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quarta-feira, 24 de agosto de 2011

QUE MUNDO É ESTE?





Por José Antonio Taveira Belo

Esta pergunta me foi feita, por Apolinário quando nos encontramos em plena Avenida Guararapes, este meu velho amigo dos tempos de outrora, quando morávamos no bairro da Tamarineira. Olhando a dita Avenida era de grande fama, o Apolinário, proclamou e disse emocionado, “QUEM TE VIU QUEM TE VÊ” ou “QUEM VEM AO RECIFE E NÃO CONHECE A AVENIDA GUARARAPES NÃO CONHECE O RECIFE” um aperto de mão selou este encontro.

Em pé em plena Avenida ficamos a observar a desorganização que se encontra este logradouro público, que há poucas décadas era o cartão postal da capital pernambucana. A fedentina assola, os mendigos dormem ao relento a qualquer hora do dia. Crianças sujas e maltrapilhas jogando bola de meia no calçadão. Resto de folhagem e flores espalhada pelo chão, as caixas de engraxates sem nenhuma conservação. Os vendedores de pipocas e garrafas de água gritam correndo junto com ônibus em plena avenida.  E o pior lugar é o no edifico Trianon, onde já se fazem tocas de papelão cobertas por lona plásticas pretas e necessidades fisiológicas. Tudo a vista das autoridades municipais que ignoram esta miséria, sem que mova uma só palha para amenizar este sofrimento daqueles que estão nas ruas da cidade.

Saímos andando e atravessamos a Ponte Duarte Coelho, ele escorado em uma bengala de vime escuro e uma cabeça de carneiro prateada. Caminhávamos devagar sob o sol das onze horas da manhã. No meio da Ponte apontou com a sua bengala o letreiro do CINEMA SÃO LUIS, lembrando das belas tardes de sábado e domingos quando se sentava na murada denominada “bem me quer”, riu e eu também.

 Fomos para a Rua Sete de Setembro e sentamos no Recanto do Boêmio. Tirou o boné colocando em uma cadeira junto com a sua bengala. Passou as mãos nos seus ralos cabelos brancos e com um lenço enxugou a testa molhada pelo suor. Já acomodado o garçom que não conhecíamos mais de uma presteza ao freguês, veio ao nosso encontro, quando pedimos uma cerveja e ele uma dose de uísque e água de coco.

Mas vamos o que interessa.

 Tens visto algum companheiro das nossas jornadas de boemia.

Faz tempo que não os vejo. Parece que todos se recolheram a suas casas ou se mudaram ou morreram como o Nilo, Maia, Dr. Coentro, respondi.

Como este mundo está violento, disse ele já solvendo um gole do uísque temperado com água de coco. .

Ninguém mesmo tem escrúpulos de receber propinas. É uma vergonha nacional.

 Você já viu? Viu?

Tens visto estes acontecimentos fúnebres?

Tenho acompanhado pelos meios de comunicações sociais, as traquinagens nojentas dos nossos representantes tanto nos Ministérios, como Senado e na Câmara Federal. É um descalabro e uma afronta ao povo que lhes pagam suas mordomias e um salário altíssimo em detrimento do salário mínimo que a maioria da população recebe. A violência não se fala. As drogas infestam o nosso Brasil. É caso de policia, mas muitas das vezes não pode agir e acabar com esta pouca vergonha.

Meu amigo vê a cachorrada que se encontra em Brasília. É ministro recebendo propina junto com os seus assessores, é negociatas na calada da noite e muito mais o que você avalia e pensa.

Escutava esse falatório verdadeiro. Não interrompia. Mais um aperitivo foi pedido e servido.

Continuou.

Às vezes dá desgosto na pessoa ao encarar toda esta roubalheira e, o que mais escandaliza é que os ladrões são defendidos por seus pares a fim de que não venha sofrer reações. Quando se descobre algum desvio de valores, a justiça não confisca eh, eh?

Por quê?  Todos sabem os motivos, mesmo aqueles que só ouvem os comentários nas ruas.

Tem muita gente metida nesta negociata e não se ariscam tomar partido pela legalidade.

No próximo ano os “lobos” se transformam em “cordeiros dóceis” Sobem morros, visitam casebres, colocam crianças maltrapilhas no colo e abraçam mães e pais com um sorriso maroto, atravessam ruas esburacadas, a chuva forte e a noite escura pelos córregos dos arrabaldes, subindo escadarias, vão a creches e almoçam em lugares que nunca tiveram vontade, cativam os idosos, bajulam todos sem cerimônia tudo isto é o oficio da profissão que os obriga a se desdobrar para pegar o “tesouro” que ali está presente com promessas mirabolantes, e que sabem que não vão realizar, mais o “tesouro” esta ali na sua frente, O VOTO. Por este motivo faz coisa que até o “diabo” duvida, não é verdade meu caro amigo Taveirinha.

O povo se ilude com qualquer coisa, qualquer promessa, um abraço uma tapinha nas costas, um aperto de mão, um sorriso quando não por outros meios, não é verdade? Pois é meu amigo, não votarei mais em ninguém! Veja o absurdo que a nossa Presidente fez vetou o aumento de nós aposentado que já vive na miséria e ela deseja que todos fossem para o “inferno”. Eu me aposentei com seis salários, hoje, estou com três, tem cabimento uma coisa desta? Enxugou novamente o rosto com um lenço amarelado.

Olhei para o relógio, marcava, 13 horas. Olhei para o lado já tinha três cervejas e que pediu mais uma, pois, desde velhos tempos somente bebia o numero par para dar sorte, e assim pediu mais uma ao garçom solicito e alegre.

Após este bate papo nos despedimos e seguimos cada um para o seu destino, apregoando que breve nos encontraremos para novo desabafo. Um abraço e fui...

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