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quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Problemas e soluções




Por Zezinho de Caetés

Li o Edgar Flexa Ribeiro no Blog do Noblat, com um artigo em que ele pergunta no título: “Onde está o problema?” De sua leitura me lembro do que escrevi dias atrás usando com escudos (aqui ) o imortal Merval Pereira e o chefe de quadrilha José Dirceu. Ambos tentavam uma definição, cada um em seu quadrado, do “moralismo udenista”.

Pelo jeito o jargão está em moda, pois o presente texto trata da mesma coisa com outra roupagem, e que eu achei muito adequada. Leiam o Flexa e eu volto lá embaixo para ver se entendi a pergunta feita por ele:

“Adhemar de Barros, há quase 60 anos, adotou o mote: rouba, mas faz.

Bandalheira em órgãos públicos poderia até ser pontualmente necessária para que surgisse, ou se acelerasse, a construção de uma escola, um hospital, uma ponte. Custaria mais caro talvez, mas poderia viabilizar soluções que atendessem a um problema cuja solução era importante e urgente.

O que se veio a imprecar como sendo “moralismo udenista” era o contrário disso: a recusa em reconhecer que tais circunstâncias possam ocorrer. Ou seja, para impedir o progresso, a UDN invocava a moralidade pública.

Brasília é um bom exemplo do conflito. Juscelino toma posse em 1956. Quatro anos depois, em 1960, onde não havia nada, já existe e já é a capital da República. O famoso “moralismo udenista” é expressão cunhada nessa época – e nem por acaso. Roubou-se muito, segundo consta, para tanto ser feito em tão pouco tempo.

Mas passados 50 anos Brasília está lá, existe. Seguidas as normas vigentes e os princípios morais – e atendidos aos do ”moralismo udenista” - Brasília ia demorar uma eternidade ou não ia acontecer.

Um erro não se justifica por um êxito para o qual possa ter contribuído. Mas ver uma coisa dar certo, mesmo com falhas, no mínimo consola.

Parece que o princípio que se quer fazer valer agora é do “rouba e não faz”.

Nos últimos oito anos, alem de valiosos programas de caráter assistencialista, de distribuição de condições de acesso a bens até então negados a parcelas importantes da população - o que trouxe relevantes conseqüências - o que se vê mais?

Do governo Lula não sobra mais nada. Ao “moralismo udenista” sucedeu a “armação petista”: somos paulistas, fomos eleitos, somos populares, nós podemos. E podem: aloprados, mensaleiros, e agora toda quadrilha que floresceu acobertada na satrapia dos transportes.

Não há uma estrada pronta, não há um projeto nacional, não há visão de futuro. Oito anos se passaram. E até hoje as propostas parece que surgem a partir das oportunidades que oferecem para melhor aproveitar do poder. O trem bala e a transposição do rio São Francisco são alguns exemplos de fracassos nacionais que enriquecem a poucos.

E a bandalheira se esparramou sobre o país, sem que se possa apontar uma única realização concreta de todos os projetos anunciados. E aí entra tudo: o PAC, e tudo mais de que se ouve falar – e não se vê acontecer. Vale tudo, vale qualquer coisa.

O PT perdeu seus melhores quadros, e estraçalhou as bandeiras que o levaram ao poder. Domesticou os segmentos que poderiam se opor, e no que pode conformou o país à feição que optou por tomar.

E agora?”

E agora? Repito, sem negrito e com minhas letras. Eu não antevejo nenhuma solução, a não ser o milagre da mente da Dilma ter sido possuída por um estadista defunto e ela resolvesse fazer a faxina completa. Mas, milagres são milagres. Acontecem, mas não tão muito frequentemente.

E minha certeza é tanta de que na mente da presidenta não cabe um estadista que nem vou lucubrar sobre esta possibilidade. Seria demais e ninguém continuaria a ler-me, se eu dissesse que a devassa seria tão grande que em em 2014, estaria falando tanto de Lula quando falavam do Collor 4 anos depois dele deixar o poder. E olhe que estou sendo otimista.

O mais realista é pensar que sangraremos por mais anos, não base do “rouba e não faz”, até na proporção em que nossa oposição não formar o ar de indignação que já deveria ter formado desde muito tempo. Não ficará verba sobre verba no setor público marcharemos para nossa “venezuelização” sem rumo, lastreada no pré-sal, sobre a batuta de Lula, com o qual voltaremos ao lema “deixar fazer, deixar roubar”.

E que Deus nos proteja a todos.

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