Por Zezinho de Caetés
Agora no meu périplo matinal pelos Blogs, estou racionalizando meu tempo, indo primeiro na página desta AGD “Deu no Blogs”, e vejo que tem de bom ou de ruim neles. Quando o assunto me interessa sigo o link e leio. Quando é interessante demais eu comento e os cito aqui nesta minha coluna. Tem dado certo e recebo vários e-mails, anônimos ou não, com críticas ou elogios e mesmo comentários que me envaidecem.
Nos últimos dias parece que toda a imprensa, falada, escrita, televisionada e blogada entrou em parafuso, não num surto de loucar mas para se enfiar cada vez mais na sujeira que se alojou nos anos em que meu conterrâneo, Lula, se preparava para ficar rico, com palestrante.
Seria elogiá-lo demais dizendo que ele também tenha criado um sistema de corrupção com “lag”. Eu explico. Os economistas usam uns modelos horrorosos para explicar o que se passa na área deles. Como a atividade econômica se passa no mundo e o mundo muda com o tempo, estes modelos às vezes dizem que algo aconteceu hoje por causa de algo que ocorreu ontem, a este espaço de tempo eles chamam de “lag”. Coisa de economista anglo-saxão. Eu chamaria de “legue”, ou mesmo defasagem, se o termo fosse conhecido de todos. No presente caso, uma corrupção com “lag” seria aquela contratada do governo para auferi-la depois.
Isto não e novidade no setor público, onde existem as chamadas “quarentenas” para os funcionários públicos que detém informações importantes quando saem do governo. No caso de Lula, ele deveria ter “quarentena” eterna, pois, com o comportamento da oposição neste país, ele ficará indo e voltando como governante até o final dos tempos. Mas, eu não acredito que o Lula tenha tanta genialidade assim, para ficar rico apenas 6 meses depois de deixar o poder.
O que está existindo é que a corrupção está se tornando, com a complacência com ela pelo governo Lula, em algo tão normal nos altos escalões quanto está se tornando normal nas pequenas propinas no dia a dia.
Vejam meus senhores, que vi na TV outro dia, o que os caminhoneiros fazem para lesar as proibições de excesso de peso em nossas estradas. Para aqueles que ainda acham que corrupção é ainda para ser evitada, chega até a arrepiar. Os indivíduos para antes da balança, colocam a carga em dois caminhões, passam pela balança e lá na frente a colocam de voltam num caminhão só. Para estes caminhoneiros ou donos de caminhão, a estrada é o seu instrumento para o crime de lesa pedágio. Quando a estrada é pública, como nossa BR-232, não precisa nem mudar de caminhão, pois o Estado arca com o prejuízo do maior vilão de nosso sistema rodoviário de transporte, que é o excesso de carga.
Lí também, que nos hospitais privados e públicos de nossa combalida saúde é comum cobrar proprina para usar uma UTI, e isto afeta os que tem Plano de Saúde, para que o jeitinho seja dado para usá-lo, mesmo que o paciente tenha direito. É revoltante.
Hoje pela manhã, o que encontro no Deu nos Blogs, mais especificamente na transcrição do Blog do Josias de Souza? O Sarney usando o helicóptero da polícia do Maranhão para fins privados. Eu não quis acreditar. Mas, voltei minha mente para o próximo ministro a cair neste governo, e vi a charge que a AGD também publica dos respingos de lama do Lula, e vi que é muito difícil continuar se gritar, bradar e reclamar.
O pior de tudo são as explicações dadas por ele para tal ato de corrupção. Citar a Constituição para justificar tal descalabro, ao ponto de me ver me alegrando com a miséria dos outros ao pensar o Presidente do Senado usando o helicóptero da polícia, mas no lugar, onde devem ficar os presos que deveria por eles serem transportados.
Fiquem com o Josias de Sousa com seu texto “Sarney usou helicóptero do MA em viagem particular”, e vejam a chage que eu pedi para colocar com ilustração para este meu texto. Só volto noutro texto, cada vez mais indignado com a nossa corrupção de cada dia:
“O tetrapresidente do Senado José Sarney (PMDB-AP) serviu-se de um helicóptero da Polícia Militar do Maranhão para passear na ilha do Curupu, de sua propriedade.
A transgressão ocorreu uma, duas vezes. Ambas em 2011, informam os repórteres Felipe Seligman e João Carlos Magalhães.
Para azar de Sarney, um cinegrafista amador registrou a utilização do bem público com propósitos privados (assista aqui).
O senador e seus acompanhantes foram filmados em trajes de passeio no instante em que desembarcavam no heliponto Polícia Militar em São Luís.
As primeiras imagens foram captadas em 26 de junho. As outras, em 10 de julho. Dois domingos.
Numa das viagens, além da mulher, Marli, acompanhava Sarney um casal de amigos: o empresário Henry Duailibe Filho e a mulher dele, Cláudia.
Henry é primo de Jorge Murad, marido da governadora maranhense Rosenana Sarney (PMDB).
Dono de uma construtora e de uma concessionária de automóveis, Henry mantém com o governo do Maranhão contratos milionários. Coisa de R$ 70 milhões.
O helicóptero usado por Sarney em seus passeios foi comprado no ano passado. Serve –ou deveria servir— para combater o crime e prestar socorro emergências médicas.
Custou R$ 16,5 milhões. Uma parte saiu do bolso do contribuinte do Maranhão. A outra, foi provida pelo contribuinte federal, representado pelo Ministério da Justiça.
Ao discursar na cerimônia de entrega da aeronave, Roseana Sarney jactou-se:
É "uma demonstração [de] que estamos investindo em uma polícia moderna, [...] afastando de vez a bandidagem" do Maranhão.
No dia 10 de julho, um dos domingos em que Sarney foi pilhado desembarcando do helicóptero anti-bandidagem, retardou-se o atendimento a um acidentado.
O pedreiro Anderson Ferreira Pereira acidentara-se gravemente. Sofrera traumatismo craniano. Fraturara a clavícula.
Socorrido por outro helicóptero da PM, Anderson acabara de chegar de Alcântara, cidade distante de São Luís 53 km.
Acompanhado da irmã, Rosângela Pereira, o pedreiro teve de esperar dez minutos para que sua maca fosse acomodada na ambulância que o levaria ao hospital.
O desembarque das malas de Sarney e seus acompanhantes teve preferência sobre o atendimento ao acidentado.
Procurado pela reportagem, Sarney manifestou-se por meio de assessores. Alegou o seguinte:
Tem "direito a transporte de representação e segurança em todo o território nacional, seja no âmbito federal ou estadual, sem restrição às viagens de serviço."
A assessoria senador invocou o artigo 2º da Constituição, cujo conteúdo não parece fazer nexo com o caso.
Nesse trecho, o texto constitucional anota: "São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário."
De resto, a assessoria de Sarney afirmou: "A viagem foi feita à ilha de Curupu a convite da governadora do Maranhão, Roseana Sarney."
Quer dizer: a aeronave do contribuinte levou Sarney até a ilha dos Sarney a convite da Sarney que governa o Estado famoso pelo domínio da família Sarney.
A assessoria do presidente do Senado não disse palavra sobre a presença num dos vôos do empresário que mantém negócios com o Estado.
Nada disse também sobre o retardamento do socorro ao pedreiro acidentado.
A Lei de Improbidade Administrativa sujeita os políticos que usam bens públicos em "obra ou serviço particular" à perda da função e suspensão dos direitos políticos.
Uma lei estadual do Maranhão, de 1993, "a utilização de veículos oficiais em caráter pessoal."
O texto não faz menção aos helicópteros. Mas aeronaves da PM, até prova em contrário, também são “veículos oficiais.””
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