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terça-feira, 7 de julho de 2015

Dilma cai ou não cai?




Por Zezinho de Caetés

Este final de semana foi um horror. Não sei se esta é a palavra adequada para descrever a quantidade de notícias que davam como certa a queda da Dilma, a qualquer momento. E eu, como sou um fã incondicional de sua renúncia, não desliguei os olhos e ouvidos, e mesmo o nariz, do noticiário. Digo nariz, porque a coisa está fedendo.

Todos sabem que a Dilma está tentando governar o Brasil, mesmo sabendo que é incompetente para fazê-lo. No fundo, no fundo, ela estava apenas procurando cumprir o papel que o Lula lhe deu, de forrar sua cama para que ele voltasse a governar o país. Eu digo estava, porque parece que, com a entrevista que ela deu ontem a alguns jornalistas, bem resumida pelo texto do Ricardo Noblat que abaixo transcrevo,  agora quer tentar governar sozinha, pois descobriu que o Lula é um atraso de vida.

Eu não quero dizer que ela vai conseguir. Pelo contrário, acho que, com as lambanças feitas pelos dois, Lula e Dilma, dificilmente ela escapa do impeachment ou da cassação. Mas, pelo que ela disse, se verdadeiro, a renúncia fica mais difícil. Eu, acredito que ela está dizendo a verdade, e fará tudo que for possível para não cair, pois, se cair, como ela poderia continuar a “dieta Ravena”, que a transformou de uma gorda numa magra, cuja silhueta até foi elogiada pelo Obama, sob os olhares ciumentos da Michele?

No entanto, o que ela disse na entrevista (que pode ser vista completa aqui), pelo menos as oposições vão pensar duas vezes antes de dizer que o impeachment será um trauma, acreditando que a renúncia seria uma questão de horas ou dias. Agora, mais do que nunca, a luta pelo Fora Dilma deve continuar, antes que ela se faça de vítima das instituições, com a velha história de “torturada”.

Fiquem com o Noblat, por enquanto, que eu vou ler com cuidado a entrevista completa por ele resumida abaixo, para responder com segurança à grande dúvida nacional: A Dilma cai, ou não cai?

“Impeachment? Bobagem! “Eu não vou cair, isso aí é moleza”', afirma Dilma. A oposição? “É um tanto golpista”. Menos o PMDB que é “ótimo”.

Não, ela não se sente no volume morto, como observou Lula outro dia. Lula pode dizer o que quiser sobre o que quiser, que Dilma não se incomoda. Reconhece-lhe o direito.

Dilma concedeu entrevista exclusiva a Maria Cristina Frias, Valdo Cruz e Natuza Nery publicada, hoje, na Folha de S. Paulo. Seguem trechos da entrevista:

- Respeito muito o presidente Lula. Ele tem todo o direito de dizer onde ele está e onde acha que eu estou. Mas não me sinto no volume morto não. Estou lutando incansavelmente para superar um momento bastante difícil na vida do país.

- Outro dia postaram que eu tinha tentado o suicídio, que estava traumatizadíssima. Não aposta nisso, gente. Foi cem mil vezes pior ser presa e torturada.

- [Dilma descartou a renúncia] Eu não sou culpada. Se tivesse culpa no cartório, me sentiria muito mal. Eu não tenho nenhuma. Nem do ponto de vista moral, nem do ponto de vista político.

- Falam coisas do arco da velha de mim. Óbvio que não [tenho nada a ver com o petrolão]. Mas não estou falando que paguei conta nenhuma também. O Brasil merece que a gente apure coisas irregulares. Não vejo isso como pagar conta. É outro approach. Muda o país para melhor. Ponto.

Os jornalistas perguntaram a Dilma o que ela achou da prisão dos presidentes das empreiteiras Odebrecht e Andre Gutierrez. Resposta:

- Olha, não costumo analisar ação do Judiciário. Agora, acho estranho. Eu gostaria de maior fundamento para a prisão preventiva de pessoas conhecidas. Acho estranho só.

- Eu não vou terminar [o mandato dela] por quê? Para tirar um presidente da República, tem que explicar por que vai tirar. Confundiram seus desejos com a realidade, ou tem uma base real? Não acredito que tenha uma base real.

As duas últimas perguntas da entrevista:

- Parece que está todo mundo querendo derrubar a sra.

- O que você quer que eu faça? Eu não vou cair. Eu não vou, eu não vou. Isso é moleza, isso é luta política. As pessoas caem quando estão dispostas a cair. Não estou. Não tem base para eu cair. E venha tentar, venha tentar. Se tem uma coisa que eu não tenho medo é disso. Não conte que eu vou ficar nervosa, com medo. Não me aterrorizam.

- E se mexerem na sua biografia?

- Ô, querida, e vão mexer como? Vão reescrever? Vão provar que algum dia peguei um tostão? Vão? Quero ver algum deles provar. Todo mundo neste país sabe que não. Quando eles corrompem, eles sabem quem é corrompido.

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Comento: o ponto forte da entrevista é a disposição revelada por Dilma de lutar pelo próprio mandato. Lutar com todas as forças. Desafiando, inclusive, adversários para que tentem derrubá-la.

Ela não dá pistas sobre como reagiria. E tudo o que diz pode ser mais retórica do que qualquer outra coisa.

Um processo de impeachment só vai adiante quando se ampara em provas de ilícitos. Por enquanto faltam provas. Mas isso não quer dizer que elas não possam aparecer.


Dilma manda com a entrevista um duro recado para Lula: o petrolão não foi obra dela. Portanto, só pode ter sido obra dele. E ela não se mexerá para atrapalhar investigações e possíveis julgamentos.”

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