Em manutenção!!!

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Sem camisinha não dá não...


Por Zé Carlos

Eu hoje vi uma nota do Cláudio André, o Poeta, em nosso Mural aí em cima, a quem respondo com todo prazer, e concordando com ele de que não estou conseguindo muitas informações relevantes de Bom Conselho para passar aos próprios bom-conselhenses.

Já disse que não sou um jornalista e apenas um arremedo de um. O que tento fazer aqui no Blog, é dar o maior esforço para que os bom-conselhenses, de dentro e de fora, se informem sobre coisas que acho úteis. Na maioria da vezes informo o que é útil para mim, e outros vezes informo aquilo que apesar de achar inútil para mim, alguém possa achar útil para os outros.

Por isso, foram criadas páginas onde cada uma tenta abordar um aspecto da informação. É claro que seu funcionamento perfeito e o máximo de informação não depende só de nós que fazemos o Blog, e aqui eu incluo o pessoal da CIT, e também aqueles que nos autorizam a publicar seus textos. Tudo depende muito das pessoas de Bom Conselho, de dentro de fora do perímetro do município.

Na seção Deu nos Blogs, quem a acessa ver que o foco, são os blogs de Bom Conselho, embora não fique só neles. Na seção de Notícias, quase não temos notícias de Bom Conselho, porque esta seção foi separada para notícias mais elaboradas e para aquelas que são dadas com alguma opinião relacionada. A página de publicidade é apenas uma forma de mostrar alguns empreendimentos, não só de natureza comercial (mas, evito os individuais), e coloco umas piadas, muitas delas enviadas por bom-conselhenses que tem senso de humor. Se alguém quiser mandar algum propaganda para ser publicada, é de graça, não vivemos ainda disto. A página de Sociedade seria para mostrar acontecimentos sociais relevantes de nossa terra, e já mostramos alguns. Não podemos é criar os eventos. Mandem-nos o material. Isto se aplica à página Fotos e Vídeos e assim por diante.

Não sei em que se baseia o poeta para dizer que a AGD pode ficar desacreditada por que não estamos morando lá. Se for pelas coisas que a Lucinha escreve, ela que tem que responder ao poeta e já o fez de maneira própria. Até agora, embora não concorde com tudo o que ela diz, defendo o direito que ela tem de dizê-lo. E até agora também o que ela fez foi ser jocosa em algumas situações e verdadeiras e duras noutras. Se o poeta ficou zangado porque ela não gostou da notícia da jumentinha, vá ao Ministério Público e a denuncie, por falar do homem que estava fazendo o que não devia com a coitada da jumentinha. Se algum promotor achar que isto é um caso sério, pelo que conheço dela, ela não se negará a comparecer para dar explicações.

Quanto à AGD, continuará com o seu esforço para informar Bom Conselho, tanto na publicação de artigos, noticias e informações que nos sejam enviadas, como através do nosso Mural, que é um meio ágil para uma comunicação rápida. Tanto que não censurarei, nem o Fala Sério pelos seus Cúmulos, nem a Lucinha pelas suas jocosidades e nem mesmo o poeta pelo seu texto confuso.

Vejam em seguida, um vídeo de Reginho e a Banda Surpresa, feito antes de um acidente que foi fatal para um deles. Quem sabe, deste acidente possa sair um impulso para que os jovens o vejam (o vídeo), e se quiserem transar neste carnaval, o façam com o “elemento” vestido de camisinha. Perdoem-me minha falta de informação, se em Bom Conselho os jovens ainda não fazem isto. Mas, neste caso, eu achei por bem por em dúvida, por achar que o jovem bom-conselhense também mudou. Ví, que o poeta o publicou em seu blog. Mas, não vi no texto um alerta para que, no caso de jumentinha desavisadas, é bom também  vestir o "elemento". Quem sabe qualquer dia aparece por aí alguém com a cabeça de jumento!?. Tenham um bom carnaval, mas sem camisinha não dá não.



P.S.: Sobre o Encontro de Blogueiros escrevo depois, e já digo que estarei lá, se for um evento preparado também para a terceira idade: Balão de oxigênio, médico e ambulância serão fundamentais.

ZC

domingo, 27 de fevereiro de 2011

ENTRE A FÉ, A SECA E O FEIJÃO



Por Carlos Sena

No infinito do agreste
caminham pés descalços de esperanças,
entremeando sonhos perdidos na terra quente!
Pra suportar tem que ser valente
da criança ao cabra da peste!

Lá no céu urubu faz ronda com seu olho zombeteiro
pode ser a novilha, cabra, ovelha e até o burro,
sem sussurro come o que morrer primeiro...

Meio dia, sol a pino,
menino faminto não empina papagaio.
Meia noite, ó Divino, manda chuva ou orvalho
que a gente planta esperança
canta missa e canta galo fazendo da manhã agasalho...

Cá na terra planto milho, feijão e até maxixe
vou plantar um pé de reza, um de amor e de cajá
nas terra lá de Brasília quero ver no que vai dar, ôxe,vixe!

Meu São José dá-me licença para o pastoril dançar
Louvo a Deus nosso senhor
seu moço não sou doutor,
só sei mesmo mal rezar e com rosário na mão
proverá Frei Damião pro inverno desaguar...

Toca o fole Gonzagão que a chuva molha meu rosto
Caruaru te prepara, Campina não se intrometa
quero na praça retreta, quero festa, quero foto!

De Campina quero um forró,
De Caruaru um xaxado, de Limoeiro um Coco de Roda.
De Recife um frevo, ciranda de Itamaracá é a moda
Quero agora a raça unificar de norte a sul essa nata
De Nazaré da Mata, me tragam o Maracatu...

(*) Publicado no Recanto das Letras em 21/11/2009

sábado, 26 de fevereiro de 2011

A velha mangueira



Por Olegário Mariano

No pátio da senzala que a corrida
Do tempo mau de assombrações povoa,
Uma velha mangueira, comovida,
Deita no chão maldito a sombra boa.

Tinir de ferros, música dorida,
Vago maracatu no espaço ecoa...
Ela, presa às raízes, toda a vida,
Seu cativeiro, em flores, abençoa...

Rondam na noite espectros infelizes
Que lhe atiram, dos galhos às raízes,
Em blasfêmias de dor, golpes violentos.

E, quando os ventos rugem nos espaços,
Os seus galhos se torcem como braços
De escravos vergastados pelos ventos.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

OS CORONÉIS ELETRÔNICOS



Por Carlos Sena (*)

Houve um tempo em que alguém mandava na política. Por conseqüência, as pessoas sempre eram mandadas, "paus mandados", como ainda se dizem no popular. No Brasil isto talvez tenha representado a instituição do voto de cabresto, expressado pelos coronéis de plantão sob as mais diversas denominações. Especificamente no nordeste, os coronéis deitavam e rolavam. O voto era uma arma por eles utilizada para seus intentos pessoais em detrimento do interesse coletivo. Em Pernambuco, dois coronéis foram os últimos dessa era: José Abílio Ávila, na cidade de Bom Conselho; Chico Heráclito, na cidade de Limoeiro. Em Bom Conselho, até Lampião lhe pedira autorização para passar por lá, segundo se comenta. Mas o comando da cidade era duro: de um lado, José Abílio, do outro, Padre Alfredo Dâmaso. O mais intrigante em tudo isto era o respeito que tinham um pelo outro. Os engalfinhamentos entre eles dificilmente chegavam ao conhecimento das pessoas. Contudo, os limites de comando eram bem claros: na igreja, Pe. Alfredo casava e batizava, literalmente. Na política, só o Coronel. Por outro lado, há quem assegure que o coronel, quando queria alguma coisa da igreja, "comia pelas beiradas feito papa" até conseguir e vice versa. Era como se ambos se entendessem em surdina. O grande diferencial de Padre Alfredo é que, diferente de hoje, não saia da sua igreja para subir em palanque de políticos, como o fazem hoje alguns padres e pastores.

Mas como "não há bem que nunca se acabe nem mal que sempre dure", as coisas mudaram nos currais eleitorais. Talvez camaleonicamente, mas mudaram. Talvez sem o codinome de coronel, mas mudaram. Com certeza mudaram no quesito dominação do voto: o cidadão demorou, mas entendeu que sua arma de mudança é o voto. Não deve ser exagero se dissermos que os coronéis atuais são modernos, mas sem controle remoto. A voz deles é via internet, TV, rádio, jornal, etc., mas sem o "cabresto" na mão, como antigamente. Ao vivo e ainda com alguma inserção nas comunidades, especialmente as mais pobres, os cabos eleitorais  fazem um pouco do papel dos coronéis de outrora. Como se observa, a hierarquia da politiquice é ditatorial, militar, daí CORONEL, CABO, etc.

Não podemos ignorar que o mundo moderno nos trouxe as bases que nos permitiram acabar, quase completamente, com o voto de cabresto e com os coronéis. A industrialização, a inserção das mulheres no mercado de trabalho, a globalização, a rapidez e eficiência das comunicações, acima de tudo o acesso a educação, são principais responsáveis por este novo momento que o mundo passa, positivamente. Neste cenário fica difícil, de fato, exercer antigos poderes de controle do voto e das pessoas. Os coronéis de hoje mudaram de nome: grupos políticos! Eles são os fazedores de projetos políticos, mas o povo sabe distinguir se esses projetos são eleitoreiros ou não. Vigilante desses grupos está o povo no seu livre direito de votar, mesmo no interior do Brasil, nos conhecidos grotões. Com o voto eletrônico, o "cabresto" foi morto e enterrado. Afinal, como saber quem votou em quem como nos tempos da cédula de papel?  – Era comuníssimo os políticos comprarem votos em duas prestações: metade antes do voto e metade depois da eleição apurada. Por quê?  – Como o voto era em papel, os "coronéis ou assemelhados"  tinham formas próprias de saber quem votou em quem.

Os tempos, de fato, mudaram pra melhor neste sentido. Hoje, os grupos políticos têm poderes limitados pela sabedoria popular. O povo deixou de ser besta: a escola, a internet, os veículos e meios de comunicação sociais estão aí a serviço de todos. Isto, grosso modo, tem levado o povo a descobrir quem mente e quem fala a verdade, mesmo nos grotões; o que é fato e o que é factóide; o que é verdade e o que é mentira. Ilustrando isto, atribui-se a Agamenon Magalhães a frase "EM POLÍTICA, FEIO É PERDER"... Esse maquiavelismo está superado. Senão em sua totalidade, mas no tamanho que pode nos regozijar com o nosso voto. Ele é a arma do nosso veto. A lei da ficha limpa é a nossa mais perfeita tradução: ela saiu do povo para o congresso nacional. O presidente LULA sancionou e priu!
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(*) Publicado no Recanto das Letras em 22/10/2010

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

A Imprensa e a Dengue


Aedes aegypty

Por Zé Carlos

Ontem pela manhã, como o faço todos os dias, antes de qualquer ação maior, eu leio um jornal que assino. Agora, para tomar mais meu tempo, outro jornal, numa campanha de marketing está me enviando uma “cortesia”. E eu corro também para ler e aproveitar o gesto. Num deles há uma coluna que leio na diagonal, isto é, na maioria das vezes faço leitura dinâmica, esperando que uma palavra me chame à atenção. É a coluna no Diário de Pernambuco da Luce Pereira, chamada de Diário Urbano.

Desta feita, ao cruzar a coluna na diagonal até embaixo, dois subtítulos me chamaram a atenção. Um era: “É de fazer chorar” e o outro: “Ataque mortal”. Vamos primeiro ao primeiro. O que fez a Luce chorar? Sua constatação de que o carnaval de Pernambuco virou uma festa que tinha de tudo, menos carnaval de Pernambuco. Do programa distribuído pela Fundarpe/Empetur consta as seguintes atrações para municípios do interior (o número entre parêntese é o número de municípios onde a “atração” se apresentará:

“Banda Leva (5 shows), Voador Elétrico (2), Banda Pinel (2), Pimenta Nativa (2), Kitara (4), Trio Butuka (2), Big-Big Samba Clube (3), Só na Morosidade (4), Nos 4 (3), Pressão D+(4 ), Bom Gosto (2), Banda Bem ( 3), Gingado Maluko (2), Bichinha Arrumada (2), Beat Beleza (3), Edição Extra (1), Spilicut (2), Raniere e Banda (1), Los Cubanos (1), Voa Voa (1), Badalê (1), Vai de 3 (1), Arreia Lenha (1), Cowboys (1), Banda Vinil (1), Pixote (1), Morena Bronzeada (2), Timbaladoido (1), Nairê (1), Marreta é Massa (1), Nosso Jeito (1), Excesso de Bagagem (1), Trio da Huana (1), Saraievo (1), Terra Elétrico (1), Mano Maryeli (1), Duas Medidas (1), Axé Mania (1), Queco e Banda (1), Perfume do Forró (1), Swing Massa (1), É o Tchan (1), Camilly e Yasmin (1), Kletichi (1) e Fica Aí (1). Entre os famosos de fora: Margareth Menezes, Jorge Aragão, Fundo de Quintal, Art Popular, Leci Brandão, Benito di Paula, Raça Negra e Luiz Ayrão. Pobre do Maracatu Leão Misterioso, que vai se apresentar na terça-feira, em Águas Belas, no Agreste. Será o único representante da cultura popular na programação de carnaval do governo do estado.”

É realmente de fazer chorar, quando o frevo começa e já está perto de acabar. Este ano parece que acabou antes de começar, pelo menos o carnaval genuinamente pernambucano, com cordas, batuques e metais. O pior de tudo para mim é que vendo a programação noutro lugar, não consta nenhuma atração para o carnaval de Bom Conselho. Vi, no Blog do Poeta, que o Almir Rouche, iria para lá, certo dia de carnaval. Mas não sei se isto foi confirmado. E pensar que eu já chorei prá sair no Amigo da Onça. Eu é que não vou lá ver a Garota Safada.

As outras palavras eram referente ao ataque mortal que pode ser uma picadura do mosquito Aedes aegypty portador do vírus que causa a dengue. Segundo a colunista,

“Até o ano passado, o prognóstico mais otimista entre os pesquisadores da área de saúde pública era de que uma vacina tetravalente contra a dengue não apareceria antes dos próximos quatro anos. Os franceses furaram essa estimativa e, em março, a Sanofi Pasteur chega a Brasília para oferecer o liquidozinho milagroso.”

No subtítulo seguinte ela fala do poder que tem o dinheiro, quando descobre que o Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães, trava uma batalha para chegar à vacina contra a dengue que já dura uma década. Ora, diz ela, se esta instituição é que tem as mais avançadas pesquisas nesta área, deduz-se desta notícia da vacina já em Brasília em março, que isto acontece pelo fôlego financeiro, incomparavelmente menor do que o daqueles das multinacionais americanas e francesas.

Fiquei tão triste. Eu já tive a doença duas vezes. Uma pessoa que conheço, e que entende do assunto me disse que foram o dengue 1 e o dengue 3. Ainda faltam os do tipo 2 e 4 para que eu tenha a coleção completa, se sobreviver, e não aparecer um tipo 5. Com o esperado aumento da inflação tudo é possível (isto a fonte não disse eu que estou dizendo). Aproveitando a expertise da minha fonte secreta, aproveitei para perguntar-lhe porque, no Brasil, com tantos mosquitos e casos, vai se deixar para os franceses, onde não há dengue, a primazia de fazer uma vacina contra este vírus, que pode até matar?

Foi aí que vi o quanto os jornalistas e os pseudos-jornalistas como eu, podem se enganar quando tratamos de assuntos mais especializados. O que ela, a fonte, me disse foi, mais ou menos, o seguinte. Ninguém ainda tem uma vacina pronta, devidamente validada, com eficácia comprovada, e licenciada para uso geral da população. Todas as vacinas em teste são “candidatas” a uma vacina. E realmente, a que se encontra num estágio mais avançado de testes clínicos na população, não se espera sua liberação com menos de 4 anos, daqui prá frente. Ou seja, lá para 2015. E não é por que a Dilma prometeu para o Lula que seria ele a aplicar a primeira dose, nem porque o Zé Serra, num passe de mágica, também queira fazer isto naquele ano, se for eleito. É porque o “liquidozinho precioso” dos franceses, ainda está em fase de testes. Segundo a fonte, e não me sacrifiquem para dizer o que isto significa em detalhes, eles estão na “fase clínica 3, para o teste em crianças. Pasmem: será preciso vacinar 30.000 crianças para ver se a vacina passa para a fase seguinte! Ou seja, o teste já passou por animais (macacos), na fase pré-clínica e depois vem a fase 1, (teste em um pequeno grupo de pessoas), fase 2 um maior número de pessoas e a fase 3 em crianças (nesse caso). O grande problema dos franceses e americanos é que eles não tem a doença lá e vem testar aqui. Ou seja, o que os franceses estão levando à Brasília é algo que pode até ser benéfico no futuro, mas, ainda é um teste, a que serão submetidas nossas crianças.

Os aspectos éticos deste procedimento são aceitos pela comunidade científica internacional, e cada fase tem sua avaliação rigorosa, dentro dos padrões éticos. O que não se pode dizer é que o “líquido precioso” já esteja pronto em março para uso geral. Ele está pronto para ser testado em crianças, e caso não haja nenhum problema passa-se à fase seguinte, e assim por diante, e dentro de quatro anos este laboratório já está ganhando dinheiro com a vacina. Este é um caso que envolve tantos aspectos éticos quanto a queima de florestas por nós brasileiros, depois que os desenvolvidos queimaram as suas. O que o povo brasileiro vai fazer é prestar um favor aos franceses, permitindo que nossas crianças recebam essa vacina. A vacina sendo boa, não seria o caso do Brasil no futuro não pagar nada para ter a vacina para todos? Isto envolve um caso de quebra de patentes que já é mais complicado do que esta discussão.

Enfim, concluímos que nem temos mais carnaval de Pernambuco e nem vacina da dengue. A jornalista acertou na primeira e errou na segunda. Ou errou nas duas? Será que o carnaval de Pernambuco agora não é só para garotos safados que gostam da Bichinha Arrumada?

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

TRAPAÇA



Por Expedito Guedes

EM TEMPO DE ELEIÇÃO
A PROMESSA É A TAPIA
UMA ESPÉCIE DE FOBIA
EM FORMA DE ATRAÇÃO
COM ESSA TAPEAÇÃO
MOSTRANDO FORÇA E RAÇA
O VOTO É A TRISTE TAÇA
QUE O POVO VAI INGERINDO
E ASSIM VAI CONSTRUINDO
A SUA PRÓPRIA DESGRAÇA

TORNA-SE ATÉ ENGRAÇADO
OUVIR PELA TELEVISÃO
AQUELA DEMONSTRAÇÃO
POR ELES APRESENTADO
MOSTRANDO-SE PREOCUPADO
COM A MISÉRIA DA MASSA
COM AQUELA PENA FALSA
CADA QUAL VAI SE EXIBINDO
O POVO VAI CONSTRUINDO
A SUA PRÓPRIA DESGRAÇA

O POBRE É QUEM PAGA O PATO
SERVINDO DE PROPAGANDA
SE JOGA PRA TODA BANDA
NA BOCA DO CANDIDATO
ATÉ PARECE UM BARATO
A IMAGEM QUE ELE TRAÇA
AQUELE POVÃO NA PRAÇA
BATE PALMA APLAUDINDO
E ASSIM VAI CONSTRUINDO
A SUA PRÓPRIA DESGRAÇA

TERMINADO O TEMPO LEGAL
COMEÇA UM NOVO ROTEIRO
TODO AQUELE CONVERSEIRO
CHEGA NA RETA FINAL
ENTÃO, UM NOVO IDEAL
NA URNA SE DESENLAÇA
A PROMESSA VIRA FUMAÇA
ACABANDO O SONHO LINDO
O POVO VAI CONSTRUINDO
A SUA PRÓPRIA DESGRAÇA

22 de março de 2009

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

O Nosso Mural



Por Zé Carlos

Ontem, já estava acordado e no batente quando adentrou Mural a dentro um tal de Fala Sério. Deve ser velho igual a mim. Pois uma das características básicas daqueles que conseguem chegar à “terceira idade”, é acordar cedo. Não adianta ir dormir muito tarde. Quando raia o dia os olhos não fecham mais. Talvez sejam com medo de que eles fechem para sempre.

O tal do Fala Sério, que espero que não seja o nosso deputado Romário, diz que nosso Mural está ocioso. Eu diria que só um pouco. Está servindo para a AGD noticiar suas atividades. Todavia, esta não era sua finalidade principal ao colocá-lo lá. Esta seria ter mais um ponto de comunicação entre as pessoas, e que de preferência fossem de Bom Conselho, com a limitação (anti-Lucinha?) dos 1000 toques. Eu presenciei no SBC, em seu Mural tantas discussões oportunas (ou não), que fui eu quem propôs a criação de um espaço semelhante. Também tenho andado por lá, e vejo que ele está tão ocioso quanto o nosso. Está servindo apenas para mostrar as atividades da Academia Pedro de Lara, ou reclamarem porque seus artigos não são publicados.

No Natal pensei que era por causa do Natal, no Ano Novo, porque era ano novo, agora no Carnaval deve ser devido ao reinado de Momo. Não é nada disso. Observando um pouco, depende da “lua”. Em algum momento alguém diz alguma coisa que é notícia, no sentido que abordei aqui outro dia de que “alguém tem interesse em suprimir”, como não pode, responde, e o Mural ganha vida. É o maldito contraditório, no qual tem gente que é mestre. Como diriam os comunicadores, “isto dá IBOPE”.

Em parte eu concordo que, quando há harmonia e paz em demasia, o ambiente se torna tão celestial, que nós, mortais, até estranhamos. Brigas e desavenças, em alto grau, tornam o ambiente insuportável, pelo menos para quem não está envolvido. Nós que administramos o espaço, ficamos tentado a ficar no meio termo, censurando gregos e troianos. Mas, eu estou fugindo desta tentação, e minha atitude é “deixar rolar”. Óbvio que se grandes ofensas forem feitas, ou mentiras deslavados forem veiculadas, ou mesmo certas insinuações que ofendam a moral e os bons costumes (e estou referindo-me aos meus valores) haverá intervenção, mas, mensagens de ano novo, não retiraremos do ar.

Voltando ao Fala Sério, quando li seus propósitos, e sua primeira intervenção, vi que ele só teria que somar ao nosso Mural, até o dia em que ele o diminua, divida-o ou passe a multiplicar as bobagens do dia a dia do nosso país. Só para competir com ele em coisas que são exageradas, chamadas por ele de CÚMULOS, descobri que o cúmulo da união política, seria a união do PMDB, e esta está acontecendo em torno do governo da Dilma Roussef. O que é que eles querem?

Portanto, seja bem-vindo o nosso novo muralista, não somos moralistas e que a sua série sobre os cúmulos seja séria, como é tudo que carrega humor. E aos bom-conselhenses, o espaço é de você, e com dizem, “usem-no com moderação”, e se for para fazer o bem, mesmo que não saibam a quem, podem se esbaldar. Falem sério.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

BODEGA DE SEU CHICO


Por José Antonio Taveira Belo / Zetinho

Seu Chico era um homem bem de vida e com a vida. Conhecido no povoado como um benfeitor ajudava os pobres no que eles precisavam fiando algumas compras em cadernetas que era acertado pelos moradores no final de cada mês quando recebiam seus salários na Prefeitura ou quando mesmo apurava algum dinheiro na feira livre aos sábados. Tinha um armazém, que as pessoas chamavam de bodega de seu Chico. Vendia-se de tudo um pouco. Era conhecido como benfeitor no povoado Ligeirinho. Todo final de tarde ali naquele recinto se reunia os homens da cidade e aqueles que vinham dos roçados, para tomar alguns aperitivos e jogar conversas fora, como dizia Napoleão, “falar um pouco da vida alheia, que não era pecado e sim um desabafo”. Ali, enquanto bebericavam, as senhoras iam fazer às pequenas compras, o pão, a manteiga, o arroz, o açúcar, o feijão, a carne de charque e, elas olhavam aqueles homens ali sentados em tamboretes ou vezes em cima de saco de farinha, de feijão, que se encontravam encostados na parede a contar anedotas e causos conhecidos nas redondezas.

Seu Chico entretido em despachar os fregueses no balcão da madeira corrediça, com uma balança antiga, com alguns pesos ao lado, ouvia alguns comentários dos seus fregueses de fim de tarde.

O seu Olavo era um dos que falava mais alto e dizia:

- Cícero tu viste a sacanagem que fizeram com a gente?
- Não!  respondeu 
- Pois, é meu velho, os homens de Brasília, aumentaram os seus pequenos salários em mais de 60%, o que é uma vergonha, não é? Olhando para os demais que ouvia.

Porfírio, que acabava de tomar um trago da aguardente Galo Preto, cuspiu e disse:

- Brasília é o lugar que se encontra mais ladrão e ladrão de gravata. Se a policia gritar pega o ladrão, não fica um.
- Todos riram.

Josué sentado no tamborete alto, com o copo na mão assegurou: mais isto é culpa nossa que votamos nestes canalhas, que se beneficia sempre, alterando a voz para que todos pudessem ouvir.

- Cícero disse: é mais tu vota toda vez, não é?
- A eu voto porque sou obrigado. Sempre disse e repito nas próximas eleições eu não vou votar mais em ninguém, certo? E disse, olhando para o pedreiro.
- Olavo você ouviu o que foi que o nosso prefeito prometeu? Prometeu melhorar a nossa escola, dar um posto de saúde, calçar o centro deste bendito povoado e de algumas ruas, colocarem água nas casas e aumentar a luz elétrica pra bandas do Alto do Cuscuz, e o que aconteceu?

Nada! Então tu tiras por aqui respondeu: Cadê o dinheiro que chegou à Prefeitura? Ninguém sabe e ninguém viu. Tudo esta do mesmo jeito ou pior ainda.

- Porfírio que acabava de chegar e acendendo um cigarro e baforando para o alto.

Todos calçam o mesmo sapato, é farinha do mesmo saco. Eu votei em branco e vou continuar assim, pois não me fio a nenhum destes camaradas, que somente se aproxima do povo na época da votação. Vem abraçando a todos, pega crianças no colo, abraço e beija, senta-se em tamborete, entra em casas de taipas, toma café requentado, come rapadura e farinha, tudo isto para ganhar votos dos bestas, eu não fio neste pessoal eles prá lá e eu prá cá.

Todos concordaram.

Pedindo mais uma rodada ao Seu Chico que despachava no balcão e de vez em quando interferia pedindo que eles falassem mais baixo.

Chegou seu Biu da Cocada, que atravessava o povoado vendendo as suas cocadas pretas e branquinhas pelas ruas de porta a porta. Sabiam de tudo. Era o mais informado das coisas que aconteciam em Ligeirinho. Muitos não acreditavam no que ele contava, mas muitas dos fatos eram verdades. Gostava de engrandecer e fazer gestos enquanto dava a noticias.

Vocês sabem da maior?

Todos ficaram esperando a noticia.

A filha de Seu João da Bica que mora no final da Rua do Cajueiro, fugiu com o namorado da Cidade.

Todos dizem que ela já estava embuchada. Perdeu a virgindade tão logo começou a namorar com tal sujeitinho Álvaro filho de um comerciante. Neste dias ele a deixa. Pobre se ajuntando com rico dá em que?

Já pensaram.

O vozerio começou a tomar conta da bodega Seu Chico.

Todos comentavam o assunto.

Cada um fazia a sua avaliação. Uns falavam que aquela “agarração” no terraço escuro não sairia bem. Outros já tinham alertado a Seu João sobre chumbrega, mais o que ele fez?

Nada.

Tai o resultado, um embuchamento.

 Seu Biu lá no seu canto somente ouvia os comentários, tomando a sua dose de aguardente e cuspindo no chão.

Seu Chico olhou para o relógio da parede. Conferiu com o horário com o seu de algibeira preso ao cinto por uma corrente de ouro, e disse:

Meus amigos por hoje só. Vou fechar a minha bodega. Está na hora. Apontando para o relógio que marcava sete meia da noite.

As luzes do povoado já tinham acendido e a noite clara pela lua cheia lá no alto, no céu azulado com estrelas piscando.

Todos se levantaram, pagaram a conta e seguiram cada um para suas casas, se preparando para o outro dia.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

DIA DA CRIAÇÃO



Por Vinícius de Moraes

I

Hoje é sábado, amanhã é domingo
A vida vem em ondas, como o mar
Os bondes andam em cima dos trilhos
E Nosso Senhor Jesus Cristo morreu na Cruz para nos salvar.

Hoje é sábado, amanhã é domingo
Não há nada como o tempo para passar
Foi muita bondade de Nosso Senhor Jesus Cristo
Mas por via das dúvidas livrai-nos meu Deus de todo mal.

Hoje é sábado, amanhã é domingo
Amanhã não gosta de ver ninguém bem
Hoje é que é o dia do presente
O dia é sábado.

Impossível fugir a essa dura realidade
Neste momento todos os bares estão repletos de homens vazios
Todos os namorados estão de mãos entrelaçadas
Todos os maridos estão funcionando regularmente
Todas as mulheres estão atentas
Porque hoje é sábado.

II

Neste momento há um casamento
Porque hoje é sábado.
Há um divórcio e um violamento
Porque hoje é sábado.
Há um homem rico que se mata
Porque hoje é sábado.
Há um incesto e uma regata
Porque hoje é sábado.
Há um espetáculo de gala
Porque hoje é sábado.
Há uma mulher que apanha e cala
Porque hoje é sábado.
Há um renovar-se de esperanças
Porque hoje é sábado.
Há uma profunda discordância
Porque hoje é sábado.
Há um sedutor que tomba morto
Porque hoje é sábado.
Há um grande espírito de porco
Porque hoje é sábado.
Há uma mulher que vira homem
Porque hoje é sábado.
Há criancinhas que não comem
Porque hoje é sábado.
Há um piquenique de políticos
Porque hoje é sábado.
Há um grande acréscimo de sífilis
Porque hoje é sábado.
Há um ariano e uma mulata
Porque hoje é sábado.
Há um tensão inusitada
Porque hoje é sábado.
Há adolescências seminuas
Porque hoje é sábado.
Há um vampiro pelas ruas
Porque hoje é sábado.
Há um grande aumento no consumo
Porque hoje é sábado.
Há um noivo louco de ciúmes
Porque hoje é sábado.
Há um garden-party na cadeia
Porque hoje é sábado.
Há uma impassível lua cheia
Porque hoje é sábado.
Há damas de todas as classes
Porque hoje é sábado.
Umas difíceis, outras fáceis
Porque hoje é sábado.
Há um beber e um dar sem conta
Porque hoje é sábado.
Há uma infeliz que vai de tonta
Porque hoje é sábado.
Há um padre passeando à paisana
Porque hoje é sábado.
Há um frenesi de dar banana
Porque hoje é sábado.
Há a sensação angustiante
Porque hoje é sábado.
De uma mulher dentro de um homem
Porque hoje é sábado.
Há a comemoração fantástica
Porque hoje é sábado.
Da primeira cirurgia plástica
Porque hoje é sábado.
E dando os trâmites por findos
Porque hoje é sábado.
Há a perspectiva do domingo
Porque hoje é sábado.

III

Por todas essas razões deverias ter sido riscado do Livro das Origens, ó Sexto Dia da Criação.
De fato, depois da Ouverture do Fiat e da divisão de luzes e trevas
E depois, da separação das águas, e depois, da fecundação da terra
E depois, da gênese dos peixes e das aves e dos animais da terra
Melhor fora que o Senhor das Esferas tivesse descansado.
Na verdade, o homem não era necessário
Nem tu, mulher, ser vegetal dona do abismo, que queres como as plantas, imovelmente e nunca saciada
Tu que carregas no meio de ti o vórtice supremo da paixão.
Mal procedeu o Senhor em não descansar durante os dois últimos dias
Trinta séculos lutou a humanidade pela semana inglesa
Descansasse o Senhor e simplesmente não existiríamos
Seríamos talvez pólos infinitamente pequenos de partículas cósmicas em queda invisível na terra.
Não viveríamos da degola dos animais e da asfixia dos peixes
Não seríamos paridos em dor nem suaríamos o pão nosso de cada dia
Não sofreríamos males de amor nem desejaríamos a mulher do próximo
Não teríamos escola, serviço militar, casamento civil, imposto sobre a renda e missa de sétimo dia,
Seria a indizível beleza e harmonia do plano verde das terras e das águas em núpcias
A paz e o poder maior das plantas e dos astros em colóquio
A pureza maior do instinto dos peixes, das aves e dos animais em cópula.
Ao revés, precisamos ser lógicos, freqüentemente dogmáticos
Precisamos encarar o problema das colocações morais e estéticas
Ser sociais, cultivar hábitos, rir sem vontade e até praticar amor sem vontade
Tudo isso porque o Senhor cismou em não descansar no Sexto Dia e sim no Sétimo
E para não ficar com as vastas mãos abanando
Resolveu fazer o homem à sua imagem e semelhança
Possivelmente, isto é, muito provavelmente
Porque era sábado.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Porque hoje é sábado...



Por Zé Carlos

Hoje eu iria publicar uma poesia. Não de minha lavra porque Deus não me deu este dom que o Cláudio André tem. Mas encontrei na grande rede uma charge política que é mais do que uma poesia, e uma ode à política. Eu nunca vi tanta confusão em torno de um salário tão mínimo.

Para não ficar só no mínimo, temos ainda a Marta Suplicy, a presidenta do Senado a criar regras embaraçantes para os senadores, além das trapalhadas do Berlusconi, para não pensarem que político palhaço só existe no Brasil. E o Tiririca dá o ar de sua graça, faltando apenas o chapéu.

Eu apenas ia intitular este texto de “sem comentários”, e já estou me estendendo demais para um sábado. Vejam o filme, riam ou chorem, de acordo com a visão política de cada um.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Pronominais



Por Oswald de Andrade

Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Jornalismo e Notícias



Por Zé Carlos

Eu não sou um jornalista. Sou apenas um escrevinhador que tenta, nesta nova forma de jornal, que é o Blog, mimetizar o que os jornalistas fazem. Procuro os melhores para me escorar neles. E os que mais admiro e tento seguir, dentro das limitações que me são impostas pelo veículo de comunicação que uso, são aqueles que são sedentos por notícias. Estas, para mim têm que possuir algo que transforme aquele a quem ela dirige, de uma forma ou de outra.

Eu tenho uma admiração antiga pelo jornalismo e pelos jornalistas de uma maneira geral, (talvez por isso, tenho uma filha que é do ramo) e modernamente, pelas áreas de comunicação e informação, que envolvem um nível de tecnologia, impossível de imaginar, quando pela primeira vez em sua Acta Diurna, o Imperador Júlio César, no ano 59 A.C., quis informar seus cidadãos sobre importantes acontecimentos sociais e políticos em placas brancas expostas em lugares públicos e populares. Já naquela época as Acta já falavam sobre escândalos no governo, campanhas militares e execuções. Quanto a isto nada mudou, no entanto as formas que hoje tomam as placas brancas podem ser bastante diferentes.

O conceito de notícia não mudou muito, apesar de todas as discussões. Eu fiquei muito satisfeito, e o Luis Clério deve ficar mais ainda, que foi logo a partir de um noticioso Italiano, “Notizie scritte”, que custava uma “gazzeta”, e era uma pequena moeda, que surgiu o nome de A Gazeta, e mais recentemente A Gazeta Digital. Quanto às notícias em si, o que é, parece um dilema eterno.

Desde um tal de John Bogart que disse: “O fato de um cachorro morder um homem não é notícia, mas quando um homem morde um cachorro, aí, sim é notícia”, em 1882, passando por um tal de Lorde Northcliffe que diz:  Notícia é algo que alguém em algum lugar deseja suprimir; todo o resto é publicidade” e pela importância dos jornais, mesmo os de ontem, quando um historiador brada: “Isto é prova viva da inverdade do velho ditado de que nada é mais morto que o jornal de ontem …Trata-se do que realmente aconteceu, relatado por uma imprensa livre a um povo livre. É a matéria-prima da história; é a história de nossos tempos”, mesmo assim há uma grande controvérsia sobre o que seja um notícia jornalística.

Ficando mais perto da terra, com minha obrigação atual de ler vários noticiosos do nosso tempo, em forma de jornais, rádios, TV , sites e blogs, eu me pergunto: Existe alguma notícia jornalística neles? Basta tomar as citações acima, para fazermos uma análise. Por exemplo, quando alguém noticia que viu uma jumentinha sofrendo na “unha” de um homem necessitado sexualmente, isto é uma notícia pela definição primeira, e pela definição segunda, mas não gera nenhum fato histórico, a não ser que o Cláudio André se eleja presidente da república. Dizem que uma cabra em Garanhuns ficou famosa. Outro exemplo, é o que li na A GAZETA, n° 281, que vinha com a manchete “Um tesouro desconhecido pelos bonconselhenses”, que se enquadra perfeitamente em todas as definições de notícia, apesar da minha discordância quanto à grafia do gentílico.

Esta notícia nos dá conta de que o José Guedes guarda um verdadeiro tesouro de antiguidades e que até agora não foi explorado pelos nossos gestores nem por outras pessoas. A matéria vai além, com fotos e opiniões sobre o que é ou não importante na noção de cultura. E se o repórter for além, irá descobrir outros tesouros preciosos, alguns já jogados em lugares de tralhas, outros pintados para ficar novos e mesmo outros prontos para viajar para lugares onde estas coisas têm valor. Esta é uma notícia de verdade, o homem mordeu a prefeita, os gestores anteriores a querem suprimir e ainda será um boa fonte para nossa história.

Eu vivo sonhando o dia em que nossa jornal eletrônico, possa produzir verdadeiras notícias de nossa terra. Isto não posso fazer de longe, e só os que estão de perto podem fazê-lo, e, enquanto os de perto não nos ajudam, eu vou procurando morder um cachorro por dia, para gerar notícias. Aqui as jumentinhas são escassas. Já na fazenda de um grande amigo meu....

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

O FENÔMENO



Por Carlos Sena (*)

FENÔMENO é quem chega às quatro horas da manhã e enfrenta a fila do SUS para quando chegar a sua vez ouvir do atendente: “o médico não veio”.

FENÔMENO é quem sustenta uma família de dez filhos com um salário baixo e vê os filhos estudando, respeitando os semelhantes, distantes da maconha, da cocaína e das galeras e gangs do mal;

FENÔMENO é quem paga tanto imposto e recebe tão pouco do poder público em termos de saúde e educação e, mesmo assim, não trapaceia, nem frauda, nem trafica;

FENÔMENO é quem é preso injustamente e quando sai da cadeia inocentado recomeça tudo de novo, como se nada tivesse acontecido, embora por dentro seja um morto-vivo.

FENÔMENO é quem vive num país como o nosso em que polícia e bandido se misturam num só;

FENÔMENO é quem sai de casa às 5 horas da manhã, pega duas ou três conduções, chega em casa às dez e, no dia seguinte, recomeçar tudo de novo... Para manter a família.

FENÔMENO é quem convive num país cujas cadeias vivem superlotadas de gente pobre, enquanto os ricos estão lá fora roubando com o beneplácito das leis anacrônicas.

FENÔMENO é quem cata lixo nos lixões das periferias das grandes cidades, disputando espaço com os urubus, insetos e bactérias, mesmo sabendo que o SUS é mais SUSto do que assistência;

FENÔMENO é quem agüenta, pacientemente, as propaladas reformas políticas, na tributação e no código penal caduco que nos aprisionam mais do que nos libertam.

FENÔMENO é quem sai de casa todo dia enfrentando o transito caótico (carros, ônibus lotado, carroças de burro, bicicletas, vendedores ambulantes, flanelinhas), uma polícia despreparada nas ruas, balas perdidas se misturando com balas achadas, pedintes, ruas esburacadas... e ainda não perde o gosto pela vida.

(*)Publicado no Recanto das Letras em 15/02/2011

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

O CASO DO DOM MOURA


Altamir Pinheiro

Por Zé Carlos

Estou acompanhando, como penso todo o Agreste Meridional, o caso do Hospital Regional Dom Moura (HRDM), levantado inicialmente pelo Blog do Roberto Almeida e que ainda repercute. Apesar de acompanhá-lo, lendo, não cheguei a fazer juízos de valor sobre ele, talvez pelo mesmo motivo da Lucinha Peixoto, de não querer me intrometer em coisas que são da cidade vizinha.

Recebi, ontem um mensagem do Altamir Barbosa Pinheiro, junta a qual, vem em anexo um texto, em que ele coloca os termos de sua declaração ao Ministério Público, na pessoa do Dr. Alexandre Bezerra. Publico-a aqui, sem muitos comentários ao mérito da questão, mas, repudiando as ameaças que o depoente diz ter sofrido, por parte de um desconhecido.

É uma pena que ainda ouçamos falar de PISTOLEIRO com tal naturalidade e em frente a um promotor público. Qual o caso mais importante a investigar agora? Espero não ter entendido bem. Vejam o depoimento e tirem suas próprias conclusões.

"AUDIÊNCIA MINISTERIAL:

ALTAMIR BARBOSA PINHEIRO, que comprometido falar a verdade disse: Fez uma postagem no Blog  AGENDA GARANHUNS onde comentou uma nota oficial do HRDM que rebatia notícia veiculada no meio de comunicação local onde se registrava a informação de irregularidades na gestão.  Na verdade cuidou de discutir ou rebater a nota naquilo que se referia ao direito de liberdade de expressão. Embora não mantenha contato pessoal com o jornalista Roberto Almeida e o radialista Pereira Filho cuidou de defendê-los, destacando inclusive que fez isso em favor dos profissionais de imprensa de Garanhuns, embora tenha divergência pessoal com o Pereira Filho. Sempre soube de irregularidades na atual administração do HRDM, esclarecendo que essas IRREGULARIDADES podem ser atribuídas a equipe de direção, MAS NÃO A DIRETORA, Drª. EMÍLIA. Até onde sabe a diretora é honesta. Tem dúvidas da INGENUIDADE dela, diretora. Compara a bandalheira e o descaso do Dom Moura com o mensalão do PT, aonde o LULA  afirmava “que não sabia de nada”. Embora não tenha como provar o fato ouviu comentários que roupas de grife foram  compradas com cheques administrativos do Hospital Dom Moura. Ouviu comentários de que a reforma  ou construção da calçada e do telhado do hospital foram superfaturados. Na calçada, pelo que soube, se gastou R$ 120.000,00 e no telhado 1.500.000,00. Denunciou também  que EXISTE FARRA NAS DEMISSÕES DOS FUNCIONÁRIOS TERCEIRIZADOS, porque há condução política. Em 2008 foram demitidos 57 pessoas de firma terceirizada sem qualquer processo administrativo para COLOCAR OS ALIADOS POLÍTICOS. A  demissão foi ordenada pela atual diretora Emília e pelo então diretor Hugo Leonardo, que ocupava a direção da V GERES. O Hugo, na mesma época, determinou a demissão e conseqüente substituição dos terceirizados para beneficiar seus eleitores do município de SÃO JOÃO, eis que lá foi candidato a vice-prefeito. Das 57 chegou a conversar com 13 dos demitidos. O caso de um senhor de 58 anos na época que trabalhava há 5 anos e seis meses no hospital e que foi desligado sem nenhum motivo justo. Tem certeza que até 2012 serão demitidos cerca de 200 funcionários terceirizados  para repetir o esquema criado pelo Dr. Hugo Leonardo em vista da próxima eleição a Prefeito. É um esquema PSB – Partido Socialista Brasileiro. Certa vez a procurar o Deputado Izaías Régis, enquanto presidente substituto da Assembléia Legislativa, para tratar das demissões involuntárias no serviço terceirizado do HRDM ouviu dele a seguinte frase: “O Dom Moura é hoje um reduto de ex-comunistas e a última palavra pertence a Zé da Luz. Eu sequer tenho condição de botar os pés naquele ambiente hospitalar”. Assegura que desde SEXTA-FEIRA vem sendo AMEAÇADO DE MORTE, logo após receber uma ligação telefônica cujo interlocutor não se identificou e cuidou de ligar para um telefone público(orelhão) instalado em frente a residência do declarante. Na conversa lhe foi dito que tomasse cuidado com o que iria dizer ao Promotor. NO DIA SEGUINTE, as 12 horas, o agente que lhe ameaçava, fez um comentário no blog do depoente, dizendo: “Estamos pisando o seu “SÁ” seu palhaço. Pense direitinho o que vai dizer ao Promotor, senão vamos comer o seu “FIGO”. NO DOMINGO houve outra chamada para o depoente no mesmo telefone público mas este se recusou a ir pois imaginava que seria outra ameaça pois não costumava atender chamadas naquele telefone. A partir dessa movimentação resolveu ir ao município de Brejão  procurar a quem atribui ser o chefe dos ‘PISTOLEIROS” que lhe garantiu não ter partido de gente sua, mas que ficasse tranqüilo porque se tratava, ele depoente(Altamir), de um amigo."

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

RONALDO, O FENÔMENO

Ronaldo, o fenômeno

Por Jameson Pinheiro

Pedi à AGD para colocar estes vídeos no ar, como forma de homenagear um dos maiores jogadores de futebol de todos os tempos. Se eu tive, em meu tempo e aspirante à Seleção Brasileira, nos “gramados” de Bom Conselho, ídolos como Pelé, Garrincha, Newton Santos e outros, agora tinha o Ronaldo como um ídolo, que de vez em quando nos fazia raiva mas, na maioria da vezes nos encantava com o seu futebol.

Fora do futebol pisou na bola, mas dentro de campo, nunca. Não foi sua culpa aquela maldita derrota para a França, naquele fatídico mundial. E ainda poderia ser o melhor do Brasil se não fosse a doença que agora sabe-se que ele tinha (hipotiroidismo). Estava na hora meu caro Ronaldo. Sair, depois de um imenso sacrifício físico, como nunca nenhum outro enfrentou.

Quem quiser relembrar basta ver um filme, se gostar veja todos. Eu vi.


















Novas Enquetes



Por Zé Carlos

Uma realidade que outros blogueiros, mais experientes do que eu, já devem ter encarado é aquela que nos mostra como perfeitos ignorantes do público para o qual nos dirigimos. Quando observamos nossas estatísticas nos sites de medição, ficamos surpresos com algumas coisas, com por exemplo, que alguém, dos Estados Unidos nos leia todos os dias, e não sabemos que é. Aqui ficamos apenas meditando sobre quem poderia ser.

Uma outra coisa, que não sabemos se se passa com os outros blogueiros, é que nós temos mais prazer em escrever do que na sensação de sermos lidos, embora, quando sabemos que isto é feito, o prazer é dobrado, mesmo que não saibamos por quem. E quando sabemos, e a pessoa nos comenta, para o bem ou para o mal, é uma verdadeira catarse.

Resolvemos tentar conhecer, mesmo que de maneira formal e superficial, aqueles que nos lêem, colocando algumas perguntas relacionadas com os leitores. Sabemos que os votos vêem das máquinas, ou daqueles que as pilotam na hora de votar, e que sua credibilidade não é das maiores, quando a comparamos a um questionário do IBGE. Entretanto, durante os próximos 15 dias gostaríamos que aqueles que nos acessam dissessem alguma coisa sobre eles mesmos.

Os resultados serão claros para todos e para nós mostrará por onde estamos andando. Por exemplo, se soubermos que o Blog tem um público muito feminino tentaremos nos dirigir mais para este seguimento, ao mesmo tempo que será um desafio para trazer os homens de volta, ou vice-versa.

Outro exemplo, se constarmos que nosso público, em sua maioria, está na faixa de idade, entre 0 e 12 anos, começaremos a publicar mais estórias da carochinha e arquivos com as músicos do Patati Patatá. Se a faixa de 60 anos ou mais ganhar disparada, os artigos sobre o uso de fraldas geriátricas durante a navegação pela internet aparecerão com mais freqüência. E assim por diante.

Este é mais um esforço da nossa A Gazeta Digital para mostrar que quer servir a seu público da melhor forma possível. Respondam com sinceridade e terão a recompensa em matérias dirigidas para vocês.

O Blog se mantém como prioritariamente de notícias, e preferencialmente de Bom Conselho, mas pela localização de sua equipe, ela não pode dar conta do recada sozinha,  e a contribuição, em notícias, dos nossos outros bom-conselhenses, está deixando a desejar. Isto pode ser até mesmo pela falta de notícias, pois vejo o esforço de outros blogs para as encontrarem, mas, louvo o esforço de todos.

Teremos o I Encontro de Blogueiros, organizado pelo amigo Claúdio André, sobre o qual escreverei depois, onde todas estas coisas deverão serem discutidas. Enquanto, isto se não tiverem notícias sobre jumentinhas, podem mandar sobre galinhas que as publicaremos.

Respondam nossas enquetes.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

A idiotice é vital para a felicidade



Por Arnaldo Jabor

Gente chata essa que quer ser séria, profunda e visceral sempre. Putz! A vida já é um caos, por que fazermos dela, ainda por cima, um tratado? Deixe a seriedade para as horas em que ela é inevitável: mortes, separações, dores e afins.

No dia-a-dia, pelo amor de Deus, seja idiota! Ria dos próprios defeitos. E de quem acha defeitos em você. Ignore o que o boçal do seu chefe disse. Pense assim: quem tem que carregar aquela cara feia, todos os dias, inseparavelmente, é ele. Pobre dele.

Milhares de casamentos acabaram-se não pela falta de amor, dinheiro, sexo, sincronia, mas pela ausência de idiotice. Trate seu amor como seu melhor amigo, e pronto.

Quem disse que é bom dividirmos a vida com alguém que tem conselho pra tudo, soluções sensatas, mas não consegue rir quando tropeça?

hahahahahahahahaha!...

Alguém que sabe resolver uma crise familiar, mas não tem a menor idéia de como preencher as horas livres de um fim de semana? Quanto tempo faz que você não vai ao cinema?

É bem comum gente que fica perdida quando se acabam os problemas. E daí, o que elas farão se já não têm por que se desesperar?

Desaprenderam a brincar. Eu não quero alguém assim comigo. Você quer? Espero que não.

Tudo que é mais difícil é mais gostoso, mas... a realidade já é dura; piora se for densa.

Dura, densa, e bem ruim.

Brincar é legal. Entendeu?

Esqueça o que te falaram sobre ser adulto, tudo aquilo de não brincar com comida, não falar besteira, não ser imaturo, não chorar, não andar descalço, não tomar chuva.

Pule corda!

Adultos podem (e devem) contar piadas, passear no parque, rir alto e lamber a tampa do iogurte.

Ser adulto não é perder os prazeres da vida - e esse é o único "não" realmente aceitável.

Teste a teoria. Uma semaninha, para começar.

Veja e sinta as coisas como se elas fossem o que realmente são: passageiras. Acorde de manhã e decida entre duas coisas: ficar de mau humor e transmitir isso adiante ou sorrir...

Bom mesmo é ter problema na cabeça, sorriso na boca e paz no coração!

Aliás, entregue os problemas nas mãos de Deus e que tal um cafezinho gostoso agora?

A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso cante, chore, dance e viva intensamente antes que a cortina se feche!
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Fonte: Veja aqui