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segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Dilma, Lula, PT e a azia coletiva




Por Zezinho de Caetés

As últimos notícias políticas tem sido muito contraditórias em relação à influência do meu conterrâneo Lula no governo de sua criatura a Dilma Roussef. Se por um lado alguns analistas vêem esta influência como total, mostrando a Dilma como pura marionete de Lula, depois dos últimos acontecimentos demissionários, a coisa está mudando de figura. A não ser que o gênio político do meu conterrâneo chegue ao máximo de propor a retirada dos que ele mesmo lá colocou para desestabilizar o governo e ele aparecer como o salvador da pátria.

Tudo é possível neste brasilzão sofredor. Por isso não descarto nem a possibilidade do Lula brevemente ser convidado por Obama para fazer uma palestra na Casa Branco com o tema: “Como pagar a dívida externa com a dívida interna e ainda ganhar as eleições’. Talvez não saísse nem de lá, pois o Obama nomearia o cara para lugar da Hilary Clinton.

Hoje li um artigo do jornalista Luiz Cláudio Cunha, intitulado “Dilma e o PT deixam Lula só com sua azia”, onde levanta o ponto de rutura da Dilma com o Lula. Leiam o artigo do jornalista e eu, volto depois, espero sem nenhuma azia.

O governo, qualquer governo, faz mal à imprensa. A imprensa, toda a imprensa, faz bem ao governo – principalmente quando critica. Governo não precisa do 'sim' da imprensa. Governo evolui com o 'não' da imprensa.

A proximidade da imprensa com o governo abafa, distorce o jornalismo. A distância entre governo e imprensa é conveniente para ambos, útil para a sociedade e saudável para a verdade.

Jornalismo é tudo aquilo de que o governo não gosta. Tudo aquilo de que o governo gosta é propaganda. A imprensa, numa definição mais simples, deve ser o fiscal do poder e a voz do povo. Com o estrito cuidado para não inverter essa equação.

Todas as afirmações acima foram feitas em 9 de maio passado, na Universidade de Brasília (UnB), pelo jornalista que assina este artigo. Elas contrariam, na essência, tudo o que Luiz Inácio Lula da Silva praticou e pregou em seus oito anos como presidente, no campo atritado das relações entre seu governo e a mídia.

Este sentimento belicoso foi oficializado numa longa conversa com a revista piauí, em janeiro de 2009, quando confessou que não lia jornais, revistas, blogs ou sites. E explicou que não era por falta de tempo: "É porque eu tenho problema de azia", explicou Lula a Mário Sérgio Conti, diretor da revista.

Pois tudo mudou com sua sucessora, Dilma Rousseff, que demonstra ter um fígado bem mais saudável. A presidente mostrou isso logo na noite de sua vitória na eleição de outubro de 2010, ao exibir um vigor hepático e uma face simpática impensáveis no seu antecessor:

"Disse e repito que prefiro o barulho da imprensa livre ao silêncio das ditaduras. As críticas do jornalismo livre ajudam ao país e são essenciais aos governos democráticos, apontando erros e trazendo o necessário contraditório", enunciou Dilma, pilotando um cavalo-de-pau que revertia toda a orientação emanada até então pelo Palácio do Planalto. E não era só discurso.

Dilma, como todo mundo sabe, lê jornais e revistas, vê TV e navega na Internet. A bile presidencial, produzida a partir dessa leitura atenta, atacou os microorganismos partidários que ameaçavam apodrecer os tecidos da administração federal.

Foi a partir de erros apontados por revistas e jornais, que Lula não lia, que Dilma desencadeou uma inédita, fulminante assepsia no seu governo, afastando dois ministros poderosos – Antônio Palocci, da Casa Civil, e Alfredo Nascimento, dos Transportes – e dedetizando o foco crônico do DNIT com a demissão de duas dezenas de servidores.

E terminou convocando um general da ativa do Exército para completar a faxina no infeccionado DNIT.

Chamou duas mulheres -- Gleisi Hoffmann e Ideli Salvatti -- para recompor seu entorno palaciano, sem consultar o PT, e limitou-se a participar sua decisão a Lula, sem consultá-lo previamente.

A celeridade do bisturi de Dilma, que cortou fundo a partir das manchetes e revelações de fim de semana da imprensa, desconcertou os partidos da base aliada e assustou o PT, habituado ao estilo manhoso e lerdo de Lula.

A ensaiada retaliação dos partidos aliados esmaeceu diante do efeito positivo da ação presidencial junto à opinião pública, desacostumada a ver pronta reação do Planalto aos desvios evidentes de altos funcionários.

Com Lula, tudo se ajeitava. Pegos em flagrante delito, até os aloprados ganhavam o conforto do colo presidencial. Quando explodiu o Mensalão, o maior escândalo de seu governo, em 2005, Lula reagiu coma rigidez de uma gelatina. A primeira reação, instintiva, foi declarar-se traído.

Depois, pensando melhor, alegou que não sabia de nada do que ocorria nos gabinetes contíguos ao seu, no Planalto. Por fim, desdenhou, com a versão de que era tudo Caixa 2, financiamento clandestino de campanha, pecado que todos os partidos sempre cometeram, disse Lula, ecoando a esperta defesa de Delúbio Soares, o tesoureiro do PT que centralizava o esquema do Mensalão.

Dois procuradores-gerais da República – Antônio Fernando de Souza e Roberto Gurgel – e a unanimidade do Supremo Tribunal Federal reconheceram o Mensalão que Lula desconhecia e aceitaram a denúncia contra 40 mensaleiros, muitos deles amigos e companheiros próximos ao presidente.

A começar por José Dirceu, o poderoso chefe da Casa Civil de Lula, acatado na denúncia ao STF como chefe da quadrilha, lindeiro de gabinete com Lula no Planalto e na intimidade do poder.

Este sonso álibi de Lula foi desmentido justamente por um dos jornalistas que ele mais respeita, Ricardo Kotscho, seu ex-secretário de imprensa. Comentando a azeda entrevista à piauí, Kotscho escreveu em seu blog:

"[Lula] é um dos caras mais bem informados que conheço por um simples e bom motivo: conversa o tempo todo com todo tipo de gente e vai filtrando as informações que podem ser úteis para a sua tomada de decisões. Em vez de ler o que fulano disse na imprensa, chama o fulano e conversa diretamente com ele, quer dizer, não recebe informações de segunda mão, mas direto da fonte".

É difícil acreditar, portanto, que um cara tão bem informado, com tanta conversa como Lula, pudesse ser iludido por tanta gente, durante tanto tempo, sobre o insinuante Mensalão.

Coincidência ou não, em 2009, a partir da Conferência Nacional de Comunicação, convocada por decreto de Lula, começou a sobrevoar o país o fantasma de um certo `Conselho Federal de Comunicação`, que entre outras atribuições teria o poder de "orientar, fiscalizar e monitorar" a imprensa, a pretexto de um "controle social" da mídia. A reação desata da colocou a proposta em banho-maria, que se evaporou com o final do Governo Lula.

Os últimos vapores desta sulfúrica ideia se diluíram neste final de semana. Nem o PT defende mais a sugestão de um conselho federal para a mídia. A executiva nacional do partido, reunida no Rio de Janeiro, defendeu um caminho oposto: a ampliação da liberdade de expressão no país, para "repudiar e impedir qualquer tipo de censura".

Exatamente o contrário do ameaçador Conselho Federal de Comunicação, que nem foi citado no texto da resolução política aprovada pelo conselho supremo do PT e divulgada oficialmente neste domingo, 7.

Redirecionado para os novos tempos de Dilma Rousseff -- uma presidente que prefere o barulho de uma imprensa livre e as críticas de um jornalismo que aponta erros e traz o necessário contraditório --, o PT começa a deixar o desvio da intolerância e resgata uma bandeira que havia desfraldado em sua fundação, 31 anos atrás.

O PT, como Dilma, abandonou Lula à sua própria azia.

Voltando e já tendo chupado um comprimido de magnésia bisurada, eu diria que isto seria muito bom para ser verdade. Não pela Dilma,  mas pelo PT. O PT sem o Lula é o Zé Dirceu, isto é, nada, ou nada de bom.

Vejam a situação aqui no Estado de Pernambuco, onde o PT só existe na capital. Enquanto os Joões brigam e o governador reina. E o Humberto Costa, pretenso candidato a governo do Estado em 2014, está tão certo de que isto não será factível que tenta se firmar lá por Brasília, seja de que jeito for. O partido só existe no Estado por causa do Lula. Mas, isto não ocorre somente em Pernambuco. O PT está em baixa em todo o Brasil, a não ser quando o Lula chega, agora, com seus ternos maravilhosos e suas malas de dinheiro, que não precisa ser colocado na cueca pois é o pagamento das palestras, para provar que neste mundo tem bobo prá tudo.

Se o PT abandonar Lula à sua própria azia, o partido é que vai “tomar Doril”. Penso que nem mesmo a Dilma já tem condições de desafiar o chefe. Espero que ela venha comendo pelas beiradas, e que na próxima reunião do charuto (ver Mural da AGD do dia 07.08.2011), o PMDB concretize os seus planos e parta para a CPI do PT. Aí sim, todos vão consumir todo o estoque de magnésia bisurada do SUS.

2 comentários:

  1. Caro Zezinho, o que o seu conterrâneo sofria e sofre, o que o impede de ler revistas, jornais, Blogs e tudo mais que forcem "tico e teco" é algo facilmente diagnosticável: trata-se pura e simplesmente de diarréia mental, esta não há imosec que cure.

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  2. DIFICEL MESMO É ALEM DISSO TUDO, AINDA TER GENTE PAGANDO PRA OUVIR CUSPIR BOBAGENS CHAMADA DE PALESTRA. MAS COMO TODO TIPO DE CONVERSA É TIDA COMO PALESTRA,VAMOS TER QUE AGUENTAR MAIS UMA PITUZADA COM LIMÂO.

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