Por Carlos Sena (*)
Todo mundo sabe que não vivemos mais sem INTERNET. Entre lixos e pérolas, compete-nos, enquanto usuários, separar o joio do trigo. O mundo virou mesmo uma janela (Windows) em que a gente parece viver num permanente “BIG BROTHER”. Às vezes tenho medo de que um dia, ao invés de tomar a bênção à mãe a gente tome ao GOOGLE e troque, gradativamente, nossos amigos pelo FACEBOOK, pelo ORKUT, BADOO, MSN e alhures. A grande ironia disto tudo aparece na relação com as pessoas, pois a solidão, em que pese todas as redes sociais de relacionamentos, permanece fiel a si mesma. Muitos passam horas na frente de um computador, literalmente, se iludindo. Outros, literalmente, mentindo. Ainda muitos, literalmente, fazendo sexo via CÂMERA – a famosa CAM!
Nesse universo de rede, compraz-me neste momento, uma reflexão em função também da autoria intelectual que, não raro, na net, vira “domínio público”. Como escrevo – tenho uma página neste RECANTO DAS LETRAS, já vi textos meus repassados como se fosse de outrem. Ou mesmo sem citação de autoria! Neste sentido, durante as ultimas eleições a presidência da república, correu na internet um texto atribuído a Marília Gabriela denegrindo a então candidata Dilma Rousseff, mas negado pela própria Marília. Já li algumas crônicas de autores consagrados e que, veiculados pela rede, constava o nome de outro autor, igualmente consagrado, mas não o verdadeiro autor.
Cito abaixo um texto interessante que recebi via e-mail, mas sem a devida citação do autor. Então fiquei pensando: “que artigo inteligente, bem humorado, bem sacado, bem criativo, etc.”, mas cadê o nome do autor? Eu sabia do nome do amigo que me mandou o e-mail, mas quem escreveu o artigo não.
Vale a reflexão: isto nos desestimula a escrever? Haverá alguma forma de se evitar isto? Sinceramente não acho que alguém possa controlar o roubo de autoria de textos. Prefiro acreditar que quem é competente se estabelece; e quem vive a copiar e colar da internet surrupiando a autoria de textos, nunca terá reconhecimento literário. Portanto, neste sentido, cito como prometi acima, um artigo (na verdade é um check list) corrente na net que eu gostaria muito de citar o nome do autor, mas infelizmente não disponho da informação. Embora sem muito rigor literário, a criatividade e humor com que foi elaborado, é interessante. Espero gostem:
O que escrever em seu túmulo se você é...
ESPÍRITA – “Volto já”.
INTERNAUTA – “www.aquijaz.com.br”
AGRÔNOMO – “Favor regar o solo com Neguvon. Evita Vermes”.
ALCOÓLATRA – “Enfim, sóbrio”.
ARQUEÓLOGO – “Enfim, fóssil”.
ASSISTENTE SOCIAL – “Alguém aí, me ajude”!
BROTHER – “Fui”.
CARTUNISTA – “Partiu sem deixar traços”.
DELEGADO – “Tá olhando o quê? Circulando, circulando”...
ECOLOGISTA – “Entrei em extinção”.
ENÓLOGO – “Cadáver envelhecido em caixão de carvalho, aroma Formol e after tasting que denota presença de Microorganismos diversos”.
FUNCIONÁRIO PÚBLICO – “É no túmulo ao lado”.
HERÓI – “Corri para o lado errado”.
HIPOCONDRÍACO – “Eu não disse que estava doente”?!?!
HUMORISTA – “Isto não tem a menor graça”.
JANGADEIRO DIABÉTICO – “Foi doce morrer no mar”.
JUDEU – “O que vocês estão fazendo aqui? Quem está tomando Conta do lojinha”?
PESSIMISTA – “Aposto que está fazendo o maior frio no inferno”.
PSICANALISTA – “A eternidade não passa de um complexo de superioridade mal resolvido”.
SANITARISTA – “Sujou”!
VICIADO – “Enfim, pó”!
e para fechar com chave de ouro, afinal de contas não poderia faltar, por incrível que pareça, graças à Deus eles tb morrem
O ADVOGADO – “Disseram que morri... Mas vou recorrer”!
Certamente que acharam criativo, não? Pois é. A net tem dessas coisas. Quando é apenas um texto que se divulga sem que se saiba o autor, menos mal. O diabo disto tudo é quando a gente fica, diante da INTERNET sem muita proteção para outras coisas ditas como verdades, mas que são descobertas como mentiras. Ou então, certas mentiras que rolam e a gente descobre depois que são mentiras. Num dia um e-mail nos mostra que determinada fruta cura o câncer; no outro, que se trata de mentira. Num dia uma receita de vida eterna, no outro uma vida eterna sem receita... Independente de tudo, o papai GOOGLE tá lá – firme, implacável, sabido todo, assumindo a educação das nossas crianças que não gostam de pesquisar... O que nos anima é que ele não ensina (ainda) a pensar...
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(*) Publicado no Recanto das Letras em 01/08/2011
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