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segunda-feira, 27 de julho de 2015

A semana - O Lula às portas da Papuda, o PT no segundo "volume morto" e a Dança da Mandioca




Por Zé Carlos

Nos estertores da semana passada o nosso Renan Calheiros gastou nosso dinheirinho para  falar durante 17 minutos na TV Senado e, entre outras coisas, dizer:

“Estamos na escuridão, assistindo a um filme de terror sem fim e precisamos de uma luz indicando que o horror terá fim. O país pede isso todos os dias.”

Eu não sei se ele estava sendo cínico ou profético, mas, ele estava certo. Bastou a semana começar prá valer que comprovamos isto.

Logo em seu início veio a notícia (que destoa de toda a história do país, na qual, cadeia era só para os três “ppp”, sendo o “p” do meio, de “pobres” e os outros dois de classes protegidas pela nossa legislação ou pelos nossos costumes) de que cadeia parece que é também para ricos empresários. No Brasil não havia nada que pudesse ser capaz de abalar a reputação de uma eminência empresarial. E, o juiz Sérgio Moro prendeu um presidente, um vice-presidente e um presidente do Conselho de Administração da Camargo Corrêa, uma empresa que não é das menores do país, como a Petrobrás, depois do petrolão. Então, os brasileiros, estupefatos, viram que estes senhores poderiam ser capazes de praticar corrupção, lavar dinheiro e participar de organização criminosa. Se vivêssemos no passado (será que já o superamos mesmo?), eu aconselharia o Sérgio Moro a se cuidar, pois Segundo o Renan, nosso país está em pleno “Halloween”, sim, aquela festa anglo-saxônica que tentamos agora importar, onde o destaque é o terror.

Pensam que terminou a semana de pesadelos? Nem começou! Ela continuou firme e forte, ferindo fundo 2 de nossos colaboradores e que a ainda habitam o mundo politico: Lula e Dilma. Pois vejam vocês, que a população brasileira, de acordo com uma pesquisa do CNT/MDA, teve como resumo os seguintes resultados:

- Sete em cada dez brasileiros desaprovam o governo Dilma e quase 8 em cada dez desaprovam a performance de Dilma como governante;

- Quase 7 em cada 10 brasileiros que acompanham o noticiário sobre a Operação Lava Jato consideram Dilma culpada pela corrupção. E Lula também;

 - Seis em cada 10 brasileiros acham que o ajuste fiscal não fará bem à economia;

-  Pouco mais de 8 em cada 10 brasileiros pensam que Dilma não está sabendo lidar com a crise econômica;

- Para 7 brasileiros em cada 10, o custo de vida vai aumentar ou vai aumentar muito;

- Para quase 6 brasileiros em cada 10, a situação do emprego vai piorar nos próximos seis meses,

- Metade dos brasileiros está com medo de ficar desempregada;

- Pouco mais de 6 em cada 10 querem o impeachment de Dilma;

E, o pior de tudo, pelo menos para Lula, que só pensa naquilo:

- Se as eleições em segundo turno fossem hoje, Lula perderia para qualquer um dos atuais aspirantes à candidato pelo PSDB – Aécio Neves, Geraldo Alckmin e José Serra.

Eu diria que, pela situação política, se Zé Bebinho, grande membro da comunidade de nossa querida Bom Conselho, entrasse na pesquisa, também ganharia do Lula, no segundo turno e olhem lá que do Alckmin, que está matando São Paulo de sede, ele ganharia no primeiro.

Então, tocou terror no PT. Já dizem que o Lula quer conversar com Fernando Henrique. Eu imagino o que uma conversa destas poderia gerar de bom para o país. Afinal de contas as únicas coisas que o Lula tem mais do o FHC são a barba e os títulos de doutor. Um tem apenas 1 e o outro tem 637, e parece que vem mais, se ele for reeleito em 2018, que é o que o Lula pretende. Com tantos títulos juntos, quem sabe, não sobraria para a Dilma alguma sugestão que fosse boa para o Brasil. Como sabemos, até agora ela só fez bobagem e humor para nossa coluna.

E já aproveitando o ensejo que toquei no nome dos dois, Lula e Dilma, vi na mídia que eles trocaram abraços e beijos no Dia do Amigo, que dizem, se passou no dia 20 deste mês. Depois que o Lula disse que ambos estavam no “volume morto”, foi a primeira vez que se encontraram. Deve ter sido coisa de horror mesmo. O Renan está certo, como pode se ver. E pelo jeito não conseguiram ressuscitar o “volume morto”, pelo menos, para a pesquisa acima citada.

E foi o FHC que esteve no noticiário político da semana, tanto pelo encontro, que não houve, com o Lula, quanto pela insistência de Dilma em se comparar a ele. Vejam que, depois de ser pegada pedalando com as verbas pública, e ser questionada pelo TCU, sua principal linha de defesa é que até o FHC já fez isto. Ou seja, improbidade seria uma característica inerente aos presidentes, no Brasil. E, pasmem, a sua proposta é de que “daqui prá frente tudo vai ser diferente”. Não é uma pândega, essa Dilma. Tem que vir logo em tempo integral para esta coluna.

Sei que vocês já estão indagando se nesta semana só tem baixaria mesmo. Eu respondo que ainda tem mais, e preparem o riso, mesmo que “negro”, que é aquele que agente pratica quando sabe que é o Zé de Abreu que vai apresentar o programa do PT no dia 6 de agosto. Eu rio, mas também choro, porque vou ter que comprar panelas aqui em São Paulo. Esqueci de trazer as, já muito utilizadas, de Recife. E tem mais ainda, porque estas notícias todas vieram antes de sábado, isto é, antes da chegada da Revista Veja às bancas. Realmente, é um terror para os petistas e lulistas de carteirinha. É um verdadeiro pesadelo.

Antes de abordar o que vem na revista semanal mais odiada pelo PT, tenho que colocar um pouco de humor que vem de um “stand up” de Lula, feito na sexta-feira no Sindicato dos Bancários do ABC, aqui em São Paulo, de onde escrevo, e se soubesse teria comparecido ao tão hilário evento. Com a palavra o Lula, e o riso é livre:

“Estou cansado de agressões à primeira mulher que governa esse país, de ver o tipo de perseguição que tentam fazer às esquerdas nesse País.”

Quando a plateia lembrou que ele disse que nossa musa inspiradora, a Dilma, estava com ele no “volume morto”, o riso foi geral, amplo e irrestrito. Mas, antes que alguns levantassem do chão bolando de rir, ele atacou outra vez:

“Tenho a impressão de que. muitas vezes. a gente vê na televisão e parece os nazistas criminalizando o povo judeu. Parece os romanos criminalizando os cristãos, parece os fascistas criminalizando o povo italiano, parece tantas outras perseguições.”

Então não houve jeito. Os enfermeiros de plantão tiveram que entrar em cena para socorrer alguns que já desmaiavam pelo excesso de riso. Eu, mesmo sorrindo, pelas esdrúxulas comparações, fico pensando apenas que a capacidade de Lula nos fazer rir vem do excesso de títulos de Doutor Honoris Causa, mas, me contive, porque tem muito mais. É o reino do humor negro. Vejam o que diz uma reportagem de Veja desta semana, apenas no comecinho:

"Amigo e confidente de Lula, o ex-presidente da construtora OAS Léo Pinheiro autorizou seus advogados a negociar com o Ministério Público Federal um acordo de colaboração. As conversas estão em curso e o cardápio sobre a mesa. Com medo de voltar à cadeia, depois de passar seis meses preso em Curitiba, Pinheiro prometeu fornecer provas de que Lula patrocinou o esquema de corrupção na Petrobras, exatamente como afirmara o doleiro Alberto Youssef em depoimento no ano passado. O executivo da OAS se dispôs a explicar como o ex-presidente se beneficiou fartamente da farra do dinheiro público roubado da Petrobras."

Se isto realmente acontecer, não tem jeito. Esta coluna só melhorará com as piadas do Lula, a partir da Papuda (ou seria uma prisão paulista, onde, prometo, irei visitá-lo?), com todo tempo do mundo. Já dizem até, que, com esta delação premiada do amigo do Lula, há um fila imensa de delatores, lá em Curitiba, porque soube-se da notícia que as delações tem que ser originais para terem validade. Quem chegar primeiro ganha. Este é o país a que chegamos. O paraíso do riso e da mandioca.

E agora alguns singelos comentários sobre o filme do UOL, para que 3 entre os meus 9 leitores morram de rir. Para ver a que ponto chegamos na política, há um movimento aqui em Sampa para lançar Datena, sim, aquele apresentador histriônico de casos policiais na TV, para prefeito de da cidade, que, dizem por aqui, está sem prefeito há mais de 1 ano porque o que foi eleito agora só imita sua chefe suprema, a Dilma, pedalando nas ciclovias pintadas de vermelho. E o nosso filme arremata com o lançamento do Marcola, sim, aquele bandido que dizem já leu mais livros do que o Lula, para presidente. Sei que é humor, mas, acho que estamos com falta de bons nomes mesmo.

Imaginem então, o Michel Temer, nosso “primeiro ministro” dizer que apenas temos uma “crisezinha” política. Não é de morrer de rir? E, no final do filme, não percam, a Dança da Mandioca, com um ator tentando imitar a Dilma como bailarina. Nossa esperança é ter a original no papel, brevemente.

Agora fiquem com o resumo do roteiro do filme, feito pelos produtores do UOL, e depois vejam o filme, enquanto eu já espero a próxima semana, certamente, para continuar rindo, que é nosso único remédio, no momento.

“Imagina o apresentador José Luis Datena disputando a prefeitura de São Paulo em 2016? E o líder do PCC, Marcola, se postulando à presidência da República? A política nunca é tão ruim que não possa piorar. Que o digam Eduardo Cunha e Dilma Rousseff e a atual "crisezinha" em Brasília. Cunha é apontado como cópia brasileira do político conspirador do seriado "House of Cards". Já a presidente dança em homenagem à mandioca.”


terça-feira, 21 de julho de 2015

SEU CHICÃO




Por José Antonio Taveira Belo / Zetinho


Antes do amanhecer abria a porta do terraço para olhar o tempo. Ainda a lua e as estrelas brilhavam. Pouco a pouco o sol despontava por cima de um abacateiro.   Era um homem do campo, cheio de saúde e força para o trabalho da roça. Antes tirava leite na vaca chamada Pintada, e soltava o cavalo Malhado no capinzal. Morenão forte, cabeleira cheia, olhos pretos e barba grisalha.  Sentava-se a mesa para tomar o café da manhã o cuscuz com leite, macaxeira ou inhame, leite e um pedaço de beiju.  Tomava na mão a enxada e a tiracolo um bornal com algum alimento, agua em uma cabaça colocando o chapéu de palha seguia para o roçado somente vindo a meio dia para o almoço. Nunca sentiu uma dor de cabeça, nem um enjoo ou dor de barriga, tudo em cima dizia ele a sua mulher Chica quando conversava. Nunca foi ao medico apesar da mulher dizer “vá ao médico cuida da sua saúde”, ele dizia o meu medico é uma boa comida e um bom descanso. Mas tu trabalha demais, dizia a mulher. Onde tu já viu Chica trabalho matar a pessoa? Onde diz-me? Ainda eu to pra ver um homem trabalhador morrer por causa do trabalho. Morre se não trabalhar. Fica xoxo, entrevado esperando a morte chegar e que chega logo. Eu vou morrer trabalhando se Deus me der à sorte na roça com a enxada na mão. Morro contente. A sua vida no sitio Pica Pau ladeado por uma estrada que levava ao povoado São João, era a sua vida, não desejava outra. Ali nasceu, cresceu e vou morrer aqui que é o meu lugar. Tinha dois filhos, nada queria com a roça, seguiram para o Rio de Janeiro, e lá estavam muito bem, dizia em carta para sua mãe. Numa final de tarde sentado no alpendre com a Chica cozendo alguma roupa velha com remendo e pregando botão em uma camisa, disse - Tu visse? O cumprade Zaroio teve uma dor de barriga à mulher Dona Cotinha aconselhou ele ir para o médico do povoado. Ele resistiu, mas depois de tanto resmungo resolveu ir. Saiu de manhã, às oito horas já estava sentado no consultório esperando a sua vez. Muita gente, mulheres enroladas em chalés, meninos chorando com dores que ninguém adivinhava, homens conversando na calçada sobre os seus males e com seus problemas para o Dr. Michel resolver, se resolver. Chegou a sua vez. Zaroio entrou sentou-se na frente do Doutor. Ele perguntou o que está sentido? Doutor ontem me deu uma dor de barriga danada, fui ao mato várias vezes escorrendo aquela agua. Tomei chá de goiabeira, de canela, de macaíba, colônia e erva cidreira e nada da dor passar. Nesta manhã Cotinha me deu um caneco com o chá do capim santo, até que melhorei. Hoje vim para o senhor passar um remédio para melhorar, pois eu já sinto melhor, pois a dor de barriga passou. Deite ali. Abra camisa e afrouxe o cinturão. Começou me apertar ali e acola. Dói aqui? Não! Dói aqui? Não! Batia na barriga como fosse zabumba. Levante-se e sente-se e respire fundo, encostando um relógio que tinha duas tira pendurada nas orelhas, no meu peito. Respire fundo. Solte quando eu mandar. Assim fiz. Duas ou três vezes.  Depois desta agonia toda, por uma dor de barriga, mandou eu me sentar e deu-me um papel com alguns nomes escritos que ninguém decifrava especialmente eu que não sabia ler direito. Vá ao laboratório e peça um tubo para colher as fezes e depois traga para me vê. Doutor onde eu vou colher fezes, que eu não sei o que é! Fezes é a merda que o senhor vai botar amanhã quando for ao mato, entendeu? Sai envergonhado. Fui até o laboratório, peguei uma coisinha diminuta, a moça disse – não precisa encher todo só basta um pouquinho e amanhã traga para examinar. Sai mais envergonhado, ainda. Nunca aconteceu isto comigo. Cagar e colocar num tubo e trazer para a moça? Isto não vai dar certo. É um desaforo. No outro dia fez o que pediram. Oito dias foi buscar o resultado. A moça entregou um envelope com folha escrito à máquina de datilografia. Levei ao Doutor Michel, que olhou e deu o veredito – estais com vermes. O que isto Doutor, verme! Que verme este e que não sei que diabo é. Vou te passar um remédio para vocês botar para fora tudo isto. Passou e o cumpdre comprou. Não deu outra, uma caganeira danada, foi pior que a dor de barriga. Foi ao medico que passou outro exame, agora de sangue. Depois passou um exame do mijo, primeiro pingos. Depois passou outros exames, do coração e pensou que tem haver dor de barriga com coração? Perguntou se eu tinha azia. Que diabo é isto Doutor? É queimor na boca do estomago. Não tenho não senhor, nada de queimor.  E assim continuou até hoje não se curou. Queres que isto aconteça comigo, Chica? Não vou a medico nenhum. Tenho setenta anos e nunca tive nada, e depois desta idade tudo é lucro. Vou morrer sim. Vou ficar doente, sim. Mas não vou buscar doença, pois com certeza o que aconteceu com o cumpadre Zaroio vai acontecer comigo, e ai vou me amigar com o medico, pois toda semana tenho que estar lá. Vou não! 

segunda-feira, 20 de julho de 2015

A semana - No Brasil, vaca não conhece mais bezerro e só quer andar de Ferrari




Por Zé Carlos

Já estou em São Paulo. Um frio de rachar. Mas, a sensação térmica da semana, já começou a mais de 40°, à sombra. E as primeiras notícias já deram conta do medo do governo em relação às manifestações populares previstas para o dia 16 de agosto. Dessas, eu queria participar daqui do Sul Maravilha, mas parece que voltarei antes, esperando que elas sejam lá na Conde da Boa Vista, do meu querido Recife. Pelo jeito, só o povo dá jeito!

No entanto, o que começou esquentando a semana foram as declarações do Senador Cristovam Buarque de que soube através de amigos do PT, pois ele foi um petista e hoje dá graças a Deus ter sido demitido por Lula pelo telefone, tempos atrás, que o Lula quer ver a Dilma pelas costas. Isto é, o apedeuta-mor, como o chamava Lucinha Peixoto, resolveu abrir o jogo e mostrar seu arrependimento por tê-la criado e mentido tanto a seu respeito. É o ratão-mor querendo abandonar o navio pelos destroços do naufrágio do PT. E agora sabemos que está sendo investigado por tráfico de influência. Ele saiu pelo mundo vendendo o Brasil e parece que esqueceu de entregar o dinheiro da venda. Agora querem cobrar. É uma correria geral.

Penso que o Lula, vendo que não lucraria nada dando as costas a Dilma, resolveu ir a Brasília, já que ela não atendia a seus telefonemas, ou, muitas vezes, mandava o Gabriel, seu neto atender. Ao chegar a Brasília, e reunindo-se com a cúpula do PT soube que o Joaquim Levy, o desaparecido, estava com mais uma ideia para reajustar as finanças do Brasil. Ele agora quer que todos os brasileiros que “lavaram” dinheiro sujo e o enviaram para o estrangeiro, se o trouxerem de volta, ele pode ser legalizado, pela módica quantia de 35% para o governo Dilma. Lula ouviu isto com rotunda alegria, e já deu a ideia para legalizar também as lavanderias internas, principalmente, aquelas ligadas à operação Lava Jato. Ele, o Levy, disse que isto só é válido, para dinheiro de “boa procedência”. Parafraseando o velho ditado lá do meu Bom Conselho querido: “De boa procedência, o PT está cheio, e a Papuda também!

E, imaginem só, que a operação Lava Jato, continua jateando a procedência dos dinheiros, e ouviu, mais um vez, o delator Paulo Roberto Costa, que repetiu, talvez, pela 100ª vez que participou de reuniões nas casas dos senadores peemedebistas Renan Calheiros e Romero Jucá, para discutir propina, agora mais conhecida como “dinheiro sem procedência”. Sem dúvida, hoje, os delatores desta operação policial são as pessoas mais ouvidas do Brasil. Talvez, por Dilma não gostar deles, é que agora só tem 9% de aprovação.

Antes era o juiz Sérgio Moro que mandava a polícia bater de porta em porta dos delatados. Eram os empreiteiros. Agora é o STF que autoriza, a partir dos delatores, bater na porta dos políticos. No final, garantem as autoridades ligadas à Lava Jato, só escaparão os puros de coração. Ora, por definição, o último político puro de coração, morreu de ataque cardíaco há muito tempo. E, houve um grito de terror no meio da noite vindo de residências de pessoas citadas nas delações premiadas, ou não.

O grito maior, surgiu da Casa da Dinda, quando ao olhar em sua garagem, uma velha Fiat Elba havia se transformado em um Porsche, uma Ferrari e um Lamborguini. Contam os vizinhos que o presidente Collor, que ainda frequenta aquela casa gritava: “Milagre, milagre, milagre...”. Até quando viu a Polícia Federal entrar e se apropriar destes veículos, saindo em cortejo automotivo pelas ruas de Brasília. Havia mais gente na rua do que o montante que ele conseguiu juntar quando implorou anos e anos atrás: “Não me deixem só!” Todos queriam ver uma Ferrari de perto. Só restou ao senador, agora mais pobre em 4 milhões de reais (que dizem ser o valor dos carros) chorar sobre o óleo derramado e bradar do Senado: “Se nem os membros do Senado Federal estão livres do arbítrio, o que se dirá do cidadão comum, à mercê dos Poderes do Estado?”. Eu, que sou um cidadão comum, estou morrendo de medo que invadam minha casa e encontrem um Logan 2010. Já pensou o que irão dizer de mim? No mínimo que eu deveria ser senador.

Vejam que a Dilma não apareceu nas linhas anteriores, mas, ela ficar de fora da coluna é quase impossível. Um blogueiro como eu, mas, melhor informado escreveu o seguinte: “Em sua passagem por Brasília, Lula comentou com amigos que Dilma está amando. Que ela só pode estar amando. Emagreceu. Cuida-se como nunca. Está mais bonita. Passou a se vestir melhor. E durante reuniões, às vezes se desliga e fica olhando para o alto. "Isso é amor", observou Lula.” Então está explicado um bando de coisas que ela vem dizendo e que é a matéria prima principal do humor aqui apresentado. Agora eu entendi à “saudação à mandioca”,  e o que a levou a se arriscar a caminhar sobre uma rede na Europa, correndo o risco de cair. É o amor! Agora está provado que as “as mulheres sapiens” também amam.

Mas, o grande momento hilário da semana foi provocado pelo Eduardo Cunha, o nosso Cunhão. Depois de ser acusado de tentar interpretar algum papel no seriado do “Homem de Seis Milhões de Dólares”, ele ficou possesso por terem dito que ele só havia pedido cinco milhões. Então ele rompeu com a Dilma e seu governo dizendo serem eles, junto com o Janot (Procurador Geral da República), que quiseram desmerecê-lo. Dizem que ele quer provar agora que, quem diz que foram 5, e não 6 milhões, não querem que ele participe mais do seriado. Deu um verdadeiro show televisivo, onde até espumava pela boca, para mostrar que vale mais dinheiro do que os seus detratores pensam.

Dizem que a crise institucional vai se acentuar de forma perigosa. Imaginem, o Janot quer tirar o Cunha, que quer tirar a Dilma, que quer tirar o Lula, que quer tirar todo mundo para ele reinar sozinho. Disseram, da tribuna do senado (o senador Aluisio Nunes) que a situação está de “vaca não reconhecer bezerro”. Só não disse o porquê: Que a vaca tossiu tanto que perdeu os instintos mais primitivos. E o Brasil está indo para o brejo, igual a vaca.

E o filme do UOL esta semana trata deste e dos carros do “bad boy” do carrão, como mostra seu resumo de roteiro, feito pelos seus produtores, e é mostrado logo a seguir, para que vocês todos comecem a semana rindo evitando, pelo menos que suas vacas vão para o brejo, embora estejam tossindo e ainda não reconhecendo o filhos. Se isto é possível: Uma boa semana para todos.

“A operação Lava Jato chacoalhou o Congresso nos últimos dias. O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ficou furioso com a divulgação de depoimentos que apontam seu envolvimento em desvios na Petrobras e resolveu romper de uma vez com o governo.

E os carros do senador Fernando Collor (PTB-AL) voltaram a dar o que falar. Em 1992, ele foi tirado da presidência depois da revelação de que um Fiat Elba de sua propriedade fora comprado no esquema de PC Farias, seu tesoureiro. Agora, a Polícia Federal apreendeu carros de luxo na casa da Dinda.”



quarta-feira, 15 de julho de 2015

CIT Festival - Navegando pelo Recife (*)






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(*) Devido a uma viagem minha e de um grande colaborador deste Blog (Zezinho de Caetés), não teremos matérias novas todos os dias. Para não frustar totalmente nossos leitores resolvemos homenagear aqueles que fizeram parte da CIT Ltda, grande empresa de entretenimento, que por motivos outros, do que as "peladas fiscais", fechou suas portas. Sempre que possível publicaremos coisas novas, intercaladas com o que chamamos de CIT Festival. Em nossa volto, espero que tudo seja normalizado, e para melhor. Até a volta (ZC).

terça-feira, 14 de julho de 2015

PENSEI QUE ESTAVA SONHANDO.




Por José Antonio Taveira Belo / Zetinho


Pensei que estava sonhando. Dois revolveres apontaram para minha cabeça. Levantei as mãos para o alto. Lembrei-me nesta ocasião os filmes de faroeste assistidos nos cinemas Moderno, Trianon, Art. Palácio no centro do Recife e o Coliseu em Casa Amarela. O mocinho contra os bandidos onde torcíamos nas cadeiras duras e ficava nervoso para o mocinho vencer. Torcíamos e gritava e assobiava. Era um desespero o mocinho atrás dos bandidos atirando e jogando-se na poeira. Só que eu não era o mocinho. Neste dia, por volta do meio dia, em um beco o Beco dos Inválidos fui rendido por dois bandidos menores de idade. Olhos frios e sanguinários, olhando e mirando aquela arma para mim. Quinze ou dezesseis anos, vestiam-se da mesma roupa, blusa vermelha, calção verde e tênis branco. Parecia com as fardas das torcidas organizadas no futebol.  O gorro na cabeça com a pala voltada para traz trazendo o nome Viva o Recife. Um sarará parecia-me o mais velho. Sardas e olhos azuis sem um dente na frente quando ria fazia medo. O outro mais moreninho, baixinho cabelo escarrapichado, olhos pretos retintos. Cada um no seu jeito, o sarara com uma barbicha amarela ouro o outro com um bigodinho pretinho parecendo com Cantiflas. Brincos nas orelhas e anéis em cada dedo. Trancelim no pescoço de metal com uma cruz brilhante. Óculos escuros e brilhantes e lentes amarelas, Eu estava em transe. As pernas tremiam. O suor descia pelo rosto pálido. Tinha que obedecer aqueles moleques juvenis naquele momento, pois em qualquer movimento poderia ser fatal e lá ia falar com São Pedro antes do tempo. Ponderei. Fiz o possível para ficar calmo na mira daquelas armas. Eles trêmulos e nervosos querendo sair dali o mais rápido possível. Vô me dê o celular e a grana que tirou do banco e não vá dizer que não  porque vai ser pior. Zé futuca no bolso dele enquanto estou na mira, qualquer gesto passo ele para o outro mundo. Ô meu cadê a grana? Não tente me enganar viu coroa! Vou lhe dar mais um tempo para pensar e entregar que já estamos com os nervos à flor da pele, vamos nos dê logo ou diga onde está! Vamos! Vamos logo! Não temos tempo a perder. Coroa tu sabe que estamos na tua cola a bastante tempo. Sabemos o dia que recebes a bulufa, pois te seguimos. Vô você estava sentado no banco e nós ali atrás. Saímos do banco quando você saiu. Seguimos pela calçada todo o itinerário, Pegamos o mesmo ônibus que tu coroa pegou. Descemos no mesmo lugar que tu desceu. Seguimos até aqui, neste beco, porque não passa muita gente. Tais vendo que nois estamos na tua cola? Nois não estamos prá brincadeira. Eles já estavam bastante nervosos, olhando para todo o lado e eu mais nervoso ainda. Dei o dinheiro que tinha recebido da aposentadoria. Estava escondido num bolso de algibeira. O celular fora presente do meu filho. E tinha um cordão de ouro herdado de minha mãe há mais de trinta anos, eles puxaram e quebraram levando consigo. Já tinha se passado mais de cinco minutos e eles já se preparavam para irem embora, mas antes fizeram ameaça dizendo que nada falasse com a policia, nem os identificasse se fosse pego, pois ele sabia todo itinerário e as coisas não saíram bem. Ouviu vô! Nada de carburetagem, pois depois sair rapidamente da casa de correção eles iriam acertar as contas. Agora que nois vamo embora tira a camisa e o tênis e te senta fica quieto por vinte e cinco minutos. Quando estavam andando um carro policial apontou. Sujou Zé! Corre a policia esta entrando no beco. Corre! Zarpa moleque. À noite nois encontraremos e repartimos a grana. Corre porra Corre! Separam-se em grande corrida, um subindo a escadaria do morro e o outro entrando num matagal. A policia correu mais não conseguiu pegar nenhum deles. Fui socorrido pela policia e fomos até a delegacia onde foi firmado um Boletim de Ocorrência, com muitas perguntas as quais tu conheces os marginais. Eu neguei. se os  assaltantes,  eram de menores, para onde fugiram nada sabia. Nada delatei. O medo falou mais alto não ia perder a vida por dinheiro que recebi. Ia fazer muita falta, mas a vida é preciosa, Aqui no Brasil o menor tem todos os direitos de assaltar, matar estuprar e tudo o que quiser fazer, somente três aninhos num reformatório. Fui para casa desolado com o acontecido e os malfeitores mirins provavelmente estavam rindo do susto dado no coroa. É meu amigo a vida é esta. Ninguém está seguro neste mundo. A violência esta extrapolando o direito de ir e vir. Não se tem mais sossego, principalmente, pela onda de assalto praticado por menores de idade, pois todos eles sabem que não passarão muito tempo presos e isto faz com eles cometam crimes contra o cidadão de bem. Esta narrativa foi do nosso amigo Eliseu em um encontro casual na Avenida Guararapes.

segunda-feira, 13 de julho de 2015

A semana - A Dilma diz que não cai, o Aécio diz que cai. E a luta continua...




Por Zé Carlos

Eu tinha razão, quando disse que esta semana prometia. E não deu outra. Nossa musa colaboradora, a Dilma, voltou a reinar no humorismo nacional. Hoje, ninguém fala mais em Tiririca. Além de se encontrar com o presidente do STF em Portugal, quando, segundo a mídia, foi verificar se a Lava Jato a lavou o suficiente para que o Lewandowski, presidente de nossa Suprema Corte a defenda, num encontro secreto com ele, ela deu uma entrevista à Folha de São Paulo, onde diz:

- "Eu não vou cair. Eu não vou, eu não vou. Isso aí é moleza, é luta política"

E foi além:

- "Não tem base para eu cair, e venha tentar. Se tem uma coisa que não tenho medo é disso"

Pararam de rir? Esperem para ver o filme do UOL que colocamos lá em baixo. Ele é um pouco curto, mas, isto é compreensível pela violência da luta entre os principais contendores da política nacional. A Dilma, o Aécio e o Cunha. Por enquanto, fiquemos na narração dos fatos, que cercam esta entrevista, que mais parece a expressão de um último desejo de um condenado à morte política. Eu fiquei até pensando que a mandioca que a Dilma saudou com tanta efusividade era “mandioca braba” e não “mandioca mansa”, que como todos sabem é difícil de discernir entre uma e outra. Ou seja, ela também pode ter comida dela e ficou com uma quantidade letal de “ácido cianídrico” no organismo (esta coluna também é ciência pura).

Lembram da aparição do Collor na TV pedindo que não o deixassem só? Quando ouvi a entrevista citada da Dilma, só o senador alagoano me vinha à mente. “Vamos inundar este Brasil de verde amarelo...”, dizia ele, quando estava nos estertores do seu governo, e o povo respondeu ao seu apelo vestindo-se de preto. Infelizmente, nossa colaboradora Dilma não pode dizer o mesmo, porque, se o fizer, vão dizer que ela está de acordo com os movimentos que a querem fora do governo, pois eles é que vestem verde e amarelo. E, o pior, é que não pode nem dizer: “Vamos inundar este Brasil de vermelho....”, porque o Lula vai impedir, pois o vermelho é sua cor preferida para voltar em 2018.

Ela tinha que partir para o que ela sabe fazer de verdade: humor. E, quando o entrevistador disse que a oposição estava prevendo que ela não terminaria o mandato, tascou:

“Isso do ponto de vista de uma certa oposição um tanto quanto golpista. Eu não vou terminar por quê? Para tirar um presidente da República, tem que explicar por que vai tirar. Confundiram seus desejos com a realidade, ou tem uma base real? Não acredito que tenha uma base real.

Não acho que toda a oposição que seja assim. Assim como tem diferenças na base do governo, tem dentro da oposição. Alguns podem até tentar, não tenho controle disso. Não é necessário apenas querer, é necessário provar.”

E vejam se isto não nos lembra um personagem da época de Escolinha do Professor Raimundo,  que ao comentar fatos históricos, como por exemplo, o de que Tiradentes foi enforcado, ele pedia provas de tudo, como a grossura da corda e o nome do carrasco. E só ao pensar nisso, não há como não rir. A Dilma não acredita que se tenha base real para o impeachment, ou mesmo para que ela renuncie. Talvez seja o medo de ficar desempregada como todos os brasileiros hoje têm. Eu já disse e repito, que, quando ela sair da presidência, terá um emprego certo, aqui, nesta coluna semanal como colaboradora. Sendo assim não tema, minha musa, renuncie, que é mais rápido. Tenha cuidado que, se o povo brasileiro apelar para a Teoria do Domínio do Fato, teremos uma prova do tamanho do Brasil.

Mas, nem só de Dilma viveu esta semana de humor. O Aécio andou se proclamando “presidente da república”, num ato falho, quando foi reeleito presidente do principal partido de oposição. Mas, pareceu premonitório, pois uma pesquisa do IBOPE, divulgada esta semana, mostra que ele bateria o Lula numa eleição para presidente. Claro se as eleições “fossem hoje”. Mas, se o Lula continuar insistindo em ser uma “metamorfose ambulante”, em busca do poder, não será só hoje. O Lula, agora só ganha as eleições na classe que ganha menos de um salário mínimo, que tem menos de 4 anos de escolaridade, e no nordeste, nossa região, que já foi uma promessa feita pela SUDENE, e parece que quer morrer junto com este órgão de saudosa memória, pelo menos para mim.  Ou seja, hoje os eleitores de Lula para votar, ao invés de mostrar o Título de Eleitor, deve mostrar a carteirinha do Bolsa Família. Hoje, só riso resta!

E também, nem só de humor nacional, vive esta coluna. Temos a “comédia grega”. Os gregos fizeram um plebiscito para decidir se queriam ou não continuar com um plano de austeridade: Sim ou não? É claro que, os gregos, que, no passado, não eram burros, disseram que não. Ora, quem diria sim? Pois, imaginem que a situação está tão ruim que o “sim” quase empatou com o “não”. E veio o seu primeiro ministro, depois do resultado do plebiscito, propor um plano de austeridade para quem disse sim ou não. Começaram a rir? Então parem. Foi porque ele descobriu que sem dinheiro, não tem escolha. Eu sei que tem, mas, esta coluna semanal ainda não é escrita em grego. Se fosse, o riso resolveria o problema, até dos gregos.

Entretanto, deixemos os gregos de lado, porque aqui temos assunto suficiente até para fazer rir aquela bailarina do Chacrinha, que nunca ria. Vocês souberam que o Renan se tornou réu num processo que ele é acusado de colocar no Orçamento da União, emendas que favoreceram à construtora Mendes Júnior? A pergunta é: Mais uma construtora? Já não bastava as da Lava Jato? Claro que não. No Brasil, quando temos que rir, o riso deve ser total. E estão pensando que o adjutório feito à construtora foi para construir alguma coisa? Que nada! O que foi pedido em troca foi o custeio de uma filha dele, vinda de um relacionamento extraconjugal, com uma repórter. Então temos, na presidência do Senado, o quarto lugar na linha de sucessão do trono de nossa musa, a Dilma, um réu. E sabem qual é a principal linha de sua defesa? Que o dinheiro vinha da venda de gado. Pobre dos bois e pobres vacas. Então, como sempre disse, rir é o melhor remédio.

Mesmo, que tergiversemos e procuremos nos alhear de assuntos pouco risonhos, não tem jeito. É só pensar em nossa situação política e tudo vem abaixo. O riso abunda. Por exemplo, basta pensar, se ao contrário do que a nossa musa, a Dilma diz, de que “daqui não saio, daqui ninguém me tira...”, ela não estiver falando sério, o que acreditamos, e ela sair? Já pensaram na linha de sucessão ao trono. Se o Temer não cair junto, ficaremos com um mordomo, com pinta de Drácula de terno, mas, pelo menos voltaremos a ter uma primeira dama charmosa. Se ele cair também, aí virá o Cunhão, aquele que, além de indiciado pela Lava Jato, parece um coveiro de crematório, que quer ver tudo virar cinza. E, se o Cunha não assumir, quem assume é o Renan, que, provavelmente, dirigirá o Brasil, tendo como primeiro ato, transferir algum presídio para o Palácio do Planalto, pois, afinal de contas “dura Lex, sed Lex”.

E agora, tenho que parar, porque sei que a Dilma lê esta coluna e vai ver que ela flerta com a ideia desta transferência? Aí é que ela não sai mesmo, para a tristeza desta coluna. Fiquem com o curto e divertido filme do UOL, resumido no roteiro do produtores, mas que, nem de longe é mais hilário do que o noticiário semanal. E tenham uma boa semana.

“Clima de Street Fighter em Brasília! Enquanto governo e oposição discutem se as tentativas de afastar a presidente Dilma Rousseff (PT) do poder são golpe ou instrumentos legais, a petista também enfrentou um adversário de peso: Eduardo Cunha, presidente da Câmara.”


sexta-feira, 10 de julho de 2015

Economia estava à beira do abismo. Dilma dá um passo à frente.




Por Zezinho de Caetés (*)

Eu não sei para onde esta equipe econômica quer levar a economia brasileira. Minha primeira hipótese sempre foi que eles estão querendo também “venezuelizá-la”. Parece até que não vêem o fracasso que é o chavismo em termos políticos, e o que obteve de sucesso em economia deve-se ainda ao petróleo. Será que eles já estão pensando no pré-sal? Estão contando com o ovo no fiofó da galinha?

É o que parece para que forcem o aprofundamento da intervenção estatal em nosso ainda incipiente capitalismo. E há uma ciclotimia evidente nas ações do governo Dilma. Por um lado privatiza-se a Copa, por outro lado estatiza-se o varejo de alimentos, representado pelo supermercados. É, em parte, compreensível, pois sem o setor privado a Copa não sai, o que seria a maior vergonha, para o Brasil, desde que os índios comeram o bispo durante o descobrimento. Enquanto se permanece com a ideia burra de que o socialismo de estado ainda tem vez no mundo moderno.

No artigo de ontem (aqui), eu toquei na questão apenas de raspão. Agora estou melhor informado. Com a desculpa de tornar o Brasil um grande competidor mundial no varejo de alimentos, o BNDES vai emprestar R$ 4 bilhões ao grupo Pão de Açúcar (leia-se família Diniz) para que este faça uma fusão com o Carrefour no Brasil, tornando-o o maior grupo no setor.

Eles dizem que a fusão é boa para o país. Será que é um retorno da megalomania lulista do “nunca antes neste país”, “país sem miséria” e outros chavões? Como é bom para o país, tirar dinheiro nosso, do público pagante, para emprestar a juros subsidiados à família Diniz. O governo não gera poupança para isto, e nem para nada, para ser mais preciso. Tudo vem do nosso bolso.

Enquanto os prefeitos estão de pires na mão, sem poderem fazer nada que mitigue o sofrimento dos seus munícipes, porque dizem não existir dinheiro para pagar o que prometeram em exercícios anteriores, com a outra mão se ajuda à família Diniz, a aumentar o grau de monopólio no setor de alimentos, e em consequência dando poder de barganha tanto na compra como na venda a um grupo só, diminuir a oferta de empregos, pois isto sempre ocorre em nome do aumento da produtividade, e outras complicações mais para nossa economia.

Estamos perdendo a grande oportunidade de darmos mais um choque de capitalismo em nossa economia. De acabar com a multidão de capitalistas que ficam esperando os favores da “viúva”, dados em trocas de promessas de campanha. Este é o preço ainda da eleição da presidenta.

Vamos chegar a um ponto, em nossa economia, em que concluiremos terem sido os governos petistas que nos fizeram chegar à beira do abismo. Agora vem a Dilma Roussef, e nos faz dar um passo à frente.

Nós merecemos. E agora fiquem com o texto mais tecnicamente elaborado sobre esta questão escrito pela Miriam Leitão, no Diário de Pernambuco de ontem, tendo como título “Encruzilhada”. Eu como moro perto deste bairro aqui no Recife, vou lá no Carrefour fazer o mercado do mês, antes que a fusão venha e o Abílio Diniz aumente os preços. Por isso nem volto.

“A ideia é ruim, mas o pior é a justificativa: a de que se o Pão de Açúcar se juntar ao Carrefour, o BNDES deve dar a maior parte do dinheiro — 2 bilhões — porque isso vai internacionalizar grupo brasileiro e abrir mercado para os nossos produtos. Balela. Essa ideia é ruim para o consumidor, para o contribuinte e para a economia do país.

O que é desanimador no Brasil é a dependência que até os novos capitalistas têm do Estado. Eles não dão nenhum passo sem que o governo vá junto, não apenas financiando, mas virando sócio. Um capitalismo sem riscos, ou de lucros privados e prejuízos públicos. Sempre foi assim, mas quando se vê um Eike Batista e um André Esteves, que poderiam ser a renovação dessa velha prática, repetindo os mesmíssimos caminhos que nos levaram a tanto problema no passado, a conclusão é que pelo visto o país vai demorar muito para chegar no verdadeiro capitalismo.

É um disparate completo o BNDES usar o dinheiro de dívida pública ou de fundos públicos para capitalizar uma operação estritamente privada. Ela será boa para o Carrefour, para os Diniz e para o BTG Pactual. Não é verdade que o Pão de Açúcar será internacionalizado e vai virar um grupo global. Ele vai ter um pedaço de um grupo francês, que será vendido no dia em que a família Diniz quiser vender. O Pão de Açúcar vai deixar de existir como empresa independente e será desnacionalizado.

A família Diniz é dona do negócio e faz o que bem entender — e o que as regras concorrenciais do país permitirem — mas que não se venha com nacionalismos de ocasião. A conversa de internacionalização do grupo não convence. O BTG Pactual também pode montar a operação que quiser no mercado. O estranho é por que um grupo que tem condições de captar no mercado internacional precisará que o BNDES entre de sócio e dê até R$ 4,5 bilhões para o negócio.

O grande perdedor será o consumidor brasileiro, que tem enfrentado uma concentração cada vez maior do grande varejo. O número de 27% do mercado brasileiro é enorme em si. Mas pode ser até maior. Está se somando bananas e laranjas. Pequeno varejo de empresas disseminadas pelo interior do Brasil, com o mercado dos grandes supermercados e hipermercados das capitais. Com a lentidão com que o Cade trabalha, no dia em que ele se pronunciar — e ainda mais num negócio que terá como sócio o próprio Estado brasileiro — tudo já estará consolidado.

Nos últimos anos o Tesouro já se endividou em R$ 260 bilhões — incluindo os R$ 30 bilhões deste ano — para financiar o BNDES nas suas operações. E elas fazem cada vez menos sentido. Por que o banco deve fazer seguidas capitalizações, comprar tantas debêntures ou ações do grupo JBS-Friboi, por exemplo? Por que o Estado brasileiro precisa ser sócio de frigorífico? E pior: um frigorífico que diz — como me disse o presidente do Conselho de Administração do JBS-Friboi, Joesley Batista, no dia 28 de abril — que não pode garantir que a carne que comercializa é livre de desmatamento ilegal. A empresa contraria a tendência atual do capitalismo no mundo, que é o de ser responsável por fiscalizar sua cadeia produtiva.

O BNDES justifica o fato de ter “enquadrado para a análise” a possibilidade de entrar na operação Carrefour-Pão de Açúcar com o argumento de que vai abrir mercado para o produto brasileiro. Convenhamos. O produto brasileiro terá mais espaço no mercado internacional se houver mais investimento em logística eficiente, se houver redução do Custo Brasil, e se as empresas tiverem boas práticas.

Para a carne brasileira ter maior penetração no mercados europeu não é necessário que o BNDES seja sócio de supermercado francês, mas sim que o setor cumpra regras de rastreamento sanitário. O mercado internacional precisa ser conquistado com uma redução do custo do transporte dos produtos brasileiros e com boas práticas de certificado de origem, rastreamento, comprovações que o mundo atual tem feito cada vez mais.

Essa operação já nasceu esquisita. O sócio Casino na Companhia Brasileira de Distribuição disse que suspeitava que o Pão de Açúcar estivesse negociando nas suas costas com o Carrefour. O acordo que tem com seus sócios brasileiros impedia a negociação. As suspeitas se confirmaram. E isso é mais uma razão pela qual o banco estatal brasileiro não deveria entrar no negócio.

Mas o mais importante motivo pelo qual não se deve haver dinheiro subsidiado ou de endividamento público no negócio é que ele é ruim para a economia e para o consumidor nacional. O distinto público não tem nada a ganhar com ele. Os neocapitalistas brasileiros deveriam usar toda a criatividade que têm para fazer negócios longe da sombra do Estado. Em vez disso, confirmam a velha dependência crônica. A palavra “carrefour” é ótima para nos lembrar que o país está numa encruzilhada: ou vai continuar fortalecendo o capitalismo estatizado sem risco, que é bom apenas para alguns poucos, que concentra a renda e socializa o prejuízo; ou vai incentivar a competitividade, a inovação, a concorrência e as práticas sustentáveis da nova economia.”

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(*) Texto publicado no dia 01/07/2011, ou seja, mais de 4 anos atrás, no saudoso Blog da CIT. Já naquela época havia um quê de previsão correta do nosso colaborador, Zezinho, sobre o que poderia acontecer. E hoje o texto soa bem atual, tal qual o da Miriam Leitão. Estamos relendo os nossos amigos e sempre que possível faremos esta sessão nostálgica, que poderia muito bem ser chamada, sem nenhuma originalidade de: “Vale à pena ver de novo”. (ZC)

quinta-feira, 9 de julho de 2015

A viagem de Dilma e Flávio Caça-Rato para presidente




Por Lucinha Peixoto (*)

Alô amigos! Não tenho mais nem coragem para pedir que não esqueçam de mim, como já fiz antes. Minha vida ficou de pernas para o ar e de blogueira e projeto de política passei a ser garçonete de lanchonete de pousada. São os ossos do ofício de esposa religiosa. Tenho que seguir meu marido e cumprir a promessa que um dia fiz: Até que a  morte nos separe!

Aproveito a passagem por Recife para ler o que acontece no mundo dos blogs e pensando o que dizer àqueles que me enchem a caixa postal perguntando onde estou e porque não apareço. Mesmo que não possa responder a todos, eu aqui digo, com satisfação que não morri. Morreram alguns dos meus planos, principalmente, os políticos. Pelo menos aqueles relacionados à vereança em minha terra.

Prometeram-me que em breve terei internet onde estou socada. Isto me alegra pois poderei voltar ao batente como blogueira. Por enquanto, me esperem mais um pouco. Aqueles que nas redes sociais esperam ansiosamente por mim, não perderão por esperar.

Para não perder a viagem, não posso deixar de comentar algumas coisas que se passam no Brasil, das quais me informo na TV, e de algumas coisas que se passam em Bom Conselho. Neste último caso não vejo muitas coisas, pois os blogs só trazem notícias de Arapiraca. O Mural da AGD está parado e nem mando mais recados para lá. No site de Saulo vi umas fotos do Encontro de Bom-conselhenses, que, pelo andar da carruagem, no próximo ano só vão 5 pessoas, Pedro Ramos e seu quarteto e Ana Diva. Corrijo, talvez sejam 6, pois o Carlos Sena estará lá talvez ainda para fazer propaganda do Mais Cubanos.

Quanto ao que se passa no Brasil foi o determinante para escrever um pouco. Desde o início do meu exílio involuntário não houve mudanças relevantes. Comento apenas a viagem da Dilma a Davos e Cuba, mas, detenho-me em sua passagem por Lisboa, que um dia conheci, mas, com o meu dinheiro. Já Dilma se hospeda e come também com o meu dinheiro. É muita desfaçatez.

Já o Lula, o ex-presidente em exercício, continua o mesmo. Mas sua barba.... Ainda não o comprei porque não tenho cartão corporativo do governo federal e luto pela minha sobrevivência, mas fiz uma incursão pelo livro do Romeu Tuma Jr. Li as orelhas e o primeiro capítulo numa dessas livrarias que me dá vontade de ficar morando lá, lendo livros de graça. Se aquilo tudo que ele diz for verdade o Lula é um forte candidato, não a presidente do Brasil, mas diretor do sindicato da Papuda, tomando o lugar de Zé Dirceu. Deixou até a barba crescer de novo para não perder a alcunha do “O Barba”, quando era, segundo o Tuma, informante do Golbery.

E agora mesmo estou ouvindo uma notícia que me interessou e eu a vi completa. Sabem quem é o grande jogador de futebol brasileiro, hoje na imprensa inglesa? O Flávio Caça-Rato. Será que haverá influência sobre o Felipão, como houve sobre Médici, para convocar o Dario em 70? No Brasil atual  tudo pode acontecer. Eu o colocaria no lugar do Fred. Teríamos mais chance. Tenho certeza que na próxima eleição municipal, tal qual Romário, o Flávio Caça-Rato será o vereador mais votado. Não estranhem se um dia chegar a presidente da república. Lula só foi torneiro mecânico e continua presidindo o Brasil. Por que não o Caça-Rato que deu o gol do título da série B ao Santa Cruz?

Bem, já escrevi muito nesta volta atabalhoada a meu blog. Espero que breve possa escrever mais.

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(*) Tenho que viajar e ninguém me enviou textos novos para publicação. Lembrei então que há outros textos de antigos colaboradores que merecem ser republicados e me valho deles. Espero que na próxima semana já tenhamos textos novos. O texto acima, da Lucinha Peixoto, foi publicado em seu blog em 28/01/2014, um pouco antes do seu exílio. (ZC)

quarta-feira, 8 de julho de 2015

O Haiti é aqui. A Grécia não é aqui, ou, vice-versa?




Por Zezinho de Caetés

Ontem, perguntei aqui: Dilma cai ou não cai? Alguns acharam que a pergunta era boba, porque já tem uma resposta certa e sabida: “Sim”. Mas, eu digo, que, tal qual o caso grego, tanto o “sim” quanto o “não” podem vencer, e lá na Grécia deu o “não”, para o gáudio de todo esquerdista vivo neste planeta. A Dilma deve ter se regozijado com o “não” grego, no entanto, pelas estatísticas, a população brasileira se alegraria mais com o “sim”.

Então há também de me perguntar,  tal qual a música do Caetano Veloso, se “o Haiti é aqui”? Eu diria que se aqui der o “não”, “a Grécia não é aqui”, mas, se der o “sim”, não tenham dúvidas, “a Grécia é aqui”. Neste trocadilho de palavras pode esta incluso o nosso futuro político e econômico. E a situação não está tão claro que possamos avistar uma luz no fim do túnel. E, para ser franco, muitas vezes, eu não vejo nem o túnel.

Hoje transcrevo o texto (Blog do Noblat -08/07/2015) do Hurbert Alquéres, cujo título também nos relembra música: “Nervos de aço”, do Lupicínio Rodrigues, e que era tão cantada pelo Roberto Jefferson, o delator do mensalão. E sua tônica é mais ou menos a questão levantada por Lula, se ainda há água na barragem do PT, ou se o partido está realmente já no volume morto. Para mim, ele já está no terceiro volume morto, e não há bomba d’água capaz de tirar algum líquido puro dali. Só sairá sujeira, daqui para frente.

E vivemos tempos bicudos, tão bicudos que até os tucanos estão com medo, e dizem, que prudência e caldo de galinha não faz mal a ninguém. Leiam o texto, e meditem, mas, ajam se for necessário. Talvez tenhamos que ir às ruas com mais força, dentro da lei e da ordem. Vem aí o dia 16 de agosto, se antes o TCU não resolver o problema.

“Vivemos aqueles dias que se equivalem a vários anos. A crise é de tal ordem que quase todas as previsões são atropeladas pelos fatos, de uma hora para outra.  Quem imaginaria, ali por outubro de 2014, que poucos meses depois a proa do navio da presidente Dilma Rousseff estaria submersa?

A expectativa de poder, aquela que exerce uma atração irresistível no mundo da política, anima, e, ao mesmo tempo joga um enorme fardo nas costas da oposição e seu maior representante, o PSDB. A ela não é mais dado o direito de agir como franco-atirador, dando tiros para todos os lados, sem levar em consideração as consequências de seus atos para o Brasil. É prudente ter muita calma nessa hora.

A delicadeza do momento consiste exatamente nisto. O país passa por uma transição, de fim de um modelo, onde o que está aí já não consegue se impor como antes, mas o novo ainda não se afirmou. Difícil prever o quanto vai durar este período instável. E as forças oposicionistas devem se preparar para fazer a travessia de um longo inverno, pois 2018 ainda está longe.

Até lá, importa ter um discurso coerente, com propostas concretas para a superação da crise econômica, ética e política, sem cair na armadilha do populismo ou do radicalismo estéril. Há que se tirar lições dos erros do adversário, que está pagando preço altíssimo por ter prometido os céus na campanha eleitoral para entregar o inferno aos brasileiros.

Cabe a todos – governo e oposição – confiar e reforçar o papel republicano das instituições, que, ressalte-se, tem sido cumprido com méritos. Isso vale para a Polícia Federal, o Ministério Público, o Tribunal de Contas da União, o Tribunal Superior Eleitoral, o Supremo Tribunal Federal e as primeiras instâncias do Poder Judiciário.

Como bem disse Lupicínio Rodrigues, é preciso ter nervos de aço.

Quando um regime ou um modelo vê no horizonte os seus estertores, é natural que adote a lógica do confronto. Por desespero ou simples manobra, daí o tom raivoso e quase alucinado da presidente Dilma Rousseff e de muitos petistas.

A quem interessa alimentar esse clima de guerra? Para as oposições ele não traz vantagem alguma. O jogo a ser jogado é o da democracia, da construção pacífica e pactuada para aquela que pinta ser a maior crise da história moderna brasileira.

Não basta apenas evitar a esparrela do confronto. É preciso estar atento a outro risco, o do “cesarismo” como solução da crise.

A história está aí para demonstrar que quando duas forças contendoras se exaurem mutuamente, uma terceira força pode emergir. Os Césares dos tempos de hoje poderão ser de direita ou de esquerda e se apresentarão à sociedade como um novo Messias. Por detrás deste discurso salvacionista certamente estará uma postura autoritária e populista.


A socialdemocracia não se exauriu, mas terá de operar em um fio de navalha. De um lado, faz-se necessário que tenha toda a calma do mundo para não jogar gasolina na fogueira. De outro não pode temer assombrações e abdicar do seu papel de ser oposição. Tem de vibrar em sintonia com o sentimento mudancista dos brasileiros.”

terça-feira, 7 de julho de 2015

Dilma cai ou não cai?




Por Zezinho de Caetés

Este final de semana foi um horror. Não sei se esta é a palavra adequada para descrever a quantidade de notícias que davam como certa a queda da Dilma, a qualquer momento. E eu, como sou um fã incondicional de sua renúncia, não desliguei os olhos e ouvidos, e mesmo o nariz, do noticiário. Digo nariz, porque a coisa está fedendo.

Todos sabem que a Dilma está tentando governar o Brasil, mesmo sabendo que é incompetente para fazê-lo. No fundo, no fundo, ela estava apenas procurando cumprir o papel que o Lula lhe deu, de forrar sua cama para que ele voltasse a governar o país. Eu digo estava, porque parece que, com a entrevista que ela deu ontem a alguns jornalistas, bem resumida pelo texto do Ricardo Noblat que abaixo transcrevo,  agora quer tentar governar sozinha, pois descobriu que o Lula é um atraso de vida.

Eu não quero dizer que ela vai conseguir. Pelo contrário, acho que, com as lambanças feitas pelos dois, Lula e Dilma, dificilmente ela escapa do impeachment ou da cassação. Mas, pelo que ela disse, se verdadeiro, a renúncia fica mais difícil. Eu, acredito que ela está dizendo a verdade, e fará tudo que for possível para não cair, pois, se cair, como ela poderia continuar a “dieta Ravena”, que a transformou de uma gorda numa magra, cuja silhueta até foi elogiada pelo Obama, sob os olhares ciumentos da Michele?

No entanto, o que ela disse na entrevista (que pode ser vista completa aqui), pelo menos as oposições vão pensar duas vezes antes de dizer que o impeachment será um trauma, acreditando que a renúncia seria uma questão de horas ou dias. Agora, mais do que nunca, a luta pelo Fora Dilma deve continuar, antes que ela se faça de vítima das instituições, com a velha história de “torturada”.

Fiquem com o Noblat, por enquanto, que eu vou ler com cuidado a entrevista completa por ele resumida abaixo, para responder com segurança à grande dúvida nacional: A Dilma cai, ou não cai?

“Impeachment? Bobagem! “Eu não vou cair, isso aí é moleza”', afirma Dilma. A oposição? “É um tanto golpista”. Menos o PMDB que é “ótimo”.

Não, ela não se sente no volume morto, como observou Lula outro dia. Lula pode dizer o que quiser sobre o que quiser, que Dilma não se incomoda. Reconhece-lhe o direito.

Dilma concedeu entrevista exclusiva a Maria Cristina Frias, Valdo Cruz e Natuza Nery publicada, hoje, na Folha de S. Paulo. Seguem trechos da entrevista:

- Respeito muito o presidente Lula. Ele tem todo o direito de dizer onde ele está e onde acha que eu estou. Mas não me sinto no volume morto não. Estou lutando incansavelmente para superar um momento bastante difícil na vida do país.

- Outro dia postaram que eu tinha tentado o suicídio, que estava traumatizadíssima. Não aposta nisso, gente. Foi cem mil vezes pior ser presa e torturada.

- [Dilma descartou a renúncia] Eu não sou culpada. Se tivesse culpa no cartório, me sentiria muito mal. Eu não tenho nenhuma. Nem do ponto de vista moral, nem do ponto de vista político.

- Falam coisas do arco da velha de mim. Óbvio que não [tenho nada a ver com o petrolão]. Mas não estou falando que paguei conta nenhuma também. O Brasil merece que a gente apure coisas irregulares. Não vejo isso como pagar conta. É outro approach. Muda o país para melhor. Ponto.

Os jornalistas perguntaram a Dilma o que ela achou da prisão dos presidentes das empreiteiras Odebrecht e Andre Gutierrez. Resposta:

- Olha, não costumo analisar ação do Judiciário. Agora, acho estranho. Eu gostaria de maior fundamento para a prisão preventiva de pessoas conhecidas. Acho estranho só.

- Eu não vou terminar [o mandato dela] por quê? Para tirar um presidente da República, tem que explicar por que vai tirar. Confundiram seus desejos com a realidade, ou tem uma base real? Não acredito que tenha uma base real.

As duas últimas perguntas da entrevista:

- Parece que está todo mundo querendo derrubar a sra.

- O que você quer que eu faça? Eu não vou cair. Eu não vou, eu não vou. Isso é moleza, isso é luta política. As pessoas caem quando estão dispostas a cair. Não estou. Não tem base para eu cair. E venha tentar, venha tentar. Se tem uma coisa que eu não tenho medo é disso. Não conte que eu vou ficar nervosa, com medo. Não me aterrorizam.

- E se mexerem na sua biografia?

- Ô, querida, e vão mexer como? Vão reescrever? Vão provar que algum dia peguei um tostão? Vão? Quero ver algum deles provar. Todo mundo neste país sabe que não. Quando eles corrompem, eles sabem quem é corrompido.

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Comento: o ponto forte da entrevista é a disposição revelada por Dilma de lutar pelo próprio mandato. Lutar com todas as forças. Desafiando, inclusive, adversários para que tentem derrubá-la.

Ela não dá pistas sobre como reagiria. E tudo o que diz pode ser mais retórica do que qualquer outra coisa.

Um processo de impeachment só vai adiante quando se ampara em provas de ilícitos. Por enquanto faltam provas. Mas isso não quer dizer que elas não possam aparecer.


Dilma manda com a entrevista um duro recado para Lula: o petrolão não foi obra dela. Portanto, só pode ter sido obra dele. E ela não se mexerá para atrapalhar investigações e possíveis julgamentos.”

segunda-feira, 6 de julho de 2015

A semana - Lula não sabe de nada e a cortesia de Obama




Por Zé Carlos

No último sábado foi comemorado mais um dia da Independência Americana, o 4 de julho. Pode-se dizer que é uma data memorável para toda a humanidade, porque foi mais uma afirmação de uma nação que prima pelo legado de nossa civilização ocidental. E, talvez não tenha sido coincidência que nossa musa inspiradora, a Dilma, tenha andado tanto naquela terra, tão perto desta data. Como lá, as comemorações começam mais cedo, quem sabe ela, na próxima entrevista hilária, não declare que sua saída foi saudada com muitos fogos de artifícios.

Ora, para quem é habituada a saudar até mandioca, poderia até pensar isto. No entanto, o que se viu na visita dela a Obama foram novas peças de humor, que nada ficam devendo a Dercy Gonçalves. No filme do UOL, que reproduzimos abaixo, há ainda uma parte importante da visita de Dilma, e, pasmem, nesta ocasião a piada ficou por conta de Obama. Ele, respondendo uma pergunta feita a Dilma, disse que os Estados Unidos não consideram o Brasil, uma potência regional, mas, sim um poder mundial. Estão ainda em estado de choque? Foi verdade. Vejam o filme. Bem, não se mostrou a reação dos jornalistas presentes e sim a do povo, rindo do nosso novo colaborador o Obama. Hoje, com esta crise que nos assola o Brasil não tem mais nem poder regional, a não ser como uma província da Venezuela. Podem rir a vontade, o Obama é bom humorista.

No entanto, não foi a Dilma a protagonista do nosso show semanal de humor, nesta semana, e sim, nosso outro colaborador, o Lula. Imaginem, que ele se aproveitou da ausência de Dilma em Brasília, e tentou invadir o Palácio do Planalto, porque não aguentou mais as saudades da presidência. O homem só pensa naquilo. Impedido de entrar, pelos poucos guardas ainda fiéis a Dilma, ele se aboletou em alguma salinha, junto com senadores e deputados do PT, para passar instruções, de como tirar a Dilma do governo antes que a Lava Jato pegue os dois. E ali ele cometeu o maior show de humorismo da história deste país. Depois de todos terem que deixar os celulares num saco, fora da sala, que disseram ser para evitar vazamentos do que se passou lá dentro, quando todos sabem que é porque, do PT, nem celular escapa, para transformar em propina, vejam um resumo do que aconteceu. Tomem um pouco d’água para aguentar até o final.

E como todos sabem, Lula é um humorista completo. Ele faz piada de tudo e já houve casos de mortes na plateia por não suportar as piadas. Ele começou pela Economia, que é a matéria que ele e a Dilma mais conhecem, e por isso deixaram o país do jeito que está. Se vocês acham que a situação está ruim, tudo isto é uma “marolinha” que não atingirá ninguém do PT. Afinal de contas eles ainda tem a Petrobrás. Quando disseram a ele que a nossa ex-maior empresa teve que vender uma porção de coisas e diminuir seu investimento, para não quebrar, ele apenas disse que isto deveria ser página virada, pois ainda tem suficiente petróleo para todos, pelo menos para aqueles envolvidos no petrolão, que segundo ele, é uma criação do juiz Sérgio Moro, mancomunado com o Joaquim Barbosa e com o Obama que agora só pensa na Dilma.

Quando as pessoas presentes ainda se recuperavam do ataque de riso violento ele começou outra vez, dizendo que agora o PT, deixasse um pouco de roubar, e partisse para cima da oposição. Como fazer isto se um companheiro, o Milton Pascowitch agora é um delator premiado, e está dizendo que deu propina a todo mundo da estrela vermelha solitária, perguntou um companheiro. “Ora, digam que o Aécio também recebeu!!”, respondeu Lula, ou deveria ter respondido para manter sua linha de defesa. E aí veio o golpe final, quando um companheiro deve ter perguntado: “Mas, chefe, estão dizendo que o Sérgio Moro vai colocar o seu na reta!” Então ele retrucou: “Vocês não aprendem nada. Aqui no Brasil, é só dizer que não sabia!”

Será que ainda há algum leitor vivo? Não vão aguentar quando souberem que neste show de humor ele estava vestindo uma roupa de general, que ele tomou emprestado do Stédile, para a encenação do ato. Não se tem certeza do que realmente ele disse, nos mínimos detalhes, porque, os celulares foram surrupiados no início do show, pois aqueles anúncios de que é proibido colocar os pés nas cadeiras da frente, não fumar e não filmar, não são obedecidos pelos companheiros, mas, ele deverá ter dito, com aquela voz de taquara rachada, para o gáudio dos presentes:

- “Companheiros, como vocês sabem, eu não tenho nada como estas coisas que estão acontecendo no Brasil. Tudo isto é culpa da Dilma e do Aécio. Eu não sabia de nada sobre o financiamento propinado do PT, não sabia que, de gerente a Dilma só tinha as penas, não sabia de que o delator Ricardo Pessoa disse ter entreguei ao companheiro ao Vaccari, que como o Delúbio, é um santo homem, e só faz aquilo que todo mundo faz. Isto é tudo intriga da oposição, do Aécio, aquele playboyzinho mimado, que anda inventando coisas. Quem sabe mesmo do que se passa na minha vida é o marqueteiro João Santana. Aquilo sim, um verdadeiro filósofo, e posso dizer, até santo, porque convencer este povo que Dilma tinha condições de governar nosso país, só sendo um santo milagreiro. Então eu aconselho a vocês se cercarem de homens como ele.”

E vendo que a plateia já bolava pelo chão,  de tanto rir, arrematou:

- “Agora vou conversar com o Renan! O Sarney está por aí?”

E saiu de fininho, tendo o cuidado de pegar o seu celular no saco, e para não perder a viagem levou outro também. Dizem que era o do Sibá Machado. Sim, aquele que hoje é o maior intelectual do PT.

Mas, para alguns poucos, embora resistentes, dos meus 9 leitores, o cara que mais traduziu o espírito a visita de Lula ao seus ex-pastos foi o líder do governo na Câmera, aquele que vai entrar na história como irmão de um homem que guardava dinheiro na cueca, para justificar algumas críticas do chefe à subordinada Dilma:

-  “Isso é página virada. Ele falou da necessidade de a bancada atuar como um coletivo na defesa do governo e do PT, de enfrentar a oposição com o mesmo radicalismo que eles nos enfrentam”.

E aqui eu deveria parar por falta de leitores vivos. Mas, como sei que alguns se fingem de morto, igual ao Sarney, atualmente, eu ainda tenho que comentar o filme do UOL, que hoje vem muito bom, além de mostrar Obama e Dilma, se auto-elogiando.

O grande personagem é o Eduardo Cunha, ou Cunhão para os íntimos. Com aquela história de colocar para votar a PEC da redução da maioridade penal na base do cascudo, ele foi comparado ao Fluminense que só ganha campeonato no “tapetão”, ou seja recorrendo à justiça. Um dia a Câmara reprovou a redução da maioridade penal, e no dia seguinte aprovou. Só isto já daria riso, mesmo para os menores que praticam crimes e seus defensores. Mas, eu ainda estou com o Mário Covas, que entrou no filme, depois de morto, mostrando que também tinha uma verve humorística quando diz, com outras palavras: “Um país que, para diminuir a criminalidade tem que reduzir a maioridade penal, passa uma imagem horrível”. Eu apenas acrescentaria que hoje, considero adulto, maiores de 7 anos. Era a idade que me diziam que era a “idade da razão”, ou seja aquela em que o pai dava umas lapadas e sem nem saber porque estava dando, mas, a gente sabia muito bem porque estava apanhando.

E ainda relacionado às votações no Congresso, temos que rir da desgraça alheia. A este pecado venial hoje se dar o nome de humor negro. Eu não pude deixar de rir do deputado Heráclito Fortes se estatelando no chão durante um protesto. Mas, quem manda ele dizer que lembrou dos seu tempos de atleta? Pelo seu corpinho, ele foi atleta na época de D. Pedro II.

E assim, terminamos mais uma semana de humor. E não se enganem, esta que se inicia promete, pois a Dilma voltou, e, certamente, teremos mais boladas e mandiocadas, para nos divertir.

Vejam o roteiro dos produtores do filme do UOL, e em seguida vejam o filme. Muito riso para todos.

“Na edição desta semana, a importância econômica do Brasil no mundo é defendida por ninguém menos que Barack Obama, e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, ganha uma comparação futebolística que deu o que falar na votação pela redução da maioridade penal no país.”


sexta-feira, 3 de julho de 2015

DILMA, RENUNCIE! PELO BEM DO BRASIL E DA GRÉCIA!




Por Zezinho de Caetés


Ontem estava lendo sobre a crise grega e fazendo um paralelo com a crise brasileira, com meus parcos conhecimentos de Economia. Ao ler O Globo, encontrei um texto do Carlos Alberto Sardenberg, que pelo título, já me deixou encafifado: “Enganaram Tsipras”. Este nome estranho é, de nada mais nada menos, do Primeiro Ministro grego, o Alexis Tsipras.

Isto eu sabia. O que eu não sabia era quem o havia enganado. Só descobri lendo o referido texto. Vocês imaginam quem foi? Não poderia ser ninguém mais do que o Lula e a Dilma. Os detalhes, leiam vocês mesmos. Eu apenas digo que em matéria de enganação, ninguém na história deste país, e agora do mundo, ganha do Lula. E, pelo jeito ele ensinou quase tudo que sabe à sua criatura, nossa gerenta presidenta, a Dilma.

Hoje, com o resultado da última pesquisa do IBOPE, já se sabe que quase 90% do brasileiros assim pensam, e os outros 10%, são os petistas que ainda continuam empregados. E não se iludam, porque nas próximas pesquisas a coisa ficará muito pior. Os conselhos para que a Dilma renuncie e evite o processo desgastante do impeachment, já começam a ecoar até em suas próprias hostes. Ninguém aguenta mais as besteiras ditas por ela aqui e no exterior. Nem o Fidel, seu dileto camarada, aguentaria, quanto mais o Obama.

E, como dizem os bons economistas deste país, a crise está apenas no começo, e não haverá nenhuma chance de acabar enquanto a Dilma estiver fingindo que governa e Michel Temer fingindo que é o presidente. Portanto, eu faço eco aos brasileiros e imploro: DILMA, RENUNCIE! PARA O BEM DO BRASIL.

“Não é piada porque o povo grego não está achando graça nenhuma. Mas é uma ironia pronta. Há dois anos e meio, Alexis Tsipras, então um jovem aspirante a líder europeu, esteve no Brasil para ouvir o conselho de Dilma e Lula. Ouviu que políticas de austeridade só levam ao desastre e que era preciso, ao contrário, aumentar o gasto público e o consumo. E não é que ele, eleito primeiro-ministro, seguiu o conselho quando o governo Dilma estava fazendo justo o contrário, uma severa política de aumento de impostos, corte de gastos e alta de juros? A mesma que os credores europeus estão exigindo da Grécia.

Tsipras está muito ocupado com a confusão que armou. Mas ainda assim poderia tomar um tempinho para telefonar ao mentor e à mentora brasileira: e o que eu faço agora, hein?

Seria só para manifestar sua bronca porque Lula e Dilma não teriam o que responder. Depois de três anos de política anti-austeridade, a economia brasileira chegou ao desastre. Logo, o conselho de dezembro de 2012, quando Tsipras teve longos papos com Dilma e Lula, está superado pelos fatos.

Austeridade, então? Dá para imaginar Tsipras reclamando com razão: mas só agora vocês me avisam? Seria melhor, então, que os conselheiros não dissessem nada. Simplesmente não atenderiam o telefone, celulares... e, talvez, poderiam mandar uma mensagem tipo “desculpaí, foi mal". Sabem como é, o primeiro-ministro grego é bem jovem, nem usa gravata.

Mesmo porque, seguem as ironias, Dilma não poderia recomendar austeridade no momento em que sua popularidade é um desastre tão grande quanto a economia.

E querem mais uma? Pois a Grécia, do ano passado para cá, estava em processo de recuperação do crescimento, junto com a Europa. Podem checar os diversos cenários que vinham sendo feitos por instituições internacionais. Ou pela revista “Economist”: a previsão de crescimento para este ano é (era) de 1,4%, depois de uma expansão de 0,8% em 2014.

É pouco, claro, nem de longe repõe as perdas da recessão e o desemprego continua na casa dos 25%. Mas era um desempenho melhor que a anti-austeridade brasileira. Nada de crescimento em 2014 e uma recessão em 2015. Alguns dirão: a recessão deste ano é culpa da austeridade. Não é. Nenhuma política conseguiria produzir maldades tão rapidamente.

Desastres econômicos são cuidadosamente construídos ao longo de muitos equívocos. E tanto maior o tempo de recuperação quanto maior e mais longo o desastre.

Tudo considerado, a população brasileira sabe que ainda passará por tempos difíceis: inflação elevada, juros altos, desemprego em alta e só a renda em queda. A população grega vai passar por tempos piores, ficando ou não na Zona do Euro, fazendo ou não um novo acordo com os credores. A incerteza trazida pelo governo de esquerda de Tsipras levará tempo para se dissipar.

Por exemplo: se o governo reabrir os bancos e permitir a livre movimentação do dinheiro, não sobrará um centavo na Grécia. Toda pessoa de bom senso transferirá sua poupança para, digamos, a Alemanha.

Mas o país estará certamente pior se deixar o Euro, sem novo acordo de financiamento. Além dos problemas atuais, haverá desvalorização e alta inflação na nova moeda (contra inflação zero do euro) e, pois, a perda do valor de poupanças e rendas.

Neste caso, entrará em operação o Plano B, explicado em entrevista a O GLOBO por Theodoros Paraskevopoulos, assessor econômico do Syriza, o partido de Tsipras:

“Suspender completamente o pagamento da nossa dívida, em outras palavras, dar o calote. Pela primeira vez, os bancos alemães e franceses vão sofrer com essa crise. Eu sei que, nesse caso, a Grécia não teria mais acesso ao mercado de capitais".

Não é verdade que aqueles bancos vão sofrer pela primeira vez. Lá atrás, no primeiro acordo de resgate da Grécia, já foram obrigados a aceitar um desconto nos seus créditos e a refinanciá-los com juros menores. Hoje, é bem pequena a exposição de bancos privados alemães e franceses à dívida grega. Aprenderam. Esta dívida está hoje, na maior parte, com os governos e instituições europeias. A Grécia de Tsipras, portanto, vai dar um calote nos colegas, vai passar a conta para contribuintes de outros países.

De todo modo, ficará isolada da Europa na política, estará fora dos mercados de capitais, sem financiamento, portanto, e afastada da economia global. Tudo bem, disse Paraskevopoulos: “Temos a chance de procurar novas alianças, com o Brasil, com a Venezuela, com a Rússia".


Estão lascados. Vão cair na esparrela outra vez.”