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terça-feira, 9 de agosto de 2011

Como o anonimato é usado na internet?



Por Zé Carlos

(continuação)


Como o anonimato é usado na internet

Esta é a parte do texto que menos vou dar opiniões pessoais porque me considero um leigo. Meus colegas da empresa que recentemente pediu falência, CIT Ltda, me ajudaram em algumas coisas, e noutras fui pesquisar na próprio rede.

A internet foi algo que se criou para que, havendo mesmo uma guerra nuclear, sempre houvesse alguém na face da terra que, estando vivo, pudesse se comunicar. Uma criação assim não poderia ter como base RG e CPF, que alguns se jactam de mostrá-los quando escrevem um monte de besteiras sobre ela.

Teoricamente, não poderia haver anonimato na Internet. Pois se a coisa é feita para que máquinas se correspondam com máquinas, através de programas (protocolos) que permitem fazer isto, através de números, sempre existirá a possibilidade de alguém com um computator conectado a outro e a outro, teclando de dentro da caverna do Bulandi  (ponto turístico de Bom Conselho), ser identificado por outro, lá no Japão.

A coisa seria muito simples, o computador do Bulandi tem um número que é chamado de IP (Internet Protocol), que se liga a outro computador que também tem número e para mostrar sua grandeza se chama “provedor”, que também tem um IP. Este também está ligado ao computador no Japão que tem também um IP. O cara lá do Bulandi tecla dizendo que encontrou petróleo na caverna, esta mensagem vai para o servidor e o cara do Japão a vê lá em sua tela, e já compra a passagem para vir para Bom Conselho, pois a coisa aqui vai ficar boa, com o petróleo.

O indivíduo do Japão chega a Bom Conselho, vai ao Bulandi e ver que tudo não passou de uma mentira. Ele acreditou porque quem estava no computador da caverna do Bulandi usa o nome de Tonho Fernandes, mas agora ele ver que era apenas um anônimo ou pseudônimo, que não era o nome real (De fato, o pseudônimo é o IP). O Japonês recorre às autoridades para processar o Tonho Fernandes, que diz que não foi ele. Então, quem foi?  Simples, o Delegado Batoré vai ao servidor e diz, quero o nome do anônimo meliante. O servidor, que tem tudo anotado, parecendo sacristão com livro de batizado, diz: Está aqui, o computador é realmente do Tonho Fernandes, prenda o homem. Batoré, risca na casa de Tonho Fernandes e o prende por espalhar boatos, enquanto o Tonho, coitado, jura que não foi ele.

Eis aí então como os anônimos podem, com 100% de certeza, serem descobertos na internet. O Tonho Fernandes, desde que haja um lei severa contra o anonimato, já está frito e pode pegar vários anos de cadeia. E o jornais e Blogs com RG e CPF louvarão mais uma vitória do bem contra mal.

Onde está o problema então, que leva por terra este raciocínio de que não há anônimos na internet? É o mesmo que tenta associar os documentos, como RG e CPF, a pessoas em outras situações. Os sistemas de identificação são tão falhos, na prática, quanto os computadores na internet para fins de provas reais contra pessoas. Basta ver o laranjal que a imprensa está revelando todos os dias na esteira da riqueza de políticos safados e mentirosos.

No caso da internet, o grande erro, e ainda maior pela complexidade do meio, é querer tratar o anonimato com se fosse passível de punição porque na teoria ninguém pode ficar anônimo na internet.

Ninguém em sã consciência é a favor do anonimato para fazer o mal. Lembrei agora do amigo e jornalista Luis Clério escrevendo que Bom Conselho, culturalmente, sempre foi chegado ao anonimato, desde cartas com injúrias entregues por Zé do Correio. Fazendo uma analogia, o que certos projetos de lei fazem é propor que toda carta seja aberta para ver se tem assinatura, ou fazer o teste de caligrafia. Isto talvez pudesse até evitar que alguém soubesse que estava sendo chifrado pela mulher, mas impediria também que dissesse a verdade sobre certos atos de políticos que habitaram a nossa terra.

Mas voltemos à vaca fria da internet. Hoje, este meio está tão desenvolvido que fica difícil, como leigo e usuário, descrever todo seu processo. E nem sei mesmo se vale a pena fazer isto. O que em resumo se diz é que é possível sempre identificar o usuário da internet, e assim pode-se afirmar que não pode haver mais anônimos nela. Então, criminosos sem nome, do colarinho branco ou preto, cuidado com os rastreadores de IP. Depois voltamos a esta falácia criada pelo lobo mau para intimidar os porquinhos. Agora vamos ver, como nossas leis tratam o anonimato.

(continua)

Um comentário:

  1. VAMOS MANTER O NOSSO SAUDÁVEL ANONIMATO, A INTERNET NOS OBRIGA A ESCREVER, O QUE NOS OBRIGA A LER, O QUE NOS OBRIGA A PENSAR, O QUE NOS OBRIGA A CRIAR, SÓ NÃO NOS OBRIGA A DEVIDA IDENTIFICAÇÃO. PENSE BEM, PIOR É O LULA QUE GOVERNA O PAÍS PELA TERCEIRA VEZ NA CONDIÇÃO DO ANONIMATO.

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