Em manutenção!!!

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

AMY WINEHOUSE E MARINÊS





Por Carlos Sena (*)

Amy morreu. Marinês também. Amy tinha voz linda e Marinês também. Amy tomava drogas, Marinês não. Amy se dizia complicada e adorava ser excêntrica no pior sentido da palavra, Marinês não. Amy tombou num Show aqui no Recife. Marinês nunca tombou em palco algum. Amy era Inglesa, Marinês Nordestina/pernambucana de São Vicente Ferrer. Amy morreu drogada, jovem e rica. Marinês morreu de morte morrida, pobre e velha.

Certamente que a grande maioria de brasileiros conhece Amy e talvez nem tenham ouvido falar de Marinês. Pois eu lhes faço um breviário: foi considerada a Luiz Gonzaga de saias. Sua voz aveludada e potente a fez cantar forró como poucas, só rivalizando com Carmélia Alves. Sua turma da MPB é composta, basicamente por Dominguinhos, Genival Lacerda, Luiz Gonzaga, Elba Ramalho e Zé Ramalho, Joquinha Gonzaga, Gilberto Gil, Anastácia, Cremilda, Azulão, Fagner e tantos outros. Um dos melhores CDS ela gravou antes de morrer com a participação da maioria desses artistas. Certa noite, no projeto SEIS E MEIA no teatro do Parque em Recife ela emocionou a todos quando cantou MARINA, sozinha em formato capela. Os presentes se entreolhavam como que a dizer: ela conseguirá? E ela não só conseguiu dar uma nova interpretação dessa música tão conhecida da nossa MPB, como deu show de técnica vocal. A partir dali, quem por acaso duvidasse do talento de Marinês, calou a boca.

Pouco tempo depois desse show (2007), já aos setenta e um anos, mas com a mesma voz aveludada e forte, o “show da sua vida” encerrou em função de um AVC provavelmente deflagrado pela diabetes. Podemos dizer que morreu doce como seu sangue e sua voz. Enterrou-se em Campina Grande - cidade por ela cantada várias vezes. Pobre? Talvez, pois neste país os nordestinos sobrevivem por competência e foi isto que ela foi: competente no seu ofício de cantar. Envelheceu! Diferente de AMY que morreu jovem e, como se suspeita, por conta das drogas. A vida parece mesmo que foi uma droga pra ela em todos os sentidos. Pra Marinês, uma droga sequer não foi encontrada pra curar sua diabetes, mas ela morreu feito vinho que quanto mais velho melhor.

Vi na TV um jovem de Natal-RN dizendo que sua vida não tinha mais muita graça depois da morte de EMY. A gente vê isto porque não tem alternativa, mas ficamos super tristes. Resta-nos perguntar: que vida será essa desse rapaz ao dizer isto diante da morte de uma cantora como WINEHOUSE? Além da sua voz que outros exemplos ela deixaria pra ele e tantos outros no Brasil e no mundo inteiro? Drogas? Sexo? Instabilidade afetiva? Poderão dizer: ninguém tem nada a ver com a vida particular dela, no que também concordamos. Sendo isto verdadeiro, então por que disto? Afinal, morre o cantor, o poeta, o trabalhador, todos morremos. Uma voz que se foi? Dalva de Oliveira se foi. Marinês se foi. Elis se foi. Orlando Silva se foi. Tantos se foram e irão!

Prefiro Marinês. Essa eu conheço sua cepa. O Brasil nem noticiou a morte dela, mas agora vocifera a de EMY. Colonialismo cultural? Preconceito com a nordestina Marinês? Tudo pode ser inclusive nada. Se as duas se encontrarem no céu, não tenho dúvidas que será um sucesso de público e de crítica. De um lado Deus. Do outro Jesus Cristo. Em volta anjos e santos aplaudindo... Quando o pano do show celestial se fechar, uma ave Maria de Schubert falará por nós... Mas será uma sanfona afinada tocada pelo rei Luiz Gonzaga que irá dar o mote da canção que Marinês entoará pra todos nós lá do céu. Marinês e sua Gente é como era anunciada nos shows Brasil afora. "Balanceiro da uzina? Eu não meu bem!" - Refrão de um dos seus grandes sucessos."Pisa na fulô" e "Peba na pimenta" foram alguns dos sucessos lançados pela cantora, que teve intensa produção até a separação de Abdias, na década de 80. Sua discografia contabiliza cerca de 30 discos. Muitos deles transformados em CDS.
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(*) Publicado no Recanto das Letras em 24/07/2011

terça-feira, 30 de agosto de 2011

O anonimato em blogs e comentários





Por Zé Carlos

Abaixo eu transcrevo uma postagem do Blog do Ronaldo César, tentando ainda pegar a terra aquecida pelo sol gerado no debate, sobre o anonimato, no Encontro de Blogueiros de Bom Conselho. Inicialmente o Ronaldo, cita um comentário meu a uma sua postagem, depois, comenta o comentário, e logo em seguida eu comento o comentário que ele fez a meu comentário. Deu para entender? Leiam e entenderão.

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O debate sobre o anonimato em blogs e comentários

Transcrevo um comentário do blogueiro Zé Carlos da Gazeta Digital de Bom Conselho.
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Caro Ronaldo César,

Foi um grande prazer conhecê-lo pessoalmente. Já peço desculpas se estiver sendo pouco educado, neste início de amizade. Pela minha discordância da principal conclusão que você tirou da brilhante palestra do Dr. Renato, a afirmar que ele incentiva o anonimato. Ele já respondeu a contento em comentário acima, mas, como um defensor do anonimato como um direito que temos de nos expressar da forma que quisermos, não podia deixar de escrever umas poucas linhas a respeito.

Eu, sem o brilhantismo do Dr. Renato, venho escrevendo uns textos sobre o tema em nosso Blog (A Gazeta Digital). Penso que nem eu nem ele incentiva o anonimato. Eu, talvez também não incentivo a apresentação de RG e CPF toda vez que alguém escreve. Um distinção que o Dr. Renato fez é aquela entre o campo jurídico e o campo ético. No caso de nós blogueiros, em qualquer um dos dois campos não podemos punidos por nada se aceitarmos os anônimos como blogueiros ou comentaristas. No campo jurídico há suas implicações e cada um deve arcar com suas responsabilidades. No campo ético, é deixado a cada um decidir sobre seu veículo de comunicação.

Numa das respostas mais brilhantes do palestrante a uma pergunta de um dos mais brilhantes dos debatedores, que foi você, que perguntou, se não seria uma imprudência publicar uma denúncia anônima, relatando um crime de alguém, podendo prejudicá-lo pelo resto da vida. E você perguntou, e se ele, o denunciante, estiver errado? Ao que o Dr. Renato respondeu: E se ele estiver certo?

Ficam ambas as perguntas para serem respondidas por cada um blogueiro, que deve decidir com sua consciência moral. E isto está longe de indicar um incentivo ou não anonimato.

Foi realmente um prazer conhecê-lo.

Zé Carlos (Blog da Gazeta Digital)

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Agora comigo: Caro Zé, quando falo do incentivo ao comentário anônimo é pelo fato de o Dr. Renato ter dito que o blogueiro não poderá ser responder criminalmente no caso de comentários anônimos que atinjam alguém, difamando, caluniando ou injuriando. Como ele acredita que não haverá problema jurídico, isto pode incentivar os blogueiros da região a aumentar a quantidade de comentários anônimos.

É aí que discordo, creio que a responsabilidade é do meio de comunicação, inclusive os blogs, neste caso é solidária, quando o blogueiro tem o poder da moderação e não o faz. É como um jornal que publica uma carta anônima ou uma rádio que coloca um ouvinte sem identificação no ar e ele comete o crime da injúria, difamação ou calúnia contra outrem.

Com a identificação será possível criminalizar o autor, tal e qual o torcedor que joga um sapato no juiz. Caso não seja identificado o clube responde criminalmente e desportivamente. Por isso, jornalistas como Magno Martins e os grandes blogs do país já pedem a identificação do comentarista, para poder identificá-lo caso venha a ser citado em alguma ação judicial.

O direito atual busca mais reparar ao que foi atingido que procurar o culpado, e se alguém se sente agredido em sua conduta moral tem todo o direito de buscar a retratação através da justiça. Neste caso, o comentário sendo anônimo repassa a responsabilidade a quem fez a inclusão na internet. Como exemplos já têm vários blogueiros processados no país por comentários anônimos, é só procurar no google, há jurisdição que começa a dar argumentos para as causas.

Renato disse que o blogueiro não dá causa ao comentário anônimo, e discordo mais uma vez, no blog quem manda é seu editor, e ele é responsável por tudo que é publicado, pode ser um comentário, pode ser uma propaganda enganosa, etc.

É um assunto polêmico, atraente, complexo e deve ser melhor debatido. Foi muito interessante conhecer pessoas com esse conhecimento como o Renato e você, a quem reporto como uma das figuras mais inteligentes que estão ajudando a criar o movimento blogueiro pernambuco, com intervenções responsáveis e a crítica necessária que força o debate.

É uma questão de interpretação, Dr. Renato Curvelo tem a dele, tenho a minha, e do debate buscaremos uma conclusão, ou não, pois o direito é dinâmico e tudo depende do caso concreto.

Sou leitor diário da AGD.

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Caro Ronaldo César,

Eu agradeço os elogios a minha pessoa e tenho certeza, pelo desejo de debater em torno de ideias e princípios sempre seremos amigos e parceiros. O tema é tão complexo que eu já fui até acusado de ter contratado o brilhante advogado Renato Curvelo para me defender do crime de anonimato, do qual eu alego inocência. Mesmo assim, saí mais tranquilo do Encontro, pois nunca se sabe, se realmente poderei provar na justiça que não sou um anônimo “enrustido”, por usar o pseudônimo de Zé Carlos, ao invés do meu nome verdadeiro, sem o necessário registro em cartório. Outro advogado alegou, que seria condenação líquida e certa.

Eu não sou advogado, não sou cientista político, não sou jurista e uma certa época fui economista, mas já me curei da doença. Agora tento apenas ser um blogueiro e um especialista em cultura geral. Um amigo meu já me disse que, por este grau de generalidade eu já estou pronto para ser um político. Mas, sou também um cidadão, que procura entender as coisas. Um dos meus desafios do momento é entender porque alguns pensam que o “anonimato” é uma atitude tão ruim que precisa ser motivo de leis e mais leis, quando em outros países, ninguém liga prá isto, principalmente, na internet, que foi algo que surgiu, com um impacto maior do que aquele produzido pela invenção da escrita e da própria imprensa, e que hoje é algo que pode ser uma forma de expressão popular muito mais eficiente do que tudo que vimos antes.

Alguém, que somos nós todos blogueiros, temos um meio de expressão nas mãos. Não há blogs para todos. Muitos precisam de nós para se expressar. Eles não podem ou não sabem fazer um blog para se expressar. Então abrimos nossos comentários em nossos blogs e dizemos, está aqui um espaço para você se expressar. E em seguida dizemos, veja bem, mas, se você “mijar fora do caco”, eu o proíbo de publicar aqui. Os juízes que condenaram alguns blogueiros que publicaram coisas anônimas ou obscenas ou ambas juntas, enquanto outros não o fazem, apenas discordam do que significa “mijar fora do caco”.

O que o Dr. Renato disse, para mim, foi que, independente do tamanho, do mau cheiro da “mijada”, o blogueiro não é responsável por ela se a permitir em seu blog. Ele diz que falta uma relação de causalidade, que eu, em minha leiguice interpreta da seguinte forma: Eu tenho um blog que é público e não posso ser responsável pela “mijada” que dão nele. Quem é responsável é o “mijão”. Se foi uma “mijada” anônima, e feriu molhou alguém, este pode recorrer a justiça para que o indivíduo pague pelos efeitos de sua “mijada”. O blogueiro está apenas cedendo um espaço para o indivíduo se expressar.

Com isto ele não está nem incentivando que as pessoas “mijem” nas outras, nem dizendo que quando quiserem “mijar” não devem usar seus nomes. Apenas está dizendo o que ocorre em termos da legislação brasileira, e que tem sido esquecido por alguns dos nossos juízes, ao aplicar determinadas penas. Ora, como eles não encontra facilmente o “mijão” condenam quem cedeu o espaço para indivíduo “mijar”, como uma forma exemplar de prevenir novos abusos.

Quanto aos aspectos éticos, não há nada que impeça aos blogueiros se protegerem contra aqueles que gostam de “mijar fora do caco”, mas isto, não dá o direito de quem assim pensa de querer que os outros assim procedam.

Concordo inteiramente com você que o assunto é polêmico, e assim sendo, muita água ainda vai rolar, e “mijo” nos pés do muro e debaixo das pontes, até que se chegue a um denominador comum, que permita fazer uma lei que seja justa para enquadrar a internet. Por enquanto, o que existe, e onde existe, é uma tentativa de governos desavergonhados e autoritários, e pior, enganados por pessoas que pensam entender o fenômeno da internet, e que só colaboram para diminuir nossa já combalida liberdade de expressão.

No meu ponto de vista, e no momento, o que temos que fazer não é cercear nem controlar a capacidade de expressão daqueles que usam nossos blogs, inventando perigos que não existem, pois, como bem disse o Dr. Renato: “Não há crime sem lei anterior que o defina”. E foi estudando-as que ele chegou a brilhante conclusão de que o culpado pelo “mijo” é o “mijão” e não o dono do muro.

O Estatuto da LICAMPE (Liga dos Comentaristas Anônimos do Agreste Meridional de Pernambuco)




Por Zé Carlos

Estamos ainda na cauda do cometa que foi o II Encontro de Blogueiros de Bom Conselho. No rastro deixado por ele surgiram e irão surgir novas iniciativas que auxiliem nosssa blogosfera na tarefa de ajudar a região e seus homens a melhorarem a vida do seu povo, pois “somos  todos iguais, braços dados ou não”, anônimos ou não, com CPF ou não.

Hoje acordei com mais um estatuto em minha frente, elaborado pelo Altamir Pinheiro, que reproduzo abaixo, e se tiver onde assinar, eu já assinei. Este Blog da AGD não é um blog anônimo, mas seus componentes defendem o anonimato como uma forma de se expressar tão importante e legítima quanto as outras, que levam numa bandeira o CPF (às vezes falsos) ou o RG (emitido em 1940), para mostrar sua coragem e lisura.

O restante da postagem do Blog Chumbo Grosso pode ser vista (aqui  ou na nossa página "Deu nos Blogs"). Vamos divulgar, e nos associar todos. Fui contra a criação de uma associação de blogueiros, por que hoje ainda se procura definir o que é um blog, e este instrumento está no meio de outro, a internet, que é incontrolável, surgindo a possibilidade real de termos um governo do povo pelo povo e para o povo, e seja o que Deus quiser. Leiam o Estatuto. Anônimos do mundo uni-vos, o que tendes a perder são os vossos CPFs e RGs.

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LIGA DOS COMENTARISTAS ANÔNIMOS DO  AGRESTE MERIDIONAL DE PERNAMBICO.

O ESTATUTO DA LICAMPE.

Elaborado por Altamir Pinheiro

---ARTIGO PRIMEIRO: -  DENOMINAÇÃO, SEDE, FINALIDADE, DURAÇÃO  E SEUS DIRIGENTES  A  LICAMPE(Liga dos Comentaristas Anônimos do Agreste Meridional de Pernambuco), neste estatuto irreal, fictício e imaginário designada simplesmente como LICAMPE e sem data de fundação,  com sede e foro espalhados na blogosfera, é uma liga associada ao direito público regional, constituída por tempo indeterminado, sem fins econômicos, de caráter eminentemente político, mas suprapartidário, criada com a finalidade de combater os corruptos conhecidos que atuam na vida política desta região, independente de classe social, nacionalidade, sexo, raça, cor ou crença religiosa, tendo como alvo principal os sacanas, canalhas e patifes dos prefeitos e vereadores constituídos através dos votos comprados, roubados e conseguidos através de promessas vãs de empregos nas respectivas prefeituras e câmaras de vereadores.

PARÁGRAFO ÚNICO: - Haverá uma rotatividade constante  de seus dirigentes, sendo que a liga será  composta por 365 presidentes durante todo o ano que se alternarão diariamente, além de nenhum ter acesso a qualquer tipo de remuneração  nem muito menos seus associados pagarão taxas, mensalidades nem caralho nenhum que se refira a grana;
 
---ARTIGO SEGUNDO: - SÃO PRERROGATIVAS DA LIGA:
No desenvolvimento de suas atividades, a LICAMPE observará os princípios do anonimato, caracterizado pela impessoalidade em defesa da moralidade, da ética e da honestidade.

PARÁGRAFO ÚNICO - Para cumprir suas finalidades sociais, a Liga se organizará em tantos comentaristas de blogs quantos se fizerem necessários, contando com todos os municípios do Agreste Meridional em toda a internet regional, os quais ficam livres para escrever tudo que tem direito e ARCANDO COM SUA DEVIDA RESPONSABILIDADE PELO ATO ORA PRATICADO, imediatamente após a adesão espontânea, se regendo pelas disposições contidas neste estatuto;

---ARTIGO TERCEIRO: - DOS COMPROMISSOS DA LIGA
A  LICAMPE se dedicará as suas atividades de denúncia e cobrança de medidas legais contra a corrupção, a roubalheira, a safadeza dos políticos, através  dos COMENTARISTAS e dos leitores anônimos, os quais serão os responsáveis diretos por denunciar, espalhando por nossa blogosfera localizada, quaisquer práticas ilícitas, corruptas e imorais que sejam descobertas no cenário político da região;

---ARTIGO QUARTO: – DA ASSEMBLÉIA GERAL
As deliberações serão tomadas nos posts e áreas de comentários dos blogs regionais, sem essa putaria de  colegiados e assembleísmos e nem a famigerada frescura do voto de minerva;

---ARTIGO QUINTO: - DOS ASSOCIADOS
Os associados serão divididos nas seguintes categorias: comentaristas anônimos outros curiosos e intrometidos e leitores anônimos, todos com os mesmos direitos de livre manifestação sem revelar as suas respectivas identidades sem precisar dizer  onde porra mora, de onde veio nem para onde casa do cacete vai;

PARÁGRAFO ÚNICO: - A LICAMPE institui a categoria especial do COMENTARISTA IDENTIFICADO, que inclui aqueles que, mesmo que assumam a sua identidade na blogosfera regional, contribuam para a causa dos comentaristas anônimos;

---ARTIGO SEXTO: – DA ADMISSÃO DO ASSOCIADO
Poderão filiar-se  anônimos independente de idade, classe social, nacionalidade, sexo, raça, cor ou crença religiosa e, para seu ingresso, basta não ser  petralha, comunalha ou gentalha de qualquer espécie e nem muito menos ser pedinte ou associado do BOLSA ESMOLA do seboso ou da faxineira;

---ARTIGO  SÉTIMO:  -  SÃO DEVERES DOS ASSOCIADOS
I. Denunciar quaisquer atos de ilegalidade cometidos por políticos de qualquer partido, para que a denúncia seja repercutida em toda a rede regional, sem dó e nem piedade;
II. Denunciar quaisquer indícios de conluio dos BLOGUEIROS SAFADINHOS  com políticos corruptos em geral, que sugiram a prática do crime de chapa-branquismo;

PARÁGRAFO ÚNICO: - É dever do associado contribuir com o máximo de denúncias devidamente comprovadas contra políticos e a imprensa chapa-branca ou aqueles blogueiros regionais de aluguéis que fazem parte do PIG(Partido da Imprensa Governista);

---ARTIGO OITAVO: - SÃO DIREITOS DOS ASSOCIADOS
I.Manter o seu anonimato em todas as suas relações na blogosfera;
II. Revogam-se as disposições em contrário.

---ARTIGO  NONO: – DA ADMINISTRAÇÃO
A  LICAMPE é auto-gerida pela rede social da blogosfera regional, comentaristas e leitores anônimos, além dos curiosos e intrometidos e as suas decisões são tomadas pelo Consenso do  Puro e Autêntico Anonimato na Internet;

ARTIGO  DÉCIMO: - DA DISSOLUÇÃO
Por mais que os políticos corruptos e a imprensa chapa-branca queiram dissolver esta liga de associados anônimos, ela é indissolúvel e incontrolável. Caso esses blogueiros de aluguéis insistam em extingui-la, o pau vai cantar, a madeira deitar e o cipó de boi vai comer no lombo desses blogueiros,  almofadinhas, mauricinhos e patricinhas que proliferam na região do Agreste Meridional;

ARTIGO DÉCIMO PRIMEIRO: - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Os associados da liga, ao contrário da maioria dos políticos da região que abrange todo o Agreste Meridional formando 21 municípios e dos blogueiros safados, não aceitam participação em lucros, bonificações, propinas, comissões sobre compras públicas ou vantagens a qualquer título;

ARTIGO DÉCIMO SEGUNDO: - DAS OMISSÕES
Os casos omissos no presente Estatuto serão resolvidos pela Assembléia dos Anônimos da Blogosfera, que comparecerão com os seus IP flutuantes e as suas astúcias assumidas para desratizar esta região e na condição que serão deliberados com qualquer quórum.
Blogosfera,  qualquer dia de um mês qualquer do ano que ainda está para chegar  neste  Século que apenas começou e tem muito chão pela frente...

THE  END
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(*) A imagem também foi gentilmente roubada do Blog Chumbo Grosso.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

"Sorria, você está sendo hackeado!"




Por Zé Carlos

Ainda estou tentando atualizar este Blog, depois da grande aventura, nunca antes feita, de ir a Bom Conselho e lá não dormir. Fui e voltei no mesmo dia de ontem 28 de agosto. E o fiz pela importância que dou à atividade blogueira e pela importância do evento a ela relativo do II Encontro de Blogueiros de Bom Conselho.

Organizado pelo blogueiro Cláudio André, o Poeta, doravante assim chamado, para mim foi um sucesso. Meus dois neurônios não se preparam bem para escrever sobre o evento ainda. Um deles, o Tico, já esteve na internet procurando notícias do encontro entre nossos blogs e tentado ver a repercussão do evento. Teve muita e da melhor espécie.

Para mim, o ponto alto, sem desmerecer as outras atividades, foi a palestra brilhante do Dr. Renato Curvelo sobre o “anonimato”, que me deixou sem ação. Isto literalmente, pois andei pesquisando um pouco, quando o outro neurônio o Teco também está acordado, sobre o tema e escrevi tanto que a amiga e blogueira Niedja Camboim me disse já está se tornando uma “anônima” pelo tamanho dos meus textos.

Ainda há muita coisa a falar, mas não vou fazê-lo agora. Apenas corrijo um pouco uma postagem do Poeta, que diz que eu contratei o Dr. Renato para me defender do anonimato. Eu penso até que um advogado como o Dr. Renato, eu só poderia ter como defensor público, pois ele vale ouro, e isto eu não tenho. Digo acima que ele me deixou sem ação, porque não caberia mais uma vírgula minha em sua exposição sobre o anonimato, que eu defendo com “unhas e dentes”, como direito do cidadão, e agora, muito mais ainda.

Ele, o Poeta, deixa uma pergunta que não quer calar: “continua ele sendo a Lucinha Peixoto?” Eu apenas repito o que lá disse: Eu não continuo sendo a Lucinha Peixoto, porque, infelizmente, nunca fui, embora, adorasse sê-lo. Estou longe de ter sua competência e sua coragem. Tenho certeza, que ela sabe muito bem se defender destas insinuações, que só prejudicaram a comunicação nos blogs de nossa terra pelo medo de rastreamento de IP, como foi tanto discutido no Encontro, e nem tenho muito mais a dizer sobre o assunto.

Não posso resistir em citar aqui um texto do jornalista Hugo de Souza sobre a censura aos e-mails corporativos e mais um projeto de lei para acabar com o sossego dos internautas, que pela própria índole, deveriam ser avessos a regulamentações. Ele foi publicado em nossa página de Notícias e o reproduzimos abaixo.

Entre o título que dei acima e outro que poderia também ser usado, tinha que escolher um. O outro seria, o que representou as conclusões do Encontro de ontem, sobre o qual ainda tenho muito que escrever: “Sorria, seu IP está sendo rastreado.” Fiquem com o Hugo de Souza.

“Tramita desde junho deste ano na Câmara dos Deputados um projeto de lei que “dispõe sobre restrições ao monitoramento de correspondência eletrônica por parte do empregador”. Em outras palavras, sobre quando o patrão pode e quando o patrão não pode bisbilhotar o que seus funcionários escrevem nos e-mails que enviam e recebem a partir de computadores do ambiente de trabalho, na conta corporativa ou na conta pessoal.

Este é um dos temas nevrálgicos das relações entre chefias e subordinados que emergiram junto com as novas tecnologias da informação e da comunicação. Há dois anos uma pesquisa da empresa de segurança em informática Proofpoint mostrou que 38% das companhias norte-americanas com mais de mil empregados mantêm funcionários para inspecionar e monitorar os e-mails dos trabalhadores. Seus motivos: em 43% delas aconteceu vazamento de informação confidencial via e-mail, e 31% dessas empresas já despediram algum funcionário por violação de políticas de envio e recebimento de correio eletrônico.

Abuso de autoridade…

Em sua justificação, o autor do projeto de lei número 1429/2011, deputado Antônio Roberto (PV-MG), lembra que os trabalhadores fazem uso do e-mail hoje em dia com “foi” o uso do telefone “em outros tempos” (sic), e tanto no nível profissional, como no pessoal e afetivo, e acrescenta:

“Temos presenciado, entretanto, uma verdadeira agressão à individualidade da correspondência eletrônica dos trabalhadores, por parte das empresas e também do serviço público, que invadem indiscriminadamente os e-mails dos empregados. Sem arcabouço legal mínimo, tal agressão é, em muitos casos, motivada por abuso de autoridade, ou por situações que caracterizam assédio moral aos empregados”.

Prossegue o deputado Antônio Roberto na justificação do seu projeto de lei:

“Proposta vai ao encontro da preservação da garantia constitucional da inviolabilidade da correspondência, ao mesmo tempo em que garante a estabilidade das relações de trabalho a partir de regras claras. Só serão permitidos monitoramento de e-mails corporativos, em organizações que, prévia e expressamente, informem aos empregados da possibilidade do monitoramento. Assim, a partir de um relacionamento maduro e com todos os envolvidos conscientizados de suas obrigações e direitos, os conflitos que vemos crescer no momento atual serão, certamente, minimizados”.

… ou ‘subordinação virtual’?

Em artigo no site Consultor Jurídico, o diretor do Instituto Brasileiro de Direito Eletrônico, Alan Balaban Sasson, diz que o projeto do deputado Antônio Roberto é ineficaz e extemporâneo porque, por um lado, na Constituição Federal e na própria CLT existem mecanismos que protegem os dados pessoais do empregado e, por outro, o uso do e-mail corporativo “pode e deve” ser monitorado pelo empregador, tendo em vista que é uma ferramenta de trabalho.

“Caso exista regra clara e específica sobre a impossibilidade do uso do e-mail pessoal no ambiente de trabalho e o empregado tenha ciência que o meio eletrônico é monitorado de forma remota — a subordinação virtual –, não poderá alegar prejuízo futuro caso utilize seu e-mail pessoal no ambiente de trabalho e a empresa tenha ciência do conteúdo utilizado e visualizado”, considera  Alan Balaban Sasson.

Tudo indica que não tardará o tempo em que todo computador de escritório terá um adesivo logo acima do monitor dizendo: “Sorria, você está sendo hackeado!”.”

domingo, 28 de agosto de 2011

O MARCO CIVIL DA INTERNET




Por Zé Carlos

Não tive tempo de verificar o texto que foi enviado ao Congresso na última sexta-feira do chamado Marco Civil da Internet. Quando pesquisei as discussões em torno do assunto anonimato, o que melhor encontrei foram os seguintes tópicos

Art. 8º

A garantia do direito à privacidade e à liberdade de expressão nas comunicações é condição para o pleno exercício do direito de acesso à Internet.

Este era o um dos artigos do projeto que não sei ou não se permaneceu, mas que eu concordo inteiramente com ele. Nos comentários feitos não escapamos daqueles que se remetem à vedação constitucional do anonimato. Cito os comentários feitos, apenas mudando a apresentação para serem melhor entendidos, sem aqueles penduricalhos de hora e data e sem os nomes daqueles que comentaram:

Comentários:

1)

A liberdade de expressão vem com a responsabilidade. O artigo 8o deve referenciar a constituição neste ponto, fazendo a ressalva com relação ao anonimato.

Proposta de nova redação:

A garantia do direito à privacidade e à liberdade de expressão nas comunicações é condição para o pleno exercício do direito de acesso à Internet, sendo vedado o anonimato.

2)


A plena liberdade de expressão é dependente da condição de anonimato.

Claro que você pode me dizer que todo mundo deve “assinar embaixo” do que diz e eu concordo com isso, no entanto pela grande divergência de opiniões, pela perseguição e uma vasta lista de motivos que devem estender o DIREITO AO ANONIMATO a um individuo, vejo que se deve fugir dessa reafirmação constitucional, mesmo porque na própria CF essa é uma questão vaga e que contem suas contradições se levarmos em conta que na atualidade não mais dependemos de um jornalista para “preservar a integridade” de uma “fonte”… hoje em dia, a própria fonte faz uma publicação, não é mesmo?? Pois é, nesse caso quem merece uma nova redação é a própria Constituição Federal.

Além é claro que a natureza da web nos brinda com essa possibilidade, a da anonímia, seria um desperdício querer que fosse diferente.

3)

Imagine que o senado aprove uma lei que, para acabar com as enchentes no Brasil, diga que “É proibido chover nas quartas feiras”.
Terá algum efeito pratico? Não, pois as nuvens não foram feitas para ser controladas.
A internet não foi feita para ser autenticada. Ela só serve para transmitir dados de um ponto a outro. O protocolo que é usado na rede foi feito em uma nação cujo anonimato é um direito garantido na constituição, o que torna o cidadão livre para manifestar seu pensamento, mesmo que este pensamento seja contra tudo o que a sociedade prega – o anonimato protege e garante a liberdade de expressão de quem pensa diferentemente da regra. Eu poderia ser a favor da monarquia. Se eu falar isso em público com meu nome, seria linchado e punido pela própria sociedade – mesmo estando eu certo. Porém se for de forma anônima, garantirei meu direito de liberdade de expressão ao mesmo tempo que fico protegido da perseguição daqueles que pensam diferente. Isso se aplica para tudo – política, religião, ética. Posso ser favor do aborto e da eutanásia, mas falar isso em publico, sem o anonimato, sendo teu chefe uma pessoa super religiosa… tu vai para a rua por pensar diferente.
Como garantir que poderei divulgar minha opinião sem ser punido por quem pensa diferente?? Anonimato é a resposta.

E de qualquer forma, existem tantas formas de ficar anônimo na rede, que qualquer forma de riscar o anonimato falhará. Portanto o anonimato deve ser garantido, por uma questão simples: não será possível cumprir uma lei que o vede. Vedar o anonimato causaria o fim de toda a internet em faculdades, escolas, lan houses e qualquer outro ponto de acesso publico – o custo do negócio iria se tornar absurdamente alto.

Tecnicamente é possível e relativamente fácil deixar sem anonimato uma rede fechada e 100% controlável pela mesma equipe de administração de TI – justamente por ela ser 100% controlável e conhecida pela equipe – que é o que ocorre com a da empresa que tu trabalha.

Mas na rede publica, não é possível pois há uma diversidade enorme de sistemas, administradores de rede com conhecimentos, interesses, prioridades diferentes e verbas diferentes.

4)

100% de acordo. Mas aproveito a sua colocação sobre “o direito ao anonimato que gozam os cidadãos da nação que criou a web para frisar que AQUI o anonimato é vedado pela CF e que o caminho para se expurgar esta abominação constitucional é valendo-se do principio da “proteção de fonte” destinada às publicações em massa quando partida de um jornalista. Mesmo se conseguíssemos confrontar estes pontos constitucionais e fazer prevalecer o FATO que o dia de hoje nos brinda ([com] independência de expressão), ainda estaríamos carentes de simular esta “testemunha” (o jornalista) de uma forma virtual, e isto nos leva à nossa velha discussão sobre a certificação digital de usuário.

Infelizmente esta longe o dia em que nossa naçao irá admitir que um individuo se expresse SEM A MENOR POSSIBILIDADE de ser encontrado.

5)

É simples alguém se expressar sem a menor chance de ser encontrado na internet: 3 passos básicos:
1) Ache uma rede sem fio aberta.
2) Conecte-se nela.
3) Poste o conteúdo.

6)

Na redação do caput do artigo 8º, propomos uma ressalva ao final para adequá-lo ao texto constitucional, tendo em vista não ser admissível uma lei ordinária mitigar o alcance e a proteção estabelecida pela Lei Maior, no que segue:

Art. 8º – A garantia do direito à privacidade e à liberdade de expressão nas comunicações é condição para o pleno exercício do direito de acesso à Internet, nos termos da Constituição Federal.

Pelo menos, a turma de comentarista, que entende de internet mais do que os assessores de parlamentares que propuseram até hoje projetos de lei a regulamentando. No caso do último comentário, eu não acho que seja relevante colocar a última frase no artigo, “pois está implícito”.

Espero que o texto enviado ao congresso tenha mantido o Art. 8º como aqui se propõe. Caso seja aprovado, será uma ganho para todos os lidam com seu aspecto jurídico principalmente o poder judiciário, cujos membros só terão que aprender como é que a rede funciona, para usá-la e para punir criminosos, não importando se são anônimos ou não.

Eu não pratico o anonimato, mas defenderei com unhas e dentes o direito de quem quiser praticá-lo.

sábado, 27 de agosto de 2011

Outra semana, ufa!!!!!




Por Zé Carlos

Vejam mais uma semana no Brasil e no mundo. Ainda bem que amanhã tem o II Encontros de Blogueiros. Espero que o Kadafi não esteja por lá. Vejam o filme no final e em seguida veja sua apresentação pela equipe produtora da UOL.

“A semana teve cenas incríveis. Os rebeldes invadiram o palácio de Muammar Gaddafi, ditador da Líbia. O prefeito paulistano, Gilberto Kassab, deu uma de animador de auditório durante premiação do melhor caldo de cana da cidade, mas tomou uma resposta atravessada. Em Brasília, o destaque foi para o bate-boca entre os senadores Humberto Costa (PE-PT) e Mário Couto (PSDB-PA). Mais o imbróglio mesmo se deu em Campinas, interior paulista: a Câmara local cassou o prefeito e o vice-prefeito.”

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Mais sobre Anonimato. Só um pouquinho mais...




Por Zé Carlos

Continuaremos nossos escritos sobre o anonimato, usando o mesmo texto que citamos no texto anterior (aqui), e fazendo nossos comentários tentando aclimatá-lo à nossa realidade mais próxima.

O citado texto falou, até aqui, mais da situação de países estrangeiros em termos de repressão à internet, mas nem por isso longe de nossa realidade, quando vemos o que se está tentando fazer em direção a isto. Pelo que o autor deduziu em sua pesquisa, a trajetória de atuação dos inimigos da liberdade de expressão, na maioria dos paísea democráticos, segue um padrão claro, onde se espera sempre os seguintes processos, que comentaremos  depois de cada um deles levando em conta fatos recentes de nossa cidade (a citação está em itálico, e o texto normal é nosso). É natural esperar que:


a) utilizem uma justificativa "nobre" e "razoável", e que busquem o caminho de menor esforço e menor risco, ou seja, que escolham aquelas matérias para as quais boa parte da população clama por uma atitude do governo;

Isto aconteceu recentemente em Bom Conselho quando um blog anônimo publicou um artigo sobre a demissão do Secretário da Educação. Outro blog mostrou as reclamações da esposa do referido demissionário como sendo uma das mazelas do anonimato, como que conclamando o povo para ser contra a prática. Contra o Blog da CIT aconteceu a mesma coisa. E a população que não entende que tudo é golpe para frear as críticas ao governo, passa a ser contra o anonimato, enquanto os verdadeiros “malfeitores” ficam livres das críticas.

b) iniciem sua atuação com medidas de escopo limitado e penalidades brandas;   mas caso ocasiões futuras abram brechas, é de se esperar que aumentem o escopo ou as penalidades;

Aqui no Brasil já tivemos várias tentativas de conter a internet e o anonimato, como o projeto de lei do Deputado Eduardo da Fonte, citado por mim e pelo Zezinho de Caetés anteriormente neste blog. Além das outras tentativas que ainda rolam por aí, para satisfazer, na maioria das vezes, àqueles que tem “o rabo preso”.

c) que tentem cooptar e tornar corresponsáveis legais os intermediários da informação, como, por exemplo, os provedores de acesso (ISPs) e de hospedagem de sites, bem como os blogueiros;

São as tentativas diárias de quebra de sigilo de dados nos provedores, além de ameaças a blogueiros independentes. Em Bom Conselho, o caso mais conhecido e já comentado por mim, foi do Blog de Bom Conselho de Papacaça, pela sua oposição ao governo da prefeita Judith Alapenha. Infelizmente, o blog saiu do ar, numa atmosfera de mistério e nos deixou saudosos.

d) que mencionem iniciativas implementadas por países com "credibilidade" como uma das justificativas para a implementação de iniciativa similar no país.

Quando alguém nos Estados Unidos é processado por ter praticados crimes como anônimos,  ou na Inglaterra em recentes tumultos, onde o primeiro ministro pediu que fossem quebrados os sigilos dos sites, isto é tido como um exemplo para nós. Na maioria das vezes se corrompem as notícias sobre tais fatos, não dando dados corretos sobre o desfecho deles. Por exemplo, no caso do primeiro ministro inglês, este teve que pedir desculpas no parlamento pelo estapafúrdia ideia de acabar com o anonimato ou censurar informações na rede.

E nós, apoiados pelas nossas tradições de patrimonialismo, paternalismo e subserviência ao Estado patrão, tendemos a acreditar nestas estórias cada vez mais nos levando a um futuro negro de repressão e censura.

Mas continuemos lendo o Hélio Beltrão, agora sobre o anonimato (esta parte do texto já havíamos publicado, mas vale a pena ler de novo):

A perseguição ao anonimato

Aquilo que Thomas Jefferson chamou, na Declaração de Independência, de "longo trem de abusos e usurpações", começa em geral — no que se refere à censura — pela proibição ao anonimato.  O anonimato protege o autor de eventuais perseguições, de chantagens e de ataques maliciosos de ordem pessoal, e mantém o foco nas ideias.  Os fundadores dos Estados Unidos sabiam da importância do anonimato, e o consagraram na Constituição.  Alexander Hamilton e James Madison escreveram os "Federalist Papers" sob o pseudônimo "Publius", e vários outros fundadores utilizaram pseudônimos diversos de tempos em tempos.  Recentemente, em 1995, a Suprema Corte, declarou: "A proteção de discursos anônimos é vital para a democracia. Permitir que dissidentes protejam sua identidade os libera para expressar visões críticas defendidas por minorias. O anonimato é a proteção contra a tirania da maioria".

Adicionalmente, o anonimato on-line protege aqueles que desejam reportar abusos e ilegalidades cometidos pelo governo ou companhias,  protege defensores de direitos humanos contra governos repressores e auxilia vítimas de violência doméstica a reconstruírem suas vidas em um ambiente ao qual seus violadores não cheguem.

No Egito, um dos maiores articuladores da revolução foi um anônimo conhecido como ElShaheed (mártir, em português), que controla uma página no Facebook denominada "We Are All Khaled Said", que possui centenas de milhares de seguidores.

Já a Constituição do Brasil, por outro lado, proíbe expressamente o anonimato. Aproveitando a brecha gerada pela lei suprema, será apresentado neste mês de fevereiro de 2011 um projeto de lei de autoria do senador Magno Malta que prevê a ilegalidade de pseudônimos, também conhecidos como perfis falsos, na internet.  Magno Malta inspirou-se no exemplo da Califórnia, que, por sua vez, acaba de aprovar uma lei que prevê multa e prisão para quem utilizar perfil falso na internet.

No Brasil, todos os que utilizam a internet precisam se identificar junto ao seu provedor e incluir CPF e endereço, entre outros dados. E em São Paulo, a lei 12.228/06, promulgada por Geraldo Alckmin, obriga cybercafés a manterem um cadastro completo de todos os usuários, incluindo o equipamento utilizado e os horários detalhados, e prevê multa de até dez mil reais.

A justificativa dos inimigos do anonimato on-line é quase sempre a de que o anonimato "dificulta a identificação de criminosos virtuais".

As determinações legais, no entanto, não inibem os chamados "criminosos virtuais".  Como dizia meu pai, ministro Helio Beltrão, "a excessiva exigência burocrática só serve para dificultar a vida dos honestos sem intimidar os desonestos, que são especialistas em falsificar documentos".


A frase é válida para o mundo virtual de hoje. Para obter-se o anonimato on-line (com boas ou más intenções), não é necessário mais que alguns recursos tecnológicos criativos, ou documentos falsos (ou de "laranjas") para registro junto ao seu provedor de acesso ou de hospedagem.  Desta forma, há proteção caso o governo resolva perseguir o anônimo, o que não ocorre com aqueles que seguem a legislação fielmente.

Não há dúvida: a proibição ao anonimato tem como resultado principal a inibição do discurso livre e desimpedido, por meio do constrangimento dos honestos. (grifos nossos)


É muito difícil chegar a outra conclusão. Num país onde a corrupção funciona à base de “suco de laranja”, batido no liquidificador junto com documentos apócrifos, falar em documentos como base de honestidade, é no mínimo um disparate.

Aqui devemos reforçar e repisar meu pensamento, e de quem defende o anonimato, é que ninguém defende o anonimato para fazer o mal. Defendemos o anonimato, e ponto. Mesmo sabendo que ele pode ser usado para fazer o mal, achamos que bani-lo por isso, é jogar fora a água do banho com a criança dentro. Seria como impedir o avanço científico porque ele pode produzir a bomba atômica.

Meu pensamento é que o descuido constitucional de nos dá “liberdade de expressão, mas vedado o anonimato”, deve ter saído da mente de alguém que não tinha nenhum senso de liberdade em suas ações. Por isso eu defendo a retirada da Constituição desta excrescência, como outras já foram retiradas pelo sua falta absoluta de sentido.

Pelo que entendi, o anonimato é um instituto tão tênue no texto constitucional, e que causa tanto polêmica inútil no meio jurídico que não deveria existir. Entre a liberdade de expressão pura e aquela com adjetivações de anonímia, preferimos sempre a primeira. A primeira razão é a do princípio, de que o direito de expressão de pensamento é o fundamento de uma sociedade livre, e a segundo, no caso da internet, é o pouco sentido prático, o custo, os poucos benefícios em termos de justiça, em tentar se coibir o anonimato.

Na internet, como ocorreu com a imprensa, e com a vida em geral, vão ser inúteis as tentativas de legislar sobre o anonimato e alguns dizem até ser impossível fazer isto sem ferir os princípios da Ciência Jurídica, pelo que dispõe nossa própria Constituição. Pelo menos foi o que entendi, como um cidadão que sabe ler e sem ser especialista na matéria, de que reproduzo a seguir:

Deverá a autoridade rejeitar de plano uma delação anônima, simplesmente alegando  a vedação constitucional, quando a mesma traz a público, fatos lesivos ao patrimônio  estatal e conseqüentemente ao  interesse coletivo? Poderá o  superior hierárquico ignorar  uma delação anônima, tendo ele o dever legal de instaurar sindicância de ofício, devendo  agir em cumprimento ao princípio da legalidade e impessoalidade e moralidade  administrativa?

Estamos diante de uma verdadeira colisão de princípios constitucionais, e sempre  que houver colisão de direitos, a resposta para equacionar e dar solução aos conflitos será a  ponderação dos interesses e valores no caso em especial, ou seja, caso em concreto,  utilizando o princípio da proporcionalidade e  razoabilidade, já consagrado em inúmeros  julgados no STF, Vejamos:

“(...) Isso significa, em um contexto de liberdades em conflito, que a colisão dele resultante  há de ser equacionada, utilizando-se, esta corte, do método – que é apropriado e racional –  da ponderação de bens e valores, de tal forma que a existência de interesse público na revelação e no esclarecimento da verdade, em torno de supostas ilicitudes penais e/ou  administrativas que teriam sido praticadas por entidade autárquica federal, bastaria, por si  só, para atribuir, à denúncia em causa (embora anônima), condição viabilizadora da ação  administrativa adotada pelo E. Tribunal de Contas da União, na defesa do postulado éticojurídico da moralidade administrativa,  em tudo incompatível com qualquer conduta  desviante do  “improbus” administrador.(...)”  Processo MS – 24369, Relator: Ministro.  Celso de Mello.

Podemos concluir, que recebendo a delação anônima, a autoridade tem o dever  legal, amparado no princípio da legalidade e  principalmente no princípio da moralidade  administrativa,  “de acordo com esse princípio a Administração e seus agentes devem  atuar na conformidade de princípios éticos, que não transgridam o senso moral da  sociedade” devendo verificar seu conteúdo e sua procedência, ou seja, verossimilhança das  informações, respeitando a incolumidade das garantias individuais, agindo de forma  cautelosa. Confirmada a fidedignidade da delação, o procedimento formal será iniciado,  respeitando-se os princípios da ampla defesa e do contraditório.  Salientemos as  conseqüências jurídicas da não observância por parte do servidor público dos atos legais  inerentes a suas atribuições,  “atos de improbidade administrativa dos servidores  públicos importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a  indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas  em lei, sem prejuízo da ação penal cabível (CF art. 37, § 4º).” 

 Com essa interpretação, o princípio da  proporcionalidade não  esvazia o conteúdo  garantista das liberdades constitucionais. Ao contrário complementa o princípio da reserva  legal e reafirma o Estado de Direito, harmonizando os interesses constitucionais  aparentemente conflitantes.  (Suzana de Toledo Barros, Processo Penal Constitucional,  p.53)

Por fim, toda proposta legislativa proibindo a delação anônima, é arbitrária,  caprichosa, inadequada e traz à tona o tema do excesso de poder legislativo, cuja aferição  reclama técnica diversa da tradicional, levada a afeito pelo contraste da lei á Constituição. É  possível que um ato editado venha a se mostrar inconstitucional porque desnecessário ou  defeituoso em razão de um exame intrínseco da sua relação meio-fim, porquanto o mero  confronto da lei à Constituição não é suficiente para se apurar um juízo definitivo de constitucionalidade.  (Suzana de Toledo Barros, O princípio da proporcionalidade e o controle de constitucionalidade das leis restritivas de direitos fundamentais, p.209) (grifo nosso).

Desculpem a citação tão longo, e ela não significa que entendo tudo que nela está escrito, talvez, apenas o essencial para o meu argumento. A vedação do anonimato é problemática até para ministros do Supremo, que  esvaem seus neurônios para adaptá-lo aos casos que são tidos como de absoluta influência positiva, como a de se investigar denúncias anônimas relativas à malversação de verbas públicas. Os que tem documentos e os usam param o mal se escondem dentro da vedação ao anonimato, pois os juízes vivem dilemas terríveis em mandar investigar denúncias que são quase evidentes, devido a este princípio.

A vedação ao anonimato penaliza todo um potencial de ganhos sociais por se ter medo de uns poucos que o usam para fazer o mal. Nos países onde as pessoas cresceram num clima de liberdade é até perigoso se falar que o anonimato é ruim. Desta leituras que fiz, sem muito “saber” nem capacidade para tratar do anonimato, mas que foram extremamente proveitosas, eu encontrei casos que valem apenas serem citados. Pelo tamanho do texto, eu cito apenas um.

Eu vi um lugar num parque londrino onde qualquer um pode dizer o que quiser sem ser molestado por ninguém (depois eu soube que há também nos Estados Unidos sendo conhecidos com “Free speech zones” ou “First Amendment Zones”, que poderia ser traduzido livremento como Lugares para falar com Liberdade). Isto funciona para qualquer um, inclusive para estrangeiros. Pode-se dizer até que a Rainha está nua e ninguém pode fazer nada. Aquilo para mim era uma novidade pelo que passei no Brasil, um país que estava saindo de um período de ditatura (mais uma) no qual as pessoas tem que mostrar documentos até para entrar nas igrejas, e se não tiver é preso com vagabundo.

Quando lá estive, nossa Constituição cidadã estava nascendo. Eu fiquei alegre que nela viesse o espírito do princípio da Primeira Emenda da Constituição americana que diz numa tradução livre e ligeira:

"O congresso não fará leis a respeito de que religião seguir, ou proibir o seu livre exercício; ou diminuir a liberdade de expressão, ou da imprensa; ou sobre o direito das pessoas de se reunirem pacificamente, e de fazerem pedidos ao governo para que sejam feitas reparações por ofensas."

Ainda bem que os constituintes americanos não acrescentaram: “vedado o anonimato”. Infelizmente, algum constituinte, em nosso país,  ainda com saudade da nossa Lei de Imprensa da Ditadura, resolveu colocar isto na nossa. Está na hora de consertar o erro. Como?

Aprovando a PEC dos Sem Nomes, que propõe que o Capítulo 5, inciso IV de nossa Constituição, seja escrito:

IV – É livre a manifestação do pensamento.

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P.S.: 1) Talvez não tenha mais tempo de escrever nem colocar textos aqui sobre o tema do anonimato, que será tema da palestra do brilhante advogado Dr. Renato Curvelo no II Encontro de Blogueiros de Bom Conselho, no dia 28. Eu irei ao encontro e espero aprender com ele e com os demais sobre isto. Se não houver postagens neste Blog a partir de amanhã, me perdoem. Leiam o que já foi publicado e compareçam ao Encontro. Mesmo que seja, como anônimos. Isto se não houver alguém na porta fazendo cumprir os preceitos constitucionais, pedindo CPF e RG. Por via das dúvidas eu pedi ao José Carlos Cordeiro para me representar.

2) Ontem, vi na TV que foi mandado ao Congresso o "Marco Civil da Internet", que é uma tentativa de regulamentar a internet no Brasil, com mais cuidado. Não tivemos tempo de tratar a questão nestes escritos e nem sabemos o texto que foi enviado ao Congresso. É só para ver com o tema é complexo e perdurá em discussão até os próximos Encontros de Blogueiros.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Jesus Cristo e o Anonimato





Por Lucinha Peixoto (*)

Atualmente, o grande “hit” do momento é o anonimato. O assunto será debatido no II Encontro de Blogueiros de Bom Conselho, ao qual adoraria ir, mas não posso. Não é hora agora de ficar discutindo minhas razões ao tomar esta decisão. Adorei quando li ontem o Blog do Poeta que o Zé Carlos vai representando a AGD. Gostaria muito mais que ele levasse junto a Eliúde Villela, para ela sarocotear entre os blogueiros. Ali gosta! Quem sabe, no próximo encontro já vá representando o meu blog?

Eu, como o Zé Carlos, sou a favor do anonimato, apesar de não usá-lo. Embora, tecnicamente eu também seja um pseudônimo, pois, como Seu Clívio sabe, meu nome de Batismo é Maria Lúcia, e fui muito tempo chamada de Malu por alguns. Tudo é pseudônimo, como tenho certeza que o Sr. Ccsta também é um, embora enrustido.


Em minhas lidas diárias do evangelho já havia visto que a Bíblia em si, está cheia de anônimos e pseudônimos. “A voz do que clama no deserto”, foi um dos primeiros pseudônimos de João Batista. Foi dado pelo profeta Isaías. João pregava no deserto às margens do rio Jordão e atraia multidões até lá para ouvir sua mensagem de arrependimento e confissão de pecados e muitos eram batizados por ele. Ninguém perguntava o seu nome, era um anônimo falando para uma multidão de anônimos.

“João Batista não tinha espaço publicitário para divulgar seus encontros, mas ainda assim muitos se achegavam. Isso porque ao ouvir aquelas palavras e se arrepender de coração e declarar isso através do batismo nas águas do Jordão, aquelas pessoas abriram um espaço em seus corações para Deus agir. Ele agiu e aquelas pessoas tiveram uma vida diferente daquela vida que elas levavam. Vidas confortáveis viraram vidas abundantes, vidas destruídas viravam vidas abundantes também. E os testemunhos dessas pessoas levavam mais e mais pessoas para o rio e para um encontro com Deus através das palavras de João Batista. Lembrando que João não tem e não tinha poder para nada ele apenas cumpria seu chamado de “preparar o caminho do Senhor”.” (ver aqui).

Isto deve ter ocorrido até que alguma autoridade, ou filho de autoridade, da época tenha dito que o anonimato era uma covardia. Quem seria aquele cara que falava na vinda de um candidato forte da oposição, digo, um messias que viria salvar a humanidade do pecado? Cadê seu RG e seu CPF? Ele não era um profeta de verdade, sem estes documentos. E a partir desta constatação surgiram as mentiras, dizendo que ele não era quem era, surgiu a inveja e outros sentimentos baixos vindos dos próximos amigos que antes até se batizaram com ele.

Mas, eu vou em frente citando partes da mais bonita peça de oratória produzida pelos humanos, pela sua influência no mundo ocidental e agora nele todo. É o Sermão da Montanha. Proferido por Jesus, o mais célebre anônimo que existiu. Está no Evangelho de Mateus entre os capítulos 5 e 7:

Mateus, um pseudônimo do evangelista, descreve Jesus, vendo aquelas multidões,  e subindo à montanha sentando-se, enquanto seus discípulos aproximavam-se dele. E é aí que Ele começou a pregar o seu famoso sermão ao ar livre (Mt 5, 1-2).

Um trecho dos mais bonitos é o das  Bem-aventuranças que são o anúncio da verdadeira felicidade, porque proclamam a verdadeira e plena libertação, e não o conformismo ou a alienação. Elas anunciam a vinda do Reino de Deus através da palavra e ação de Jesus, que tornam a justiça divina presente no mundo. A verdadeira justiça para aqueles que são inúteis, pobres ou incômodos, como são os anônimos, para uma estrutura de sociedade baseada na riqueza que explora e no poder que oprime. Isto já está no catecismo católico. Vejam e relembrem estas sábias palavras:

“Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o Reino dos Céus! Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados! Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra! Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados! Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia! Bem-aventurados os puros de coração, porque verão Deus! Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus! Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus! Bem-aventurados sereis quando vos caluniarem, quando vos perseguirem e disserem falsamente todo o mal contra vós por causa de Mim. Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus, pois assim perseguiram os profetas que vieram antes de vós.”          

Tudo isto, todo este discurso, que influenciou (para o bem) nosso mundo e talvez tenha feita a humanidade sobreviver até hoje, foi dito e escrito por anônimos. Nem Jesus nem o evangelista têm existência histórica assegurada. Só a nossa fé nas suas palavras fazem com que eles sobrevivam. Eu não me lembro de nenhum passagem de Jesus dizendo que era filho de um carpiteiro, dizendo nome e sobrenome, ou apresentando documentos na entrada do templo. Ele entrava com sua sabedoria e coragem, mesmo que fosse para dar uns corretivos em alguns comerciantes de templos. Os sepulcros caiados, que atualmente usam Lucscolor ou Coralite.

Sua sede de justiça calava mais fundo nas almas do que seu nome verdadeiro. E ele, sabendo disto, continuava sua pregação também condenando a ostentação na prática de 3 obras fundamentais do Judaísmo, que são a esmola, o jejum e a oração. Se fosse hoje ele talvez incluísse a prática de aparecer nos blogs ostentando os documentos, só para parecer melhor do que os outros e aparecer mais do que eles. Ele não pretendia condenar a observância fiel e honesta destas obras boas e o bom exemplo que estas ações produzem, mas somente o vão desejo de ostentar em frente de outras pessoas, que se pode dar esmolas e escrever em blogs sendo anônimos e fazendo o bem. Ele alertava para o fato de, se a finalidade das pessoas que praticam estas obras, principalmente, escrever em murais bradando seus nomes de batismo,  é ostentar, eles já foram recompensados na Terra por outros homens que as elogiaram, os áulicos de sempre. Ouçamos Jesus:

“Guardai-vos de fazer vossas boas obras diante dos homens, para serdes vistos por eles. Do contrário, não tereis recompensa junto de vosso Pai que está no céu. 

Quando, pois, dás esmola, não toques a trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem louvados pelos homens. Em verdade eu vos digo: já receberam sua recompensa. Quando deres esmola, que tua mão esquerda não saiba o que fez a direita. Assim, a tua esmola se fará em segredo; e teu Pai, que vê o escondido, recompensar-te-á. [ênfase nossa]   

Quando jejuardes, não tomeis um ar triste como os hipócritas, que mostram um semblante abatido para manifestar aos homens que jejuam. Em verdade eu vos digo: já receberam sua recompensa. Quando jejuares, perfuma a tua cabeça e lava o teu rosto. Assim, não parecerá aos homens que jejuas, mas somente a teu Pai que está presente ao oculto; e teu Pai, que vê num lugar oculto, recompensar-te-á.          

Quando orardes, não façais como os hipócritas, que gostam de orar de pé nas sinagogas e nas esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade eu vos digo: já receberam sua recompensa. Quando orares, entra no teu quarto, fecha a porta e ora ao teu Pai em segredo; e teu Pai, que vê num lugar oculto, recompensar-te-á. Nas vossas orações, não multipliqueis as palavras, como fazem os pagãos que julgam que serão ouvidos à força de palavras. Não os imiteis, porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes que vós lho peçais.”       

Um homem, anônimo, com uma mensagem destas deixou em polvorosa as autoridades e o filhos das autoridades romanas e judaicas. “Se o cara continuar dizendo isto, vai terminar querendo o trono do César”, diziam em alto e bom tom. “Vamos ter que reagir a ele de alguma forma” continuavam na falação. “, Vamos perguntar de quem ele é filhoquem o batizou, e como é seu nome verdadeiro”, replicava outro. “Não é melhor dizer que ele é o Zé Carlos?” comentou um garoto mimado lá do fundo da sala.

Não preciso contar o final da história. Ao pegarem Zé Carlos para Cristo, terminaram crucificando Jesus, e assim acabando com a grave ameaça do anônimo ao Império. E o Zé Carlos vai para o encontro de blogueiros. Será que o crucificarão também?

Vá e não tenha medo amigo, e os corajosos anônimos lhe agradecerão pelo que eles podem fazer por Bom Conselho.
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(*) Publicado inicialmente no Blog da Lucinha Peixoto (24.08.2011). Devido a estamos tratando do tema do anonimato, achamos este texto interessante para ser aqui reproduzido, com a autorização da autora.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

QUE MUNDO É ESTE?





Por José Antonio Taveira Belo

Esta pergunta me foi feita, por Apolinário quando nos encontramos em plena Avenida Guararapes, este meu velho amigo dos tempos de outrora, quando morávamos no bairro da Tamarineira. Olhando a dita Avenida era de grande fama, o Apolinário, proclamou e disse emocionado, “QUEM TE VIU QUEM TE VÊ” ou “QUEM VEM AO RECIFE E NÃO CONHECE A AVENIDA GUARARAPES NÃO CONHECE O RECIFE” um aperto de mão selou este encontro.

Em pé em plena Avenida ficamos a observar a desorganização que se encontra este logradouro público, que há poucas décadas era o cartão postal da capital pernambucana. A fedentina assola, os mendigos dormem ao relento a qualquer hora do dia. Crianças sujas e maltrapilhas jogando bola de meia no calçadão. Resto de folhagem e flores espalhada pelo chão, as caixas de engraxates sem nenhuma conservação. Os vendedores de pipocas e garrafas de água gritam correndo junto com ônibus em plena avenida.  E o pior lugar é o no edifico Trianon, onde já se fazem tocas de papelão cobertas por lona plásticas pretas e necessidades fisiológicas. Tudo a vista das autoridades municipais que ignoram esta miséria, sem que mova uma só palha para amenizar este sofrimento daqueles que estão nas ruas da cidade.

Saímos andando e atravessamos a Ponte Duarte Coelho, ele escorado em uma bengala de vime escuro e uma cabeça de carneiro prateada. Caminhávamos devagar sob o sol das onze horas da manhã. No meio da Ponte apontou com a sua bengala o letreiro do CINEMA SÃO LUIS, lembrando das belas tardes de sábado e domingos quando se sentava na murada denominada “bem me quer”, riu e eu também.

 Fomos para a Rua Sete de Setembro e sentamos no Recanto do Boêmio. Tirou o boné colocando em uma cadeira junto com a sua bengala. Passou as mãos nos seus ralos cabelos brancos e com um lenço enxugou a testa molhada pelo suor. Já acomodado o garçom que não conhecíamos mais de uma presteza ao freguês, veio ao nosso encontro, quando pedimos uma cerveja e ele uma dose de uísque e água de coco.

Mas vamos o que interessa.

 Tens visto algum companheiro das nossas jornadas de boemia.

Faz tempo que não os vejo. Parece que todos se recolheram a suas casas ou se mudaram ou morreram como o Nilo, Maia, Dr. Coentro, respondi.

Como este mundo está violento, disse ele já solvendo um gole do uísque temperado com água de coco. .

Ninguém mesmo tem escrúpulos de receber propinas. É uma vergonha nacional.

 Você já viu? Viu?

Tens visto estes acontecimentos fúnebres?

Tenho acompanhado pelos meios de comunicações sociais, as traquinagens nojentas dos nossos representantes tanto nos Ministérios, como Senado e na Câmara Federal. É um descalabro e uma afronta ao povo que lhes pagam suas mordomias e um salário altíssimo em detrimento do salário mínimo que a maioria da população recebe. A violência não se fala. As drogas infestam o nosso Brasil. É caso de policia, mas muitas das vezes não pode agir e acabar com esta pouca vergonha.

Meu amigo vê a cachorrada que se encontra em Brasília. É ministro recebendo propina junto com os seus assessores, é negociatas na calada da noite e muito mais o que você avalia e pensa.

Escutava esse falatório verdadeiro. Não interrompia. Mais um aperitivo foi pedido e servido.

Continuou.

Às vezes dá desgosto na pessoa ao encarar toda esta roubalheira e, o que mais escandaliza é que os ladrões são defendidos por seus pares a fim de que não venha sofrer reações. Quando se descobre algum desvio de valores, a justiça não confisca eh, eh?

Por quê?  Todos sabem os motivos, mesmo aqueles que só ouvem os comentários nas ruas.

Tem muita gente metida nesta negociata e não se ariscam tomar partido pela legalidade.

No próximo ano os “lobos” se transformam em “cordeiros dóceis” Sobem morros, visitam casebres, colocam crianças maltrapilhas no colo e abraçam mães e pais com um sorriso maroto, atravessam ruas esburacadas, a chuva forte e a noite escura pelos córregos dos arrabaldes, subindo escadarias, vão a creches e almoçam em lugares que nunca tiveram vontade, cativam os idosos, bajulam todos sem cerimônia tudo isto é o oficio da profissão que os obriga a se desdobrar para pegar o “tesouro” que ali está presente com promessas mirabolantes, e que sabem que não vão realizar, mais o “tesouro” esta ali na sua frente, O VOTO. Por este motivo faz coisa que até o “diabo” duvida, não é verdade meu caro amigo Taveirinha.

O povo se ilude com qualquer coisa, qualquer promessa, um abraço uma tapinha nas costas, um aperto de mão, um sorriso quando não por outros meios, não é verdade? Pois é meu amigo, não votarei mais em ninguém! Veja o absurdo que a nossa Presidente fez vetou o aumento de nós aposentado que já vive na miséria e ela deseja que todos fossem para o “inferno”. Eu me aposentei com seis salários, hoje, estou com três, tem cabimento uma coisa desta? Enxugou novamente o rosto com um lenço amarelado.

Olhei para o relógio, marcava, 13 horas. Olhei para o lado já tinha três cervejas e que pediu mais uma, pois, desde velhos tempos somente bebia o numero par para dar sorte, e assim pediu mais uma ao garçom solicito e alegre.

Após este bate papo nos despedimos e seguimos cada um para o seu destino, apregoando que breve nos encontraremos para novo desabafo. Um abraço e fui...

terça-feira, 23 de agosto de 2011

E o Anonimato continua





Por Zé Carlos

O II Encontro de Blogueiros é no próximo domingo. Eu irei ao encontro, embora não sei se me apresentarei como um pseudônimo que sou, e sendo não registrado, sou um anônimo. Eu irei direto para o Cartório em Bom Conselho para registrá-lo, já que nossa Constituição veda o anonimato e na certa terá alguém à porta me exigindo RG e CPF. Por via das dúvidas pedi para José Carlos Cordeiro, que tem os referidos documentos para confirmar com o Cláudio André a participação da AGD.

Mas, como defendemos o direito de expressão de forma ampla, geral e irrestrita, sem rodeios nem rapapés usados quando tememos a força democrática do anonimato, continuamos a publicar alguns textos que se referem ao tema, de tão grande importância. Agora tenho que dá nomes aos bois pois os comentarei, “puxando a brasa para minha sardinha”.

O texto a seguir é uma parte de um artigo do Hélio Beltrão (o filho do conhecido Ministro da Desburacratização), publicado pelo Instituto Von Mises (aqui).

A internet pode ser controlada?

Há tempos circula um mito persistente: o de que "não se pode controlar a disseminação de informação na internet". O mito sustenta que governos não são capazes de conter tal disseminação, principalmente por conta da tecnologia na qual a internet se baseia. Segundo o mito, não é necessário se preocupar, pois o governo já teria perdido essa guerra. Afirma-se que a informação relevante virá à tona, de alguma forma, pela característica da rede: descentralizada, sem governança central, e na qual a informação viaja por rotas alternativas e redundantes. Ainda que a maior parte da rede mundial fique inoperante, a informação é capaz de ser transmitida adequadamente entre as partes remanescentes. De fato, a internet foi originalmente concebida de forma a resistir a um ataque nuclear.

Certamente tendo o contexto acima em mente, nos primeiros anos da internet, John Gilmore, fundador da Electronic Frontier Foundation, declarou que "a internet interpreta a censura como dano, e a evita fazendo um desvio".

Tal assertiva é apenas parcialmente verdadeira. Talvez seja mesmo impossível impedir que uma dada informação venha à tona na internet em algum momento.  Porém, o governo pode bloquear e fechar sites, filtrar e censurar informações, bloquear acessos por endereço IP, tornar ilegais certos modos de expressão, perseguir disseminadores de informação, entre outros meios.  Em suma, o governo pode tornar muito custosa a disseminação, alcançando na prática seu objetivo.

A Birmânia, por exemplo, possui um firewall nacional que isola o país e torna a internet local uma mera intranet  de informações amigáveis ao governo. O acesso à internet (sem censura) pelos birmanos só é possível caso utilizem proxy servers, que permitem acessar indiretamente os sites bloqueados, via triangulação. Há uma interminável lista de sites bloqueados, que inclui, entre outros, aqueles de exilados, da mídia internacional, blogs e até sites de bolsas de estudo no exterior. É também proibido por lei ter contas de e-mail não fornecidas pelo governo. Eu não consegui acessar minhas contas, nem mesmo dos provedores brasileiros! Entretanto, percebi que na capital Yangon há praticamente um cybercafé a cada quarteirão. A população faz uso do anonimato propiciado pelos cybercafés para driblar a lei, sem dúvida com alguma ajuda dos próprios funcionários para utilização dos proxy servers. O governo há algum tempo obrigou a instalação de câmeras em todos os cybercafés, e também os obrigou a enviar ao governo um print screen, a cada cinco minutos, de todas as sessões dos usuários. Também são obrigados a fornecer os números de identidade, telefone e endereço dos usuários, se requisitados pela polícia. Assim prevê a legislação, chamada de Lei Eletrônica de 1996.

A limitada velocidade de conexão também é usada pelo governo da Birmânia como meio de conter a disseminação de ideias. A conexão padrão é de 512K, mas usualmente essa conexão é compartilhada por vários usuários. Eu despendi cerca de uma hora para fazer cinco pagamentos no site do meu banco.

E o governo não hesitou em derrubar a "internet" (na verdade derrubou a intranet local) e as linhas de telefone por longos períodos em maio e junho de 2009, enquanto durou o julgamento da heroína vencedora do Nobel da Paz e líder da oposição Aung San Suu Kyi[16], pela alegada violação dos termos de sua prisão domiciliar, por haver abrigado e alimentado o americano John Yettaw, que nadou até sua casa, sem ser convidado, furando o bloqueio policial. E o governo fez o mesmo durante a repressão aos protestos antigovernamentais de 2007 liderados pelos monges (a "Revolução do Açafrão"), que causou a morte de mais de 130 pessoas. Entre o dia 28 de setembro e 6 de outubro de 2007, a internet não funcionou e os cybercafés foram fechados, com a justificativa oficial de "manutenção". Ainda hoje o mundo ignora os detalhes desse massacre hediondo contra mulheres, ativistas e monges que protestavam pacificamente nas ruas de Yangon, Mandalay e várias outras cidades.

Na Birmânia, o Facebook pode ser acessado parcialmente, na área de mural — já o acesso às áreas de mensagens privadas é bloqueado. Uma amiga, que incluiu um post no seu mural contendo a palavra "Birmânia", recebeu uma mensagem de seu software antivírus indicando que havia sido instalado um software de keylogger no seu notebook. O keylogger típico registra todas as teclas pressionadas pelo usuário e envia esses dados para o instalador do software malicioso. Por sorte, minha amiga ficou ciente do problema por meio de seu antivírus e teve extrema cautela até sair do país.

Sim, permanece possível acessar e-mails e internet na Birmânia (ilegalmente), mas a que preço?  Ao preço de ser preso por anos a fio, caso descoberto?  Não, o exemplo da Birmânia mostra que governos podem censurar a internet na prática.

Além disso, os governos podem efetivamente tirar proveito da internet para perseguir os ativistas, pesquisando seus hábitos, estudando suas declarações, identificando seus nomes, instalando softwares maliciosos.

Finalmente, os governos podem usar a internet para fazer propaganda, como no caso do governo Mubarak e no de vários países. Na China, por exemplo, há cerca de 250.000 comentaristas treinados e pagos para sorrateira e dissimuladamente defender o Partido Comunista em sites, redes sociais e chatrooms.”


Neste texto encontramos um sentido para as propostas de leis e regulamentação da internet aqui no Brasil e alhures. Sempre o interesse desmedido de governos e pessoas que querem se esconder atrás de uma legislação repressiva para censurar a rede, da mesma forma que a Igreja e outros poderosos tentaram no passado censurar os livros e a imprensa.

As pessoas chegam de mansinho reclamando do anonimato, porque, os anônimos e a verdade por eles dita não terá um custo tão grande  em termos de ameaças e punições quanto quando ela é dita com assinaturas e documentos. Embora a verdade seja a mesma.

Nesta semana, minha colega e amiga Lucinha Peixoto levantou um ponto crucial e que corrobora com este texto citado, quando ele diz que se trata a internet com dois pesos e duas medidas. Se falar a favor deve ser permitido se falar contra deve ser punido. Ela lembrou de um vulto anônimo que apareceu alguns anos atrás no Site de Bom Conselho, e se apresentava, com o pseudônimo do O Andarilho. Eu mesmo, quando ainda usava aquele Site para me expressar, dei-lhe as boas vindas pelo seu entusiasmo com as coisas de nossa terra, do quail também participo.

Acompanhei todo o debate envolvendo O Andarilho, suas discussões com membros de nossa comunidade, suas querelas com Zé Arnaldo, Zé Fernandes, Lucinha, e outros, que estão lá nos arquivos dos blogs e sites. Naquela época ninguém falava do anonimato com tanta negatividade seja ele o que fosse. Tudo era como se fosse uma grande brincadeira que foi crescendo, crescendo e surgindo novos anônimos. Até que surgiu o Blog de Bom Conselho de Papacaça, que era um blog anônimo e começou a fazer oposição à Prefeita Judith Alapenha.

Sua reação foi imediata, e eu já comentei aqui quando analisei alguns blogs de Bom Conselho (o que continuarei a fazer quando tiver tempo) contra o blog do Mr. M, da mesma forma que já havia uma reação contra O Andarilho. Isto me fez descobrir que quem estava certo era o Diretor Presidente, quando dizia que em Bom Conselho só se presta atenção a dois assuntos: Religião e Política, apesar de uma porção de gente dizer que não discute sobre nenhum dos dois.

De qualquer forma, mais uma vez, o texto acima é profético. Começaram a surgir reações extemporâneas contra o anonimato em geral e não mais só contra o Mr. M, Diretor Presidente, O Andarilho e ultimamente, até com o Patácio de Brogodó, que o Cláudio André já havia confirmado seu Blog no Encontro mas depois ele sumiu, não sei porque.

Hoje,  um grande número de pessoas que abençoava O Andarilho e até queria que ele voltasse a Bom Conselho em meio a uma caravana de anjos e arcanjos, estão todos contra o anonimato. Conseguiram quase acabar a raça anônima da face da terra, sobrando apenas eu e o Zezinho de Caetés na ativa. Foram embora o Mr. M, o Diretor Presidente, O Andarilho, Patácio de Brogodó e outros.

O Diretor Presidente tinha tanto prestígio que era publicado pela A Gazeta do amigo Luis Clério, e O Andarilho chegou até a ter um coluna fixa no jornal. Pasmem senhores, agora é difícil encontrar alguém a favor do anonimato e isto já era previsível. Por que? Por que ser anônimo é proibido pela nossa Constituição? Não só por isso e nem principalmente por isso. O motivo principal é político. As pessoas que estão no poder e que querem mantê-lo só tem a temer o anonimato, e aproveitam os menores e ridículos fatos para condená-los. O que sei é que hoje está muito difícil de surgir um anônimo que seja como O Andarilho que elogiava tudo que se mexia na face da terra, com medo do pecado. Ele juntava Religião e Política de uma forma que os anônimos que sobraram não souberam lidar. Mas para fazer isto não precisa ser anônimo. Muito pelo contrário, se tiver com RG e CPF, pode até arranjar um cargo público comissionado, com este procedimento. Basta falar bem do governo, e se for do povo, ganha até Bolsa Família.

Eu, que de Direito só entendo que não sou torto, propus um emenda constitucional onde se retiraria o nome “anonimato”, da nossa Constituição, na única vez que ele nela aparece (aqui). E vou continuar defendendo o anonimato por aí a fora, tendo a certeza que com isso estou ajudando mais nossa sociedade. E se encontrar o Cartório da Nárriman aberto, registrarei meu pseudônimo e poderei até me expressar no II Encontro, já que sei que o José Carlos Cordeiro não o fará, pois o cara tem um medo de público "que se pela."