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terça-feira, 30 de maio de 2017

O Brasil "surreal" ou a República dos Abacaxis




Por Zezinho de Caetés

Os mais jovens diriam: “É surreal!”. Realmente, no Brasil de hoje tudo é “surreal”,  no sentido de que depois dos irmãos Batista, sim, aqueles que foram mais do que premiados com a delação que abalou os alicerces de nossa República, tudo é possível.

No entanto, pensando bem, o “surrealismo” no Brasil, não vem de hoje. Ele começou em 2002 com a eleição do meu conterrâneo Lula para a presidência. Era o analfabeto vencendo os alfabetizados para um cargo no qual é necessária a “leitura”, que ele, declaradamente, nunca teve.

Pegou, no início de governo, as rebarbas dos ajustes que o FHC havia implementado, depois de iludir o povo com aquela Carta aos Brasileiros, em seguida pegou o grande “boom” das commodities da economia mundial, que levou quase todo subsolo brasileiro para a China, e caiu nas graças do povo, com um processo dito de inclusão, que nada mais era do que o fruto da ignorância econômica.

Quis transformar o Brasil, num Estado de Bem Estar Social, tipo Economia desenvolvida, a partir de uma base fraca de infraestrutura, em todos os sentidos, e que não poderia dar em outra coisa que não o governo da incompetenta Dilma Roussef, que, hoje se sabe, foi ajudada pelos meninos da Friboi a se eleger, recebendo rios e rios de dólares.

E a sangria do Brasil continuou, aumentando o desemprego e a inflação, enquanto a Dilma brigava com o Lula, ou seja, a grande briga entre o “criador” e a “criatura” para continuar na presidência. E foi o que vimos. Por exemplo, 12 milhões de desempregados.

E o que nos salvou foi o impeachment. Sem ele, tenhamos certeza, este país já seria uma grande Venezuela, pobre país que sofre hoje a herança maldita do Hugo Cháves. Assim como aqui ainda sofremos a herança maldita de Lula, e que ele fica relembrando o povo pobre e sem informação que adora ser enganado.

E, para mim, houve uma esperança depois do impeachment, mas, até eu fui enganado, como a maioria do povo brasileiro, letrado ou iletrado. Foi a delação da dupla caipira que nos tirou do engano, e, pasmem, podemos estar ainda muito enganados pois dos 1829 políticos da delação, o distinto público não sabe do nome nem da metade.

Quem sabe, talvez, ainda hoje, eu possa ainda simpatizar com políticos que foram subornados, e que estiveram no bolso dos Joesleys? É, a situação está muito “surreal”. No entanto, se só fosse isto, que já passamos, tudo estaria bem. E o futuro?

Já hoje, leio que há uma articulação político-institucional para invalidar a delação premiada de Joesley Batista. Ela visaria, alegando que a Procuradoria Geral da República foi muito benevolente com os meliantes delatores e que as gravações não foram autorizadas pelo STF, livrar os “mandões” da República. Se o STF atender um pleito destes, as denúncias contra Temer e contra Aécio, por exemplo, iriam para o brejo e eles se livrariam dos inquéritos.

Vejam quão “surreal” é o Brasil. Parece até uma mãe que pune o filho por derramar uma lata de tinta, e depois é forçada a bebê-la porque  se descobre que que foi o pai que autorizou o filho a derramá-la. O fato de que a tinta sujou tudo passa a ser de somenos importância, e ninguém quer mais saber de limpá-la.

No entanto, tudo que vier agora da classe política é no intuito de derrubar a Operação Lava Jato, porque ele está descobrindo que a tinta sujou, digo, porque os políticos enlamearam o Brasil por muito tempo, e que o Brasil deve se livrar da lama e de quem o enlameou. O resto é detalhe, que a história vai levando.

No entanto, quando eu vejo, como ontem, o Renan Calheiros falando no Senado, do alto de seus 12 processos criminais, que, devemos coibir a ação dos procuradores, eu perco um pouco o otimismo. Não é que eu seja a favor do abuso de autoridade, porque ninguém é, a não ser quem abusa. Mas, numa hora dessas, depois de abusarem tanto da confiança dos brasileiros virem falar de abuso de autoridade, é até ridículo.


E se há uma coisa que não pode parar no Brasil, não é a Economia ou a Série A do campeonato nacional, é a Operação Lava Jato, porque se ela parar, para tudo o mais de decente que ainda supomos que o Brasil tem, seríamos sempre um república de bananas ou de abacaxis. 

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