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quarta-feira, 31 de maio de 2017

O "House of Cards" tupiniquim, centésima temporada...




Por Zezinho de Caetés

Ontem tentei ver a quinta temporada do House of Cards, na Netflix. Vi que não tinha concluído a quarta temporada e comecei a vê-la a partir daí. Realmente, é uma série que eu já gostava, e agora, com a situação do Brasil, onde, o personagem principal da série é encarnado por tantos dos nossos políticos, a série deve estar melhor ainda.

Encontrei um texto do Pedro Doria, no O Globo de ontem, e o transcrevo abaixo. Título: “BRUTAL LUTA POLÍTICA DE FRANK UNDERWOOD MOSTRA QUE NO BRASIL O CENÁRIO É AINDA MAIS DESOLADOR”. Tenho então que ter tempo para relembrar os personagens e começar a ver a série.

Hoje estou sem muito tempo para escrever comentários longos pois terei que em breve enfrentar a chuva no Recife. Aliás, Pernambuco não anda bem das pernas mesmo, pois falta chuva ou tem o excesso dela. Lá em minha região já se deve estar rezando para parar de chover, com a mesma fé que ontem se rezava para chover.

E depois que vi ontem a reunião da Comissão de Assuntos Econômicos, que está tentando salvar o governo do nosso Frank Underwood de plantão, só me resta dar um espaço na cabeça para a ficção.

Então, fiquem com o Pedro Doria, que eu vou remar contra a maré pelas ruas de Recife, procurando um laboratório para entregar o material para exame. Gostaria de jogá-lo em alguns políticos mas, me contenho, ainda.

“Há um momento num dos primeiros episódios da quinta temporada de “House of cards”, que chega hoje à Netflix, no qual o presidente americano Frank Underwood explica à sua mulher, Claire, por que ele deve ser reconduzido à Casa Branca. “O povo não sabe o que é melhor para ele”, diz. No rosto e na voz do ator Kevin Spacey há tanto desdém quanto arrogância e convicção. “O povo é como o filho que não tivemos. Precisamos guiá-lo.” O casal está perante um óleo de George Washington, o ícone mítico que primeiro comandou o Executivo americano. E ambos, tanto Frank quanto Claire, têm pelos ideais daqueles fundadores da República americana o mais completo desprezo.

São instantes assim que fazem de “House of cards” uma série especial. Políticos, quaisquer políticos, são o grande mistério das democracias. Por trás de cada sorriso e aperto de mão, de cada discurso carregado com as doses certas de emoção e razão, eles nos deixam sempre com a dúvida: no que realmente acreditam? Sobre o que conversam quando as portas estão fechadas? Serão realmente honestos? Dizem de fato o que pensam? “House of cards” é uma distopia, uma fantasia extremada que nos leva ao pior de todos os cenários. Nele, a luta política é brutal, e o jogo se dá entre gente que não tem qualquer caráter, de um lado, e aqueles cuja personalidade é fraca demais para combatê-los, do outro. No mundo de “House of cards”, torcer por qualquer um dos partidos é um exercício extremo de ingenuidade. Ninguém está do lado do eleitor.

A série chegou à televisão em 2013, ano zero da crise política brasileira. Em junho daquele ano, milhões de brasileiros tomaram as ruas para se queixar de que o Estado lhes servia mal. Em julho, a Polícia Federal descobriu que o doleiro Alberto Youssef tinha uma relação de trocas de presentes com o diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. Dali nasceria a Lava-Jato. Mais de uma vez, e não sem razões várias, comparou-se a série com a política brasileira. Frank Underwood, sugere a piada fácil, é um amador perante os nossos políticos. Dependendo de quem faz a comparação, Underwood é Lula, ou Eduardo Cunha, ou Michel Temer, tantos outros.

A piada fácil esconde uma questão séria. Porque temos indícios suficientes que permitem uma comparação real entre a ficção americana e a realidade brasileira. São as gravações: a conversa ligeira entre Lula e Dilma, os diálogos de Sérgio Machado com Renan Calheiros, José Sarney e o impagável Romero Jucá. Além, é claro, das trocas de Joesley Batista com Aécio Neves e Michel Temer. Esses fragmentos fizeram mais para revelar algo sobre como esses políticos verdadeiramente são do que qualquer outro episódio na História brasileira.

O impacto de “House of cards” se dá, em grande parte, por conta do recurso narrativo que deu a William Shakespeare seu brilho. Todas as personagens têm um quê de extremadas. É como se ninguém tivesse superego para lhes disfarçar as vontades do inconsciente. As pequenas vilezas do cotidiano ganham dimensão. Todas as tramoias são explicitadas, nada fica subentendido. Tudo o que cada um pensa, sente e faz é mostrado com clareza, e por isso mesmo o resultado é demasiadamente humano. Assim, na toada shakespeariana, sempre que necessário o protagonista rompe a quarta parede, encara o espectador no olho e explica o que está ocorrendo no jogo de intenções.

NO BRASIL, MEDO E CUMPLICIDADE

Na realidade brasileira, nada é direto e muito fica subentendido. Nenhum dos políticos gravados se porta como um Frank Underwood que, dedo em riste, dá ordens e deixa claro o que espera de todos. Pelo contrário: todos se veem como cúmplices que compreendem o jogo que disputam. São parceiros. Essa cumplicidade se mostra na recomendação de Temer — “tem que manter isso, viu?” —, ou no pacto sonhado por Jucá — “o Michel forma um governo de união nacional, faz um grande acordo, protege o Lula, protege todo mundo, este país volta à calma”. A cumplicidade se dá, até, no tom corriqueiro como Dilma combina com Lula sua nomeação para um ministério acaso corra risco de ser preso: “tô mandando o Bessias junto com o papel, só usa em caso de necessidade”.

Por trás das portas, na vida como ela é, nenhum dos políticos brasileiros se porta com a autoridade dos Underwood. Ninguém é capaz de fitar o interlocutor com austeridade e dar uma ordem inequívoca como Frank, assim como nenhum tem o porte ereto e elegante que ressalta o olhar frio de Claire. Não inspiram autoridade. São, pelo contrário, inseguros. Têm plena consciência do castelo de cartas que habitam. Enxergando sua fragilidade. Têm medo.

Mas há uma distinção maior. Esses vilões, Frank e Claire, têm também muita clareza de seu objetivo. Querem poder. Na Brasília revelada pela Lava-Jato, tanto faz quem está no poder, desde que o sistema se mantenha em equilíbrio. Assim, mesmo no governo petista, um senador tucano terá seu espaço. O objetivo final da engrenagem não é levar um ou outro ao poder, e sim manter o fluxo de dinheiro para todos.


O Brasil não é “House of Cards”, e isso, na verdade, é ainda mais desolador. Aos fãs da série resta um único consolo: a quinta temporada é espetacular.”

terça-feira, 30 de maio de 2017

O Brasil "surreal" ou a República dos Abacaxis




Por Zezinho de Caetés

Os mais jovens diriam: “É surreal!”. Realmente, no Brasil de hoje tudo é “surreal”,  no sentido de que depois dos irmãos Batista, sim, aqueles que foram mais do que premiados com a delação que abalou os alicerces de nossa República, tudo é possível.

No entanto, pensando bem, o “surrealismo” no Brasil, não vem de hoje. Ele começou em 2002 com a eleição do meu conterrâneo Lula para a presidência. Era o analfabeto vencendo os alfabetizados para um cargo no qual é necessária a “leitura”, que ele, declaradamente, nunca teve.

Pegou, no início de governo, as rebarbas dos ajustes que o FHC havia implementado, depois de iludir o povo com aquela Carta aos Brasileiros, em seguida pegou o grande “boom” das commodities da economia mundial, que levou quase todo subsolo brasileiro para a China, e caiu nas graças do povo, com um processo dito de inclusão, que nada mais era do que o fruto da ignorância econômica.

Quis transformar o Brasil, num Estado de Bem Estar Social, tipo Economia desenvolvida, a partir de uma base fraca de infraestrutura, em todos os sentidos, e que não poderia dar em outra coisa que não o governo da incompetenta Dilma Roussef, que, hoje se sabe, foi ajudada pelos meninos da Friboi a se eleger, recebendo rios e rios de dólares.

E a sangria do Brasil continuou, aumentando o desemprego e a inflação, enquanto a Dilma brigava com o Lula, ou seja, a grande briga entre o “criador” e a “criatura” para continuar na presidência. E foi o que vimos. Por exemplo, 12 milhões de desempregados.

E o que nos salvou foi o impeachment. Sem ele, tenhamos certeza, este país já seria uma grande Venezuela, pobre país que sofre hoje a herança maldita do Hugo Cháves. Assim como aqui ainda sofremos a herança maldita de Lula, e que ele fica relembrando o povo pobre e sem informação que adora ser enganado.

E, para mim, houve uma esperança depois do impeachment, mas, até eu fui enganado, como a maioria do povo brasileiro, letrado ou iletrado. Foi a delação da dupla caipira que nos tirou do engano, e, pasmem, podemos estar ainda muito enganados pois dos 1829 políticos da delação, o distinto público não sabe do nome nem da metade.

Quem sabe, talvez, ainda hoje, eu possa ainda simpatizar com políticos que foram subornados, e que estiveram no bolso dos Joesleys? É, a situação está muito “surreal”. No entanto, se só fosse isto, que já passamos, tudo estaria bem. E o futuro?

Já hoje, leio que há uma articulação político-institucional para invalidar a delação premiada de Joesley Batista. Ela visaria, alegando que a Procuradoria Geral da República foi muito benevolente com os meliantes delatores e que as gravações não foram autorizadas pelo STF, livrar os “mandões” da República. Se o STF atender um pleito destes, as denúncias contra Temer e contra Aécio, por exemplo, iriam para o brejo e eles se livrariam dos inquéritos.

Vejam quão “surreal” é o Brasil. Parece até uma mãe que pune o filho por derramar uma lata de tinta, e depois é forçada a bebê-la porque  se descobre que que foi o pai que autorizou o filho a derramá-la. O fato de que a tinta sujou tudo passa a ser de somenos importância, e ninguém quer mais saber de limpá-la.

No entanto, tudo que vier agora da classe política é no intuito de derrubar a Operação Lava Jato, porque ele está descobrindo que a tinta sujou, digo, porque os políticos enlamearam o Brasil por muito tempo, e que o Brasil deve se livrar da lama e de quem o enlameou. O resto é detalhe, que a história vai levando.

No entanto, quando eu vejo, como ontem, o Renan Calheiros falando no Senado, do alto de seus 12 processos criminais, que, devemos coibir a ação dos procuradores, eu perco um pouco o otimismo. Não é que eu seja a favor do abuso de autoridade, porque ninguém é, a não ser quem abusa. Mas, numa hora dessas, depois de abusarem tanto da confiança dos brasileiros virem falar de abuso de autoridade, é até ridículo.


E se há uma coisa que não pode parar no Brasil, não é a Economia ou a Série A do campeonato nacional, é a Operação Lava Jato, porque se ela parar, para tudo o mais de decente que ainda supomos que o Brasil tem, seríamos sempre um república de bananas ou de abacaxis. 

segunda-feira, 29 de maio de 2017

A semana - Acordão contra a ORCRIM, volta de House of Cards, as pernadas no Congresso...




Por Zé Carlos

Bem, aqui estamos outra vez. E, praticamente, nada mudou. A Lava Jato continua a fazer o humor nacional torna-se o melhor do mundo. Talvez os Estados Unidos cheguem perto com o Donald Trump, mas, pelo conjunto da obra o Brasil é imbatível. E adivinhem quem ainda continua no palco e com nota 10 nas piadas?! Claro. O Michel Temer.

De uma hora para outra o homem superou muitos dos seus concorrentes, isto porque o Lula é hors concours, e a Dilma não tem dito oportunidade de exercer sua verve humorística desde que a dupla caipira Joesley x Wesley, disseram que deram 80 milhões de dólares para elegê-la, através do Mantega. Durante a semana ela só contou uma piada, junto com mais de 2000 políticos delatados pela dupla:

“Todo dinheiro que recebi, foi legal e foi declarado e aprovado pelo TSE.”

De tão contada a piada perdeu um pouco da graça, a não ser nos grotões, onde a TV  nem chega. Então, fiquemos com o Temer e outros que não podem escapar de dar explicações a respeito das lambanças realizadas no exercícios de seus cargos.

No entanto, a piada nacional não envolve mais humoristas individuais. O que mais se comenta é o plano da ORCRIM (Organização dos Comediantes do Riso Iminente) de combater o Sérgio Moro e seus seguidores da Lava Jato, por chegarem à conclusão de que se a deixarem agir livremente, com sua mania de não rir das coisas, o riso pode acabar no Brasil.

Explico em detalhes para que nossos leitores possam sentir o risco iminente do riso acabar totalmente no país, e, consequentemente, essa coluna semanal, deixando órfãos seus 15,5 leitores.

Segundo a mídia, está  em curso em Brasília a Operação Riso Sempre (ORS) que visa utilizar a possível eleição indireta com a queda do Teme para retirar uma grande parte do mundo político da produção do riso semanal para que eles não sejam pegos pela Operação Lava Jato ou pelo Ministério Público Federal. Dizem que os cérebros desta operação vêm, em grande parte, do Senado, onde estão os maiores humoristas deste país. Vejam a audácia desta turma que alimenta esta coluna. No final de tudo eles querem alterar a Constituição para garantir foro privilegiado a ex-presidentes da República.

Imaginem então que o Lula, a Dilma, o FHC, o Sarney, o Collor, e até o Temer, se cair mesmo, como tudo indica, terão o foro privilegiado. Vejam que beleza. Nossa coluna teria então vida eterna, pois jamais os nossos maiores pândegos como Lula e Dilma, desceriam ao colo do sisudo juiz Moro. Vejam que coisa boa!

Curtam os detalhes nas palavras do jornalista Alberto Bombig do Estadão que mostra a disposição dos senadores de aprovar o modelo bicameral (Câmara depois Senado) para elegerem o próximo presidente, depois que ele seja defenestrado pelo TSE no início de junho:

“Na prática, isso significaria um peso maior para o voto dos 81 senadores sobre o dos 513 deputados, o que diminuiria drasticamente as chances de Rodrigo Maia (DEM-RJ), atual presidente da Câmara, ser eleito para o Planalto. Ciente desse movimento, os apoiadores de Maia sondaram o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), para ser o vice do deputado.

O problema é que os senadores acham que Maia, uma vez eleito presidente da República, não sobreviveria ao que chamam de “jogo baixo da Lava Jato”. Avaliam que a cabeça de Maia se tornaria o troféu a ser apresentado pela longa fila que hoje tenta fazer delação premiada. A gravação feita por Joesley Batista de uma conversa com Temer comprovou, na visão dos senadores implicados na Lava Jato, que o Ministério Público Federal está disposto a tudo para “destruir o mundo político”.

Pelo arranjo dos senadores, Eunício seria, sim, vice, mas de um outro candidato, alguém com coragem suficiente para enfrentar a opinião pública e frear os procuradores e o juiz federal Sérgio Moro.

Para o grupo do Senado Federal, apenas dois nomes entre os colocados até agora como pré-candidatos têm peso e tamanho para a missão: Nelson Jobim e Gilmar Mendes. Só para lembrar: no Senado, são investigados, entre outros, o próprio Eunício, Renan Calheiros (PMDB), Gleisi Hoffmann (PT) e Aécio Neves (PSDB), todos considerados da “elite política da Casa”, como gostam de dizer os parlamentares.

A parte final do acordão inclui a saída do presidente Michel Temer, a ser convencido pelos aliados de que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já tem consenso formado pela cassação da chapa e pode até convocar eleições diretas. Para facilitar a renúncia de Temer, o acordo garantiria a ele um indulto (a imunidade penal a ser dada pelo futuro presidente) e a votação da PEC que manteria o foro privilegiado a ex-presidentes, evitando que o caso dele chegue até Moro. Essa PEC também livraria Lula das garras do juiz federal, parte que mais interessa ao PT.

O novo presidente, oriundo do acordão, ainda convocaria uma nova Constituinte e se aprovaria uma reforma mínima da Previdência, para acalmar os mercados e o setor produtivo. A Constituinte instituiria eleições e mandatos a promotores e procuradores, a exemplo do que ocorre nos Estados Unidos. Seria o House of Cards Brazil.”

É claro que esta coluna aprova toda esta trama por um motivo simples. O que seria dela sem as figuras do Renan, Gleisi Hoffman, Lindberg Farias, Romero Jucá e os mais novos cômicos, como Aécio, Eunício, Rodrigo Maia entre outros? Correria o risco até da pandegagem acabar no Brasil. E, além disto, se esta operação salva ORCRIM passar, imaginem o que não aparecerá de cômicos para serem incluídos em seus quadros permanentes!?

E só mais uma explicação para aqueles nossos leitores que não sabem o que é House of Cards. É uma série ficcional do Netflix, hoje o sonho de consumo do brasileiro, que foi inspirada em Lula e Dona Marisa Letícia, mostrando sua saga para chegar à presidência dos Brasil, abrangendo até agora o tempo antes da morte da Dona Marisa. Mas, certamente, em outras temporadas será coberta sua morte, e também o depoimento do Lula ao Sérgio Moro, onde ele culpou a mulher morta por querer comprar o tríplex, motivo de tanto riso aqui na coluna. Óbvio que tudo foi transplantado para a história americana e o personagem principal foi chamado de Frank Underwood, que também foi inspirado em Lula porque ele foi preso “sob vara” pelo Moro, certa feita.

Outro que fatalmente receberá um convite para participar desta coluna, que hoje lidera o humor nacional, pelo menos entre seus leitores, é o Ministro Gilmar Mendes. Imaginem, foi apurado que ele quer, depois de votar a favor por duas vezes, agora ser contra a que os condenados em segunda instância sejam presos. Vejam o potencial de riso deste senhor. Basta lembrar do Maluf, que até hoje tenta dar a alegria aos brasileiros, sendo preso, e por mais de 30 anos, tenta, tenta, tenta e não consegue. Imaginem o Lula quando seria preso?!

E nesta tendência ao humor coletivo, tivemos a invasão de Brasília pelos Mouros (não confundir com o Moro) Mascarados que queriam assistir a uma sessão da Câmara Federal, na qual a mais antiga humorista nacional a Luiza Erundina (não sei se é mais velha do que o Sarney, mas, ambos são da Velharia do Riso) que resolveu sentar na mesa diretora dos trabalhos, para evitar que se voltasse uma reforma, enquanto os deputados se pegavam “na tapa”, lá embaixo.

Aliás, vi o bom-conselhense Randolfe Rodrigues quase sair na tapa com outro senador, mostrando que a verve humorística de Bom Conselho não se restringiu apenas ao Pedro de Lara. O cara pulava feito um mamulengo das feiras de nossa cidade. Se esta coluna não fosse de humor eu diria: Que vergonha!

Aliás, tornou-se moda a briga como disputa política, somente para alimentar o humor nacional. Quem viu a reunião da Comissão de Assuntos Econômicos, logo no início da semana, deve ter percebido que alguns dos nossos melhores humoristas já entram para provocar. Imaginem a Fátima Bezerra, o Lindberg Farias, a Gleisi Hoffmann, todos remanescentes do “Quinteto Abilolado” que atuava no impeachment da Dilma, agora jogando pernadas e rabos de arraia nas sessões do Congresso. Seria trágico se não fosse tão cômico.


E, como está se tornando quase um lugar comum, aguardem a próxima semana, que o riso abundará, certamente. Mas, para ser justo, como sempre tento ser devo dizer que devido ao excesso de chuvas que caíram em nosso Pernambuco, o Temer ontem apareceu com as velhas promessas de ajudar a região em mais um flagelo natural. Vejam a ironia que nos ronda. Se não é pela seca é pela chuva, mas precisamos dos outros, e não podemos rejeitar a ajuda. Pelas cenas que vi na TV, só faltou o grito de “Fica Temer!”, para entrar no espírito da coluna. Mas,  riam com moderação!

sexta-feira, 26 de maio de 2017

Para onde vamos? Pro brejo?




Por Zezinho de Caetés

Graças a Deus, não deu tempo para os militares começarem a gostar de política como gostavam lá pelos idos dos anos 60. O Temer, com a rapidez que os trouxe mandou-os de volta, e eles foram.

Para quem viveu aquela época, e isto se aplica àqueles com mais de 60 anos, como eu, está eufórico. As instituições democráticas venceram mais uma vez, como já vem fazendo desde a saída da farda, junto com a Nova República. Espero, com o meu otimismo renitente, que não haja mais necessidade de sua volta, nem constitucionalmente, como foi feito.

Mas, isto, atualmente e sempre, não depende só de nossas Forças Armadas e sim, também, da oposição, hoje comandada por Lula e asseclas. Eles que partiram para violência, talvez para testar os limites de nossas instituições que eles tentaram vilipendiar enquanto estavam no poder, e tiveram uma resposta à altura.

Eu confesso que não sinto pena do Temer pelo que ele está passando, porque tudo que diz, sobre sua conversa não republicana com o Joesley, não foi motivo de explicação convincente, mas, devo dizer que ele agiu corretamente chamando o Exército para acabar a baderna em Brasília, e agiu mais certo ainda, chamando-o de volta aos quartéis de onde não deve sair mais.

Aqui não se trata somente de elogiar ou não elogiar alguém por suas atitudes pois a situação em que o pais se encontra exige muito mais do que isto. Ou as instituições e seus ocupantes dão respostas condizentes com o momento difícil, ou, como se diz “a vaca vai para o brejo” e com poucas chances de encontrar alguém para ajudar sair de lá.

Parece até que depois de uma geração os brasileiros esquecem tudo e começam tudo de novo. Está faltando estudo de História aos nossos estudantes. São erros bobos que são cometidos e que seus ancestrais já não cometeriam. Se pensarem no Aécio Neves, não estão errados. Com sua atitude, conspurcou o legado do seu tio, o Tancredo, que deve está agora se virando no túmulo.

Todavia, os velhos também erram, e pensem no Lula. Tal qual como o Temer, já deveria está fora da política há muito tempo, junto com FHC, Sarney e outros da velha guarda. Mas, o Lula acometido do que chamei Síndrome da Sangria (SS),  o medo exagerado de ser pego pela Lava Jato, está cometendo besteiras depois de besteiras, e é muito difícil, agora, soltando seus asseclas para fazer baderna em Brasília, que o Sérgio Moro não o condene e que a segunda instância não o prenda.

Ou seja, a SS é uma doença que deixa a pessoa em equilíbrio instável, como aprendi em minhas aulas de Economia. Quando o cara se afasta do certo, cada ação posterior o leva a ser mais errado ainda. E isto está acontecendo com o Lula. Dentro em breve ele ultrapassará o Renan, em número de processos, neste campeonato macabro para ver quem chega primeiro na cadeia, quanto mais tentam evitá-la.

O que se espera agora é resposta de instituições para estancar a sangria, no bom sentido, isto é, levar os culpados para o xilindró.

Estou em viagem mas, de bar em bar, mesmo sem beber, vendo as TVs e outras mídias, me informando sobre o Brasil, afinal de contas, a situação já é de vaca não reconhecer o seu bezerro. E se é verdade o que o Ricardo Noblat diz hoje em seu blog, em texto que abaixo transcrevo com o título de “Acordão para substituir Temer pode atingir a Lava Jato”, a coisa vai ficar pior ainda. Eu espero que tudo não passe de uma hipótese.

“Trata-se quase às claras a substituição do presidente Michel Temer. Salvo auxiliares dele, enrolados na Lava Jato, não há uma viva alma em Brasília que acredite na permanência de Temer no cargo.

Um dos ingredientes do acordão que se persegue é o que se fazer com a Lava Jato. Ou melhor: como enquadrar, pôr um freio em procuradores e juízes ligados à maior operação de combate à corrupção da história do país.

Não, os políticos e seus aliados não desistiram da ideia de desidratar a Lava Jato. É o destino deles que está em perigo, a liberdade e a chance de continuarem a enriquecer. E isso é o que basta.

Das bandas da Justiça, contam com a possibilidade real de que o Supremo Tribunal Federal (STF) venha a rever seu entendimento de que pena de prisão comece a ser cumprida se confirmada em segunda instância.

Por seis votos contra cinco, assim havia decidido o STF, inclusive com o voto favorável do ministro Gilmar Mendes. Agora, Gilmar admite mudar de lado. Se isso ocorrer, mais um ministro ou dois poderão mudar também.

É isso o que mais desejam aqueles às voltas com a Lava Jato. O melhor dos mundos para eles seria o STF decretar que o cumprimento imediato da pena passaria a depender da terceira instância da Justiça.

Ou seja: da palavra do Superior Tribunal de Justiça (STF). Ali, eles costumam se sentir mais protegidos. Os ministros do STJ são mais sensíveis às suas pretensões, mais cordatos, mais generosos.


Lula torce pelo sucesso de Gilmar. Só assim ele teria a certeza de que poderá concorrer à eleição presidencial de 2018, seu objetivo número um, e o da esquerda que sonha em voltar ao poder.”

quinta-feira, 25 de maio de 2017

Figueiredo ameaçava "chamar o Pires", o Temer "chamou o Villas Boas"




Por Zezinho de Caetés

Hoje começo pelo texto que vou transcrever abaixo, que tem como título “Indiretas Já”, do Hurbert Alquéres, e que foi publicado no Blog do Noblat no dia 23, ou anteontem. E o faço para mostrar a velocidade das mudanças políticas no país.

Leiam-no e vejam que ele faz um resumo de tudo que se passou em 7 dias, mas, não fala da intervenção militar em Brasília, que foi ontem à tarde.

O Temer usando de suas prerrogativas constitucionais, como dizia o João Figueiredo, “chamou o Pires”, que no caso foi “chamou o Villas Boas”, ou o Exército para ajudar a conter uma onda de vandalismo que se instalou ontem na Capital Federal, com a desculpa de lutarem contra a reforma trabalhista e outras.

Pelo que presenciei,  digo, vi pela TV e outros meios de comunicação, penso que o Temer agiu de forma acertada, diante de todos os seus erros recentes, quando se mostrou um “ingênuo” ao conversar com meliantes.

Mas, quem assistiu a reunião da CAE, já aqui abordada por mim, e viu a truculência de membros da oposição na reunião, ao ponto de senadores sentarem na mesa diretora do trabalho para protestar, e partirem para o desforço físico, isto já deveria ser esperado nas tais manifestações. Como se dizia lá na minha terra: “Costume de casa vai à praça!”. Lamentável.

E o que se viu foi a violência que levou o Temer a “chamar o Villas Boas”. E o Renan Calheiros, o velho Renan, que não se sabe até agora porque ainda está solto, pois é o campeão absoluto de denúncias por todos tipos de crimes, tentou enganar o plenário do Congresso, dizendo que o Aldo de Moura Andrade citou para o presidente em 64 a Constituição de 88. O homem não tem jeito mesmo, a não  ser através da Lava Jato de Curitiba. Abaixo o foro privilegiado.

Na Câmara foi outro horror com o baixo nível de educação e moral dos deputados, e fiquei vendo a  Erundina, aquela velha senhora que já deveria está descansando, quase subindo na mesa diretora para fazer protesto. Foi a cena mais ridícula que eu já presenciei em todas as minhas andanças políticas.

E enfim, o Exército botou ordem no galinheiro, e eu só espero que não tenha gostado de fazer isto, pois parece que, se depender de Lula, o informante da ditadura militar, que para se safar da cadeia ele pode levar este Brasil ao caos, isto vai terminar acontecendo. Ou seja, a Síndrome da Sangria (veja aqui para o significado), está sangrando o Brasil. Se os militares começarem a pensar que são a vacina, voltaremos no  tempo e nossa Democracia vai à breca.

Fiquem com o Hubert, que eu vou viajar, mas, sempre atento aos riscos que o Brasil corre, e lutando como o autor do texto por Indiretas Já.

“Na semana passada, neste mesmo espaço, elogiei o governo Temer pelos feitos de sua política econômica e de seu programa reformista. Tudo que afirmei era verdade. Em um ano o país deixou de se equilibrar no chamado tripé da maldade (inflação alta, juros estratosféricos e recessão) e o avião da economia começou a embicar para cima.

Os indicadores justificavam o otimismo quanto à possibilidade de Michel Temer cumprir a missão de entregar ao seu sucessor um país reorganizado. Estava pavimentado o caminho para entrar na história como o presidente das reformas.

Hoje a realidade é outra. Nestes sete dias quem era a solução virou o problema. Abatido pelo missíl de grande poder de destruição lançado pela delação da JBS, o governo perdeu as condições para conduzir a transição a bom termo.

Flagrado em tenebrosas transações com Joesley Batista, Temer viu sua base parlamentar desmontar e se apartou ainda mais de uma sociedade, ávida por novos padrões na forma de se fazer política. Concretamente, o presidente está sitiado no Palácio da Alvorada, amarga a solidão de um poder que se esvai.

Quem imaginaria, há uma semana, que um jantar com o presidente seria cancelado por falta de quórum? Michel Temer começa a viver uma situação similar à de Collor às vésperas do seu impeachment, quando todos lhe viravam as costas.

O presidente resiste a renunciar, mesmo a preço de levar o país à paralisia, de jogar por terra os ganhos do seu próprio governo, de postergar as reformas previdenciária e trabalhista, de afugentar os investidores.

Por aí, teremos um presidente catatônico por mais um ano e sete meses, que só não renunciou para não ser réu confesso. É o que se deduz de sua entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, onde aparece um presidente à beira de perder o controle emocional, que viaja em universo paralelo ao se dizer um ingênuo e desinformado sobre as três operações nas quais Joesley Batista já era investigado. Quanto ao deputado afastado por receber uma mala de dinheiro vivo, Rodrigo Loures, o presidente simplesmente o considerou um “homem de boa índole”.

Não há salvação para Temer. No entanto, é necessário salvar a transição, dando prosseguimento ao que houve de melhor em seu governo, com a manutenção da equipe econômica que tem colocado o Brasil nos eixos. Passou a ser uma questão de estado preservar esses ganhos e dar continuidade à agenda das reformas.

Dito de outa forma: a governabilidade não é mais garantida por Temer. Ao contrário, hoje ele é o principal fator da instabilidade. A engenharia política a ser construída é como, nos marcos da constitucionalidade, retirar esse obstáculo e, ao mesmo tempo, dar continuidade ao que caminhava bem no governo.

Quanto mais demorar a equação desse desafio, maior será a paralisia e a deterioração do ambiente econômico. E maior ainda a crise política que, se prolongada por muito tempo, esgarçará o arcabouço institucional.

Ao desistir do pedido ao STF de suspensão do inquérito, Temer fez um movimento para retardar a morte anunciada de seu governo. Eram favas contadas que seu pleito seria derrotado na Suprema Corte.

Mas a desistência foi um atestado do seu enfraquecimento e só amplificou as especulações sobre quem comandará o país até o fim de 2018. Em Brasília já não se discute se Temer continua, mas sim quem o substituirá.

Ziguezagueante, o presidente aposta suas fichas em uma blitzkrieg no Congresso para fazer avançar a agenda das reformas nos próximos 15 dias. Mas tem pouco chão para essa manobra. A essas alturas, se movimenta apenas no sentido de evitar que, na hipótese de sair do cargo, não vá diretamente para a prisão.

Para salvar a transição, Temer deveria dar lugar a um governo de “emergência nacional”, do qual não deveriam participar investigados e denunciados na Lava-Jato ou em outras operações. O resgate da autoridade e da respeitabilidade do poder central se daria com a constituição de uma equipe ministerial de notáveis, como era a intenção inicial de Temer, mas abandonada já no nascedouro de seu governo.

A solução desejada só é possível com a rígida observância da Constituição. Afastado por renúncia, impeachment ou por decisão do Tribunal Superior Eleitoral, respeitar-se- ia a escala sucessória com o presidente da Câmara assumindo interinamente e convocando, no prazo máximo de um mês, eleição indireta para o novo presidente da República.

Fora disso, é casuísmo para atender interesses subalternos. E todas as vezes que se burlaram os dispositivos constitucionais por circunstâncias de momento o Brasil mergulhou na escuridão. Assim foi na crise da renúncia de Jânio Quadros. A fatura veio poucos anos depois, com o golpe de 1964 e com a noite mais longa do país: 21 anos de ditadura. Não devemos repetir essa tragédia.


Pescadores de águas turvas são como vivandeiras. Estão sempre à espreita para surfar no caos. Não seria diferente agora. Eles estão aí com a cantilena das Diretas Já.”

quarta-feira, 24 de maio de 2017

A delação premiada e a Síndrome da Sangria




Por Zezinho de Caetés

Ontem tivemos mais um capítulo da saga do Temer, o Ingênuo, para se livrar das acusações e da pancada que lhe deu o seu grande amigo Joesley. Quem olha com mais profundidade a situação vê que não é só o presidente que está acuado com a Operação Lava-Jato. Há uma verdadeira Síndrome da Sangria (nome dado em homenagem a um dos que primeiro tiveram a doença, o Romero Jucá), cujo sintoma principal é o medo de ser preso.

Dizem, que não há explicação melhor para que o Temer não tenha logo pedido o boné e renunciado, porque sem o cargo ele já estaria preso. E quando vemos, como eu vi, uma reunião no Senado, como aquela de ontem, na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), não tem mais dúvida de que a Síndrome da Sangria (SS) se generalizou.

O Senador Lindberg, o “Lindinho”, a senadora Gleisi Hoffman, a “amante” e tantos outros senadores epitetados nas planilhas da Odebrecht, fizeram um show de horror, que só pode ser explicado pela medo da prisão. Só não ouve “tapa” por causa da turma do deixa-disso. Uma vergonha, diriam aqueles que não têm o rabo preso.

No entanto, pensando bem, a Operação Lava-Jato tem seus erros e neste caso dos irmãos Batista, pisou na bola, pelo exagero das benesses proporcionadas pela delações premiada. Eu não sou contra as delações premiadas como um meio de coibir os malfeitos, principalmente, para crime do colarinho branco, que hoje é uma novidade no Brasil. Não os crimes mas sua punição.

Pensem se seria possível o Maluf ainda está solto se houvesse antes a delação premiada. Pois é, só ontem depois de 30 anos dos crimes cometidos, o Edson Fachin, muito incentivado por ser o relator da Operação Lava-Jato, o condenou, a uns 8 anos de cadeia, dizem, em regime fechado.

Todavia, se o compararmos com o caso dos irmãos Batista, o Maluf foi um injustiçado, pois se ele quisesse delatar, teria muitos generais hoje mortos, presos. Ou seja, tem-se que arranjar uma maneira, e ontem, o Janot, que geralmente procura na república, disse que há muitas formas de compensar o vidão que hoje leva a dupla de criminosos delatores em Nova York. Estamos esperando.

O problema do Brasil é que a SS não pode esperar. E ontem vi a intervenção ridícula do Renan Calheiros na CAE, mostrando sintomas evidentes desta doença, orientar o voto  contra o andamento de um reforma essencial para o Brasil sair do sufoco do desemprego. É uma doença terrível e que agora não está só mais atacando os políticos, mas, os empresários também.

Para maiores detalhes da SS, da forma como atacou em outro país, eu deixo vocês com a Míriam Leitão, num seu texto de ontem, no O Globo, “Tensão na República”, onde ela fala da situação na Itália, com a Operação Mãos Limpas. E como pode se ver a SS lá foi tão forte que os políticos acabaram com ela em pouco tempo.

O que aprendemos com a Itália, além de vivermos outros tempos em termos de comunicação, é que o judiciário tem uma grande relevância no combate à doença, e uma vacina ótima para isto já deve estar em produção, que é adequar o uso da operação Lava Jato a cada situação, mas, nunca exagerar na dose de impunidade, com as delações premiadas. Tudo demais é veneno!

Penso que o juiz Sérgio Moro já deve ter entendido isto e já esteja aplicando a vacina no caso do Lula, que sofre de SS no grau extremo, basta ver o seu semblante e suas atitudes. O juiz simplesmente está esperando a vacina fazer efeito para condená-lo. Espero que a vacina esteja no ponto certo para fazer Justiça.

Agora fiquem com a Míriam para uma melhor reflexão sobre nossas mazelas.

“Nas conversas gravadas, em qualquer etapa da atual era de escândalos, o que se ouve confirma o temor dos procuradores da Lava-Jato de uma união dos políticos para interromper a operação. Ela hoje parece forte o suficiente para acuar o presidente da República, mas ao mesmo tempo ficou mais vulnerável às críticas pelo acordo da delação superpremiada com Joesley Batista.

Na gravação de Sérgio Machado com o senador Romero Jucá se falou em estancar a sangria. Na conversa entre Joesley e o presidente, o empresário falou, diante de um Temer aquiescente, em controlar juízes e comprar procuradores. Na conversa do senador afastado Aécio Neves com Joesley, ou nas declarações públicas dos ex-presidentes Lula e Dilma, a operação é xingada e tratada como inimiga. Aliás, ela é a inimiga que une os adversários da política.

As falhas da operação vão abrindo flancos para o fortalecimento do movimento anti-Lava-Jato. Quando Sérgio Machado livrou-se, e aos seus filhos, de processos, já houve um enorme desconforto. Agora há revolta. Um dos poucos momentos em que Temer consegue atrair concordância é quando aponta o absurdo de o empresário grampeador estar vivendo em Nova York depois de ter passado anos enriquecendo com medidas governamentais e empréstimos públicos que o beneficiaram e que foram conseguidos através da corrupção. Não é sustentável um volume tão grande de benefícios e isso enfraquece até o ministro Edson Fachin, que homologou a delação nesses termos.

A economista Maria Cristina Pinotti disse em conversa recente que na Itália a “Mãos Limpas” fracassou exatamente quando parou de ter o apoio da opinião pública e foi sendo erodida pelas denúncias e críticas feitas contra os líderes da operação. O resultado de todo o enorme esforço de combate à corrupção na Itália foi lamentável. Quando Berlusconi assumiu, ele nomeou para ministro da Infraestrutura o maior empresário italiano da construção, uma espécie de Marcelo Odebrecht.

— A Itália tem muitas semelhanças com o Brasil, mas muitas diferenças. Nas diferenças reside meu otimismo — disse ela.

Cristina Pinotti também alerta que o mundo mudou bastante nos últimos 25 anos, entre a operação na Itália e a que está ocorrendo no Brasil.

— É interessante notar as diferenças que esses 25 anos produziram. Hoje a gente tem muito mais ajuda do sistema financeiro internacional no combate à corrupção e lavagem de dinheiro. Em função da luta contra o tráfico de drogas, o contraterrorismo, criou-se um aparato que dá muito suporte para as investigações anticorrupção — diz.

No Brasil, os procuradores da Lava-Jato estudam o que se passou na Itália e sabem que é preciso manter a opinião pública a favor da investigação para evitar que os políticos investigados se unam e aprovem leis que os favoreçam. Foi assim que aconteceu lá.

Os críticos da Lava-Jato, seja entre os políticos, seja no meio jurídico, costumam apontar os riscos dos excessos dos policiais e procuradores. Eles respondem que excessiva é a corrupção que está sendo revelada a cada movimento da investigação. Os crimes são tão persistentes que no mês passado, após três anos da Lava-Jato, ainda se entregava malas de dinheiro a políticos. Os críticos da operação argumentam que, neste caso de Temer, há um erro inicial, e que se fosse no tempo do Castelo de Areia a delação seria anulada pela maneira como foi feita a gravação do presidente, sem ordem judicial. Aliás, os advogados derrubaram várias operações anteriores apontando as falhas processuais. A Lava-Jato aprendeu com isso e tomou mais cuidado que as outras.

Os ministros do STF têm opiniões bem divergentes sobre o que está acontecendo e há um grupo de ministros que discorda do rumo dos últimos eventos. Esse embate entre as tendências do Supremo vai ficar mais nítido neste acirramento da crise.


Contra a Lava-Jato será usada a excessiva condescendência com os irmãos Batista. Esse é o argumento mais convincente que os críticos da operação têm. É o ponto fraco. O acordo não foi feito em Curitiba, mas na Procuradoria-Geral da República. A pressão contra a Lava-Jato vai se intensificar, na mesma medida em que a operação aumenta a pressão contra seus alvos. A tensão está no ar.”

terça-feira, 23 de maio de 2017

De Temer, o Reformista a Temer, o Ingênuo




Por Zezinho de Caetés

Está ficando difícil escrever sobre política neste país. Aquela ideia do Magalhães Pinto de que a política era como uma nuvem, e que não poderia ser vista da mesma forma entre duas olhadas, está se aplicando cada vez mais ao Brasil.

Terminamos a semana passada, tão bem descrita pelo Zé Carlos aqui mesmo neste Blog, ontem, com o Temer sendo o vilão de uma patacoada do Joesley Batista, o dono da Friboi, que quase quebrou a República. Agora ele recusa deixar o governo, dizendo, como na música: “Daqui não saio, daqui ninguém me tira....”, alegando que houve uma conspirata contra ele.

E agora anda falando mais do que o homem da cobra. Para onde você pende há uma declaração ou entrevista do Temer, normalmente, defendendo-se das acusações, negando a veracidade da conversa, ou dizendo que ela, apesar de ter existido, não é como está na fita.

Numa entrevista mais recente, à Folha de São Paulo, ele, até que enfim, confessou uma única culpa, no seguinte trecho:

“O sr. falou muito do Joesley. Mas qual a culpa que o sr. tem?
Ingenuidade. Fui ingênuo ao receber uma pessoa naquele momento.”

Ou seja, o Temer passará à história, como não como “o Grande”, tal qual Alexandre, mas, como Temer, o Ingênuo. E é mantendo o meu otimismo desenfreado que penso que ele ainda pode se safar por algum tempo na presidência, todavia, o Brasil já não pode se safar da “ingenuidade” do Temer.

A cada dia que ele permanecer, ingenuamente, no cargo, o Brasil afundará ainda mais, porque é impossível, tocar as reformas que ele heroicamente começou, e, se não fosse tão ingênuo, poderia ficar conhecido como Temer, o Reformista.

É um triste fim para o nosso Policarpo Quaresma do Jaburu. No entanto, não devemos nos iludir com a situação, pois ela não é simples. Saindo ou não saindo, o grupo do Lula, está tentando aproveitá-la para voltar ao poder. O Temer virou a Geni de todos, mas, ao contrário do ainda presidente, o Lula é o culpado de tudo, mas, não é ingênuo.

O que me alegra é que também, pelo menos até agora, o Sérgio Moro também não foi ingênuo, e está à espreita, olhando do alto do tríplex e tentando andar de pedalinho no lago do sítio de Atibaia. E a Lava Jato continua firme, e, já ontem, denunciou o Lula mais uma vez. Alguém tem dúvida que o Moro aceitará a denúncia, o transformando mais uma vez em réu? Nem, eu!

E está na Lava Jato a salvação do país. Devemos ficar atento com aqueles que querem tirá-la do caminho, e o PT é o principal elemento nesta tarefa, porque sabe se este país for passado à limpo, o partido será extinto e grande parte dos seus dirigentes irão para a cadeia. Por falar em cadeia, onde está o Zé Dirceu?

Por falar em Zé Dirceu que foi solto para que outros não fossem presos, e hoje estão,  ou quase, como o Aécio, vale pensar que a punição que foi dada aos irmãos Batistas, que foi, apenas, morar em Nova York em prédio de luxo, não faz justiça, nem ao Dirceu e nem ao Marcelo Odebrecht, dois bandidos conhecidos, da justiça. Há necessidade de pelo menos se colocar uma multa tão alta no acordo de leniência que se fecha, que a dupla, tenha vontade de usar pelo menos uma tornozeleira, e sem ser de brilhante.


Fico por aqui esperando os acontecimentos, que amanhã, como uma nuvem poderão ser totalmente diferentes. Fiquemos atentos.

segunda-feira, 22 de maio de 2017

A semana - Temer, Lula, Dilma, Aécio no propinoduto da Friboi....




Por Zé Carlos

Sempre termino esta coluna, em tom de humor, dizendo que espero chegar à próxima semana. Tudo não passava de humor, até hoje. Pois nesta que passou eu tive medo de não chegar a este domingo. Foram tantos os momentos cômicos que me despedi do mundo várias vezes. E como veremos, por motivos diferentes, mas, como sempre, iguais no humor que produzem.

Já declaro para aqueles que não gostam de humor negro que hoje ele aqui abunda. E negro em dois sentidos. Um que o grande mentor das hilariâncias semanais foi o Michel Temer, que já é em si um verdadeiro retrato do humor negro, pela sua aparência de vampiro com terno antigo. Dois porque um dos seus shows foi sobre a verdadeira catástrofe que se abateu sobre o país a partir de um show de uma dupla caipira nova, que embora também venha de Goiás, como quase todas as outras.

Logo no início da semana o Temer anunciou que faria um show de humor, onde representaria um presidente feliz e realizado pelos seus feitos durante o primeiro ano de governo. Vamos a este show, citando palavra por palavra suas principais piadas:

"Era preciso, em primeiro lugar, colocar o país em ordem. Era preciso estabelecer o diálogo, que antes não havia. Aliás foi dessa ausência de diálogo que decorreu essa dificuldade, no passado, de governar. Faltava entrosamento entre executivo e legislativo. Faltava pacificar o país.” .....

"Nós não queremos brasileiros contra brasileiros. Queremos brasileiro com brasileiros. Isso é o que eu quero enfatizar.”

Bem, deste show ninguém riu, a princípio porque as piada já vinha sendo repetidas várias vezes. Mas, o bom humorista é assim. Vejam o nosso colaborador, o Lula, quando todos esperavam que ele era dono do tríplex do Guarujá ele revelou que era de Dona Marisa, que Deus a tenha, e o país está rindo até agora.

O mesmo para Temer no discurso acima, que terminou com o mais alto astral de todos os presentes e dos ausentes, que ficaram estupefatos e só riram quando ele tentou explicar porque a babá do Michelzinho ganhava mais de 5 mil reais. Todos então começaram a rir convulsivamente, ao ponto que ele teve de suspender o show deixando para continuar 2 dias após.

Este foi o seu grande erro de marketing, pois estava programado um show de uma dupla caipira para o dia seguinte. Esta dupla é nova, vem de Goiás, e suas piadas todas giram em torno de carne e de propinas. Este show é tão bom que dura muitos dias, e até agora, os meios de comunicação não param de repetir as piadas da dupla, que eram para ser um show intimista para os procuradores da Lava Jato, mas, ainda hoje dura na mídia. Hoje quando se quer que algo saia na mídia, a melhor forma é entrar na justiça e pedir para ser decretado o seu sigilo. Por isso o humor não cessa neste país.

Tenho que descrever um pouco o show desta dupla, Joesley x Wesley, que dizem já estão, a semelhança com a outra dupla goiana sobre a qual fizeram o filme “Os dois filhos de Francisco”, planejando lançar um filme “Os dois filhos da Friboi”, que certamente fará sucesso também. Afinal de contas, eles agora estão fazendo sucesso em Nova York, contando as mesmas piadas. Quem sabe será contratados pelo Trump, para shows na Casa Branca?! Seria impossível contar todas suas piadas aqui, mas, pelo seu potencial de humor, tentaremos resumi-las, pois elas versam sobre vários humoristas brasileiros ilustres.

Sobre o Aécio Neves, eles contaram no show que o jovem senador e quase presidente da República, lhes pediram 2 milhões de reais, para ajudá-lo a pagar os advogados em processos anteriores. Ou seja, o Aécio recorria a bandidos para pagar advogados para se livrar das acusações de que era bandido. Entenderam? Sei que é difícil, mas, vale a pena entender, pois o riso é sempre o melhor remédio.

Sobre o Lula, a alma mais honesta do mundo, a dupla declarou que, junto com a Dilma, a segunda alma mais honesta do mundo, levaram deles mais de 150 milhões de dólares em propinas. Podem rir, é de “dólar” mesmo. Dizem que para se elegerem presidentes, cada um em seu turno. Mas, pasmem, o negociador de tudo isto era o Guido Mantega, aquele, que era conhecido como “Laticínio” pela Mônica Moura. Riram? O quê? Não? Rirão quando souberem que Lula e Dilma só eram honestos em “reais”, pois, em “dólar”, ninguém resiste.

E aí vem a melhor parte do show, pois a dupla enviou um dos seus componentes ao Palácio do Jaburu, sim, aquele mesmo onde o Michel Temer escolheu viver por causa do Michelzinho, com um gravador no bolso do paletó, e gravou uma conversa com o presidente, na qual se mostra que o nosso conhecido Cunha, ou, Cunhão para os íntimos, estava calado na cadeia porque a dupla pagava a ele uma mesada para que ele se mantivesse assim. O ponto alto da fita gravada é o Temer dizendo:

“Tem que manter isto, viu.”

O grande potencial de humor é que a Nova República pode acabar por causa desta frase. Ela se juntará na história a outra frases, tais como “Alea jacta est”, “O que temos a ganhar é sangue suor e lágrimas”, “Veni, vidi, vici” e tantas outras que mudaram o rumo dos acontecimentos, e aqui ela se refere a manter a mesada de um meliante contumaz como nosso Cunhão.

Vejam esta parte da transcrição da fita e vejam a transcrição completa lá no final deste texto, isto se ainda estiverem vivos. Se a lerem toda, tenho certeza morrerão de rir:

...........

Joesley Batista: Mas eu ia ali falando com o Geddel, tudo bem. Andei falando algumas vezes com o [Eliseu] Padilha também, agora que o Padilha adoeceu, tá adoentado, enfim, aí eu fiquei meio. Falei. ‘Deixa eu ir lá pra dar uma…’.
Eu queria primeiro dizer o seguinte. E tamo junto aí, o que o senhor precisar de mim me fala.
É, eu queria te ouvir um pouco, presidente.
Como é que o senhor tá nessa situação toda aí do Eduardo, do não sei o quê […].
Michel Temer: O Eduardo tentou me fustigar
Joesley Batista: E como é que tá essa relação?
Michel Temer: Ah tá […] e na hora de ir para a defesa indeferiu 21 perguntas dele que não tem nada a ver com a defesa dele. Era pra me […]. Eu não fiz nada com ele […] no Supremo Tribunal Federal. Ó só […] fatalidade […]. E tá aí, rapaz [..], mas os meus ministros […]
Joesley Batista: Dentro do possível eu fiz o máximo que deu ali. Zerei tudo o que tinha, alguma pendência daqui prali zerou e tal. […] deu tudo e ele foi firme em cima, ele já tava lá [preso em Curitiba] , veio, cobrou, tal, tal, tal. Pronto, acelerei o passo e tirei da frente. O […], companheiro dele […] que o Geddel sempre tava.
Michel Temer: […]
Joesley Batista: Geddel que andava sempre ali. Mas o Geddel também com esse negócio, eu perdi o contato também, porque ele virou investigado. Agora eu não posso também …
Michel Temer: É complicado.
Joesley Batista: Eu não posso encontrar ele.
Michel Temer: […] perigosíssimo.
Joesley Batista: Isso, isso. O negócio dos vazamentos, o telefone lá do […] com o Geddel, volta e meia citava alguma coisa meio tangenciando a nós, eu tô lá me defendendo.
O que eu mais ou menos dei conta de fazer até agora?
Tô de bem com o Eduardo.
Michel Temer: Tem que manter isso, viu.
Joesley Batista: Todo mês também. Eu tô segurando as pontas, tô indo. […]. Eu tô meio enrolado aqui no processo assim.
Michel Temer: […]
Joesley Batista: Isso, isso. investigado. Eu não tenho ainda denúncia. […]
Aqui eu dei conta de um lado com o juiz, dá uma segurada. Do outro lado o juiz substituto, que é o cara que ficou.
Michel Temer: Tá segurando os dois?
Joesley Batista: Tô segurando os dois.
Michel Temer: Ótimo, ótimo.
Joesley Batista: Consegui […] dentro da força-tarefa que também tá me dando informação e lá que eu tô […] pra dar conta de trocar o procurador que tá atrás de mim.
Se eu der conta tem o lado bom e o lado ruim. O lado bom é que dá uma esfriada até o outro chegar e tal. O lado ruim é que se vem um cara com raiva ou com não sei o quê.
Michel Temer: […]
Joesley Batista: Tem um que tá me investigando […] eu consegui colar um no grupo, agora tô tentando trocar o…
Michel Temer: […]
Joesley Batista: Isso. Essa semana eles estão de férias . Até essa semana eu fiquei preocupado, porque saiu um burburinho de que iam trocar ele e não sei o quê. Tudo bem.
Só tô contando essa história pra dizer que eu tô me defendendo aí, tô me segurando com os dois lá, tô mantendo, tudo bem.
Mas […] aquele dia que o Geddel tava aqui e quase não deu.

................

E depois da leitura e ouvida desta fita, a semana toda não se falou de outra coisa. Primeiro pela coisa em si, pois aqueles que não entendem do verdadeiro humor negro, não entendem porque um presidente da República recebe um cara que progrediu na vida pagando propina a políticos, e tem uma conversa como a anterior, nas caladas da noite á no Palácio do Jaburu. Gente, era tudo brincadeirinha. Cadê o senso de humor?

Tudo não passou de um grande show, todavia, nem todos são adeptos do humor neste país. E eu pensava que só era o sisudo Sérgio Moro. Pois apareceram outros que não riem nem com piada de português. Pois o Edison Fachin, ministro do STF, aceitou um pedido do Rodrigo Janot, o Procurador Geral da República para abrir uma investigação sobre o comportamento do Temer, só porque ele dava uma mesadinha de 200 mil por mês a um seu ex-colega do PMDB, o Cunhão. Oh, povinho sisudo! Como é que o Cunha iria manter o estilo de vida que tinha fora da cadeia logo agora que querem levar a mulher dele também, para viverem lá juntos. Isto é muita crueldade.

E a semana chegou quase ao seu ápice com o discurso de Temer, em que ele se defendia, dizendo que estava sofrendo bullying, igual ao neto do Lula nas escola, e dizia, que jamais ajudaria meliantes. E concluiu:

“Não renunciarei, repito, não renunciarei!”

Foi um rebuliço total no país, pois não se sabe até hoje qual  frase entrará para a história como verdadeira, pois até agora, não se sabe se ou Temer o fita são verdadeiros. Alguns dizem que nenhum nem outro são, mas, há controvérsias.

E, finalmente, o ápice da semana em termos de humor. O Temer, diante das dúvidas que surgiram sobre se ele ou a dupla estava mentindo, resolveu fazer um show em pleno sábado, o que me fez relembrar o Vinícius: “Hoje é sábado e os bares estão cheios de homens vazios, porque hoje é sábado!”, embora aqui, todos eles estava cheios de humor para dá. E neste discurso, quando todos esperavam, já com uma gargalhada na garganta que ele dissesse: “Renunciarei, repito, renunciarei!”, ele se saiu com essa no final do show:

“Meu governo, senhores tem rumo! Acho que os senhores e as senhoras são testemunhas deste fato, e sabem que o que foi dito, volto a dizer, no áudio, que de resto está sendo impugnado por eventuais, ouso até mencionar que houve mais de 50 edições desse áudio, tentar macular não só a reputação moral do Presidente da República, mas tenta invalidar o nosso país. Mas eu digo com toda segurança: o Brasil não sairá dos trilhos. Eu continuarei à frente do governo.”

E assim, ouso dizer que terminou a semana, porque estou escrevendo no domingo à noite, e nunca se sabe agora se o Temer vai fazer outro pronunciamento show. No entanto, para ser justo como sempre tento ser, devo dizer que esta semana entrou para história do humor nacional por ser um divisor de águas em relação ao pensamento político no Brasil. Cada um que explore as declarações da dupla da Friboi para chegar ao poder outra vez e continuar  a fazer tudo de novo. Mas, como disseram outros caras da Friboi que eles propinaram 1829 políticos de 28 partidos, já esperamos para esta semana mais nomes e mais humor.

Agora, se quiserem morrer, fiquem com a transcrição da fita da dupla da Friboi, que ainda não se sabe se é verdadeira ou não. O STF vai decidir se ela é autêntica ou não e se o Michel Temer vai continuar a ser investigado ou não, mas, tudo depende da veracidade do que foi gravado. Ou seja, a República agora depende de peritos em fitas. para depender dos humoristas é um passo, o que será lisonjeiro para esta coluna.

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Michel Temer: Primeiro você sabe que tô fazendo 10 meses, parece que foi ontem, né. Parece que foi ontem e parece uma […] e segundo que tem uma oposição muito brava, muito orgânica, né? Foi terrível no começo.
Eles lançaram o negócio do golpe, golpe, golpe e não passou. Daí a economia não vai dar certo, não vai dar certo  e começou a dar certo. Então, os caras estão num desespero. Não dá nem pra ter apoio do Congresso, isso eu não tenho apoio
Joesley Batista: Muito grande.
Michel Temer: Tô ferrado, tô ferrado.
Não tenho apoio da imprensa, entendeu? Mas vai dar certo . Nós vamos atravessar isso aí, você vai ver. Vamos chegar no final este ano já muito melhor e 2018 vamo comemorar.
Joesley Batista: Com certeza. Sabe que nós vamos chegar isso mesmo. Vamos chegar no fim desse ano olhando pra frente…
Michel Temer: Já começou, modestamente, mas já começou. Uma coisa que eu não esperava que começasse agora.
Joesley Batista: Muito rápido, tá sendo muito rápido. Cê tá falando de 10 meses, mas na realidade…
Michel Temer: Seis como titular.
Joesley Batista: Então, porque teve aquele periodozinho muito duro ali. Não podia fazer nada…
Michel Temer: Seis meses como titular. E olha o que nós já fizemos… O teto dos gastos, a reforma da […], aprovamos a […], um troço que tava lá há dez meses sem ser votado, aprovado, dezenas, aprovamos a […] do Conselho Nacional de Justiça, fizemos um grande acordo com a […] Trabalhista […] com as centrais sindicais […]
Joesley Batista: Muito rápido. Muita coisa, muito rápido. A economia tá bem, mas tem que baixar o juro rápido, porque a expectativa é […] rápido, né? A reversão da expectativa.
Michel Temer: […] Aí desce mais um. Vai descendo o responsável […]
Joesley Batista: Cê sempre tem que deixar o mercado com a sensação de que foi pouco, o mercado tem que ficar na sensação de que […], aí você pode tomar a dianteira. O Banco Central baixou 25, depois 25.  Aí o mercado pôôô. Aí quando ele deu aquele 75 o mercado deu uma animada, só que aí já esperava. Aí ele deu 75, que é muito. 75 é muito. Aí ele deu 1, o mercado ohhhh, agora vai dar 1 o mercado vai achar pouco. ‘Pô, mas só 1, tinha que ser 1,5’
Não tá bom, presidente, a tarde. Primeiro eu vim aqui por dois, três motivos, assim, assim, assado. Primeiro que eu não tinha te visto, né? Desde quando você assumiu.
Michel Temer: […]
Joesley Batista: Não, não desde que você assumiu
Michel Temer: Não quando eu assumi?
Joesley Batista: Não, não. Antes de assumir.
Eu tive motivo no teu escritório dez dias antes ali, quando tava ali naquela briga ainda, naquela guerra pela rede social.
Michel Temer: Você tem razão.
Joesley Batista: Negócio de golpe, golpe. Mas tudo bem.
Mas e aí, enfim, de lá pra cá, eu vinha falando com o Geddel [Vieira Lima], enfim, aí também não deu […]
Michel Temer: Foi quando deu aquele problema?
Joesley Batista: É, também não quis incomodar.
Michel Temer: Um idiota aqui…
Joesley Batista: Foi uma bobagem.
Michel Temer: Foi uma bobagem que ele fez. Uma bobagem sem consequência nenhuma, mas o cara aproveitou para fazer um Carnaval.
Joesley Batista: Mas eu ia ali falando com o Geddel, tudo bem. Andei falando algumas vezes com o [Eliseu] Padilha também, agora que o Padilha adoeceu, tá adoentado, enfim, aí eu fiquei meio. Falei. ‘Deixa eu ir lá pra dar uma…’.
Eu queria primeiro dizer o seguinte. E tamo junto aí, o que o senhor precisar de mim me fala.
É, eu queria te ouvir um pouco, presidente.
Como é que o senhor tá nessa situação toda aí do Eduardo, do não sei o quê […].
Michel Temer: O Eduardo tentou me fustigar
Joesley Batista: E como é que tá essa relação?
Michel Temer: Ah tá […] e na hora de ir para a defesa indeferiu 21 perguntas dele que não tem nada a ver com a defesa dele. Era pra me […]. Eu não fiz nada com ele […] no Supremo Tribunal Federal. Ó só […] fatalidade […]. E tá aí, rapaz [..], mas os meus ministros […]
Joesley Batista: Dentro do possível eu fiz o máximo que deu ali. Zerei tudo o que tinha, alguma pendência daqui prali zerou e tal. […] deu tudo e ele foi firme em cima, ele já tava lá [preso em Curitiba] , veio, cobrou, tal, tal, tal. Pronto, acelerei o passo e tirei da frente. O […], companheiro dele […] que o Geddel sempre tava.
Michel Temer: […]
Joesley Batista: Geddel que andava sempre ali. Mas o Geddel também com esse negócio, eu perdi o contato também, porque ele virou investigado. Agora eu não posso também …
Michel Temer: É complicado.
Joesley Batista: Eu não posso encontrar ele.
Michel Temer: […] perigosíssimo.
Joesley Batista: Isso, isso. O negócio dos vazamentos, o telefone lá do […] com o Geddel, volta e meia citava alguma coisa meio tangenciando a nós, eu tô lá me defendendo.
O que eu mais ou menos dei conta de fazer até agora?
Tô de bem com o Eduardo.
Michel Temer: Tem que manter isso, viu.
Joesley Batista: Todo mês também. Eu tô segurando as pontas, tô indo. […]. Eu tô meio enrolado aqui no processo assim.
Michel Temer: […]
Joesley Batista: Isso, isso. investigado. Eu não tenho ainda denúncia. […]
Aqui eu dei conta de um lado com o juiz, dá uma segurada. Do outro lado o juiz substituto, que é o cara que ficou.
Michel Temer: Tá segurando os dois?
Joesley Batista: Tô segurando os dois.
Michel Temer: Ótimo, ótimo.
Joesley Batista: Consegui […] dentro da força-tarefa que também tá me dando informação e lá que eu tô […] pra dar conta de trocar o procurador que tá atrás de mim.
Se eu der conta tem o lado bom e o lado ruim. O lado bom é que dá uma esfriada até o outro chegar e tal. O lado ruim é que se vem um cara com raiva ou com não sei o quê.
Michel Temer: […]
Joesley Batista: Tem um que tá me investigando […] eu consegui colar um no grupo, agora tô tentando trocar o…
Michel Temer: […]
Joesley Batista: Isso. Essa semana eles estão de férias . Até essa semana eu fiquei preocupado, porque saiu um burburinho de que iam trocar ele e não sei o quê. Tudo bem.
Só tô contando essa história pra dizer que eu tô me defendendo aí, tô me segurando com os dois lá, tô mantendo, tudo bem.
Mas […] aquele dia que o Geddel tava aqui e quase não deu.
Michel Temer: […] se todos se reunirem e fizerem isso, […], mas se todos fizerem isso.
Joesley Batista: Sabe que eu tive até com o presidente Lula na época, no dia que parte do PT . […].
‘Pô, presidente, quando […]’.
Eu quero uma aguinha.
Água.
Todo mundo.
Michel Temer: […].
Joesley Batista: Então, isso foi um negócio da autoridade […] era outra.
Michel Temer: […].
Joesley Batista: Presidente, eu não sei o quanto o senhor tá [..] de verdade da casa […]. É uma brutalidade, um negócio assim.
Duas semanas atrás, três semanas atrás […] que trabalhava lá com o Lúcio que ninguém nosso nunca viu, ninguém nunca, nada. É um diz que me diz de ‘ah, eu ouvi falar do Lúcio que não sei que, eu ouvi falar…’ Po, me rendeu um “Fantástico”, um Jornal Nacional, e não sei o que. Como eu tenho boa relação com a imprensa consegui rapidamente ‘quietou’ (sic). Foi um dia, dois, pronto, parou. Mas, puta merda, é um problema. Sobre esse ponto aí, também estamos tocando.
[…]
Joesley Batista: To fazendo […] mil por mês.
[…]
Joesley Batista: […] enfim, mas vamos lá. Eu queria falar sobre isso. Falar como é que… falar contigo qual é a melhor maneira […]
Geddel… Eu não vou lhe incomodar […] é o Rodrigo?
Michel Temer: É o Rodrigo.
Joesley Batista: Então ótimo […]
Michel Temer: […]
Joesley Batista: Eu prefiro combinar assim, Se for alguma coisa que precisar eu falo com o Rodrigo. Se for algum assunto desse eu te encaminho.
Michel Temer: […]
Joesley Batista: Funcionou super bem à noite, umas 10h30 da noite, uma horinha… tá, falar de outra coisa aqui. O Henrique, como é que você tá com o Henrique?
Michel Temer: A gente tá muito bem. […] Quer dizer, ele concorda […]
Joesley Batista: Ele é trabalhador […]
Michel Temer: […] inacreditável, inacreditável […] Mas o Henrique […] Eu chamo ele todo dia.
Joesley Batista: E ele gosta. Ele gosta de trabalhar. Se chamar pra ir para a praia, se você for pra praia e chamar ele (sic), ih…. agora se chamar ‘vamos trabalhar’… Ele é muito disciplinado, tem uma relação ótima comigo.
Eu não sei… assim, eu já andei falando com ele alguns assuntos  […] falou ‘ah, lá o Nilo (?) faz as coisas, eu tiro fora. Você que manda nessa merda? Não, Nilo lá’ Um dia eu cheguei assim: ‘Nilo, você tem que chegar na Receita Federal, po. […] Tem um monte de coisa pra fazer’. ‘Ixi, não posso mexer’. BNDES? BNDES é o Planejamento, mas foi você quem botou a Maria Sílvia [Bastos Marques] lá…
Michel Temer: […] A gente ligou, acertou e tal.
Joesley Batista: Queria ter alguma sintonia contigo para quando eu falar com ele não jogar que ‘o presidente não deixa, não quer’. Então, você é um banana, não manda p*** nenhuma. Eu falei com ele […] o companheiro presidente do Cade ia mudar, mudou, sei lá. Já mudou, já botou?
Michel Temer: Isso.
Joesley Batista: Eu também não sei se é hora de mexer em uma coisa porque dentro do contexto geral eu também não quero importunar ele, também se eu for mais, eu trabalhei com ele quatro anos. Se eu for mais firme, eu acho que ele corresponde.
Michel Temer:  Ele […] denúncias maiores.
Joesley Batista: Até voltando um pouco para o caso Eduardo, na época ‘ah, briguei lá e tal’. Agora, uns 15 dias antes dele perder o cargo, o Eduardo. Ele veio e deu uma cobradazinha em mim: ‘a gente tem que trabalhar, não sei o quê e tal’.  Eduardo não é assim também […]
Aí uns 15 dias antes, eu falei: ’Eduardo, não é assim não. Parai, pô’.  Ele olhou: ‘pô, cê tá com a Ferrari aí?” […] ficou Fazenda, Banco Central. O Banco Central perdeu o status de ministro, né.
O Henrique [Meirelles] ficou muito prestigiado. Peraí, o Henrique também não vai sair fazendo […] Ele é só. Não sei. Vou só te dar um toque em relação a isso e em relação a eu não sei o quanto eu vou engolir, o quanto eu deixo ele com essa pepineira dele. Enfim…
Michel Temer:  […]
Joesley Batista: Se ele jogar para cima de você, eu posso bancar e dizer assim: ‘eu não, qualquer coisa eu faço…’
Michel Temer:  […]
Joesley Batista: Eu não vou falar nada descabido. Agora, esse presidente do Cade não sei se […] Seria importantíssimo para o governo, um Cade ponta firme.
Michel Temer:  […]
Joesley Batista: Já foi, já foi. Em janeiro, já. E eu não soube. Eu falei para ele…
Michel Temer:   […]
Joesley Batista: Foi nomeado o presidente.
Michel Temer:  […] conversa franca.
Joesley Batista: Eu não sei. Então, talvez…. Agora tá o presidente da CVM [Comissão de Valores Mobiliários] para trocar ou não trocar. É um outro lugar fundamental. Eu diria assim: ‘se eu falo com ele e empurrar para você’.
Michel Temer:  Pode fazer.
Joesley Batista: É só isso que eu queria ter, esse alinhamento, para a gente não ficar e para ele perceber que nós temos.
Michel Temer:  […]
Joesley Batista: Mas, quando eu digo de ir mais no Henrique é isso. É falar: ‘Henrique, mas você vai levar? ‘Vou’, Então, tá bom. Então, pronto. Aí ele vem. É esse alinhamento só que eu queria ter em todos os termos mais amplos e genéricos ter esse alinhamento para dizer o seguinte: ‘mas olha: quando eu falei um negócio pelo menos vai lá e consulta para ver’. Queria te dizer daquela operação. O Geddel me falou que teve todo um empenho
Michel Temer:  […]
Joesley Batista: Não de um jeito, mas deu do outro, pronto.
Michel Temer:  […]
Joesley Batista: Esse negócio do BNDES é outra […] Influencia e tal. Hoje, quem assumir vai estar falando com quem? É um negócio que vai estar problemático.
Michel Temer:  […] Tem uns servidores lá que estão com os bens indisponíveis.  […] Não se pode mexer. Então, eles estão com medo de mexer em qualquer coisa. […] Isso ai do Meirelles.
Joesley Batista: É isso que eu quero. […] Se eles […] eu digo: consulta lá e me fala desse negócio. Para eles. Afinal de contas, eu fiz…
Michel Temer: Consulta o presidente
Joesley Batista: Afinal de conta tem até o fim do ano aí. […] O Geddel cê tem visto ele? Como é que ele tá?
Michel Temer: […]
Joesley Batista: Exatamente. […] Como é que será 2018? [..]
Michel Temer: Não sei. […] Apesar de todo […] na economia
Joesley Batista: Casa que falta pão não tem união, né? Não tem nenhum remédio melhor do que as coisas irem bem, né? Financeiramente, todo mundo acalma
Michel Temer: Certamente.
Joesley Batista: E o TSE, como é que tá?
Michel Temer: […] eu acho que ele não passa o negócio da minha cassação, porque eles têm uma consciência política de pô mais um presidente […] primeiro. Segundo, […], terceiro, a improcedência da ação. Pra mim não é só dos direitos políticos […]
Joesley Batista: Então tá bom. Puta que pariu.
Michel Temer: Os aborrecimentos que você tá tendo também.
Joesley Batista: É duro né presidente, porque é o seguinte, igualzinho o senhor aqui. A gente fica equilibrando esse prato, né, porque um monte de coisas, não temos só isso. Tem a empresa, tem o concorrente, tem os EUA, tem o dia a dia, tem a empresa. Ai tem que parar por conta de resolver coisa lá com o procurador lá. O procurador, se você quer me investigar não tem problema, mas não fica dando solavanco não.
Não fica dando solavanco e fazendo medidas […] e divulgando pra imprensa. E, doutor, eu posso estar certinho, mas eu vou chegar lá morto. De tanto solavanco que você vai me dar, se eu tiver 100% certo, eu morro. Para com isso. Da outra vez eu falei “faz um favor pra mim, me denuncia de alguma coisa”. Mas não, não tenho nada pra te denunciar.
Eu falei “mas inventa ou você para de […] que eu não aguento. Se o senhor ficar desse jeito o senhor vai me quebrar. Puta que pariu eu sei que é o seguinte […] eu sou um […] grosso
Michel Temer: […] não dá pra passar a vida toda assim.
Joesley Batista:  Tem o que, como se diz, ter o pé no chão […] passado é passado. Tá faltando, talvez, quando tava ali falando de anistia, de negócio da autoridade, tinha uma coisa objetiva a lutar pelo que. Tamo trabalhando […] pensar que se não for atrás de algo […] esses meninos, eles não param.
Eles vão ficar ‘pum pum pum pum’. Um delata um que delata o outro que delata um que delata outro. Uma delação é a verdade. Não precisa provar nada. […] é o seguinte, eu até perdoo, já teve uns 4, 5 delator nosso, coisa estapafúrdia, coisa nós nunca vimos esse cara na vida.
Eu vi o vídeo e fiquei pensando. Fala assim ‘fala ai da JBS’. ‘Não, não tenho nada’. “Ah, mas então vai preso, então não vai embora”. ‘Eu não conheço esse povo’. “Não, lembra de alguém senão” […]. Eu vi o vídeo, o pobre coitado que eu não conheço e o último capítulo era a JBS. Então agora faz assim. Ai ele decorou assim, leu um papelzinho na hora, tal tal tal. […] ah, acabou, tá no vídeo.
Michel Temer: Sérgio Machado?
Joesley Batista:  É, falando de JBS com um cara que nunca vi, nunca passamos perto da Petrobras […] Eu nunca vi Sérgio Machado na vida, nem ele nem os filhos dele. Nada. Mas o procurador vira e diz fala se não […]
Michel Temer: É, […] agora fala.
Joesley Batista: Lembra de alguma coisa, qualquer coisa assim. Ai o cara
Michel Temer: […] para poder convencer os procuradores […]
Joesley Batista: Eu fico imaginando que teve um menino em uma dessas operações que tava preso e ele contando, fala alguma coisa nossa. Ele contando é de dar dó do cara. Você não sabe, eu fiquei 15 dias humilhado na cadeia porque não tinha nada para falar de vocês.
Aí foi foi foi eu falei. Aí você olha pro cara […] De tudo o que aconteceu conosco até agora, tem só um tal de um PIC, que é procedimento investigativo criminal. Não tem nada: não tem uma prova, não tem um dinheiro meu no exterior que eu depositei, não tem uma, uma. No dia que aconteceu eu tava nos EUA. Eu liguei pro meu advogado e ‘o que que é isso?’ Que ele também não sabia,  que ele é criminalista.
Não, Joesley, o delegado aqui disse para não se preocupar não, é um PIC, um procedimento investigativo criminal, é só um procedimento investigativo. Tá bom. Meia hora bloqueou as contas, passou mais meia hora, os bens tão bloqueados. Que coisa que não é problema? Passou mais meia horinha e falou ‘i, Joesley, tão recolhendo os passaportes, não pode viajar. Não pode viajar, tá louco? Daqui a pouco […]
Foi onde, compilando o procurador tinha […] um milhão e meio e ai pronto, resolveu meu problema. Ai imagina se eu não consigo fazer um negócio desse? É muito desproporcional, então eu acho presidente, assim, tem que criar, não sei o que também, alguma agenda, alguma coisa […] para o PSDB ai. Agora tão se mexendo, dizendo “não” […]
Michel Temer: […] e daí começa a […] numa solução
Joesley Batista: Eu não vou mais tomar seu tempo não. Obrigado.
Michel Temer: Foi bom te ver aí.
Joesley Batista: Adorei te ver, nós estamos combinando assim, se precisar de alguma coisa fala.
Michel Temer: […]
Joesley Batista: Segundo, estamos lá, nos defendendo. Terceiro […] e, enfim, se surgir alguma coisa
Michel Temer: […]
Joesley Batista: Se for urgente […]. Gostei desse jeito aqui. Eu vim dirigindo, ele de motorista […] eu tinha combinado de vir com ele
Michel Temer: […] se identifica com ele […]
Joesley Batista: Eu vinha com ele.
Michel Temer: ah, você veio sozinho?
Joesley Batista: Eu vim sozinho, mas eu liguei pra ele era umas 10h30, por isso que me atrasei uns cinco minutinhos, ai deu 9h50 eu mandei mensagem pra ele. Ai ele não respondeu, deu 10h05 eu liguei pra ele […] puta, eu to num compromisso aqui, vai lá, eu passei a placa do carro, fui chegando, eles abriram, nem deu meu nome.
Michel Temer: […]
Joesley Batista: Fui chegando, eles abriram, entrei aqui na hora
Michel Temer: […]
Joesley Batista: Funcionou super bem. O senhor não vai mudar pro outro?
Michel Temer: Não […] Fiquei uma semana lá. […] Primeiro embaixo […] Na parte de cima […] Tem cozinha, tem massagem, […] vamos voltar, porque […]
Joesley Batista: É frio, né? Aqueles vidrão […] como é que a Dilma aguentava ficar sozinha. Deixa eu ir embora que já é tarde
Michel Temer: […]
Joesley Batista: To bem. […] To me alimentando bem, mais saudável […] coisa mais saudável, menos doce, menos industrializado.
[…]
Joesley Batista: Se ele falar, ah tá bom […]
Michel Temer: […]

Joesley Batista: ué, espalha pro Rodrigo […]