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segunda-feira, 30 de setembro de 2013

A semana - Deram um soco num bom-conselhense




Por Zé Carlos

E lá volta eu outra vez, com o filme do (obrigado, José Fernandes) UOL. É sempre um prazer comentar esta peça humorística, rio e muitas vezes me entristeço, mesmo rindo. No presente caso, o misto de sentimento envolve um bom-conselhense, o senador Randolfe Rodrigues.

Digo que ele é bom-conselhense porque soube de uma visita sua à cidade há pouco tempo atrás e há informações de que ele nasceu em Garanhuns apenas porque os serviços de saúde de Bom Conselho não eram adequados, mas, ele morava da Rua do Caborje. Entretanto, como ele ainda é jovem, não vamos entrar na questão, como no caso do Dominguinhos, que já nasceu em mais de 20 lugares, mas preferiram enterrá-lo em Garanhuns. O assunto com o senador Randolfe é outro.

O filme repete de uma forma jocosa o episódio da visita a um quartel, por parte dos parlamentares, no Rio de Janeio, onde funcionavam aparelhos de tortura no período da ditadura militar. E os protagonistas do episódio são o senador Randolfe e deputado Jair Bolsonaro. Os dois juntos não poderia dar certo.

Eu, como bom-conselhense, tendo a acreditar na versão do senador, que diz ter levado um soco na barriga dado pelo deputado. E acreditando, fiquei satisfeito com sua reação de não agredir o deputado de volta, mostrando que não é com violência que se constrói o mundo. No entanto, eu fiquei só imaginando o que sentiria, se o nosso conterrâneo incorporasse ali o espírito dos nossos melhores lutadores e devolvesse um soco com um no meio das fuças do deputado. Sei lá. Ser politicamente correto, muitas vezes, cansa...

Mas, há coisas mais bonitas no filme, como a loira que usava sua beleza para roubar as prefeituras. Eu não vi se ela passou pela prefeitura de Bom Conselho aplicando os seus golpes, mas, pela juventude e solteirice do nosso prefeito, bem que ela poderia ter comparecido, por lá, com sua pastinha, depois de fechar nosso comércio. Aliás, li depois, que de uma maneira ou de outra, mesmo sendo presa, ela ficará rica, pois posará para a revista Play Boy. Para quem tem os apetrechos físicos como os mostrados no filme, até o crime compensa. Aliás, no Brasil, não precisa nem de tantos apetrechos assim.

É já recorrente, nestes filmes, o caso da espionagem do Obama. Agora, na ONU, todos os presidentes latino-americanos seguiram a Dilma e falaram sobre a bisbilhotice do presidente americano. Não chega a aparecer no filme mas se conta que o presidente do Uruguai, o José Mujica, encontrou uma câmera espiã em seu fusca modelo 77, que é seu principal meio de transporte. Eu fiquei pensando se este carro, do qual tive um no mesmo ano, não seria o meu que foi vendido para aquele país. O assunto seria trágico se não fosse cômico, porque todos sabemos que o Estados Unidos sabem tudo a respeito de todos. E nesta guerra de espiões se tivéssemos um agente Saci 007, talvez saíssemos ganhando. Quando ficamos só reclamando nos comportamos com a Mula Sem Cabeça, nossa principal agente.

E fiquem com o filme do UOL, comecem a semana rindo, enquanto o senador bom-conselhense colaca umas compressas mornas na barriga. Será que não seria melhor que fosse na mão. Talvez não, chega de violência.

“Golpe de 1964? Para o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ), não existiu: foi uma "revolução libertadora". Seu soco no senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) na frente de um antigo centro de tortura também não aconteceu segundo o polêmico parlamentar. Por outro lado, a loiraça Luciane Hoepers aplicou golpe em prefeitos de 15 cidades. Depois de ser musa do time Avaí, participante do reality show "Casa Bonita 2" e coadjuvante do Zorra Total, a moça partiu o mundo do crime.”


sábado, 28 de setembro de 2013

O SILÊNCIO!




Por José Antônio Taveira Belo / Zetinho


Silencio. Silencio profundo. Não se ouve nem um sussurro. Uma palavra. Um gesto. Nada.  Tudo é silencio. Nenhuma manifestação. Silencio total. O silencio é bom para se meditar, revir e refizer nossas atitudes, mas não podemos silenciar quando existe um projeto que há anos vem sendo postergado e nesta altura do tempo nenhum conterrâneo se manifesta para criação da – ACADEMIA BOMCONSELHENSE DE LETRAS – ABCL. Tenho acompanhado constantemente, e às vezes sinto o desejo deixar de visitar o “mural de recados”, nos sites de Bom Conselho, na Gazeta Digital e no nosso jornal a GAZETA. Noticia-se tudo, menos uma palavra sobre este projeto, que no meu entender deve ser relevante para a nossa comunidade. Leem-se, nos comentários dos sites, grosserias, falta de respeito com o próximo, fofocas generalizadas com conteúdos impublicáveis (somente nestes sites são permitidos) que não acrescenta em nada a nossa cultura, pelo contrario denigre a nossa terra. A nossa cidade não merece tais comentários. Denominada com galhardia – CIDADE DAS ESCOLAS – denominação pomposa que nos enche de orgulho e chama atenção de todos que tem conhecimento, dispomos, sem medo de errar, pessoas qualificadas culturalmente e socialmente para dar cobertura a este projeto em nossa cidade.  O esforço e a vontade esta longe do pensamento dos nossos conterrâneos, creio. Como se diz na politica “falta à boa vontade” para que o projeto saia do papel e se torne realidade.  Mas nem tudo esta perdida ou mesmo descartada a criação da ACADEMIA. Já fomos muitas vezes inqueridos por pessoas que acessa o site em busca de alguma de informação proveitosa e ficam “decepcionados” com os comentários e palavras “chulas” por escrevinhadores anônimos. Os sites deveriam e devem ser expostas informações condignas com o nome da cidade - BOM CONSELHO- trazendo in formações dos pontos turísticos, a sua cultura, dos casarios seculares, das nossas igrejas, da nossa cidade, pois, dispomos de muitos apenas não são divulgados para engrandecimento do Município. A ACADEMIA BOMCONSELHENSE DE LETRAS – ABCL – traria grande beneficio para a cidade, pois interagíamos com outras Academias existentes no Brasil e no Exterior, havendo um intercambio cultural, e proveitoso para os nossos escritores que divulgariam os seus trabalhos. Escrever e guardar no silencio do seu quarto, é incabível. Vamos acabar com o silencio. Vamos divulgar os nossos trabalhos aos quatro cantos do mundo. Vocês pensam que os nossos sites não atingem outros países? Ledo engano! Nós somos visto e revisto pelos nossos escritos em qualquer parte do mundo. Somos analisados pela divulgação dos nossas atitudes e pelo comportamento da comunidade. Sei que é difícil agir, mas procuremos enaltecer o nosso torrão natal que tanto amamos, mesmo de longe, o nosso coração esta perto comungando com aqueles que ali residem. Quero crer que alguém na minha cidade levantara esta bandeira, e é possível realizar este “sonho” de ver de perto ou de longe esta casa de CULTURA e SABEDORIA a serviço da comunidade. Sem desmerecer nenhum escritor ou historiador, mas no meu entendimento um conterrâneo poderia levar este projeto à frente, o Alexandre Tenório Vieira, escritor e historiador, pois, ele tem seu trabalho literário divulgado, através do lançamento dos seus livros o A TENDA DE ZÉ BIAS” e “A HISTORIA POLÍTICA DE BOM CONSELHO PASSADA A LIMPO”, recentemente lançada em nosso BOM CONSELHO. 

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

A Marmita.




Por Carlos Sena (*)

Marmita, nalgumas capitais do nordeste mudou de significado. Muitos homens quando "pegam" uma puta (hoje garota de programa) dizem aos amigos que pegaram uma marmita. Isso é muito comum nas regiões de praias de Fortaleza, Natal, etc., onde há turismo sexual a vista de todos. Quando o cara é perguntado por  um amigo se aquela é sua namorada, a resposta é NÃO. Dizem que "Aquela é minha marmita", ou seja, compra pronta na rua e vai comer em casa. Mas, não é dessa marmita que queremos falar. Queremos dizer da marmita mesma que também se chama QUENTINHA. Aquela que vem alimentos dento e que quando ainda quentinha dá pra se comer. Quando requentada no microondas às vezes vem um bafo azedo que sempre se consegue Engolir. Mas ainda não é necessariamente dessa que quero falar. Mas da quentinha fresquinha em embalagem transparente e com cara de limpa e bem cuidada e com um aroma meio da casa da gente. Foi uma quentinha assim que um rapaz enquanto esperava o avião, estava metido nela em pleno aeroporto de Brasília, a nossa capital federal! Se fosse num aeroporto do Recife ou doutro lugar do Norte e do Nordeste seria mundiça, coisa de pirangueiro de gentalha. Pois bem: foi no Internacional de Brasília, repito. Chinfrim, como é breguin esse aeroporto. Mas, ele tá em obras em busca do PADRÃO FIFA.

Voltando ao rapaz da marmita. Ele comia a bichinha como quem come o melhor prato do mundo. Pelo jeito dele deglutir, se a chamada do vôo acontecesse naquele momento, certamente ele o perderia em detrimento da sua deliciosa marmita. Não nos parecia ser um rapaz simples não. Fato é que nossos aeroportos nos exploram os olhos  da cara, no quesito lanche ou almoço. Nesse mesmo dia, nem critiquei o moço lá com a sua marmita. É que eu acabara de tomar uma garrafinha (long nec) de cerveja de 335ml pela qual tive que  pagar R$ 6,00 mais 5,00 de uma empadinha de "ver deus" que totalizou R$ 11,00. Por isso achei que o moço fez bem em não gastar fortuna num almoço ou mesmo num lanche.

Do jeito que vai, aeroporto e rodoviária vão ficar muito parecidos, não só porque todo mundo pode viajar de avião (olha Lula aí gente!), mas porque o aeroporto é quem vai convidar os passageiros a andar com sua marmitinha na mão, ou com uma sem futuro "barrinha de cereal"  porque o povo está aprendendo a não ser besta. Os empresários é que ainda não aprenderam que com preços justos o lucro aumenta e todos ganham.

Já dentro do avião enquanto escrevia este texticulo, lembrei-me de que  junto do moço da marmita tinha uma moça bonita, insinuante, toda agasalhada parecendo estar com frio. Então pensei: será que era a "Marmita" dele? Será que seria a "Quentinha" dele? Retruquei-me: cala tua boca língua ferina, tu num sabe que "língua falou cu pagou"?
Nisso o avião aterrissa e eu retorno pro meu recife, embora deixando lá na "Brasileia" um mundo de gente ótima que acredita e bota fé no Brasil, como nós.

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(*) Publicado no Recanto de Letras em 10/08/2013

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

A volta da empáfia e o papel do mercado




Por Zezinho de Caetés

Li na última segunda-feira (23.09.2013) o curto texto do Vinicius Mota na Folha de São Paulo, que transcrevo lá embaixo. Quando vi o título (“A volta da empáfia”), sabia exatamente a quem ele iria se referir, mesmo antes de ler. E acertei.

Depois do tombo de popularidade que levou a presidenta a se tornar a mais meiga das criaturas com os políticos, agora, depois de alguns pequenos “sucessos”, ela volta a atacar, e continuará atacando, até novos tombos.

O caso das privatizações acanhadas, em vários setores, é emblemático deste vai e vem governamental que só traz desconfiança do mercado e as consequências funestas para todos nós que não podemos privar de serviços de qualidade, mesmo que possamos pagar por ele. E estas consequências já aparecem no setor rodoviário, no qual houve rodovias que foram simplesmente recusadas pelo setor privado por simples desconfiança de mudança nas regras do jogo.

Esta última semana já apresentou também outra consequência em relação ao pré-sal que segundo meu conterrâneo Lula nos daria a autossuficiência em petróleo, quando 4 das maiores empresas do setor não quiseram nada com a atividade. E a explicação para estes reveses é simplesmente dizer como na fábula de Esopo, “as uvas estavam verdes”.

Nós que achamos ser o mercado um processo evolutivo do homem, desde as cavernas, para melhorar de vida, ficamos preocupados com um governo que, apesar de precisar do seu mecanismo, o trata tão mal, com fins puramente eleitoreiros. O nosso problema é que ele sempre cobra a conta, como se dizia num período de cobrança pelas burradas que fizeram, “com juros e correção monetária”.

Já sabemos, por nossa própria experiência que o Estado é pouco eficiente em algumas atividades e não tem eficiência nenhuma noutras. E que quando temos que desenvolvê-las para que não fiquemos na rabeira da civilização, em termos econômicos, temos que apelar para as forças do mercado, que são as únicas que podem cumprir este papel. Aqui no Brasil, o lulo/petismo sempre usou esta ciclotimia em relação ao papel desta instituição, gerando crises de desconfiança, que só nos prejudicam. E isto é um apanágio das esquerdas que ainda nos comandam. O mercado é bom quando é bom para eles ficarem encastelados no poder.

Um exemplo óbvio disto foi a relação do lulo/petismo com o ministro da ditadura Delfim Netto, que, apesar de todos seus defeitos, sempre foi um bom economista, que mostra quanto se julga de acordo com a métrica do poder as ideias de alguém. O ministro foi o mais pichado pelos petistas e depois foi o mais elogiado, quando suas ideias (sempre as mesmas) serviam ou não serviam a alguns propósitos. É o PT de sempre, para o qual os fins justificam os meios.

Vale neste comentário, sobre a volta da empáfia da presidenta citar o Delfin Netto, coisa que nunca mais tinha feito, quando ele escreve sobre o mercado como fazendo parte da evolução social:

“O mecanismo de seleção a que nos referimos continua a trabalhar na direção de libertar o homem para viver a sua humanidade, com redução do trabalho necessário à sua subsistência material e dando-lhe a segurança por meio de uma organização social que vai ensaiando como combinar três objetivos não plenamente conciliáveis: maior liberdade individual, maior igualdade de oportunidade e maior eficiência produtiva.”

Ou seja, sem a participação do mercado ou esta instituição sendo tratada a ponta pés, atingiremos a meta fundamental da nossa presidenta, a igualdade absoluta, e consequentemente, todos recebendo o Bolsa Família.

Mas, meditem sobre o parágrafo anterior e sobre o que o jornalista diz sobre a empáfia do nosso atual governo. Espero que esta meditação sirva para mudá-lo em 2014.

“ O presidente vai melhorar o diálogo com a sociedade, ouvir os empresários, reunir-se com os líderes das siglas que o apoiam no Congresso. Pretende rever o curso de ações polêmicas da administração, num gesto de autocrítica.

No Brasil, esse é o protocolo do governante enfraquecido. Aciona-se a agenda da humildade quando o conjunto das variáveis políticas e econômicas degringola e os índices de popularidade mergulham.

Ocorreu com Dilma Rousseff neste ano, antes mesmo dos protestos de junho. A área econômica, acossada por um surto inflacionário e pela disparada do dólar, tomou certa distância do voluntarismo interventor. Lançou-se ao jogo convencional, em especial no Banco Central.

Diminuíram as declarações desastradas do ministro da Fazenda. O governo flexibilizou exigências que desagradavam investidores na infraestrutura. Autorizou reajustes na gasolina para aliviar o caixa da Petrobras. Com as manifestações, que derrubaram a aprovação do governo, esse ajuste de conduta exacerbou-se e alastrou-se pela administração.

Até que as notícias voltaram a melhorar. O PIB do segundo trimestre cresceu bem. A inflação de julho e agosto deu refresco. O aumento do dólar e dos juros globais mostrou-se efêmero e foi adiado.

A popularidade da presidente recuperou-se, assim como a expectativa de seu desempenho nas eleições de 2014. Até a primeira vitória significativa dos réus petistas no julgamento do mensalão ajuda a animar fileiras do partido da presidente.

E a empáfia voltou. Dilma disse que o governo fará as obras rodoviárias recusadas pelo setor privado nos leilões. Não fará.


O Brasil não melhorou tanto agora, como não tinha piorado tanto em junho. A modorra continua sendo o ritmo do desfile na avenida do desenvolvimento. O retorno da soberba só fará recair mais descrédito na perspectiva de acelerar o passo.”

terça-feira, 24 de setembro de 2013

MENINO CARBURETO




Por Carlos Sena (*)

Eu vi o menino correndo eu vi o tempo, correndo ao redor do caminho daquele menino” (...). Mas, os meninos de hoje já não correm mais atrás das pipas, nem fazem mais seus próprios brinquedos; também não pedem mais as bênçãos aos seus pais, não sobem em ladeiras, não brincam mais de médedico, nem de papai e mamãe, nem tampouco de barra-bandeira, nem de academia, nem de amarelinha, nem... Menino de hoje deixa os adultos “na amarelinha” – situação de embaraço em que eles, os adultos, ficam de “saia justa” diante dos meninos que se “adultizam” antes do tempo. Meninos de carbureto qual frutas azedas que, por amadurecerem antes do tempo, amargam, perdem o viço e frescor... Menino de hoje não corre mais nas ladeiras, nem sobe mais nas árvores. Tampouco curtem ouvir histórias de “Trancoso”. Já não temem os "meninos carburetos", um olhar de soslaio dos seus pais em forma de reprimenda.

Menino carbureto entra e sai na internet com invejável agilidade. Desmontam e montam um computador, mas não sabem dobrar um forro de cama, nem pegar um ônibus, nem sequer, arrumar seu próprio quarto de dormir ou lavar um banheiro de casa. Não deita nem dorme mais na cama dos pais – menino carbureto deita e dorme ao lado do notebook, navegando na internet, grudado ao celular, peidando podre para pais dormirem cedo sem lhes incomodar... Menino carbureto tem “querer” demais para limites de menos que seus pais nunca lhe deram. Menino carbureto quando fica de “talo duro” já não quer mais sair em companhia dos pais – tem vergonha deles e eles, quá, quá, quá, acham graça... Menino carbureto quando cresce só vive de balada, enquanto seus pais, sem dormir, aguardam em casa que eles liguem no celular para serem buscados na esbórnia.

“Eu vi um menino correndo com a arma em punho”... Matou o pai, matou a mãe, a avó e a tia. E se matou! Porque menino carbureto não sabe do amor, nem dele se sente parte. Menino carbureto vai a escola, mas não gosta de aula. Bate no professor e se arma sob álibis, porque álibi é coisa de adulto que menino carbureto usa pra se proteger nas suas mentiras tantas vezes consentidas pelos pais como se verdades fossem.

Eu vi um menino correndo: não era atrás de uma bola de gude, mas era fugindo da escola para assaltar na esquina; não era atrás de uma pipa, mas era procurando (revolver em punho), o futuro da sua vida como se alguém lhe tivesse dito que seu futuro estava debaixo de um viaduto qualquer de uma cidade qualquer, ou numa “baforada” qualquer, ou numa “cheirada” qualquer...

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(*) Publicado no Recanto de Letras em 07/08/2013

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

A semana - Celso de Mello e o caso Dilma x Obama




Por Zé Carlos

Lá vou eu com mais um filme da UOL que pretende, com humor, mostrar a semana que passou. Vi que rimou de uma forma pobre, e o que aconteceu não foi solução para nada. Transformar isto em riso é uma arte em que seus produtores são experts.

O caso mais badalado foi, sem dúvida, o voto do ministro Celso de Mello. Lembrou-me remotas eras quando Pelé quase foi trucidado porque disse que o brasileiro não sabia votar. E a pergunta que fica no ar é: Já sabemos?

Eu não vi o ministro votando e não me arrependi porque soube depois que ele passou 2 horas e 5 mininutos para fazê-lo. E não havia por perto nem um mesário para ajudá-lo? Deve ser por causa destes novos recursos biométricos nos quais votamos com os dedos e não com a cabeça. Ou mesmo com o coração. Pelas reações que vi, o povo ficou de um lado e os juristas do outro, quanto ao mérito do voto.

O que mais me levou a rir no filme, quanto ao caso do voto do ministro, foi a comparação da votação com uma partida de futebol decidida nos pênaltis pelo votante, jogada no campo do adversário. Se fosse em Limoeiro, da época do Coronel Chico Heráclio, pela pressão popular e pela própria consciência do coronel, ele mandaria bater a penalidade máxima na barra do adversário, para gáudio do grande público.

Felizmente, ou infelizmente, já não sei, já estamos com um estado democrático de direito que não permite estas variações de poder momentâneas. E qual o remédio? Rir do que achamos errado, que é irreversível, e esperar a outra partida, nos preparando para evitar uma nova tragédia.

O outro episódio mostrado no filme é o caso de espionagem feito pelos Estados Unidos envolvendo o Brasil, sobre sua presidenta. Eu não sei porque tanta exasperação quando se sabe que não são só as agências americanas que sabem de tudo do que se passa no Brasil, e sim as revistas de fofoca, blogs  e jornais. Lembro um dia que um jornalista americano foi convidado a se retirar do país porque disse que o presidente Lula gostava de uma cachacinha. Será que a NSA (agência americana que espiona todo mundo) descobriu alguma coisa da presidenta que eu não soube? Talvez tenham descoberto que ela vê a Rede Globo.

Eu só sei que a presidenta ficou danada com o Obama e exigiu dele uma explicação. Não vindo esta, ela bateu o pé e disse: “Pois então eu não vou à sua festa, e ponto final!” E desistiu da viagem de Estado que faria aos Estados Unidos em outubro. E tudo que se passou me lembra apenas as festinhas que se fazia em Bom Conselho, que se chamavam de “assustados”. Muitas vezes eu deixava de ir para eles porque o anfitrião não tinha me escalado em seu time no dia anterior. Eu, nunca soube quem perdia com minha atitude. Hoje penso que quem perdia era eu, por não aproveitar a festa e ter a possibilidade até de arranjar uma namorada. No caso real quem perdeu por não ir à festa? O Brasil ou os Estados Unidos? Sei não, estas coisas diplomáticas mais parecem namoro de adolescente. Ou seja a Dilma não ficará com ninguém.

Enfim, o filme, se não me engano, não deixou nada de importante da semana, até este domingo em que escrevo, já que não há mais novidade, nem no futebol: O Náutico perdeu de novo. Por isso vou tirar uma foto de luto, em protesto pela situação do futebol pernambucano.

Fiquem com o resumo do roteiro dos produtores do filme e logo após vejam o mesmo, e comecem a semana rindo, se puderem.

“Na semana em que a presidente Dilma Rousseff confirmou o adiamento da visita de Estado aos EUA –após denúncias de bisbilhotice gringa profissional --, o STF (Supremo Tribunal Federal) aceitou os embargos de 12 condenados do mensalão e adiou a definição sobre suas penas. A decisão consternou anônimos e celebridades e foi possível graças ao voto de minerva do decano do STF, ministro Celso de Mello –conhecido pelos mais íntimos como “Celsinho” na bucólica Tatuí, no interior paulista.”


sábado, 21 de setembro de 2013

Viagem a Bom Conselho - Onde eu nasci?




Por Zé Carlos

Minha frequência de idas a Bom Conselho é de uma vez por ano. Fui cumpri-la neste último final de semana com todo prazer. Infelizmente, só pude ficar um dia privando da eficiência do Hotel Raízes e um pouco da companhia das muriçocas da cidade. Antes passava dois dias e a viagem me rendia algumas crônicas sobre a cidade. Desta vez não sei quantas renderá. Espero que esta seja apenas a primeira de muitas e não também a última.

Apesar de alguns serviços na estrada que liga São Caetano a Garanhuns, cuja promessa de duplicação é bastante antiga e penso já ser necessária, ela está transitável embora lenta. A estrada até Bom Conselho está menos esburacada do que da outra vez que fui. E cruzei o portal de cidade sem maiores problemas. Deu para observar que a entrada da cidade foi asfaltada e encontra-se em bom estado. Dizer quem foi o responsável por isto, mesmo que soubesse, não diria, porque iria politizar esta crônica, o que não pretendo.

Cheguei num sábado, e como constatei durante parte da infância e da adolescência, o sábado é da feira e não é possível julgar a mobilidade urbana da cidade num dia como este. Quando trabalhava no comércio de Bom Conselho, em dia de feira, tudo se modificava, até a higiene.

Eu trabalhava numa padaria que durante a semana primava pela higiene, separando aqueles que pegavam em dinheiro daqueles que manuseavam os alimentos. Creiam que isto já era um avanço, e que na época já era um modernismo. Isto acontecia nos dias de semana, menos no sábado. Havia uma caixa registradora onde eram pagas as compras e se levava apenas um comprovante ao balcão, onde elas eram entregues, nos outros dias da semana. Tudo na mais alta higiene e limpeza.

Entretanto, no sábado, com a chegada de uma multidão vinda de todas as localidades, como fazer para evitar um fila imensa daqueles que queria comprar o seu pãozinho quente com manteiga? Não havia jeito e nós balconistas tirávamos as mãos das caras sujas do Marquês de Tamandaré (nota de 1 cruzeiro), Duque de Caxias (nota de 2 cruzeiros), do Barão do Rio Branco (nota de 5 cruzeiros) ou mesmo de Getúlio Vargas (nota de 10 cruzeiros). Acima deste valor (Marechal Deodoro, D. João VI, Cabral e outros) era mais difícil passar na venda de pães e bolachas, embora fossem tão sujas quanto as outras.

Não havia jeito, e a higiene morria um pouco em prol da praticidade de alimentar os matutos famintos. E para ser sincero, as mãos que gulosamente levavam os pães à boca, quase ali mesmo, com uma Cajuína, não eram menos sujas do que as nossas, nem do que as notas. Eu passei pelo comércio em direção à feira de frutas, e não tive tempo de entrar nos estabelecimentos de comida para ver como se processo hoje em dia. Mas, que a cidade muda no sábado, ela muda.

Só entrei num estabelecimento que merece ser mencionado nestas lembranças da viagem: A Farmácia Crespo. Eu penso que este ainda é o nome da farmácia onde lá ao fundo, sentado num bureau estava o Ivan Crespo. Não tinha como não falar com ele. Fomos grandes amigos e ainda o somos à distância. Dentro da muitas conversas de praxe eu perguntei se ele não tinha vontade de se candidatar outra vez a vereador. Ele apenas sorriu e eu lembrei das grandes câmaras de vereadores que tivemos. Não digo que eram maiores do que as mais recentes, pois política nunca foi o meu forte. Fica apenas o registro.

Encontrei outro amigo de infância da mesma família. O Ives Crespo. Não na farmácia mas na rua Sete de Setembro onde quase arrisquei a vida devido aquela proteção para um Banco, que nos deixa alvos para carros e motos. Fazia um grande tempo que não via o Ives, meu parceiro nos negócios de natal e ano novo, que dizíamos ser diversão para todos. Nunca ninguém conseguiu derrubar as latas, e ganhar prêmios, pela distância que colocávamos as latas. Isto foi no natal e ganhamos um bom dinheiro. No ano novo ninguém foi jogar. O povo pensa.

Acompanhando minha mulher, imbicamos pela feira de frutas atrás de pinhas. Encontramos poucas e caras. Compramos maçãs boas e baratas. E pensar que em minha infância para comer um maçã tínhamos que ir à Pastelaria Suíça em Garanhuns. Então não se pode dizer que Bom Conselho não evoluiu. Hoje temos maçãs. Eram um pouco pequenas, mas, não sou um pessimista. Enormes maçãs podem chegar, embora a cidade ainda não seja um paraíso.


Enfim, tenho mais coisas para contar da viagem, mas, fica para outra hora.  Por enquanto quero apenas apresentar a foto que ilustra esta postagem. Eu nasci numa destas casas que ainda ficam na frente do que era a Praça Lívio Machado (será ainda este nome?), e hoje não consigo distinguir em qual delas nasci. Antes eu sabia que havia nascido no lugar do forno da Padaria Cordeiro. Hoje nem a padaria existe mais. Literalmente, eu não sei mais onde nasci, nesta cidade que, apesar de visitar pouco, não me sai do pensamento.

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Leite de Jia (Memórias de infância)




Por Carlos Sena (*)

Estudei o curso primário no Grupo Escolar Mestre Laurindo Seabra. Hoje, tomando um copo deleite com Nescau, veio à memória um tempo inesquecível. Um tempo em que tínhamos tudo para criar tempestade, mas não. A gente levava tudo na tora e tirava tudo “de letra”. No âmbito dessa “letra viva”, a memória logo acusou o tempo em que eu e tantos colegas tomávamos “LEITE DE GIA” lá no grupo. Eu explico: na hora do recreio o grupo distribuía com os alunos um leite em pó com Toddy, que hoje a gente chama também de Nescau, mas todos são mesmos é chocolate. Pois bem. O tal leite era, pelo que eu soube de um projeto dos Estados Unidos chamado ALIANÇA PARA O PROGRESSO. O tal leite era ruim e o chocolate era quem dava um toque diferente que ajudava o bicho a descer. Tinha dias que não havia chocolate e ficava difícil engolir. Detalhe: o leite vinha fervendo e o caneco era de alumínio sem proteção nas asas. Quem se atrevesse bebê-lo quente se arriscava a queimar os beiços e... Seria bem pior, ou não? No dia em que não tinha chocolate sobrava leite à beça, mas tinha colegas que bebiam mesmo assim, pois não tinham alternativa de lanche. No fundo a gente sabia que “ruim com ele, pior sem ele”. Fato é que o tal leite de Jia era triste mesmo, mas mesmo hoje sempre que eu tomo leite com Nescau ou com Toddy lembro-me dele, do nosso LEITE DE JIA. Depois eu fiquei sabendo que aquele programa do EUA que distribuía leite, óleo, trigo, etc., tinham como objetivo “esterilizar” as nossas mulheres para que o Brasil não aumentasse sua população – certamente para que eles, americanos, tomassem conta da nossa pátria com mais facilidade. Mentira? Verdade? Ainda hoje não sei ao certo o fundamento disso, mas sei que o nosso leite de JIA era uma bosta. Hoje, a gente sabe bem avaliar isso, pois a merenda escolar de agora é substanciosa e controlada por uma nutricionista. Ou não?

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(*) Publicado no Recanto de Letras em 04/08/2013

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

O narcisismo do Celso de Mello




Por Zezinho de Caetés

Eu vi tantos artigos e matérias sobre o desastre que se abateu ontem sobre a Justiça brasileira, e que podiam, dentro do meu estilo, aqui, serem transcritos, que resolvi desistir hoje do estilo e esperando que a AGD me publique ainda em tempo.

Como já disse no Mural acima, eu acompanhei, como um cidadão que sabe ler, apenas, o pronunciamento ou voto do ministro Celso de Mello, que fez espocar o champanhe nas residências dos criminosos mensaleiros. Não entendi tudo, e duvido que alguém tenha entendido, inclusive o próprio. Para mim, grande parte do voto foi um enchimento de linguiça com citações mirabolantes e trazendo a tona casos que tirassem um pouco seu sentimento de culpa por jogar o STF no chão.

Sim, jogar no chão um colegiado que fez um esforço hercúleo, por maioria, de levar este país a se tornar um país civilizado, em termos do nosso judiciário, que iria, pela primeira vez na história, prender bandidos do colarinho branco, representados no maior escândalo da nossa história.

Eu sentia que havia um esforço do ministro de mostrar que o que ele poderia dizer em poucas palavras, fosse explicado e reexplicado aos seus colegas e telespectadores. E bastava dizer: - Eu acompanho o voto do Lewandowsky! E nos teria poupado tempo. Para que tantas firulas?

Muito simples. Penso que o ministro estava tão inseguro do seu voto, que para justificá-lo colocou o povo no lixo e seus colegas que não concordaram com ele também. É como se ele dissesse que quem votou diferentemente do Dias Toffoli, e portanto do PT, não respeitou a Constituição nem as leis do país. Para mim foi um horror.

E este horror cresceu hoje pela manhã quando li o Blog do Josias onde ele traz uma postagem sobre um comportamento anterior do Celso de Mello, que me explicou o comportamento do Celso de Mello ontem.

Em seu voto de ontem o ministro declarou: “Os julgamentos do STF, para que sejam imparciais, isentos e independentes não podem expor-se a pressões externas como aquelas resultantes do clamor popular e da pressão das multidões, sob pena de completa subversão do regime constitucional dos direitos e garantias individuais.” E isto eu até concordo. Mas, ele poderia dizer isto mesmo que seu voto fosse contra os embargos infringentes. No que eu pensei que era insegurança e dúvidas, havia nada mais nada menos do que arrogância e narcisismo.

O jurista Saulo Ramos, ex-consultor jurídico e ex-ministro da Justiça do governo de José Sarney, escreveu um livro (Código da Vida) no qual ele mostra um diálogo entre ele o Celso de Mello, que mostra a que ponto chega o narcisismo e quanto ele pode ser pernicioso quando um juiz se lambuza nele para julgar alguma coisa. Vejam um trecho do Blog do Josias, com uma transcrição de um  diálogo entre o autor e o ministro narcisista:

“Ao deixar a Presidência da República, Sarney resolveu candidatar-se ao Senado. O PMDB negou-lhe a legenda no Maranhão. Para driblar o veto, ele decidiu concorrer pelo Amapá. Os adversários impugnaram a candidatura. E o caso subiu ao Supremo. Num telefonema a Saulo, Celso de Mello considerou “indiscutível” o direito de Sarney à candidatura, já que a transferência de domicílio ocorrera dentro do prazo legal.

Sorteado para relatar o processo, Marco Aurélio Mello concedeu no mesmo dia uma liminar favorável à manutenção da candidatura de Sarney pelo Amapá. O caso escalou o plenário do tribunal. Sarney prevaleceu no julgamento do mérito. Para surpresa de Saulo, Celso de Mello votou pela cassação da candidatura. A meia-volta deixou-o embatucado. A explicação viria num novo telefonema do dono do voto. O diálogo vai reproduzido abaixo tal como se encontra no livro:

— Doutor Saulo, o senhor deve ter estranhado o meu voto no caso do presidente.

— Claro! O que deu em você?

— É que a Folha de S.Paulo, na véspera da votaçãoo, noticiou a afirmação de que o presidente Sarney tinha os votos certos dos ministros que enumerou e citou meu nome como um deles. Quando chegou minha vez de votar, o presidente já estava vitorioso pelo número de votos a seu favor. Não precisava mais do meu. Votei contra para desmentir a Folha de S.Paulo. Mas fique tranquilo. Se meu voto fosse decisivo, eu teria votado a favor do presidente.

— Espere um pouco. Deixe-me ver se compreendi bem. Você votou contra o Sarney porque a Folha de S.Paulo noticiou que você votaria a favor?

— Sim.

— E se o Sarney já não houvesse ganhado, quando chegou sua vez de votar, você, nesse caso, votaria a favor dele?

— Exatamente. O senhor entendeu?

— Entendi. Entendi que você é um juiz de merda.”


Eu quero que vocês tirem as conclusões. O que achei foi que o Saulo Ramos foi muito educado. Eu xingaria a mãe dele, coitada!

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

EDUCAÇÃO X POBREZA




Por Carlos Sena (*)

Pobreza é mesmo uma desgraça. Em todos os sentidos, mas, principalmente, neste caso, a pobreza material. Aquela que leva as pessoas a passar fome, a viver sem perspectiva de melhora. Porque a fome deteriora a inteligência e dificulta a capacidade de raciocínio das crianças. Inteligência limitada e raciocínio atrofiado são  pratos cheios para um futuro onde as crianças não saberão pensar. Acostumadas com a miséria também não saberão entender que são vitimas dos sistemas perverso que lhes nega educação de qualidade. Sem educação, continuarão a vender o voto ou trocá-lo por dentaduras ou por qualquer trocado para fazer a feira. Mesmo por um caixão de defunto para enterrar um ente querido que não tenha condição, sequer, de morrer com dignidade. Quem pensar que essa realidade é passado engana-se. Nos grotões do Brasil e nas periferias das grandes cidades isso é mais real do que imaginamos. Porque as grandes cidades com toda sua pompa de luzes e cores e shoppings e arranha céus e carros entupindo as ruas não inclui a pobreza no seu contexto, exceto quando ela serve para nortear os noticiários de violência e de miséria. E para posar nas fotos junto aos políticos em épocas de eleições. Essa é a pobreza que permite, por exemplo, a prevalência das doenças próprias dela como diarreia, verminose, escabiose, hanseníase (lepra), tuberculose, lombriga, desnutrição, etc. É culpa dos governos, ora direis! Certamente, porque os governos não se interessam em “criar sarna pra se coçarem”. No caso a “sarna” seria a educação. Porque no fundo os governos sabem que a educação proporciona ao ser humano promover sua própria revolução. Revolução que o levará a não mais vender o voto, a não mais aceitar humilhação de certos médicos no postinho da sua comunidade; revolução que o levará a diferenciar água limpa de água suja; a diferenciar o que seja saúde preventiva da curativa; a diferenciar, finalmente, uma o sentimento de mundo do sentimento de fundo. Se essa “revolução” já tivesse se instalada no Brasil, certamente nós não estaríamos “paparicando” médicos para trabalhar onde não tem shopping, nem carrões de luxo, nem cinema, nem praia, nem. Mas, tem muita miséria e gente passando fome e morrendo de caganeira e desnutrição. Porque chegará o tempo em que aqueles que conseguirem fazer sua própria revolução pelo estudo, não precisarão mais choramingar por um atendimento médico na atenção básica da sua periferia. Certamente, sabendo ler e escrever, saberão se informar melhor acerca de hábitos saudáveis de vida e de saúde, inclusive vendo TV ou lendo Jornais e livros que ajudam a consolidar hábitos de higiene e saúde. Certamente esse tempo chegará. Mais por conta do povo que um dia se libertará. Menos por indulgência dos políticos que detestam pobres, mas não desgrudam deles na hora das eleições. Mais pelo processo maior de globalização que um dia obrigará o mundo a reverter a miséria dos países que dela se alimentam.

Como vemos, a pobreza é mesma uma desgraça. Principalmente porque leva o povo a acreditar que ser pobre e miserável é natural. Algo como, inconscientemente, achar normal mundo cheio de pobre, de rico e de miserável. Não tratamos aqui de ideologia comunista, mas de sentimento cidadão que leve os seres humanos a se indignar com a convivência de irmãos passando fome e morrendo com lombriga na barriga e se acabando pelo fundo com caganeira. Pior: sem médicos para, sequer, olhar nas suas fuças. Porque pobre tem de sobra no “estoque” e morrer um ou cem não faz falta, exceto na época das eleições em que eles (os pobres) viram “papagaio de piratas” nas fotos dos candidatos.

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(*) Publicado no Recanto de Letras em 01/08/2013

terça-feira, 17 de setembro de 2013

A semana - Julgamento do Mensalão: Placar de 6 x 5. Alguém ganha?




Por Zé Carlos

Como sempre, no filme que semanalmente comentamos aqui neste espaço, faltou um fato importante, embora o tema que o deu origem tenha sido abordado: O julgamento do mensalão ou Ação Penal 470. O filme aborda um passo antes, ou seja, as reclamações que indignados cidadãos normais e ministros do STF fazem contra a dificuldade que se tem para acabar um simples julgamento.

Eu imagino, se, não por acaso, amanhã o ministro Celso de Mello, desempatar o placar em relação aos chamados “embargos infringentes”, sendo deles a favor. Pelo que dizem os juristas e também alguns dos seus colegas ministros o julgamento entrará pela eternidade adentro. Talvez, uma melhor solução, e mais rápida, caso o ministro não queira ser contra, seria sumir com o processo com suas 100.000 páginas, escondendo-as lá nas cavernas do Bulandi, em Bom Conselho. Então começaria tudo de novo, e, certamente, o tempo deste segundo novo processo seria menor do que aquele que será necessário se forem discutir todas as páginas outras vez. Afinal de contas alguns já estarão mofadas ou borradas.

Outra coisa importante que o humor humaniza, de alguma forma, é a violência policial e o deboche de um soldado que pede a um repórter para publicar umas pancandinhas que ele deu em alguém. É em caso como este que rir é o melhor remédio, pois se chorarmos damos apenas razão aos agressores, de um lado ou de outro.

O governador do Rio de Janeiro, o Sérgio Cabral, já aprontou tantas que quando ele aparece, mesmo que não esteja de guardanapo na cabeça, começamos logo a rir. Riram tanto dele que ele disse que vai sair logo do governo, para não rir dele também.

E o programa Mais Médicos, em sua fase cubana, promete fazer-nos rir, dando certo ou dando errado. Aquela frase que o filme coloca de que antes não sabíamos o que os médicos escreviam, e agora (com os cubanos) não sabemos o que eles falam é impagável. Eu fico pensando como os doutores irão entender quando seus pacientes tentarem explicar que estão com a “espinhela caída”. Na certa eles ficarão de queixo caído.

Outra coisa que o filme traz, e que sempre rende um risinho a mais, são as gafes da presidenta. Por falar nisto, estando eu em viagem no último fim de semana, vi numa TV um programa que tentava explicar porque dizem que a anta é burra. Descobriram que era culpa dos portugueses pois a anta, noutros países é um animal inteligente. Eu não sei porque chamam, certas horas, nossa presidente de anta. Segundo os especialistas a anta não merecia isto, ela é um animal inteligente.

Mas, fiquem com o resumo do roteiro pelos produtores do filme da UOL, vejam o filme e esperemos todos que o placar no STF seja de 6 x 5 do lado certo. Se não, riamos porque ainda é o melhor remédio.

“O “Escuta Essa!” desta semana destaca os protestos violentos pelo país, o programa federal “Mais Médicos”, a novela interminável do Mensalão e as vaias ao governador Sérgio Cabral. A charge ainda traz as gafes da presidente.”


segunda-feira, 16 de setembro de 2013

DOMINGUINHOS em três atos:




Por Carlos Sena (*)

1º Ato:

Onde ele nasceu: todo mundo sabe que foi em Garanhuns. Ou sabiam? O que poucos ainda não sabem é da polêmica paroquiana que surgiu em Bom Conselho-PE que, segundo se noticia nas redondezas, ele teria nascido lá, num dos seus distritos, salvo engano Rainha Izabel. A cidade inteira se acendeu em função disto. Até Basto Peroba – um sanfoneiro do mesmo naipe de Dominguinhos e também amigo dele, teria confirmado isso. Fato é que ninguém prova isso, mas que todos querem ser o “pai” do nosso Dominguinhos, ah isso querem. Bom Conselho é assim mesma, cheia de filhos ilustres do naipe de Dantas Barreto, Pedro de Lara, Gonga de Loriê, Zé Bebinho, Luzitana, Basto Peroba, Waldemar Santana, Joaldi, eu, tu e eles. Afinal, quando o filho é bom todos querem ser o pai.

2º Ato.

O Encerro: o encerro de Dominguinhos foi outra polêmica. Digo encerro porque quem nasceu pra ser estrela não é nunca enterrado, mas encerrado. Assim como se encerra uma peça de teatro, um show artístico. Pois bem: os seus filhos se desentenderam e, também salvo melhor juízo, houve desentendimentos entre as ex-esposas. Resultado: um quis enterrá-lo no Recife e outros em Garanhuns, mas ele acabou sendo enterrado na cidade de Paulista. Mas, o que é pior: sete meses antes de morrer o sanfoneiro disse e eu escutei no programa de Geraldo Freire, que queria ser encerrado em Garanhuns. O filho dele disse que seria em Garanhuns e eu também escutei a entrevista no próprio Geraldo Freire. Depois eu soube que ele havia se enterrado no Morada da Paz que fica, como disse em Paulista. Disso eu não posso garantir, mas foi assim que “comprei” e é assim que agora “vendo”. Novamente: quando o filho é bom todo mundo quer ser o pai.

3º Ato.

Era uma vez Asa Branca: Dominguinhos disse em entrevista a Roberto D’Avila que sua relação com Gonzagão era mesma intensa. Falou da sua relação com Lua, com Gonzaguinha e até com Januário. Nesse “rega-bofe” de conversa jogada fora, eis que Dominguinhos disse essa preciosidade que poucos talvez saibam. Disse que numa roda de conversa e sanfona lá em Exu, após um solo de Asa Branca, Seu Januário fez a seguinte revelação: “Asa Branca foi eu quem fez e esse nego botou no mundo”. Adorei. E Dominguinhos falou sério e o entrevistador achou muito boa essa passagem e eu amei essa confissão. Mas, mesmo que tenha sido o Januário o dono da Asa Branca, hoje ela não tem dono, é domínio público, é do mundo e foi colocada nele por Gonzagão. Quando o pai é bom todo mundo pode ser filho.

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(*) Publicado no Recanto de Letras em 29/07/2013

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Testemunhos do Vovô Zé - Sangue com biscoito e dançar casamento


Miguel e Davi na diversão moderna: um tablet.


Por Zé Carlos

No último final de semana fomos para a casa de Davi e Miguel, nossos netos e alvos destes escritos, lá no futuro; eu e a Vovó Marli. Como sempre, antes de ir, além da preparação psicológica e física para aguentar o futebol com o Davi, há a feitura dos tradicionais bolos da Vovó Marli que o Miguel adora.

Desta vez, houve ainda um fato que marcou nossa visita, e que posso dizer, a tornou um tanto diferente. Dias atrás, soubemos que um primo do Davi e do Miguel havia adoecido. Como era da mesma idade deles e a doença envolvia exames para encontrá-la, o que infelizmente aconteceu, houve uma reação natural dos seus pais para fazer exames também, igual a nós velhos, para quem já é um rotina, de quando em vez, procurar doenças.

Além da desagradável notícia de que acharam uma doença em seu primo, houve a ansiedade natural da espera do resultado dos exames, além de eu só imaginar o Miguel, com seus 2 aninhos completos, tirando sangue daquele pequenino braço. Se eu, com toda uma estrada de tiradas de sangue, que se fosse calcular o que já tirei para fazer exames, daria para encher outro corpo, olho para o outro lado quando vejo uma seringa, eu imagino o Miguel.

Bem, passado todo o transtorno do exame, e já sabendo que não foram encontradas doenças complicadas, tudo ficou mais tranquilo, apenas com um porém. Minha filha nos falou por telefone que o Miguel estava com uma alta taxa de triglicerídeo, que é uma espécie de gordura no sangue. Como também sou chegado a uma taxa alta disto, e já tenho alguma informação sobre a influência da atividade física sobre ela, comecei a pensar.

Será que eu, aos 2 anos já tinha muita desta gordura no sangue? Será que passei este mal para o Miguel através do meu um quarto do DNA que ele carrega? Ou, será que isto é fruto das condições de vida do Miguel hoje em termos de exercício físico?

Voltei, no meio de transporte no qual eu adora viajar, minha mente, ao passado e tentei me lembrar, em Bom Conselho, de minha vida. Primeiro, jamais me lembraria se tinha taxa alta de gordura no sangue, porque não poderia nem ter feito exames para isto na época, e mesmo pela idade, seria impossível a lembrança. Adiantei um pouco o relógio do tempo, embora ficando lá pela minha infância e vi quanto era diferente minha vida daquela das crianças de hoje, em termos de exercícios físicos.

Hoje, meus netos, além de não terem à disposição a rua para jogar bola, pois ela pertence aos automóveis, o estilo das diversões favorece o sedentarismo (vejam a foto que ilustra esta postagem, juro, eles estão se divertindo a valer). Eu fico até receoso de suas reações se eu dissesse: Hoje vamos para a escola a pé! Só ouviria reclamações, por certo. Enquanto, para mim, ir para a escola a pé era uma imposição do nosso tempo.

Desde a escola de Dona Aurinha, lá por trás do açougue, até o Ginásio São Geraldo, passando pelo Posta da Higiene, onde ia levar bolos de Dona Lourdes e receber preciosos ensinamentos, tudo era feito a pé. E não quero nem falar das idas desde a Rua da Cadeia até o campo de futebol lá onde hoje é o Centro Social, das peladas no meio na rua e na hora do recreio e das caminhadas para ir tomar banho de lama no Açude de Seu Lírio.

Atualmente, meus netos vão para a escola de carro, e tem escola de natação e futebol, mas vão para lá de carro. Será que o estilo de vida moderno leva ao aumento da gordura no sangue? Espero que quando eles lerem este escrito já saibam a resposta e já estejam andando a pé, e não nas esteiras das academias.

Mas, chega de elucubrar sobre isto tudo, que é um pouco triste, embora não possa deixar de dizer o que o ouvi do Miguel, quando veio me mostrar o braço de onde tirou sangue, e eu perguntei: O que era que tinha em teu sangue, Miguel? E ele: Biscoito! E comecei a rir de uma coisa séria, como devemos fazer quase sempre para aguentar a dureza da vida.

De alegria mesmo foi ver a expressão do Davi, quando cheguei, pelo novo álbum que comprei do Brasileirão 2013. Eu senti a alegria porque já passei pela mesma quando gastava o pouco dinheiro que tinha lá na barraca de Seu Belon comprando figurinhas para meus álbuns. E hoje os álbuns estão cada vez mais sofisticados, principalmente este, que talvez seja o último (pelo menos com o que vejo até agora) que terá o Náutico na série A.

E foi com o Davi que rimos mais desta vez, quando ele foi avisado pela mãe de que iria ser pajem no casamento de sua prima:

- Mamãe, eu não vou não! Eu não sei dançar casamento!

Mesmo assim fomos, junto com os pais, procurar ternos para crianças de 2 e 4 anos, o que eu nem pensei que existissem, prontos. O único que tive como criança foi para a primeira comunhão e foi encomendado a Antônio da Tupi, um alfaiate que de quem era quase vizinho em Bom Conselho. No entanto, hoje, já há ternos de todas as cores e tecidos, prontinhos.


Eu adorei as provas nas lojas, com eles vestidos de terno e gravata, parecendo bonequinhos de bolos. Uma graça. Espero que aprendam a dançar casamento até a hora do enlace, que façam bonito, e tragam felicidade para os noivos.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

SAL A GOSTO




Por Carlos Sena (*)

Agosto bate na porta de Setembro. Julho, não quer saber de abrir a porta pra Agosto. Disse que dá azar. Até os meses são assim, tal qual os humanos, são meio abusados. Por isso que não me esqueço de quando, na minha terra, ainda erê, ouvia os matutos dizerem uns para os outros acerca dos meses: Janeiro, Fevereiro, Março, Abril, Maio, São João, Santana, Agosto, Setembro, Outubro, Novembro e mês de festa. Mas, tal qual nós, os meses também tem romantismos em algumas paragens como é o caso do mês de março com suas águas. Setembro com suas flores, Maio com suas noivas. Fato é que os meses cochilam como nos disse Mário Quintana, em suas casas, enquanto a gente se engana pensando que enganamos o tempo. Agosto tem sido, de fato, meio sem gosto. Meio chuchu que alguns teimam em dizer que não tem gosto, mas tem. O problema do chuchu é que diferente de agosto que tanto lhe comparam em aparência, é democrático. Se você mistura ele ao feijão logo ele se adequa e assume um pouco do gosto do feijão; da carne, o gosto dela e assim por diante. Agosto não. Não se misture a outro mês que ele não assume. Não assume, por exemplo, o perfume das flores de setembro. Nem o ritual de maio que embala os casais enamorados. Agosto é ventania pura. Aziago, por que não dizer? Há quem fique pesquisando o dia 13 agosto pra ver se ele cai em numa sexta-feira treze e do ano de 2013. Aziago esse agosto. Que mal fez o imperador Augusto de quem herdamos a casa mensal de agosto? Assim, Agosto se firma como o patinho feio das nossas casas astrais. Coincidências ou não, na história da humanidade e da brasileira, nesse mês o azar deita e rola. Mais rola do que deita, porque rolando não para nunca sua saga aziaga.

Há quem não aposte no azar. E há quem nem apostando, dele não se livra porque o azar pode ser entendido como falta de sorte, mas sorte tem quem acredita nela. Assim, o jogo da sorte e do azar é um pouco complexa briga entre deus e o diabo; um pouco dessa dicotomia que tão bem faz aos humanos talvez pela sua capacidade de se iludir com o que não pode e de poder eleger verdades suas onde só há mentira. Também de mentir repetidamente para se convencer que suas mentiras viraram verdades. Como se vê, agosto é apenas um mês a mais. Nós, seres humanos, indez dos sonhos bizarros e das crenças no além que liga nada a coisa nenhuma, desde que pra isso se esboce uma crença em volta. Na verdade, o mês de agosto eu gosto. E gasto ele todinho no numero treze que carrego no trancelim. Ora meio assado, ora meio assim. Ora apenas, nas noites frias de novena de Santo Antonio...

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(*) Publicado no Recanto de Letras em 24/07/2013

terça-feira, 10 de setembro de 2013

A semana - O circo dos horrores e a espionagem




Por Zé Carlos

Devido ao Dia da Independência, data em que publicamos um vídeo, em homenagem, deixamos de comentar o tradicional filme da UOL, da semana que passou, e apenas hoje tivemos um espaço aqui para fazê-lo. Ainda tive vontade de, neste comentário, fazer uma alusão maior às belas fotos do 7 de setembro em Bom Conselho que vi nos blogs, no entanto, elas falam por si mesmas em cada um dos meios em que foram publicadas.

O filme começa com o esforço hercúleo que fazem alguns congressistas para transformar o Congresso num verdadeiro circo, e muitas vezes, circo dos horrores. Se não bastasse permitir o deputado Donadon exercer seu mandato na cadeia, agora um deputado apresenta um projeto que proíbe o televisionamento de lutas de MMA. Imaginem se a moda pega. Basta alguém achar que o futebol é um esporte violento, e aparecerá alguém no congresso para, querendo aparecer, apresentar um projeto que proíba a televisão de mostrar as quedas do Neymar em campo.

E como se não fosse suficiente ainda temos uma comparação horrível feita pelo deputado evangélico Magno Malta de que, pior do que apresentar a “beleza” do MMA, é apresentar políticos bebendo ao vivo. Não sei se ele diria o mesmo de deputados bebendo “ao morto”. De uma forma ou  de outra o vídeo começa certo, quando apresenta aos congressistas o controle remoto e o livre arbítrio. Eu, de minha parte, nunca usaria o controle remoto numa luta de MMA, a não ser se for pego de surpresa, como acontece em alguns telejornais, pois nunca tive a intenção de vê-las. Mas, não pode se impedir, que alguém, que goste, veja. E se o mesmo for dito de novelas, fecham quase todas as TVs no Brasil. Só resta repetir o humorista do vídeo: “Que burro! Dá zero prá ele!”

Outro ponto do filme é o lamentável caso de espionagem americana sobre o Brasil. Talvez o atenuante para nós é que não temos o privilégio de sermos os únicos a ser espionados. Ruim mesmo seria que não fosse. Já pensaram algum país do mundo que não seja espionado pelos americanos? Talvez alguma ilha no pacífico ou algum país africano, onde a tecnologia moderna ainda nem entrou.

No fundo, no fundo, o que está havendo sobre isto é um pouco “tempestade em copo d’água”, como dizia meu pai. E em época de eleições, qualquer tempestade, para os candidatos é melhor do que um copo d’água, mesmo que seja bem geladinho. O que achei cômico foi a entrevista da presidenta sobre o fato (que não consta do filme, mas foi publicada por nós em Deu nos Blogs algum dia do fim de semana) onde ela confundiu pasta de dente com o seu tubo. Fiquei em dúvida com qual dos dois ela fazia a escovação. Mas, se só fosse esta confusão...

As consequências de termos um deputado presidiário são também mostradas no filme. É o tal do voto aberto para tudo. Como, outra vez, dizia meu pai: “Tudo demais é veneno”. Depois do calor da hora, e pressionados pela terrível mancada do Donadon, o congressistas discutem que tipo de voto deveria ser aberto e que tipo deveria ser fechado. Santa discussão, pois eu tive medo de aprovarem um projeto que, ao votar, eu tivesse que, além de me identificar, declarar meu voto, para evitar votar em deputados que queiram ir para cadeia com o mandato.

Finalmente, o caso do uso ou não de máscaras nas manifestações. Neste ponto, eu tenho a mesma opinião da amiga Lucinha Peixoto. Usar máscara não é crime, fazer arruaça e vandalismo a usando, isto sim, é crime. Se continuarem a proibir fantasias e adereços, brevemente, proibiremos pessoas carregando maleta ou vestindo cuecas porque alguns ladrões os usam, para carregarem dinheiro.

Quanto às declarações do Valdemar Costa Neto sobre Joaquim Barbosa no fim do filme, se este último o condenou, eu tenho medo é que, o que o deputado diz dele, passe a ser encarado como um elogio.

Fiquem com o resumo do roteiro do filme da UOL e depois o vejam, e riam, pois este é o objetivo desta coluna semanal.

Um deputado federal quer proibir lutas de MMA na televisão aberta. Uma CPI investiga a espionagem norte-americana sobre o governo brasileira. Já na frente do Congresso quem estiver mascarado durante manifestação vai ser preso -mesma medida foi implementada no Rio e em Pernambuco. Além disso tudo, os parlamentares não se acertam sobre o fim do voto secreto: a Câmara aprovou de forma irrestrita, mas o Senado quer uma sobrevida do voto oculto.”


segunda-feira, 9 de setembro de 2013

O PAPA CHICO É DEZ




Por Carlos Sena (*)

O Papa chegou. Mais parece um pop star e, ao que pude observar não criou nenhuma marca do seu pontificado, tipo João Paulo que sempre beijava o tapete vermelho simbolizando a terra. Mas, o nosso Chico, já começou o seu pontificado santificando dois colegas seus, conforme se noticia. Sei não. Mas, essa de tornar gente em santo e, inclusive arrumar milagres para legitimar o fato é complicado. Houve um tempo que um Papa “cassou” um quilo de santos da igreja católica. Até São Jorge entrou nesse pacote e a lua ficou feroz por demais, diante do seu destronamento. O argumento que se alardeava para aquelas cassações era que em Roma na época da construção da Sistina (homenagem ao Papa Sisto) quem desse mais dinheiro recebia indulgências e o título de “santo”... O então papa que não me lembro do seu nome agora, teria mandado fazer uma investigação e, até onde se alardeou aqueles “santos” nunca obraram, senão na hora da privada, que dirá obrar milagres! Mas, se essa atitude veio moralizar a Igreja foi mais fácil, porque certamente não desmoralizou o inferno onde, certamente aqueles “santos do pau oco” devem estar. Não se pense que eu, modesto escritor metido a nem seu o quê não seja temente a Deus. E como sou. Sou, além de temente, tremente diante dos castigos de Deus. O meu Deus é que às vezes se confunde comigo, pois se somos a sua imagem e semelhança o que custa vez por outra eu me parecer com ele? Afinal, melhor me aliar a quem tem santidade em dose tripla – por conta da santíssima trindade. Como percebem eu sou mesmo iniciado no catolicismo, mas me dou ao direito de entender que essa celeuma do Papa é meio exagerada. Nunca por conta do Chico. Ele é um cara sério e de Deus. Essa onda carésima talvez seja por conta do poder paralelo das igrejas que se nutre do capital muito mais do que o próprio capital. Pelo menos uma “Coca-Cola” da vida não esconde o jogo, posto que todos sabemos que ela quer mesmo é lucro, mesmo sabendo que a gente bebe veneno gaseificado. Veneno que o povo gosta e que, ainda por baixo, arrota e solta pum e desentope até pias de lavar prato. O Papa não. Essa Papa não. Esse Chico não. Gosto dele, proto. Disse que gosto dele da mesma forma que não gostava do outro – aquele que tinha cara de coruja e olhar também dela. O Papa Francisco que eu já me denomino intimo dele é simpático por demais. Bonachão, olhar e gestos sinceros, eis o que me passa o Chico de Deus.

Irreverência a parte, fico pensando que ele não tem vida longa. Ele lembra o Papa Sorriso João Paulo Primeiro que as más línguas dizem que seus colegas o envenenaram. A igreja Católica já está se incomodando com esse Chico, pois não nos enganamos que o “vil metal” manda lá dentro da nação Vaticano. Mais cano grosso do que Vat, pois aquela dinheirama que corre com o turismo da fé é muita para passar por um cano de 20 polegadas. Vai-te cano, vai-te. Seja grosso e forte e de PVC da marca tigre para segurar aquela onda que mantém muita gente ociosa lá em Roma e nas Ramas na boa vantagem. Temo pelo Chico. Seu Sorriso é lindo e leve e solto. Por ser tão solto o sorriso do Papa, temo que o prendam nos becos e nas avenidas insólitas, infectas da latrina das Américas. Assim, desejo ao Chico tudo de bom e ensejo que nenhuma bala perdida se ache no seu corpo na cidade “maravilhosa” cercada de drogas por todos os lados e por corruptos pelados de moral e amor ao próximo. Que a corriola do Vaticano não mate o nosso Chico. Argentino é bem verdade. Mas, sendo Deus brasileiro e Pelé o nosso rei, porque não deixar que Chico-Papa seja Argentino na terra da Mara Dona?

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(*) Publicado no Recanto de Letras em 23/07/2013

sábado, 7 de setembro de 2013

DIA DA INDEPENDÊNCIA




Por Zé Carlos

Eu tinha a intenção de passar o 7 de setembro em Bom Conselho. Sempre gostei dos desfiles de lá, dos quais participei, na meninice, marchando, e quando adulto participava olhando, filmando e fotografando. E nos últimos tempos publicando aqui neste blog. Isto não foi possível.

Fico, daqui mesmo, de longe, lembrando do desfile, que antes era um dia apenas, e nos últimos tempos eles duram uma semana, talvez em homenagem ao tempo que os portugueses passaram para reconhecer a independência do Brasil, como mostrado no filme abaixo, que não é o resumo da semana, feito pela UOL, mas, sobre o “Dia da Independência”.

Então este introito que faço é necessariamente curto para me dar tempo de comemorar também este dia, no ensolarado dia que hoje amanheceu aqui em Recife. Então, sem mais delongas, vejam o filme e curtam um pouco da história do Brasil contada com a ajuda de nossos meios de comunicação modernos.





P. S.: Para aqueles que quiserem ler um bom texto sobre 7 de setembro em Bom Conselho, pode clicar aqui e acompanhar as peripécias do bom amigo Diretor Presidente no Blog da CIT.

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

INGRATIDÃO!




Por José Antonio Taveira Belo / Zetinho

Os tempos modernos muda muito a consciência das pessoas. Ninguém hoje reconhece os benefícios que recebem ao longo da vida. Estão distantes. Ignoram e estão alheios a estes benefícios e somente enxergam as coisas que vão ao encontro do seu modo de viver. A INGRATIDÃO é mestra neste tempo que vivemos. As pessoas, (ou melhor), dizendo, prestar algum serviço ao seu semelhante por muitos e muitos anos, e uma palavra talvez dita em tom de ajudar ou mesmo uma critica que não correspondida ao desejo da pessoa torna-se imediatamente uma “pedra” no seu caminho, esquecendo de imediato os benefícios recebidos. Todo ser humano deve estar preparados para receber criticas positivas e negativas. Estas pessoas que se melindram com qualquer coisa que não lhe satisfazem cria um clima de desespero de revolta em si. Como? Ninguém neste mundo tem a “verdade” ou sabe se conduzir no pouco conhecimento que tem. Vejo a INGRATIDÃO a todo instante por pessoas que fazem sempre fazem o bem e por qualquer motivo e receptor se revolta contra este que lhe beneficiou e continua beneficiando. A INGRATIDÃO dos filhos para com os pais é um sentimento maléfico.  Não tenho conhecimento de pai e mãe que não valorize os seus filhos, por mais que sejam indignos de receber este reconhecimento. Os pais sempre são e estão solidários na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, no fracasso ou na vitória eles ali estão ao seu lado. A INGRATIDÃO dos filhos, principalmente com a sua MÃE que arriscou a sua VIDA, dando-lhe a VIDA deve ser respeitado em todas as circunstancias. Ela tem o DIREITO de falar, criticar, admoestar o filho enquanto vida tiver. Você filho (a) já pensou o que os seus pais, principalmente a sua MÃE, passou por sua causa? Acredito que nunca pensou! Pois eu vou lhe lembrar. Os pais desde inicio da sua concepção esta criatura divina, que é ser MÃE, começa a se alegrar quando é confirmada que estar preste a conceber a sua vida, um humano que se chama de “filho” ou “filha”. A partir deste momento, sagrado começa a alegria maior e o sofrimento por um período de nove meses carregando “você” no seu ventre exposta a consequência da sua gravidez, que de qualquer forma é um risco assumido pela sua vida, mas que lhe dá prazer. Pois é! E depois, você vai depender dos seus pais por um longo período da sua vida, principalmente por parte da sua MÃE. Esta vai lhe alimentar acompanhando o seu desenvolvimento com cuidados carinhosos para que o seu crescimento ocorra feliz. Você já pensou quantas noites de sono ela passou embalando você? Você já pensou quantos gestos de carinho você recebeu? Você já pensou quanto sofrimento e choro quando você esteve doente? Quantas vezes ela foi ao posto de saúde com você nos braços enfrentando o calor ou frio, o sol ou a chuva para lhe proporcionar uma vida digna no futuro? Quantas vezes ela lhe levou a escola? E quem reza e entrega você a Deus, para ser feliz em sua vida? A MÃE eu é guardiã dos filhos. Ela é feliz quando você é feliz. O amor que ELA dedica em todos os momentos é o amor verdadeiro. Ela é MÃE por toda a vida, seja na infância, adolescência, adulto e na velhice, ela é sempre MÃE e trata como FILHINHOS DO CORAÇÃO. Ela sofre quando você sofre. Ela chora quando você chora. Esta é a sua MÃE, é a NOSSA MÃE.


 Conheço varias famílias, que os filhos desrespeitam os pais em vida e, que depois que eles vão para a ETERNIDADE chora, lamenta a sua ausência.  Você não tem mais o ombro amigo. E ai vem à lamentação do tempo que deixou de participar da vida dos seus pais, dando-lhe amor, carinho e companheirismo. Você não era capaz de trocar uma palavra com ELES. Por mais que ELES fizessem você não agradecia, pelo contrario, você filho os desrespeitavam com palavras grosseiras, e ELES perdoando este comportamento. O PESO DA CONSCIÊNCIA se estala em você. Nada mais você pode fazer, há não ser rezar. Carregara este sentimento de culpa pelo resto da sua vida, onde você estiver sempre o arrependimento vem à tona. Nas noites frias ou calorentas, você esta pensando NELES, no silencio do seu quarto, apenas como testemunho o seu travesseiro.  E ai vem àquela locução – como deixei de ouvir os seus conselhos. Quantos abraços recusei?  Hoje estou nesta situação de arrependimento e não posso “consertar”, pois ELES já não em nosso meio fisicamente e sim na memória dolorida.

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

ARTIGO DE LUXO: AMIGO.




Por Carlos Sena. (*)
 
Mário Quintana é dos poetas o meu preferido. Das poetisas fêmeas, Adélia Prado é a que gosto de ler. Fiz questão de dizer “poetisa” porque agora existe uma moda de chamar as mulheres poetisas de poetas. Pode ser que seja certo, mas eu prefiro poetisa. É como “Presidenta” – alusão à nossa Dilma e que eu não concordo também, pois acho que Presidente é melhor sendo comum aos dois gêneros. Mas, eu não quis falar disso e termino falando, pois as letras tem força que nos dominam e, não raro, a gente termina se vencendo por elas e dizendo, inclusive o que não estava no nosso “script”. Mas, hoje eu quero falar mesmo de amizade, posto que me surpreendi com o “DIA DO AMIGO”. Agora virou modo fazer dia de tudo, inclusive de amigo, de puta e de vadia. Adoro o dia das vadias. Mas, (hoje eu tô direto no “mas”) é que tenho o entendimento de que não precisa de dia do AMIGO. Porque amigo de verdade é todo dia. Um bom amigo é como uma boa mãe. Se um bom amigo vale um tesouro uma boa mãe não vale nada, porque nada serve para medir o valor dela, exceto a referência dela à uma santa.

Mas, como inventaram o dia do amigo, eu digo que aceito bem. Porque o passar dos anos nos leva muito mais à ventura da compreensão do que da retórica contraditória que nem sempre leva a alguma coisa. Assim, repito-me no poeta “amigo é coisa pra se guardar no debaixo de sete chaves, perto do coração”... E é assim que guardo amigos fiéis e eternos companheiros. Nem sei, de fato, por onde andam esses amigos, mas, certamente estão no mundo, na vida que pediram a Deus ou que Deus pediu para eles seguirem eu SEU nome. Amigos que se foram para outras dimensões, e amigos que se encontram nessa, comigo, em lugares diferentes, mas nunca de “fé rentes” no existir.

Hoje, diante de lembretes do facebook acerca desse dia, “viajei” no tempo e me encontrei com Marcos Padilha, Chico Padilha, Mano e Luzinho. A gente estava lá no Bulandim azarando com Deus, zombando dele como se não merecêssemos aquilo tudo de lindo aos nossos pés. Marcos está em Recife, Chico está médico no Norte, Mano está em Olinda, Luzinho tá na Itália e eu? Ah, eu tô na vida – ora atrevida ora arte sem ter vida, mas na vida! Ora em Brasilia, ora em Recife, mas sempre lá, na terrinha Papacaceira. No rol desses amigos, outros tantos que sem ser tontos me deram o prazer de pertencimento: Arlinda, Nárrima Amaral, Ademir Ferraz, Zé Arnaldo, Valfrido Curvelo, Josinha, Carlos Silvan, Gildo Póvoas, Dodó, Saulo, Lucinha Peixoto, Tatiana Bruscky, Beta de Diuquinha, Pedro Eymard, Lucila (minha Prima), Genézio Mendes, Wânia Fernandes, Talita, Alexandre Tenório, Zetinho, Tereza Otranto, Celecina, Celina Ferro, Nilda, Judite Alapenha, Almir Torres, Antonio Rubens. Sem esquecer, naturalmente de Sônia Padilha, Carmem Padilha e Isabel Cristina, irmãs lindas, maravilhosas que nunca hei de esquecer no conjunto dessa peça que o tempo imita o vinho e a torna cada dia melhor. Esses meus amigos e outros que a memória me trai (afinal, já estou fora do prazo de validade) o são por nada. E eu retribuo a minha amizade assim POR NADA. Porque os verdadeiros amigos o são pelo sentimento de amigo. Entendendo que amigos não são aqueles que combinam, mas aqueles que discordam por serem únicos e serem diferentes de nós. Amigo não cobra nada, amigo não pede o que seja impossível do outro fazer; amigo diz ao outro ali, na lata, que ele está errado, mesmo que no primeiro momento gere um campo de tensão. Amigo pede perdão ao outro, pede desculpa e aceita o outro com todas as suas imperfeições... Amigo, na condição posta, nunca passa por nós... Por isso, nesse dia do amigo sugiro um teste de fidelidade: “se depois de muito tempo você reencontrar um amigo e tiver a sensação de que nunca se mantiveram afastados, pode acreditar que vocês são amigos de verdade”... Amigo de verdade vence o tempo e até faz raiva para ele, porque todos dizem que o tempo a tudo transforma, mas eu lhes digo que no amor o tempo de desmorona, desde que seja amor. Amor de amantes e amor de amigos, porque amor é uma linha reta que permanece firme rumo ao infinito. As demais forma de amorização partem dela e o seu destino a gente nunca pode saber... Obrigado aos meus amigos... Por isso, lembrando o meu poeta preferido: “Esses que estão por aí atravancando meu caminho, eles passarão, eu passarinho”... “Na terra da gente até a dor dói menos”...  Pegando carona no poeta, digo que meus amigos são todos passarinhos e que, maioria deles são da minha terra onde até a dor dói menos”...

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(*) Publicado no Recanto de Letras em 21/07/2013