Em manutenção!!!

quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Recordar é Viver - O fim do mundo?! (12/11/2011)



Por Zezinho de Caetés 

Hoje estava lendo um texto da Miriam Leitão que ela intitula de “Aldeia Global”. O título ela tira das aventuras de uma tira de jornal antiga, que eu também lia, e até já fizeram filme sobre: Obelix e Asterix. Ela se reporta ao que acontecerá se até o dia 2 de agosto os Estados Unidos, por não haver acordo entre executivo e congresso para aumentar o limite de seu endividamento, eles declararem moratória.

Eu chego me arrepiei todo. Não porque isto seja fácil de acontecer, mas porque há a possibilidade de acontecer. A mais forte e exemplar democracia do mundo, o país com maior liberdade econômica no planeta, pode ser vítima de suas próprias virtudes, e assim sendo levar o mundo de roldão.

Se como ela diz, a hipótese é tão remota que os economistas nem pensaram nas conseqüências, como um curioso como eu poderia imaginar o futuro dentro de um buraco negro como este?  Leiam o texto e eu volto depois e espero, antes do dia 2 de agosto.

“Abracurcix, chefe da aldeia de Obelix e Asterix, na Gália, só tinha um medo nessa vida: o de que o céu caísse sobre sua cabeça. Assim estamos atualmente na economia mundial, temendo o que sempre pareceu tão absurdo quanto definitivo: o de que a dívida americana caia sobre nossas cabeças. O Congresso dos Estados Unidos brinca com os nervos do mundo.

E se... os Estados Unidos declararem moratória? Esse começo de pergunta jamais esteve associado ao resto da sentença. E vai se aproximando o dia fatal, 2 de agosto. Se até aquele dia o Congresso dos Estados Unidos não elevar o teto do endividamento, o país de maior economia, maior dívida, maior peso global, não poderá rolar sua dívida.

Na verdade, não se sabe bem o que acontecerá neste dia seguinte ao apocalipse, porque de tão improvável nunca foi pensado. Os economistas preferem nem raciocinar sobre hipótese tão terminal.

Os EUA emitem a moeda de referência do planeta e sempre foram o porto seguro para o qual voam os capitais quando há qualquer risco em qualquer lugar do mundo, ainda que seja lá mesmo.

Em 2008, a crise estourou nos Estados Unidos, e o capital do mundo fugiu de todo o planeta e foi se abrigar no seguro e pouco rentável mundo dos títulos do Tesouro americano.

Tudo é tão esquisito que tem sido deixado de lado, como hipótese. Fala-se dela como aberração, mas não com uma análise da sucessão de eventos que seriam detonados por tal cataclisma.

Um alerta da China aqui, outra reportagem ali, exortações do presidente Barack Obama acolá. As negociações permanecem travadas no Congresso americano, mas tudo é tratado com a certeza de que, no minuto final do filme de suspense, chegará a cavalaria, e impedirá o fim do mundo.

Neste fim de semana, a nova diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, disse que não consegue pensar nem por um minuto nessa possibilidade.

Se alguém fizesse sequer esta leve menção, mesmo para negá-la, de um calote da dívida americana tempos atrás, passaria por louco, como o chefe da aldeia gaulesa que andava com o escudo na cabeça para se proteger da eventualidade de que o céu não se aguentasse lá em cima.

Mas ontem parecia que os sete céus estavam para cair nas nossas cabeças. Como se não bastasse a crise americana e sua dívida mamútica de US$ 14 trilhões, ontem passaram a duvidar da capacidade da Itália de pagar sua dívida.

Jim O’Neill, do Goldman Sachs, o mesmo que inventou o conceito Brics, disse que a Zona do Euro não consegue absorver uma crise de bônus da Itália, a oitava economia do mundo e a terceira do bloco, de US$ 2,6 trilhões.

Além disso, o stress é o “teste de stress” a que estão sendo submetidos os grandes bancos europeus, uma espécie de superaveriguação dos riscos que as instituições correm diante do cenário de queda em dominó de países da Europa.

Estão em dificuldade, como se sabe, Grécia, Portugal, Irlanda, Espanha, Itália. A Itália ainda tem que pagar 200 bilhões este ano. O país tem uma dívida que é cronicamente alta — por volta de 120% do PIB —, o ministro das Finanças está caindo, e o governo italiano está pagando o dobro de juros que os alemães pagam para rolar suas dívidas, quase o mesmo preço pago pela Espanha.

Como se fosse pouca a confusão, a crise política na Inglaterra subiu ontem de patamar com a descoberta de que o finado jornal “News of the World”, quando era dirigido pelo até recentemente porta-voz do primeiro-ministro, David Cameron, invadiu os e-mails de Gordon Brown que, à época, exercia o cargo de primeiro-ministro.

No Parlamento britânico, os temperamentos ferveram de forma nada britânica. O ministro da Cultura foi prestar esclarecimentos e foi vaiado pela oposição. O líder da minoria trabalhista, Ed Miliband, disse que era um insulto ao Parlamento o primeiro-ministro Cameron não ter ido dar pessoalmente as explicações para os problemas e que o governo estava, diante do escândalo, em completa desordem. Foi a vez de os conservadores gritarem.

Literalmente.

Estava tão animado o Parlamento britânico que até a rede americana CNN cortou rapidamente das declarações do presidente Obama para transmitir ao vivo de Londres, enquanto as bolsas caíam por temer o colapso da Itália.

Mas o risco não é de que os Estados Unidos deixem de pagar a dívida? É. Tecnicamente, é isso. Se o Congresso não elevar o teto da dívida, o governo americano teria então que negociar com os detentores dos títulos vencendo uma prorrogação do pagamento. Neste caso, os títulos do Tesouro que são considerados referência de risco zero passariam a ser arriscados.

Os afetados seriam os maiores detentores dos papéis do Tesouro. O primeiro da lista é a China. O Brasil é outro grande detentor. Outros atingidos seriam as seguradoras que garantiram esses papéis.

Estão vendo como é impensável? Na hipótese de tudo isso acontecer, o crash de 1929 pareceria brincadeira de criança. É por isso que todos preferem apostar que o Congresso americano vai ceder. Abracurcix tem razão: melhor se proteger segurando o escudo na cabeça.”

Para tornar mais claro isto, imaginem uma cidade do interior como a minha ou do Zé Carlos, onde todos os habitantes confiassem tanto numa pessoa que depositassem todos suas economias, em época de crise, em seu cofre. Um belo dia este senhor, por causa de um briga familiar resolve não devolver aquilo que os habitantes colocaram lá. De um dia para o outro todos acordariam mais pobres, os próprios habitantes, ao saberem do calote, começam a cobrar suas dívidas e querem receber não aquela que está no cofre em “dólares americanos”, mas noutra espécie qualquer em que eles confiem.

Chegariam logo a conclusão de que não haveria tal moeda, pois ninguém mais confiaria em ninguém, e todos passam a viver com os bens que lhes restaram. Quase que voltariam a uma economia de trocas, ou seja, as trocas se dariam na base três pães por duas bananas, etc. etc.

Só rezando!

quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

O desabafo do imortal e a bosta do elefante




Por Zezinho de Caetés

Também estou em recesso branco, com a AGD. Aliás, não sei se é branco, vermelho ou verde amarelo. No entanto, vendo o texto do imortal Merval Pereira de hoje em seu blog (“Teoria e prática”), não tive como permanecer em recesso, apesar de achar excelente a iniciativa do Zé Carlos de colocar textos antigos para não frustrar os leitores. Coloco-o (o texto) à disposição dos leitores logo abaixo.

Ele é uma espécie de desabafo ao que vem acontecendo no Brasil em termos de atos políticos vis, para manter no trono a rainha incompetenta Dilma e para salvar o projeto de poder petista. E hoje, eu até chego a duvidar se é mesmo para salvar o PT, já que o Lula vem tentando comer pelas beiradas. O seu silêncio é ensurdecedor. Aí vem bosta de elefante, e cuidado com ela, porque é pesada.

Diante do meu retiro de final de ano, não posso me estender muito e deixo-os com o imortal Merval, com seu desabafo, que é o de todos nós, que nos preparamos para as ruas em 2016. Tenham um Feliz Ano Novo, embora saiba eu é muito difícil realizar este desejo. Mas....

“Trava-se nesse final de ano interessante embate entre a realidade e a mistificação, entre o discurso e a prática, em que o populismo político revela-se na sua plenitude. Há diversos exemplos pelo país, como a aposta no “bilhete premiado” do petróleo do pré-sal que, assim como o governo federal, pegou o grupo político que governa o Rio de Janeiro há quase 10 anos de calças curtas.

Da mesma forma que no país, montou-se no Rio um pretenso esquema de proteção social que não resiste à realidade da crise financeira, a saúde pública, que serviu de modelo para propaganda eleitoral, hoje está falida, as UPAS estão fechadas na maior parte, os hospitais não têm condições de funcionar.

As UPPs, que pareciam a redenção da política de segurança pública, estão sendo colocadas em xeque não apenas pelos grupos criminosos, mas pelos policiais criminosos que lhe retiram a credibilidade junto à população. E a falta de dinheiro inclui mais um dado negativo nessa equação, colocando em risco instrumentos fundamentais no combate ao crime, como o Disque Denúncia.

Mas a disputa entre a corporação da Polícia Federal e o ministério da Justiça, a que está subordinada administrativamente, é a mais exemplar delas, colocando em confronto o discurso político vazio e a eficiência apolítica de uma instituição do Estado, não de um eventual governo.

O orçamento previsto inicialmente para a corporação chegava a R$ 1 bilhão, e o corte de 13% imposto atinge “o coração de atividades, como operações especiais de combate a malfeitos contra o Tesouro”, segundo os delegados, que em carta exigiram do ministro José Eduardo Cardozo "menos discurso e mais ações efetivas do Ministério da Justiça em defesa da Polícia Federal".

O documento afirma que projetos estratégicos da PF “para a segurança da Nação” já vêm sofrendo processo de desmonte, como o VANT (Veículo Aéreo Não Tripulado) e o CINTEPOL (Centro Integrado de Inteligência Policial e Análises Estratégicas), “por absoluta falta de recursos”.

 Esse duro questionamento contrasta com o discurso oficial, cujo melhor exemplo é do próprio ministro Cardozo, que classificou recentemente de “revolução republicana” as operações da Polícia Federal de combate à corrupção “(...) uma revolução que fará, para nós, para os nossos filhos e para os nossos netos, um país diferente daquele que nós recebemos.”.

 Essa “revolução” vem sendo apresentada como obra da decisão política dos governos petistas, que “permitem” que a Polícia Federal e o Ministério Público atuem com independência na apuração dos escândalos de corrupção que proliferam no país. Como se dependesse do governo o bom andamento das investigações, coisa em que acreditam os políticos envolvidos na Operação Lava-Jato.

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, está convencido de que é perseguido de acordo com um projeto político do Palácio do Planalto, e o presidente do Senado, Renan Calheiros, aproximou-se da presidente Dilma, depois de ter flertado com a oposição, na crença de que ela tem poderes para controlart a Polícia Federal e, sobretudo, o Procurador-Geral da República Rodrigo Janot.

Mas não são apenas os envolvidos nas investigações que acreditam nessa lorota. Também o filósofo Renato Janine Ribeiro, depois de humilhado no cargo de ministro da Educação a ponto de ter ficado nele por apenas cinco meses, também é capaz de dizer coisas como essa: "Ouve-se que nunca houve tanta corrupção quanto hoje e, ao mesmo tempo, que nunca teve tanta gente processada e condenada. Para isso, a Polícia Federal, que é um braço do Executivo, tem sido decisiva. O Executivo, se quisesse, bloqueava a ação da PF. Não bloqueou nem com Lula nem com Dilma. Eles municiaram a PF e hoje se tem maior percepção sobre a corrupção e menor tolerância".

Ora, se um filósofo como Janine Ribeiro acha que o Executivo pode controlar a PF, e não é capaz de distinguir um órgão do Estado de um simples “braço do Executivo”, não é de surpreender que também ele seja capaz de relativizar o cumprimento das leis. Para Janine Ribeiro, o que há contra a presidente Dilma são meras “tecnicalidades” que não justificam um pedido de impeachment.


Burlar a Lei de Responsabilidade Fiscal para se reeleger gastando o que não há no Orçamento, a ponto de quebrar o país, é uma simples “tecnicalidade” segundo o filósofo. Como convencer o homem comum de que são essas “tecnicalidades” que aumentam a inflação, que fazem os juros subirem, que retiram o dinheiro da saúde e da educação, que Janine aceitou gerenciar sem planos e, sobretudo, nenhuma possibilidade de fazer qualquer coisa?”

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Recordar é Viver - Vamos colocar a faca no pescoço do peru ou no pescoço do Supremo?




Por Zezinho de Caetés

Não posso dizer que o meu Natal foi pior do que os dos outros anos. Digo que foi igual, porque eu já estava na classe C, muito antes do Lula. Portanto, como sempre os gastos foram poucos para as coisas da época, e para não dizerem que sou pessimista, um “pouco” mais caras.

Como sempre, eu me diverti mais à custa do setor público, que somos todos nós. Fui olhar a iluminação e as ornamentações natalinas, que estão mais bonitas numa grande parceria público-privada, que até hoje o governo petista não conseguia fazer com tanta espontaneidade.

Aqui em Recife o João da Costa, em seu penúltimo natal, quis fazer bonito e gastou mais um pouco na ornamentação, esperando tocar o coração do João Paulo, o traído, para que ele perdoe sua traição e o habilite a ser candidato outra vez. Eu sempre disse, que depois do desastre da Conde da Boa Vista, já foi um milagre o João ser eleito mesmo com as costas quentes.

Mas, não foi prá conversas natalinas que sentei aqui hoje para escrever. O assunto está mais para as festas de Ano Novo, pois quem vai levar a faca no pescoço é o peru. Semana passada vi um texto no Blog do Augusto Nunes, que fiquei doido para mostrar para aqueles que ainda não o viram, junto com estes parcos comentários. Título: “O Supremo fica bem mais sensato com uma faca imaginária no pescoço”.

Vejam, meus senhores, se não é um título para meter medo em peru gordo. Eu já sabia que em todo mundo democrático os órgãos do poder judiciário não são imunes às influências políticas, porque ninguém o é. O John Maynard Keynes, que foi um economista inglês, que, quem já abriu um livro de Economia ouvi falar dele, dizia algo, mais ou menos com o seguinte sentido, pois a frase exata eu esqueci: “Quando a gente pensa que estamos dando novas ideias, estamos é preso às ideias de um economista defunto”. No caso da política é a mesma coisa. Quando pensamos que estamos distante da política ela está batendo na nossa porta, entrando pela nossa TV, deslizando por nossos bolsos e batendo nossas carteiras.

Então, não seria de se esperar que o Supremo Tribunal Federal fosse neutro em termos políticos, porque ele é formado de pessoas que estão sujeitas a todo tipo de influência. No entanto, eu penso, que, além do notório saber jurídico que seus membros devem ter, eles devem também serem mais comedidos em suas ações quando entra em jogo a política partidária, e a política de parentes e aderentes.

Não é a toa que sempre, em todo mundo, nas democracias (menos nas democracias populares de partido único como na Coreia do Norte ou em Cuba, onde temos um filho e um irmão substituindo os deuses anteriores) temem o nepotismo e o compadrismo quando se trata da nomeação de pessoas que julguem os outros ou mesmo aquelas que estão ligadas a cargos públicos. Isto é muito mais importante quando se está falando as Suprema Corte de um país, que é julgadora até dos outros poderes.

Sendo verdade, e não há nenhuma suspeita de que não seja, o que conta o Augusto Nunes no texto abaixo, este nosso país caminha para o total desrespeito à ética e a moral que devem existir mesmo acima das leis.

Se, devido à influência maléfica de uma pessoa, o caso do mensalão deixar de julgar os acusados por prescrição dos crimes, vamos todos ter vergonha de ser honestos. Eu possa até admitir que o Zé Dirceu seja absolvido, embora tenha convicção de que ele é culpado, mas, não ser julgado porque alguém fez “corpo mole” para não julgar, será uma verdadeira destruição de nossos valores democráticos dentro de um Estado de Direito.

Eu, algum dia propus uma campanha, que foi apoiada por umas 4 ou 5 pessoas, que tinha como lema “Vergonha Já”, e ela se originou em minha mente, a partir da faxina, ainda por terminar, no Executivo, e que passava pelo Legislativo, pela participação de partidos políticos que se aproveitam do que se chamou de “governabilidade” para praticarem todos os malfeitos.

Mas, agora vem o Judiciário, em sua suprema corte, e está prestes a cometer uma besteira sem tamanho por causa de um ministro que tem seu cargo por influência da mulher de um presidente, que foi influenciada por sua mãe. É demais para mim e para os brasileiros que querem um pouco de aprimoramento de nossa jovem democracia política. A campanha “Vergonha Já” já não é suficiente. Talvez, tenhamos que voltar ao lema que tanto ouvi no período da ditadura militar e que naquela época terminou para não deixar o país vazio: “Brasil, Ame-o ou Deixe-o!!”, e rezar para que os aeroportos, portos e rodovias sejam suficientes para que os brasileiros vão embora para Paraguai, se os crimes do mensalão prescreverem.

Fiquem com texto do jornalista, meditem e tenham boas entradas em 2012, se eu não voltar aqui mais este ano, pois estarei tentando colocar a faca no pescoço de um coitado inocente, um peru.

“Às nove e meia da noite de 28 de agosto de 2007, o ministro Ricardo Lewandowski chegou ao restaurante em Brasília ansioso por comentar com alguém de confiança a sessão do Supremo Tribunal Federal que tratara da denúncia do procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, sobre o escândalo do mensalão. Por ampla maioria, os juízes endossaram o parecer do relator Joaquim Barbosa e decidiram processar os 40 acusados de envolvimento na trama. Sem paciência para esperar o jantar, Lewandowski deixou a acompanhante na mesa, foi para o jardim na parte externa, sacou o celular do bolso do terno e, sem perceber que havia uma repórter da Folha por perto, ligou para um certo Marcelo. Como não parou de caminhar enquanto falava, a jornalista não ouviu tudo o que disse durante a conversa de 10 minutos. Mas qualquer das frases que anotou valia manchete.

“A tendência era amaciar para o Dirceu”, revelou de saída o ministro, que atribuiu o recuo dos colegas a pressões geradas pelo noticiário jornalístico. “A imprensa acuou o Supremo”, queixou-se. Mais algumas considerações e o melhor momento do palavrório: “Todo mundo votou com a faca no pescoço”.  Todo mundo menos ele: o risco de afrontar a opinião pública não lhe reduziu a disposição de amaciar para José Dirceu, acusado de “chefe da organização criminosa”. Só Lewandowski ─ contrariando o parecer de Joaquim Barbosa, a denúncia do procurador-geral e a catarata de evidências ─ discordou do enquadramento do ex-chefe da Casa Civil por formação de quadrilha. “Não ficou suficientemente comprovada  a acusação”, alegou. O mesmo pretexto animou-o a tentar resgatar também José Genoíno. Ninguém divergiu tantas vezes do voto de Joaquim Barbosa: 12. Foi até pouco, gabou-se na conversa com Marcelo: “Tenha certeza disso. Eu estava tinindo nos cascos”.

Ele está tinindo nos cascos desde 16 de março de 2006, quando chegou ao STF 26 dias antes da denúncia do procurador-geral. Primeiro ministro nomeado por Lula depois do mensalão, Lewandowski ainda não aprendera a ajeitar a toga nos ombros sem a ajuda das mãos quando virou doutor no assunto. Para tornar-se candidato a uma toga, bastou-lhe a influência da madrinha Marisa Letícia, que transmitiu ao marido os elogios que a mãe do promissor advogado vivia fazendo ao filho quando eram vizinhas em São Bernardo. Mas só conseguiu a vaga graças às opiniões sobre o mensalão, emitidas em encontros reservados com emissários do Planalto. Ele sempre soube que Lula não queria indicar um grande jurista. Queria um parceiro de confiança, que o ajudasse a manter em liberdade os bandidos de estimação.

Passados mais de quatro anos, Lewandowski é o líder da bancada governista no STF ─ e  continua tinindo nos cascos, comprovou a  recente entrevista publicada pela Folha. Designado revisor do voto do relator Joaquim Barbosa, aproveitou a amável troca de ideias para comunicar à nação que os mensaleiros não seriam julgados antes de 2013. “Terei que fazer um voto paralelo”, explicou com o ar blasé de quem chupa um Chicabon. “São mais de 130 volumes. São mais de 600 páginas de depoimentos. Tenho que ler volume por volume, porque não posso condenar um cidadão sem ler as provas. Quando eu receber o processo eu vou começar do zero”. Como o relatório de Joaquim Barbosa deveria ficar pronto em março ou abril, como precisaria de seis meses para cumprir a missão, só poderia cloncluir seu voto no fim de 2012. O atraso beneficiaria muitos réus com a prescrição dos crimes, concedeu, mas o que se há de fazer? As leis brasileiras são assim. E assim deve agir um magistrado judicioso.

A conversa fiada foi bruscamente interrompida por Joaquim Barbosa, que estragou o Natal de Lewandowski e piorou o Ano Novo dos mensaleiros com o presente indesejado. Nesta segunda-feira, o ministro entregou ao revisor sem pressa o relatório, concluído no fim de semana, todas as páginas do processo e um lembrete desmoralizante: “Os autos do processo, há mais de quatro anos, estão digitalizados e disponíveis eletronicamente na base de dados do Supremo Tribunal Federal”, lembrou Barboza. Lewandowski, portanto, só vai começar do zero porque quis. De todo modo, o que disse à Folha o obriga a terminar a tarefa no primeiro semestre. Se puder, vai demorar seis meses para formalizar o que já está resolvido há seis anos: vai absolver os chefes da quadrilha por falta de provas.

As sucessivas manobras engendradas para adiar o julgamento confirmam que os pecadores não estão convencidos de que a bancada governista no STF é majoritária. Ficarão menos intranquilos se Cezar Peluso e Ayres Brito, que se aproximam da aposentadoria compulsória, forem substituídos por gente capaz de acreditar que o mensalão não existiu. Para impedir que o STF faça a opção pelo suicídio moral, o Brasil decente deve aprender a lição contida na conversa telefônica de 2007. Já que ficam mais sensatos com a faca no pescoço, os ministros do Supremo devem voltar a sentir a carótida afagada pelo fio da lâmina imaginária.”

sábado, 26 de dezembro de 2015

PREFEITO DE GARANHUNS TEM UM SONHO...




Por Altamir Pinheiro (*)

Perguntas que não querem calar e que vivem azucrinando os ouvidos do público em geral e da sociedade como um todo no que diz respeito ao período de carnaval do ano que vem na cidade de Garanhuns. Daí, indaga-se: Por que o Prefeito Izaías Régis disse NÃO ao 8º Festival de Jazz de Garanhuns?!?!?! O que levou o prefeito de Garanhuns desistir do Festival de Jazz?!?!?!

Eis a estocada dada pelo advogado  Ivan Rodrigues, adversário político do prefeito, porém, um defensor intransigente de sua aldeia: “Por mais extravagante que seja a triste notícia para Garanhuns, NADA ACONTECE POR ACASO e, como na fábula do jabuti, se aconteceu é porque alguém colocou o jabuti na árvore. Não é do meu feitio buscar culpados, mas alguém deve ser responsável pelo ocorrido. Consultei notícias anteriores que já corriam pelas redes sociais e pela imprensa prevendo o inacreditável desastre e começo a me convencer que, como a Pátria Brasileira, Garanhuns é um barco sem rumo, sem planejamento, sem programa e sempre sujeito à voluntariedade dos seus eventuais dirigentes.”; - Tentando dar uma satisfação a sociedade, A assessoria de imprensa do prefeito publicou uma nota com a seguinte alegação: “Pesquisas realizadas pelas secretarias envolvidas, junto à rede hoteleira, ao comércio e o 9º Batalhão da Polícia Militar E POR MEDIDAS DE PRUDÊNCIA E RESPONSABILIDADES chegaram a conclusão que, Com base nessas informações, associadas aos custos de cada evento no ano de 2015, o resultado foi que o evento de maior custo por participante e quem apresentou o menor retorno econômico, foi o Garanhuns Jazz Festival.”; - O Blogueiro Ronaldo Cesar foi lacônico ao afirmar: “Ficou a impressão para todo mundo que a decisão de Garanhuns desistir do Jazz TEM OUTROS MOTIVOS”.

Na mosca!!! Realmente, seu cancelamento tem outros motivos, dentre eles, destaca-se O FESTIVAL VIVA DOMINGUINHOS... Pois bem!!! O ex prefeito Ivo Amaral em suas duas passagens pela prefeitura do município deixou várias marcas de sua fértil administração. No entanto, a que mais se destacou e vai viver pela eternidade é o FESTIVAL DE INVERNO DE GARANHUNS, que foi criado por sugestão do historiador Marcílio Reinaux.

O prefeito de Garanhuns neste seu primeiro mandato tá deixando sua MARCA REGISTRADA como um  administrador "obreiro" ou, como dizem alguns analistas  políticos, "desenvolvimentista". Mas, ele quer mais: Ele pretende conquistar um nível de notoriedade maior e valioso na sua passagem pela prefeitura e quer deixar um legado pelo reconhecimento de uma marca conquistada pelo seu governo e essa marca registrada que é seu grande sonho de consumo que  tanto persegue tem um  nome,  chama-se FESTIVAL VIVA DOMINGUINHOS...

2016, por ser um ano eleitoral e, financeiramente, os municípios estarem sobrevivendo a pão e água, haja vista no plano federal o país está sendo governado por uma pessoa inapta e incompetente, levando o país a um caos econômico generalizado. Portanto, sabidamente, o prefeito Izaías Régis se resguardou, recolheu-se, vai juntar uns “troquinhos” e jogá-los na menina dos seus olhos que é o FESTIVAL VIVA DOMINGUINHOS, através de melhores atrações, cachês mais substanciados para artistas de renomes nacional e consolidar de uma vez por toda a marca de um festival criado por iniciativa dele. Persistente e sonhador, movido pela sua força motriz de empreendedor, mesmo assim, nesse exato momento o prefeito se apercebeu de, há uma hora em que as coisas não cabem dentro do molde como a gente gostaria que fosse, por mais vacilante que este seja, por mais complacente que se mostre, por mais tolerante que se pretenda, porém tem de se puxar o freio de mão e colocar em cena a prudência e responsabilidade. Tal dificuldade ele detectou com bastante serenidade e antecedência, podendo até pagar um preço muito alto pela decisão tomada. Porém, o  tempo se encarregará de resolver tal pendenga. De resto,  bye, bye,  Garanhuns Jazz Festival e que venha o VIVA DOMINGUINHOS...

----------

(*) Administrador do Blog Chumbo Grosso de nossa cidade vizinha, Garanhuns.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

O Chico virou um merda!




Por Zezinho de Caetés

Eu li num dos blogs do nosso Agreste Meridional umas três postagens sobre um episódio de um grupo de pessoas que “ofenderam” o Chico Buarque de Holanda, por motivos políticos. Como era de se esperar, pelas posições políticas do seu editor, eles espinafram os “ofensores” do Chico, deixando o Chico de lado.

Estava, até hoje, procurando uma evidência para saber se o que Lula, meu conterrâneo disse do episódio (para ler a posição do nosso “letrado” e 657 vezes doutor, o Lula, clique aqui) tinha algum fundamento, o que não consigo ver há muito tempo em alguma de suas poucas palavras depois de ficar enredado com polícia.

Então achei, um texto do Blog do Reinaldo Azevedo, com o filme da dita “ofensa” ao nosso bom músico, péssimo escritor e péssimo político, o “filhinho de papai”, Chico da Banda.

E neste dia de Natal, eu o reproduzo abaixo, com filmes e tudo, para vocês concluírem se o Chico é mesmo um merda ou não. Quanto a mim, depois de saber que a Dilma, nossa presidenta incompetenta disse no twitter, tentando defendê-lo: "É preciso respeitar as divergências de opinião. A disputa política é saudável, mas deve ser feita de forma respeitosa, não furiosa." , não tenho a menor dúvida: O Chico é um merda!

Fiquem com o Reinaldo e tirem suas próprias conclusões, e tenham um Feliz Natal.

“Essa gente não quer mesmo que eu tire férias, né? Eita ano que não termina! E que não vai terminar. Só em 2016, com o impeachment de Dilma Rousseff. Que virá! Vamos seguir. Será que Chico Buarque é um merda? Eu vou responder neste texto. Fernando Holiday, do Movimento Brasil Livre, se pronuncia num vídeo.

Está a maior onda na Internet por causa de um pequeno bate-boca — muito menos grave do que gritaram os coelhinhos do Bambi — entre Chico Buarque, acompanhado de alguns amigos bêbados, e um grupo de rapazes que decidiu lhe fazer algumas cobranças políticas. Creio que todo mundo saiba já do que falo. Se não souber, segue aqui.


Volto

Será que Chico Buarque é um merda?

Em primeiro lugar, todos sabem, e o arquivo está aí, não endosso que pessoas sejam abordadas em restaurantes, bares ou lojas em razão de sua posição política — a menos que seja uma manifestação de simpatia, como vive acontecendo comigo, o que me deixa muito feliz. Mais de uma vez, já escrevi aqui e disse na rádio Jovem Pan que quem pretende cassar o direito de o adversário se manifestar é o PT.

Em segundo lugar, o tal “merda” que tanto barulho fez precisa ser devidamente qualificado. Chico trata seus interlocutores com evidente menoscabo e, num dado momento, a exemplo de alguns outros pinguços que estão com ele, manda ver: “Você é um merda!”. Ao que o outro responde: “Eu queria ouvir da sua boca: ‘Você é um merda’ E quem apoia o PT o que é que é?”. E Chico responde: “Um petista!”. E ouve: “É um merda!”.

Embora eu insista que esse tipo de abordagem, ainda que na rua, não me agrada, não há agressividade na fala dos rapazes, mas indignação com as opiniões políticas de um sujeito que usa a fama conquistada na música para fazer política. Logo, se ele colhe reações políticas de seu discurso — não consta que seus interlocutores estivessem ali para contestar os seus trinados —, isso está absolutamente dentro do aceitável, desde que as coisas sejam ditas e expressas de modo civilizado.

E civilizada, convenham, a conversa estava, até que Chico rompe o padrão para, segundo indica o vídeo, chamar o outro de “merda” (1min08s). Sim, ele o fez primeiro.
O filhinho de papai

Em terceiro lugar, destaque-se a arrogância do fidalgo, que começou a vida sendo incensado porque, afinal, era filho de Sérgio Buarque de Holanda, o autor, entre outros, do clássico “Raízes do Brasil”. É nesse livro que Buarque de Holanda, o pai, explica Buarque de Holanda, o filho.

Segundo Sérgio, um dos traços mais característicos da formação do Brasil é o chamado “homem cordial”, aquele que não distingue o espaço público do espaço privado; que usa da condição alcançada ou herdada na esfera privada para impor a sua vontade no espaço público, de sorte que a lei do compadrio se sobrepõe às instituições.

Vejam lá com que sem-cerimônia Chico exige credenciais de seus interlocutores. Diz um dos jovens, aludindo ao fato de que o cantor, de fato, passa a maior parte do tempo em Paris: “Meu pai também está em Paris. É gostoso Paris, né?”. E Chico, com a empáfia do patronato descrito por seu pai: “Rapaz, engraçado, eu não tou te reconhecendo!”. Aí diz o outro: “Você é famoso! Eu não sou!”. Indagado, o interlocutor revela seu sobrenome, e o Chico do Sérgio o repete, com esgar de desprezo. O filho de Sérgio Buarque exige credenciais de quem fala com ele. O pai diria que o comportamento de seu rebento é a cloaca moral do “homem cordial” de “Raízes do Brasil”.

E quer saber a quais “nomes de família” ele dá a graça de suas bobagens. Sai perguntando a cada um. Um barbudo, visivelmente alterado pela consciência etílica, quer saber de “onde” é um dos que conversam com ele. Ao ouvir um “não interessa”, o pançudo grita: “Interessa! De onde cê é?”.

Há outras coisas até divertidas no vídeo. Quando um dos rapazes lembra que Chico mora a maior parte do tempo em Paris, o que é fato, ele diz, em tom de acusação, que o outro é leitor da VEJA.  Digamos que seja. Chico certamente gosta da imprensa de nariz marrom que incensa tudo o que ele produz e escreve, preste ou não.

Nota: ele já fez músicas de alta qualidade, sim. Seus livros, no entanto, são um lixo subliterário, e ele só parou de ganhar Jabutis em penca depois que apontei a patuscada que fazia dele um vencedor que nem precisa disputar. Ele me atacou num artigo. Demonstrei por que seus livros são ruins. Ele enfiou o rabo entre as pernas. Fidalgo! Será que Chico é um merda?

Irresponsável

Chico Buarque, incensado pela imprensa também por suas ignorâncias, é um homem notavelmente autoritário. Sai por aí, se preciso, a espalhar as mentiras mais asquerosas em nome da ideologia. E, como se nota, não gosta de ser cobrado. Escrevi aqui, no dia 16 de setembro, um http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/as-mentiras-asquerosas-de-stedile-e-chico-buarque/ sobre um vídeo que ele gravou com João Pedro Stedile, o chefão do MST, em que ambos sustentam haver um plano de privatização da Petrobras. Vejam:


Fatos:

– Inexiste plano para privatizar a Petrobras — infelizmente!;
– o projeto a que se referem apenas permite que, caso a Petrobras não possa ser sócia de campos de exploração do pré-sal, abra mão dessa primazia;
– o projeto é vital para o pré-sal porque, pela lei atual, se a Petrobras não puder arcar com os 30% que lhe cabe na sociedade, nada se faz.

Mas Stedile e Chico mentem a respeito com o desassombro de que só o esquerdismo e a má-fé são capazes. Será que Chico é um merda?

Trono da empulhação

Chico Buarque quer defender as causas mais estúpidas, violentas e antipopulares, mas acha um absurdo que possa ser cobrado por isso — o que é repetido bovinamente por boa parte da imprensa. Vejam as barbaridades praticadas nas escolas públicas de São Paulo. Por mais que se possa censurar a Secretaria de Educação por não ter sabido expor direito as vantagens da reestruturação, esta era e é necessária. É mentira, pra começo de conversa, que haverá “fechamento” de escolas.

Não obstante, um grupo de 18 ignorantes disfarçados de artistas, liderados por Chico Buarque, produziu um vídeo hediondo, com uma letra idiota, sobre uma causa estúpida. E tudo em defesa das invasões. O autor da enormidade é um tal Dani Black, capaz de escrever barbaridades como:

“A vida deu os muitos anos de estrutura do humano
À procura do que Deus não respondeu
(…)
Ninguém tira o trono do estudar”.

Procurem no arquivo deste blog. Tenho um “IPI” infalível. O que é o IPI? Índice de Picaretagem Intelectual. Sei que estou diante de um picareta sempre que ele transforma verbo em substantivo, um processo que a gramática chama de “derivação imprópria”. Basta que alguém diga algo como “o estudar”, “o brincar”, “o fazer”, “o reivindicar”, e eu logo me desinteresso e olho para o vazio. É que não suporto “o empulhar”.

Sem contar que Dani Black — quem é esse, caramba?! — acha que a busca de Deus nada produziu de positivo para a cultura, talvez nem a “Suma Teológica”… E o tal Dani e os outros 17 imbecis estão certos de que falam em nome da cultura e da educação.

Como prosador, Chico é uma lástima, mas ele já soube produzir boas letras, até ser derrotado por uma “mulher sem orifício” — seja lá o que isso signifique e que não possa eventualmente ser remediado com Citrato de Sildenafila, Tadalafila, chá de catuaba ou reza braba. É claro que o autor da bela música “Soneto” é capaz de reconhecer uma letra ruim — embora seu soneto tenha se atrapalhado um pouco no ritmo, com a irregularidade das tônicas: os versos ora são sáficos, ora são heroicos, ora não são nada. Mas Chico é um letrista, não um poeta, como dizem.

Prepotentes

O dado mais encantador dos nossos artistas “progressistas” é sua alastrante ignorância. Acham que podem se posicionar sobre qualquer assunto que diga respeito à sociedade, expelir regras, posicionar-se, entrar na rinha política, mas se negam a ser cobrados. Quando isso acontece, agem como Chico Buarque: “Seu merda!”.  Ou, pior ainda do que isso, apelam ao famoso “Sabem com quem está falando?”. Ou não foi isso o que Chico fez, mas de modo espelhado: “Quero saber com quem estou falando…”?

Todos sabem que o movimento de invasão das escolas nada tinha a ver com estudantes. Trata-se de uma inciativa liderada pelo PT — particularmente por uma de suas milícias: o MTST, comandado por Guilherme Boulos — , com um claro propósito político, partidário e ideológico. Será que Chico Buarque é um merda?

Abaixo, publico uma edição que o Movimento Brasil Livre fez do vídeo dos ignorantes engajados, com comentário de Fernando Holiday, um dos coordenadores. Volto depois.


Encerro

Holiday chama de “playboys” os que abordaram Chico. É o único pequeno trecho de sua abordagem de que discordo. Nem sei se são. E se forem? Quando “playboys” se opõem à roubalheira, seja a do PT, seja de qualquer outro, acho isso positivo. Prefiro esses aos playboys e, sobretudo, “playmen” que passaram a puxar o saco do PT para ter o privilégio do Bolsa Juros, do Bolsa Subsídio, do Bolsa Desoneração, do Bolsa BNDES, do Bolsa Rico…

Chico Buarque, que jamais fez uma mísera crítica a ditaduras de esquerda, tornou-se uma das faces visíveis da justificação de um governo criminoso. Do alto de sua sapiência, diz que, se seus interlocutores acham o PT bandido, ele, Chico, acha “o PSDB bandido”. Tem o direito de achar. Mas também tem o dever de apontar onde está ou esteve o banditismo. Não duvido que haja ou tenha havido bandidos no PSDB e em qualquer legenda. A questão está em definir quando a bandidagem se torna um sistema de governo.

É possível que ainda volte ao assunto. Dito isso tudo, acho que vocês já têm mais elementos para responder: será que Chico Buarque é um merda?

Ele deixou claro, de modo arrogante, que nem sabia com quem estava falando. Mas nós sabemos muito bem com quem estamos falando.

Ademais, o mais laureado, nem importa se justa ou injustamente, dos ditos “artistas brasileiros” deveria é se envergonhar de apelar a coisas como a Lei Rouanet para divulgar a sua obra. O subsídio — porque é disso que se trata — à obra de Chico, ora vejam, poderia virar remédio ou leitos nos hospitais do Rio — não na Zona Sul, onde ele solta seus trinados.

Chico, em suma, é o homem que seu pai lastimou em “Raízes do Brasil”.

Será que Chico Buarque é um merda?”

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Tenham um Feliz Natal, se puderem...




Por Lucinha Peixoto (*)

Eu disse que estava escrevendo sobre o Natal e estava mesmo. Fui interrompida pelo Sr. Ccsta e pelo Xico Pitomba, que não respeitam nem o natal dos outros, já que eles mesmos não o tem. Agora vou tentar fazê-lo sem muita certeza de quando o poderei publicar.

Quando escolho um tema para escrever, primeiro vejo minha experiência pessoal e de preferência me reporto ao meu querido Bom Conselho onde passei bons natais em minha vida. Desde tenra infância, quando o principal parque de diversão era na Praça Lívio Machado e constava apenas dos barcos e dos “trivolins” como chamávamos aos carrosséis, tão pobrezinhos, coitadinhos.

Mas, a principal diversão não era esta de parque, que também tinha a “onda”, que era uma espécie de círculo com cadeiras que girava em torno de um mastro e fazia-nos subir e descer, mas sim as rodadas na Pedro II, e as brincadeiras com as colegas na própria praça.

Não me lembro de Papai Noel por lá nesta época. E só agora lendo o texto da Tereza Halliday, que li no Diário de Pernambuco,  e que transcrevo abaixo, onde ela questiona sobre o que tem o natal a ver com Jesus. O Papai Noel segundo ela foi uma invenção da Coca-Cola. Morrendo e aprendendo, como já dizia o mosquito da dengue que não quis fugir do fumacê. E ainda falam dos americanos. Nós, para quem hoje é Deus no céu e Papai Noel na terra, falamos deles com desprezo, quando inventamos esta onda de que “o que é bom para os Estados Unidos não é bom para o Brasil” , quando dizíamos o contrário antes e hoje apenas sabemos os imitar.

Os nossos heróis são o Macunaíma e o Saci-Pererê, e falamos do Super Homem porque ele é americano. É o nosso velho complexo de vira-lata. Nos sentimos bem em falar mal do que é correto porque não podemos sê-lo, e quando já estávamos conseguindo, vem o governo Lula e finge que somos um país grande e que já podemos competir com o mundo. Esquecemos nossos problemas, todos resolvidos pela ascensão ao mercado de consumo de 28 milhões de pessoas, que antes não sabiam que Papai Noel existia e agora sabem. Se a crise continuar, eles irão odiar o Lula Noel, pois querem o Papai Noel e não o terão no próximo natal.

Vejo que estou muito pessimista, e não era para menos. Esta semana não pude ser o que normalmente sou, uma otimista. Comecei dizendo que o Brasil não é sustentável com o que aí está, me defendi dos meus perseguidores e venho escrever sobre o Natal. O que vocês queriam? Que eu começasse cantando “Gingobel”? O melhor que faço para não continuar tornando pessimistas aqueles que me lêem, é deixar vocês lerem alguém que transmita mais otimismo do que eu. Fiquem com a Tereza Halliday e tenham um Feliz Natal, se puderem. Enquanto isto eu fico aqui tentando um “sinalzinho” da rede para publicar isto.         

“O dicionário registra duas acepções para o verbete “natal”: adjetivo derivado de nascimento, como na expressão “acompanhamento pré-natal”, envolvendo as gestantes; e substantivo masculino designando a festa religiosa dos cristãos, para celebrar o nascimento de Jesus, seu mestre, Deus encarnado e Salvador. Falta dicionarizar um terceiro significado do termo: Natal - evento de consumo e encontros sociais manifestado por copiosas compras de objetos, comidas, bebidas e reuniões de confraternização; beneficia-se do sincretismo com a celebração religiosa do mesmo nome.

Esse Natal nada tem a ver com Jesus, o do Sermão da Montanha. Deveria ser chamado Natal Social ou Natal Consumal. É festa laica, profana, tingida de sentimentos de solidariedade sazonal e desejos de ganhar presentes, inculcados desde cedo nas crianças. Sua ocorrência produz marcantes efeitos comerciais e psicossociais. Seus promotores e participantes (quase todos nós) vestem a camisa da comemoração do aniversário de Jesus e apropriam-se de símbolos ligados às tradições festivas dos cristãos: o presépio, as canções para enternecer, a árvore de Natal, os Três Reis Magos, o personagem de marketing Papai Noel, criado pela Coca-Cola em meados dos século XX - caricatura do lendário bispo Nicolau (anos 270 - 343) de Myra, Turquia, que teria sido um presenteador secreto de dinheiro aos necessitados.

No Natal Social, muitos sofrem quando não podem comprar roupa nova, pintar a casa, estar acompanhados, corresponder ao modelo de felicidade natalina proposto por marqueteiros e mídia. Também é o tempo de ser pressionado a ajudar os de renda mais baixa a descolar “as festas”, em caixinhas com fendas para o donativo, envelopes de entregadores de jornais e listas de funcionários de condomínio. Argumentos induzindo à solidariedade ou ao sentimento de culpa são usados por pessoas físicas e jurídicas nesta época. Mas os paupérrimos também precisam de comida nos dias que não são “de Natal”.

 O Natal festa do aniversário de Jesus, que se convencionou celebrar a 25 de dezembro, oferece grande oportunidade aos que aceitam a sua mensagem de Paz, Simplicidade e Perdão: refletir sobre a imensa responsabilidade de ser cristão, caso queira sê-lo de verdade. O Natal Social, evento de consumo e de contatos, plenifica-se nas estatísticas do aumento de vendas e endividamento. É azáfama, excesso de agitação, escassez de paz. Busca encher o vazio com muita luz, cor e som. No sincretismo das duas festas homônimas, há que estar consciente das diferenças fundamentais entre elas. E, já que são duas, desejemos com benevolência: Felizes Natais!”

------------

(*) Em tempos de não muita produção para o blog sempre me valho dos amigos para que nossos leitores tenha sempre uma boa leitura diária. Desta vez minha vítima é a amiga Lucinha Peixoto, de quem reproduzo um texto que saiu originalmente no seu Blog em 23 de dezembro de 2011 (aqui). Lucinha é sempre uma leitura agradável, e com ela já desejo um Feliz Natal para todos. (Zé Carlos).

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Um Feliz Natal, com Nelson Barbosa, o Breve





Por Zezinho de Caetés

Também estou de recesso, mas, é impossível ficar calado diante das baboseiras que aprontam nossos políticos, nesta época em que o impeachment iria tomar o lugar do Natal e o nosso STF não deixou.

Ontem li a coluna do Zé Carlos, e só me restou fazer o que ele faz no texto: Rir, e rir muito. E para não ficar para trás eu os deixo com um importante escrito da Mirian Leitão (“A dúvida continua” – 22/12/2015 – O Globo), onde ela disseca o novo Ministro da Fazenda e suas dúvidas a respeito da combalida economia brasileira, depois de Levy, o Caído, deixar o cargo com aquele seu eterno sorriso de Mona Lisa arrependida.

Todos sabemos que o Nelson Barbosa é o novo pau mandado da Dilma, nossa presidenta incompetenta, e que agora só pensa naquilo: Se livrar do impeachment. E, o que nos alegra, aqueles que queremos vê-la pelas costas, é que com a situação econômica que se apresenta, ela não resistirá muito. O ótimo seria que ela aplicasse em si suas próprias palavras quando diz que devemos pensar mais no Brasil e menos em nós mesmos, e renunciasse logo ao cargo. Certamente, o país voltaria a ter confiança e sairíamos mais rápido da crise.

Mas, sonhar não é para economistas. Teremos que adentrar 2016 ainda carregando este peso morto, que é o poste que meu conterrâneo o Lula nos legou. Este, por sinal, agora só nos tem a dizer uma coisa, o seu silêncio, porque se falar alguma coisa a Lava Jato o pega de jeito. Tem que ficar dizendo o que sempre disse: Eu não sabia...

Mas, neste quase Natal, deixo-lhes com a Mirian Leitão, que detalha as dúvidas nossas e do Barbosa, que esperamos seja Barbosa, o Breve. Se não voltar aqui antes, em algum impulso verbal, Feliz Natal para todos e todas.

“O ministro Nelson Barbosa disse o que o mercado queria ouvir e mesmo assim a desconfiança permaneceu. Este é o primeiro desafio: vencer a dúvida dos investidores sobre o compromisso dele com o que fala e sobre a capacidade do governo de tornar realidade o que está prometendo. Em parte porque tudo o que ele promete depende de um Congresso convulsionado.

Barbosa disse que vai perseguir a meta de superávit primário que foi estabelecida pelo Congresso. Sem descontos, portanto. Ele sempre defendeu que uma série de despesas não entrasse na conta para se calcular o superávit, o que torna o número um engano. Ele perdeu a briga no Congresso, e disse que assim será feito.

— O principal gasto primário da União é a Previdência, por isso o governo enviará ao Congresso no começo do ano uma nova reforma focando na questão da idade mínima —, me disse o ministro.

A mesma afirmação ele fez na teleconferência com o mercado ontem, ao meio dia. Repetiu desde que foi escolhido que o país precisa de reformas para reduzir a despesa obrigatória, e que este é o caminho pelo qual pode avançar o ajuste fiscal daqui para a frente.

Mas para fazer reformas é preciso convicção do governante e isto não tem. Tanto não tem que a presidente Dilma está indo para o sexto ano de mandato e não fez reformas. Quando ela fala, como fez ontem na reunião do Mercosul, continua defendendo uma visão delirante do que está se passando na economia. Para reformas, é preciso também que o partido do governo apoie o projeto do governo. Não há este apoio. Pelo contrário, o PT acha que essa agenda é conservadora e neo-liberal. Terceiro, é preciso que o governante tenha capacidade de articular a sua base de apoio, e se a presidente conseguir essa articulação será para salvar a própria pele e não para defender reformas impopulares.

O ministro Nelson Barbosa tem várias tarefas pela frente. Todas difíceis. Uma delas é urgente. Terá que pagar R$ 57 bilhões de pedaladas, para ficar em dia com o TCU e enfraquecer o argumento pró-impeachment. Todas as opções que Nelson Barbosa analisou neste fim de semana têm problemas. Uma das ideias é emitir títulos da dívida, aumentar o endividamento, para pagar os débitos com o FGTS, Banco do Brasil, BNDES e Caixa. Outra é sacar da conta única do Tesouro, mas para isso será preciso uma ação coordenada com o Banco Central.

— É preciso esterilizar isso para não ampliar a base monetária —, disse.

A terceira hipótese em estudo não resolve todos os problemas, apenas o do BNDES, porque é a antecipação de pagamento do banco ao Tesouro. Os contratos com o BNDES, explicou o ministro, admitem o pagamento antecipado.

Depois de passar o fim de semana em reuniões com as equipes dos dois ministérios, Nelson Barbosa disse que seu programa será pagar as dívidas com os bancos públicos (“pedaladas”) até o fim de 2015, e em 2016 trabalhar para reequilibrar as contas públicas e retomar investimento. Isso é fácil de dizer e difícil de executar.

Como reequilibrar as contas públicas que estão com um déficit nominal de 9% do PIB e que fecha há dois anos com déficit primário? Mesmo no bom cenário, atingir a meta de 0,5% do PIB de superávit primário dependerá de medidas aprovadas no Congresso, entre elas a detestada CPMF que terá que estar sancionada até maio ou junho para ser recolhida a partir de setembro.

O equilíbrio de curto prazo e o ajuste de médio e longo prazos dependerão de um Congresso que passará os próximos meses envolvido com o debate sobre impeachment da presidente Dilma. O ano de 2016 será, além de tudo, um período eleitoral em que os prefeitos das bases onde os deputados são eleitos estarão sendo escolhidos. Tudo parece excessivamente difícil.


E se tudo fosse possível, ainda assim as dúvidas permaneceriam porque o governo que fez o desajuste, e que permanece convencido de que está certo, não fará o ajuste. Ontem, em Assunção, o pior momento da presidente Dilma nem foi o de chamar o povo paraguaio de uruguaio, mas o de voltar a dizer que seu governo manteve o crescimento e o emprego e que só pela demora do crescimento mundial, e pela queda das commodities, é que está em crise. Quem não tem bom diagnóstico não terá a receita para enfrentar a doença.”

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

A semana - A mais completa do ano em termos de humor




Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk.

Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk  ...kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk.

Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk    kkkkk kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk   kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk .... kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk   kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk.

Kkkkkkkkkkkkkkkkkkk.... kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk, kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk   kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk   kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk!

Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk.kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk.  kkkkkkkkkkkkk.

Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk,   kkkkkkkkkkkkkkkkkkk;  kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk.

Agora fiquem com o resumo da semana, feitos pelos produtores do vídeo do UOL, abaixo apresentado. E tenham um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo.

“Está foi uma semana azarenta para o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O "japonês da Federal" fez uma visita inesperada em sua casa, Janot pediu ao Supremo que a cassação da presidência da casa e o STF ainda "mitou" rejeitando os ritos planejados por Cunha para o Impeachment de Dilma Rousseff.”


segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Os dez princípios do Liberalismo Clássico




I. Liberdade

O número um é que a liberdade é o valor político fundamental. Temos muitos valores políticos, porque nos importamos com a família, com a religião. Mas quando a questão é uma decisão política sobre o que o governo deve fazer, liberais clássicos tem um padrão claro de raciocínio: isto aumenta ou diminui a liberdade do indivíduo? O governo deve agir somente para prevenir danos a terceiros.

II. Individualismo

Segundo princípio, individualismo. Sustentar que o indivíduo é mais importante do que o coletivo. Não devemos sacrificar os interesses dos indivíduos por aquilo que algumas pessoas chamam de “o bem comum”, que é o centro das atenções do comunismo e do fascismo para os quais o indivíduo não importa. Todo indivíduo importa e todo indivíduo merece respeito.

III. Ceticismo quanto ao Poder

Poder é a habilidade de fazer outras pessoas fazerem o que você quer, e que de outro modo elas não fariam. O governo, por exemplo,  frequentemente afirma que “estamos forçando você a fazer isso porque é do seu próprio interesse fazê-lo”. Mas, estamos cientes de que quando pessoas no poder fazem isto, é porque é benéfico para elas mesmas. Liberais clássicos acreditam que a melhor pessoa para satisfazer os interesses dos indivíduos é o próprio indivíduo. Podemos recomendar coisas, mas no final das contas é o indivíduo quem deve decidir pelos seus próprios interesses. Outras pessoas não deveriam forçá-lo a fazer coisas que ele não quer.

IV. Império da Lei

Esta é a idéia de que há alguns princípios fundamentais pelos quais devemos examinar o que o governo faz, as ações do governo. Algo que, por exemplo, a Suprema Corte às vezes burla quando cria certas legislações e passa para o Presidente ratificar, porque seu conteúdo vai contra certos princípios incorporados à Constituição. Liberais clássicos acreditam que os princípios do império da lei devem ser aplicados a tudo que o governo faz em qualquer lugar do mundo.

Um exemplo é a igualdade perante a lei. As pessoas devem ser tratadas da mesma maneira, independente de sua raça, gênero, religião, classe social ou orientação sexual. É por isso que liberais clássicos sempre opuseram-se à idéia de que as leis devem tratar brancos e negros de maneira distinta.

V. Sociedade Civil

A sociedade civil é composta daquelas organizações voluntárias que estão entre o indivíduo e o Estado. Liberais clássicos acreditam que a maioria dos problemas sociais podem ser resolvidos mais efetivamente através destas associações voluntárias, como a família, a igreja, as instituições de caridade. Por que elas tem o conhecimento sobre os indivíduos com as quais elas lidam. A sociedade civil é muito mais eficiente do que as burocracias do governo e regras inflexíveis que não podem se adaptar de acordo com as circunstâncias individuais das pessoas. Então a sociedade civil pode fazer a maior parte das coisas que hoje queremos que o Welfare State faça.

VI. Ordem Espontânea

Ordem significa a existência de uma regularidade e previsibilidade no mundo. Quando pessoas estão tomando decisões sobre o que fazer elas precisam saber que tipo de resultados podem emergir destas decisões. Algumas pessoas parecem entender que a ordem requer algumas instituições, alguém para manipular e organizar as coisas. Liberais clássicos não acreditam nisso. Eles acreditam que a ordem pode emergir espontaneamente. As pessoas, através de sua interação voluntária, criam as regras pelas quais elas convivem.

Um exemplo clássico é a língua. Ninguém inventou a língua portuguesa, ela surgiu conforme as pessoas comunicavam-se umas com as outras, e as suas regras foram criadas neste processo.

Não precisamos de outras pessoas para planejar as nossas vidas.

VII. Livre mercado

O comércio, os negócios, devem ser deixados para as atividades voluntárias entre indivíduos. O governo não deve dizer às pessoas onde trabalhar, o que vender, quanto gastar, o que construir. Isto deve ser deixado por conta das interações voluntárias entre as pessoas. A propriedade privada permite isso.

Também é necessário garantir que quando há disputas elas possam ser resolvidas pacificamente.

Como nos mostra a história, quando se deixa a Economia na mão de mercados livres em vez de organização ou planificação estatal, a prosperidade aumenta, a pobreza diminui e aumenta também a produção de bens que as pessoas querem consumir.

VIII. Tolerância

Tolerância é a crença de que não se deve intervir em coisas que desaprovamos. Tolerância não significa permitir as pessoas fazer coisas porque concordamos com elas ou porque achamos que é bom. É uma questão de certos princípios morais: “eu penso que isto é errado, mas não vou forçar as minhas opiniões sobre você”. Por exemplo, não forçar sua opinião através do aparato estatal para forçar pessoas a parar de fazer algo só porque você desaprova.

Um caso clássico é o da liberdade de expressão. Pessoas devem ter a permissão de dizer coisas que desaprovamos. Tolerar coisas, mesmo as que desgostamos e desaprovamos.

IX. Paz

Paz é o estado no qual podemos conduzir nossas vidas e nossos interesses sem violência ou guerra. De acordo com os liberis clássicos, isto é mais facilmente obtido sem interferir em outros países. E é por isso que eles favorecem uma política externa de não-intervenção, aderindo à proposta de uma maior interação entre nações e às chamadas quatro liberdades. Deve haver livre movimentação de capital, trabalho, pessoas, bens e serviços e também a livre movimentação de idéias. Se tivermos um mundo onde a livre movimentação seja um valor respeitado,  os liberais clássicos acreditam que este será um mundo de paz.


X. Governo Limitado

Há bem poucas coisas que o governo deveria fazer. O objetivo do governo é simplesmente proteger a vida, a liberdade e a propriedade. Qualquer coisa além disso não é justificável. O governo deve ser estritamente limitado.

Então, se você acredita nestes dez princípios, você é um liberal clássico.

-------------

(*)  Tradução e adaptação por Renan Felipe dos Santos do vídeo de Nigel Ashford para o LearnLiberty.org, disponível aqui.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

MEMORIALISTA


Zé Milton Correntão


Por José Antonio Taveira Belo / Zetinho


Tenho grande admiração pelos memorialistas. São pessoas de grande qualidade intelectual que cultua em mente os fatos acontecidos. Guarda e recorda os fatos, pessoas, na mente e nos apontamentos em cadernos. Tudo que acontece são registrados e guardados com esmero carinho. Nada lhe escapa tudo finalmente são anotados. São pessoas qualificadas para relembrar as datas, meses e anos de acontecimentos na comunidade que passa despercebido por muitos. Essas pessoas sempre estão atento o que ocorre no meio de onde ele vive. Observa, colhe e registra tudo que acontece ao seu redor. É um estudioso. È meticuloso no que se fala e nos comentários de pessoas que estiveram presente no dia a dia da cidade. E, vai mais além cultua na mente os fatos acontecidos no mundo. É um computador ambulante.  Não tem a tecla de “delete”. Tenho grande respeito e simpatia por estas pessoas, repito. São pessoas notáveis. São pessoas admiráveis.  Em cada cidade, tem pessoas deste quilate que recordam o tempo e a vivencia dos nativos que deram origem a localidade. Em nosso Bom Conselho, temos sempre pessoas capazes de recordar os anos passados e guardar os acontecimentos presente no seu caderno de apontamentos, às vezes até rasurados. Muitos já usados e envelhecidos pelo tempo. Tem consigo fotografias de pessoas da sociedade, políticos, religiosos, casarões, ruas, avenidas, praças, igrejas, escolas, ginásios, recortes de jornais e revistas, livros, flamulas, e tantos outros objetos que lhe servem para recordar aqueles esquecidos fatos ocorridos há anos atrás.  São pessoas dedicadas neste trabalho de relatar e reviver este tempo agradáveis e às vezes tristes. Tenho acompanhado um destes memorialistas notáveis nas paginas da nossa GAZETA – Zé Milton Correntão – filho da terra que abre o baú e retira acontecimentos que lembram o passado de muitos conterrâneos. São lembranças da meninice e adolescência e até da fase adulta, das brincadeiras infantis, passeios, bailes, desfiles escolares, salas de aulas, serenatas, fofocas nas praças e uma imensidão de fatos acontecidos. Relembram os nomes dos protagonistas destas festanças, nome por nome, os locais, mês, anos e assim por diante. O Zé Milton Correntão é um memorialista autentico, pois revela o seu talento quando divulga com precisão os acontecimentos ocorridos em Bom Conselho, daquelas pessoas que estiveram presente na sua vida e da comunidade.    Percebemos claramente que o narrador faz o uso da linguagem poética como ascese, uma busca do seu mundo ontológico e dialógico, significando e situando a memória dentro do seu próprio texto memorialístico: A memória dos que envelhecem (e que transmite aos filhos, aos sobrinhos, aos netos, a lembrança dos pequenos fatos que tecem a vida de cada indivíduo e do grupo com ele estabelece contatos, correlações, aproximações, antagonismos, afeições, repulsas e ódios) é o elemento básico na construção da tradição familiar. Esse folclore jorra e vai vivendo do contato do moço com o velho – porque só este sabe que existiu em determinada ocasião o indivíduo cujo conhecimento pessoal não valia nada, mas cuja evocação é uma esmagadora oportunidade poética. e vice-versa, onde o profundo e a superfície interagem para compor o ato de criação. É diferente da tentativa de escrita (auto) biográfica, quando se pretende escrevê-la unicamente como registro e “ilusão” histórica, como se a existência humana e a memória ou até mesmo os documentos dessa existência fossem lineares. Por sua vez a escrita memorialista se lança às reminiscências para também relatar fatos de outrora. E isso pode ser vivido e lembrado através da literatura, num constante olhar “pela primeira vez tudo que foi visto antes”. Ao narrar, estamos sempre no entorno e no centro, pois o sujeito que narra não conta a história de si mesmo sem narrar à história dos que viveram com ele, dos que lutaram com ele, dos que caíram com ele, dos que foram silenciados com ele, dos que voltaram a falar com e através dele. Zé Milton Correntão é um deste seres humano que tem guardado consigo um memorável senso de expor aquilo que já se passou que ficou na lembrança de muitos de nós. Gosto de ler os seus os comentários e exercendo esta leitura me leva também a Bom Conselho do seu tempo.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

O rito do impeachment




POR MERVAL PEREIRA
(*)
Tudo indica que o Supremo Tribunal Federal vai adotar o rito já utilizado para o impeachment do então presidente Fernando Collor em 1992 para o caso presente, definição a ser tomada amanhã, o que parece razoável diante da experiência que já temos do assunto. Na ocasião, houve também a judicialização da questão do Supremo.
 Há dois pontos polêmicos, porém, a serem esclarecidos, e que exigirão dos ministros atuais do STF reavaliações: o que pede a anulação da eleição da Câmara dos Deputados para a formação da comissão especial que analisará o impeachment, que elegeu por voto secreto uma chapa dissidente, e a possibilidade de o Senado não aceitar liminarmente o processo aprovado na Câmara.
A Comissão Especial da Câmara em 1992 foi eleita por voto secreto, e a tese por trás dessa decisão, que também prevaleceu no momento atual, é que uma eleição deve ser feita secretamente, como acontece em todas as que se realizam no Congresso, para a escolha dos presidentes das Casas e a formação da Mesa Diretora.
 As decisões que devem ser tomadas por voto aberto são as que dependem de uma votação, exceto nos casos em que a Constituição prevê o voto fechado para proteger o parlamentar de pressões externas.
O que é diferente hoje é que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, contagia todas as suas decisões com as manobras que organiza, e está sendo contestada a aceitação de uma chapa alternativa àquela escolhida pelos líderes partidários. Essa, no entanto, é uma questão interna da Câmara e não deveria ter a interferência do Supremo, pois não se trata de uma questão constitucional.
Outra questão a ser definida pelo Supremo é o papel das duas Casas do Congresso no processo de impeachment. Utilizando a experiência de 1992, o presidente do Senado, Renan Calheiros, reivindica a possibilidade de o Senado rejeitar liminarmente a decisão da Câmara, apesar de o artigo 86 ser muito claro a esse respeito: “Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da Câmara dos Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade”.
Calheiros alega que o “STF reconheceu que a Constituição da República de 1988 modificou as atribuições até então distribuídas entre as Casas Legislativas no procedimento de impeachment, transferindo a atribuição de processar para o Senado Federal, e incluindo nesta competência até mesmo o recebimento (ou não) da denúncia popular”.
De fato, essa interpretação saiu vencedora na discussão de um mandado de segurança no processo de impeachment de Collor, embora não tenha sido objeto de questionamento, pois foi abordada quando se tratava da reivindicação da defesa de Collor para que o voto sobre o impeachment fosse secreto na Câmara.
Prevaleceu a tese de que o voto deveria ser aberto, pois a legislação de 1950 fala em “voto nominal”, mas os ministros abordaram o papel do Senado no processo, definindo que a acusação somente se materializará “com a instauração do processo, no Senado. Neste é que a denúncia será recebida, ou não, dado que, na Câmara ocorre, apenas, a admissibilidade da acusação”.
Essa interpretação parece a alguns juristas, inclusive a ministros atuais do STF, bem como o ex-presidente do STF Ayres Britto, um passo além dado naquela ocasião pelo Supremo, que decidiu que o Senado “processará e julgará” o impeachment, estando entendida no “processo” a possibilidade de não aceitar a decisão da Câmara, e não apenas a simples instauração do processo em si.
Outros ministros do STF entendem que o Senado não pode ser apenas uma Casa carimbadora das decisões da Câmara e deve analisar a questão como um contrapeso à Câmara. Há, no entanto, uma questão política sobre o comportamento dos Deputados na Câmara que terá que ser levada em conta pelos atuais ministros do Supremo.
Se os Deputados tiverem dúvida sobre o comportamento inicial do Senado (poderá negar as instauração?), será que irão se expor, em voto aberto, contra o Governo?  E a eventual, mas previsível, retaliação que o Governo poderá fazer contra os que aprovarem a acusação na Câmara não pesará quando da votação?
Essa é a questão que os atuais ministros do Supremo Tribunal Federal terão que enfrentar, mudando talvez algum ponto da interpretação do Supremo de 1992, quando havia um amplo consenso político a favor do impeachment de Collor, e a possibilidade de retaliação não existia. São momentos políticos distintos que exigem avaliações diferentes.
-----------
(*) Estamos em quase recesso. Mas, a AGD procurará, na medida do possível, postar coiss que sejam úteis para informação de nossos leitores. Aos nossos colaboradores avisamos que não nos deixam de enviar suas matérias, porém, se elas não saírem em tempo hábil, é porque o administrador não tem meios de fazê-los. Todavia, se compromete a publicá-los logo seja possível. (Administrador da AGD).