brasileiros, independente de como cada um votou na última disputa presidencial.

O dito do ministro desnudou o governo petista: só pensam em função de sua carteirinha partidária. Se consideram representantes do PT e não do povo. E tratam os outros como se fosse o “resto”.
A segunda questão é o apelo ao medo para levar a sociedade à paralisia.

Propositadamente Rossetto superestimou o peso da meia dúzia que prega intervenção militar, rechaçada pelos milhões que ocuparam as ruas.

Balela. As Forças Armadas sequer dão ouvidos às vozes isoladas que se comportam como viúvas da ditadura. Estão em sintonia com o amplo sentimento de civismo, de amor à democracia, expresso na já histórica jornada de 15 de março.

Em vez de criar fantasmas, o governo Dilma deveria cair na real para não ampliar o fosso que o aparta do povo brasileiro.

Esse é o xis do problema: não basta apenas o governo reconstruir a interlocução com sua base parlamentar.

Mais importante é criar pontes com a sociedade. E isto não é uma questão de marketing, é política.

Passa, obrigatoriamente, por um pedido de desculpas aos brasileiros por sua inépcia de não ter percebido o assalto à Petrobras. Pelos erros primários e grosseiros cometidos na condução da economia; pelo discurso falso e ilusionista da campanha eleitoral.

Mas, contar ao povo a verdade será a condenação do seu partido. Representaria a negação do que foi até agora o seu governo.

O jeito vai ser se encastelar no Palácio. Como fez nesta segunda-feira à tarde quando admitiu dar entrevista coletiva num horário onde a população estaria trabalhando e não poderia bater panelas. Não conseguiu. À noite, quando o Jornal Nacional repercutiu a fala da presidente, milhares de pessoas em diversas cidades mantiveram a marcação cerrada e fizeram mais um panelaço.


Como se nota, não fica impune o governante que xinga seu próprio povo de golpista.”

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