Em manutenção!!!

terça-feira, 31 de maio de 2011

BIN LADEN E O MOSQUITO DA DENGUE




Por CARLOS SENA (*)

Não sei se o melhor para Osama era a morte. Não sei também se o melhor para os EUA era permanecer com ele vivo. Certo é que os americanos inventaram guerras como a do VIETNÃ que mataram milhares de pessoas sem que nós, pobres mortais entendessem os motivos reais, embora eles fossem divulgados. No dia 11 daquele setembro todos vimos pela TV ao vivo e em corres, a tormenta do desabamento das torres. Pessoas se jogando das janelas, outras soterradas, outras morrendo aos poucos no desenrolar do desabamento. Bombeiros, polícias, voluntários também sucumbiram no afã de ajudar a salvar vidas. Em vão! Os que se salvaram contaram com a sorte de, por algum motivo, faltarem ao trabalho. Hoje os mortos estão nos seus lugares não sei se bons ou maus lugares, mas estão. Quase três mil pessoas das torres gêmeas se foram pro outro lado da eternidade e consternaram o mundo. Certamente o triplo deste número ficou sofrendo do mau que o VAZIO da morte deixa nos entes queridos. “O pior do ato terrorista não é o confronto entre os que se odeiam, mas a separação entre os que se amam”.

Diante da tragédia, uma coisa se queria saber: quem teria planejado aquilo tudo? Independente de Bin, a tão propalada segurança americana fora posta a prova. Se alguém quiser saber como há rigor na segurança de lá, basta ir como turista para a terra do Tio Sam. Nalguns casos chega a ser humilhante o tratamento dispensado, principalmente aos brasileiros. Mas eles pagaram com JUROS DE MORA essa suposta segurança. Talvez o que mais signifique isto seja o dito popular: a segurança americana não se “engasgou com uma boiada, mas se engasgou com um mosquito”. Esse mosquito não era Aedes Egypti, o nosso mosquitinho da dengue – aquela doençinha de países subdesenvolvidos ou metidos a “besta que nem o nosso”... O mosquito que entrou na garganta dos EUA foi o Aedes Bin Laden.  Esse Bin tinha fôlego de Egypti, pois nós estamos há mais de dez anos combatendo ele e os americanos também. Os americanos mataram Bin, mas nós não conseguimos matar Aedes. Corrijo, até matamos, mas exterminar? Tá difícil! Tal como Aedes, Bin se reproduziu no escuro, dentro de cavernas, dentro de água suja, de água limpa, em morros, em casas, em apartamentos, em subterrâneos, no deserto, dentro de pneus velhos, latinhas com água, vasos de planta, nos campos férteis, enfim, Bin era meio onipresente! Mas Bin tá morto! Alvíssaras, Bin tá morto. Laden os cachorro, toquem os sinos, rezem missas, façam cultos, avoquem Zé Pilintra, boi lulu, Zé Bezeu, o Rabudo, o Cadeirudo, Tranca-rua, Pai Edu, Mãe Menininha, João Paulo II, Madre Tereza, Padre Cícero e todos os demais santos e orixás. Bin Tá morto. Ou matado? Morto e matado para não restar dúvidas. Mas Aedes? Será que tá no Egito? Ou nas favelas dos Coelhos, do Esparadrapo, Entra Apulso, Rocinha, Vietnã, Do Alemão, no Espinheiro ou no bairro de Boa viagem? A reprodução de Bin tem nome de Alcaida e, segundo dizem, é tão vigorosa quando o Bin. Ele morreu! É o que disse Barack. Oh Brahma, desce do Olympus e vem comemorar com Baco a morte de Bin... Como perguntar não ofende, fico pensando: será que daqui a alguns anos aparecerá Bin vivinho da silva? Afinal, ainda hoje dizem que Elvis e Michael Jacson não morreram. Já se disse também que tantas outras famosidades americanas não tinham morrido. Neste rol, incluir Osama é só detalhe, pois ele foi procurado durante dez anos e, deste modo, se não era colunável, passou a ser; se não dava IBOPE passou a dar, se não era “IN”, passou a ser.

Continuo sem saber se foi boa ou ruim a morte de Osama.  Será que não se trata de mais uma chanchada americana? Talvez seja prudente aguardar o tempo, pois como o nosso Aedes, ele pode aparecer em qualquer água limpa (ou suja) encarnado nos seus inúmeros seguidores da "AL- QAEDA" . Diante da nossa realidade torço mais para que a gente extermine o Aeds Egypti. Ele deve ser da mesma cepa de Osama, pois coisa ruim deve ter sempre a mesma origem.

Aos americanos, o trunfo da morte de Bin. Hosana nas alturas! Assim invoca o padre em sua missa: Hosana nas alturas! Que Deus tenha piedade de nós, Hosana nas alturas. Que Deus tenha compaixão das vitimas das torres gêmeas, Hosana nas alturas. Que Deus nos dê forças para exterminar o Aedes, Osama nas alturas!

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(*) Publicado no Recanto das Letras em 02/05/2011

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Brasil. Problemas? Solução: A Lei.

Cristóvão Buarque (Imagem da Internet)




Por Zé Carlos


Recebi de alguns leitores assíduos da nossa AGD, um e-mail onde era anexado um Projeto de Lei apresentado ao Senado pelo nosso conterrâneo, hoje senador por Brasília, Cristóvão Buarque  cujo texto é o seguinte:

PROJETO DE LEI DO SENADO Nº       , DE 2007

Determina a obrigatoriedade de os agentes públicos eleitos matricularem seus filhos e demais dependentes em escolas públicas até 2014.

O CONGRESSO NACIONAL decreta:

Art. 1º Os agentes públicos eleitos para os Poderes Executivo e Legislativo federais, estaduais, municipais e do Distrito Federal são obrigados, ao precisarem do serviço, levar seus filhos e demais dependentes em estabelecimentos da rede pública de saúde.

Art. 2º Esta Lei deverá estar em vigor em todo o Brasil até, no máximo, 1º de janeiro de 2014.
Parágrafo Único. As Câmaras de Vereadores e Assembléias Legislativas Estaduais poderão antecipar este prazo para suas unidades respectivas.

Este projeto ainda corre hoje pela burocracia legislativa do Senado Federal e em sua justificativa o senador, entre outras coisas diz o seguinte:

“No Brasil, os filhos dos dirigentes políticos estudam a educação básica em escolas privadas. Isto mostra, em primeiro lugar, a má qualidade da escola pública brasileira, e, em segundo lugar, o descaso dos dirigentes para com o ensino público.Talvez não haja maior prova do desapreço para com a educação das crianças do povo, do que ter os filhos dos dirigentes brasileiros, salvo raras exceções, estudando em escolas privadas. Esta é uma forma de corrupção discreta da elite dirigente que, ao invés de resolver os problemas nacionais, busca proteger-se contra as tragédias do povo, criando privilégios.

...........

O presente Projeto de Lei permitirá que se alcance, entre outros, os seguintes objetivos:

a) ético: comprometerá o representante do povo com a escola que atende ao povo;

b) político: certamente provocará um maior interesse das autoridades para com a educação pública com a conseqüente melhoria da qualidade dessas escolas.

c)  financeiro: evitará a “evasão legal” de mais de 12 milhões de reais por mês, o que aumentaria a disponibilidade de recursos fiscais à disposição do setor público, inclusive para a
educação;

d) estratégica: os governantes sentirão diretamente a urgência de, em sete anos, desenvolver a qualidade da educação pública no Brasil.

Se esta proposta tivesse sido adotada no momento da Proclamação da República, como um gesto republicano, a realidade social brasileira seria hoje completamente diferente. Entretanto, a tradição de 118 anos de uma República que separa as massas e a elite, uma sem direitos e a outra com privilégios, não permite a implementação imediata desta decisão.

Ficou escolhido por isto o ano de 2014, quando a República estará completando 125 anos de sua proclamação. É um prazo muito longo desde 1889, mas suficiente para que as escolas públicas brasileiras tenham a qualidade que a elite dirigente exige para a escola de seus filhos. Seria injustificado, depois de tanto tempo, que o Brasil ainda tivesse duas educações – uma para os filhos de seus dirigentes e outra para os filhos do povo –, como nos mais antigos sistemas monárquicos, onde a educação era reservada para os nobres.
.............”

Eu já votei no Senador Cristóvão Buarque para Presidente da República, pela sua luta, que deveria ser de todos, em defesa da Educação no Brasil. Eu penso que é por essa via que iremos tornar o país mais igual do que aquele gerado pelas distorções históricas que nos acometeram. Entretanto, o nosso conterrâneo lutou tanto, deu tanto murro em ponta de faca, sendo o último o que tentou dar nas facas do governo Lula, como ministro da educação, do qual saiu sagrando com sua demissão por telefone, que parou de ter os pés no chão e começa a querer revogar a república que temos por decreto.

Eu penso até que isto é uma das suas provocações aos seus pares, tentando despertá-los, com projetos de lei psicodélicos como este para os grandes problemas que temos. Embora ele mesmo saiba que ele jamais terá a mínima oportunidade de ser aprovado, num regime democrático e de direito, mesmo que tivesse uma melhor qualidade do que o nosso. Abolir a escravidão através de lei já foi tentado no Brasil uma vez. Lembram da Lei Áurea? Conseguiu? Se tivesse conseguido, hoje não precisaríamos de leis como estas propostas pelo nobre senador.

Existe um limite, que eu não sei bem qual seja, para as leis “pegarem” ou não “pegarem” num sistema político como nosso. Se ultrapassamos estes limites corremos o risco de, ao invés de resolvermos os problemas, “avacalharmos” as leis, o processo legislativo e até um estado de direito democrático que estamos tentando construir neste país. O Senador já propôs incluir a Felicidade como um cláusula pétrea em nossa Constituição. Talvez devêssemos lutar mais,  e colocar, através de emenda,  já a própria felicidade, do que tentar fazer que os filhos dos políticos estudem em colégios públicos. Minha curiosidade é saber se os filhos do professor estudaram em colégios públicos. Colégios de Aplicação não vale.

Mas, por enquanto, ainda vestido de Vovô Zé , pois ainda sinto o cheiro do meu  neto que ontem esteve comigo, e proponho mais três projetos de lei, pois, quem sabe, num momento de prostração diante do valor diminuído de suas emendas parlamentares, os senadores não os aprovem em bloco? Aceitamos sugestões de projetos semelhantes, e vamos resolver de vez os problemas brasileiros.

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PROJETO DE LEI DO SENADO Nº     , DE 2011

Determina a obrigatoriedade de os agentes públicos eleitos enviarem seus filhos e demais dependentes aos estabelecimentos públicos de saúde até 2014.

O CONGRESSO NACIONAL decreta:

Art. 1º Os agentes públicos eleitos para os Poderes Executivo e Legislativo federais, estaduais, municipais e do Distrito Federal são obrigados, ao precisarem do serviço, levar seus filhos e demais dependentes em estabelecimentos da rede pública de saúde.

Art. 2º Esta Lei deverá estar em vigor em todo o Brasil até, no máximo, 1º de janeiro de 2014.
Parágrafo Único. As Câmaras de Vereadores e Assembléias Legislativas Estaduais poderão antecipar este prazo para suas unidades respectivas.

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PROJETO DE LEI DO SENADO Nº    , DE 2011

Determina a obrigatoriedade de os agentes públicos eleitos andarem com seus filhos e demais dependentes em transporte coletivo público até 2014.

O CONGRESSO NACIONAL decreta:

Art. 1º Os agentes públicos eleitos para os Poderes Executivo e Legislativo federais, estaduais, municipais e do Distrito Federal são obrigados, ao precisarem se locomover, andar com seus filhos e demais dependentes em transporte público.

Art. 2º Esta Lei deverá estar em vigor em todo o Brasil até, no máximo, 1º de janeiro de 2014.
Parágrafo Único. As Câmaras de Vereadores e Assembléias Legislativas Estaduais poderão antecipar este prazo para suas unidades respectivas.

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PROJETO DE LEI DO SENADO Nº       , DE 2011

Determina a obrigatoriedade de os agentes públicos eleitos morarem em habitações públicas com seus filhos e demais dependentes até 2014.

O CONGRESSO NACIONAL decreta:

Art. 1º Os agentes públicos eleitos para os Poderes Executivo e Legislativo federais, estaduais, municipais e do Distrito Federal são obrigados, a morarem em habitações construídas pelo Programa Minha Casa Minha Vida, junto com seus filhos e demais dependentes.

Art. 2º Esta Lei deverá estar em vigor em todo o Brasil até, no máximo, 1º de janeiro de 2014.
Parágrafo Único. As Câmaras de Vereadores e Assembléias Legislativas Estaduais poderão antecipar este prazo para suas unidades respectivas.

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Vamos contribuir pessoal. Mas, sem esquecer uma frase de um bom-conselhense famoso, que disse:

“A Lei é como uma cerca, se ela é muito alta, a gente passa por baixo, se ela é muito baixa a gente pula.”

E talvez, foi pensando assim, que ele hoje dá nome ao Palácio Municipal de nossa cidade. O outro palácio é a Casa de Dantas Barreto, que, caso aprovado os projetos acima, espero que eles antecipem o prazo de entrada em vigor para 2012, em Bom Conselho.

sábado, 28 de maio de 2011

Uma lista faltosa?





Estava eu procurando nos Blogs, coisas para alimentar a página “Deu nos Blogs” e me deparei com a seguinte postagem do Blog de Josias de Souza (28.05 – “Oposição lista em ação ‘supostos’ clientes de Palocci”), que, mesmo achando-a importante para o momento atual,  não a inclui lá.

Resolvi trazê-la para postagem principal, cumprindo assim meu dever gratificante de copiar e colar matinal. Leiam o texto e descubram por fiz isso lá em baixo:

“Representação protocolada na Procuradoria-Geral da República pela oposição relaciona um lote de supostos clientes da consultoria de Antônio Palocci.

Datado de terça-feira (24), o documento é endereçado ao procurador-geral Roberto Gurgel (foto). Pede a abertura de investigação contra o chefe da Casa Civil.

Relaciona 26 empresas. Entre elas logomarcas nacionais, multinacionais e pelo menos uma estatal, a Petrobras. Eis a lista:

1. Pão de Açúcar
2. Íbis
3. LG
4. Samsung
5. Claro-Embratel
6. TIM
7. OI
8. Sadia
9. Embraer
10. Dafra
11. Hyunday Naval
12. Halliburton
13. Volkswagem
14. GOL
15. Toyota
16. Azul
17. Vinícula Aurora
18. Siemens
19. Royal (transatlânticos)
20. Itaú-Unibanco
21. Bradesco
22. EBX
23. Petrobrás
24. Vale do Rio Doce
25. Amil
26. Wtorre

Assinam os líderes do DEM, Demóstenes Torres (GO), e do PSDB, Alvaro Dias (PR), além de Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) e Randolfe Rodrigues (PSOL-AP).

O texto foi escrito no condicional. Fala de “empresas às quais teria Palocci prestado consultoria no período compreendido entre 2006 e 2010”.

Pede que o Ministério Público abra inquérito para apurar os “indícios da prática de atos de improbidade e de tráfico de influência”.

Nesta sexta (27), Palocci remeteu a Gurgel ofício com as explicações que o procurador-geral requisitara na semana passada.

No documento, Palocci sustenta que os serviços de consultoria prestados por sua empresa, a Projeto, não infringiram as leis.

O chefe da Casa Civil de Dilma Rousseff se absteve, porém, de relacionar a clientela que o remunerou.

Palocci reiterou o argumento segundo o qual os contratos que propiciaram a multiplicão de seu patrimônio contêm cláusulas de confidencialidade.

Até aqui, apenas três empresas admitiram formalmente ter contratado os serviços da consultoria companheira de Palocci.

Duas delas –Amil e WTorre— constam da lista encaminhada pela oposição à Pocuradoria. Outra, o banco Santander, não foi incluída na relação.

A representação dos senadores oposicionistas empilha argumentos que se contrapõem à alegada legalidade das atividades de Palocci.

No miolo do texto, os autores comparam a empresa de Palocci a duas das maiores consultorias em funcionamento no país: a LCA e a Tendências.

A primeira foi fundada pelo atual presidente do BNDES, Luciano Coutinho. A segunda tem como sócio o ex-ministro da Fazenda Mailson da Nóbrega.

“O faturamento da empresa de Antônio Palocci está no mesmo patamar, para não dizer acima, das maiores consultorias econômicas do país”, anota a representação.

Afirma-se que, diferentemente da firma de Palocci, a concorrência dispõe de “dezenas de funcionários regiamente pagos”.

Recorda-se que a Projeto, firma de Palocci, faturou R$ 20 milhões em 2010. Equiparou-se à LCA, cuja equipe é “formada por mais de cem pessoas”.

A Tendências, diz a representação, dispõe de “70 funcionários”, atende a cerca de “100 clientes” e fatura anualmente “entre R$ 13 milhões e R$ 15 milhões”.

“O que impressiona mais”, anotam os senadores, “é que metade” do faturamento de Palocci em 2010 (R$ 10 milhões) “ingressou nos cofres na empresa nos meses de novembro e dezembro”.

A cifra foi à caixa registradora da Projeto “em imediata e mecânica reação à vitória da candidata presidencial do PT”, Dilma Rousseff.

Os senadores sustentam que Palocci “adquiriu bens cujo valor é desproporcional à renda que percebia como deputado incompatível” com a atividade de consultor.

“Trata-se de um caso clássico de tráfico de influência”, anota a representação. Para os autores, Palocci incorreu em improbidade administrativa.

Por que? “É evidente que as empresas não contratavam do ministro os serviços usuais e cotidianos prestados no mercado de consultorias”.

“O que o ministro Palocci lhes fornecia eram contatos com seus ex-companheiros no governo federal para obter facilidades ou negócios com a administração pública”.

A representação da oposição e as explicações de Palocci chegam às mãos de Gurgel em momento delicado.

O mandato do chefe do Ministério Público expira em julho. Cabe a Dilma Rousseff indicar o novo titular do posto. Ela pode reconduzir Gurgel. Ou não.”

Eu voltando para as devidas explicações. Primeiro,  este fim de semana meu neto está a bordo e já vesti a roupa de Vovô Zé, em uma cabine telefônica antiga que existe aqui perto. Segundo, por não ver a CIT Ltda entre as empresas relacionadas como clientes da Projeto do Antônio Palocci, e pelo que parece a Lucinha Peixoto está nadando em dinheiro. Pois ela está querendo enfrentar uma campanha eleitoral em Bom Conselho, e, segundo o Felipe Alapenha  e oCláudio André, só enfrentará uma campanha em Bom Conselho quem estiver montado na “bufunfa”. E terceiro, porque a estória do Palocci, realmente, parece estória prá boi dormir.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

"PORTUGUÊS NÓS JÁ SABE".




Por Carlos Sena (*)

Eu sei que a educação deste país é ruim. Como sei que um dia foi péssima e que, certamente será boa, mesmo que demore um pouco. Eu sei que os governos não têm interesse numa escola digna, porque o povo estudado aprende a votar e não votará mais neles. Eu sei que além disto, educação não dá voto porque não é feita de cal e cimento – as escolas, enquanto unidades físicas, sim. Estas igualmente, nós sabemos que são péssimas, como que combinando com a qualidade do estudo e do ensino. “Talvez no raciocínio lógico de que um produto ruim não precise de boa embalagem”...

Eu sei que o dinheiro da educação quando sai de Brasília, chega minguado aos Estados e quando sai dos Estados chega minguado aos Municípios e que, quando chega às escolas há peneiras pouco confiáveis que ainda mínguam o dinheiro do investimento. É como se fosse um encontro minguado de muitos fatores que alteram a soma: pouco dinheiro, prédios precários, professores mal pagos, alunos mal orientados, sociedade carente de cidadãos capacitados! E tudo míngua alhures, como sabemos: míngua o estudo e com ele fica minguada a esperança de vermos os mais simples libertos pelo conhecimento; míngua a ação do bom professor que termina se “vencendo” pela pouca capacidade que dispõe de ter uma vida financeira digna para o sustento de sua família e que, certamente, se entrega ao casuísmo do processo educacional virando mais um. Na verdade a nossa escola está cheia de gente boa, de professores bons que não suportando mais viram “MAIS UM” – eles cansam do descaso que vêm no dia a dia de sala de aula; cansam de ensinar cidadania sem que o Estado lhes garanta a deles; cansam de ver as manobras politiqueiras se utilizar da educação em proveito próprio.

Eu sei que há alguma luz no final do túnel. Mas há mais túneis do que luz em nossa conturbada educação, especialmente no ensino fundamental e médio. No bojo dos túneis  o mal professor é o que mais me assusta. Neste sentido nos referimos ao professor que mesmo ganhando mal como todos ganham, nem esse salário merece. Há professores que teriam que está em outro local fazendo outra coisa, posto que atrapalham a formação das crianças transmitindo uma pedagogia opressora, discriminatória e preconceituosa. Esses, invariavelmente, não estão “nem aí” para a situação da educação e dos educandos. Nunca viraram “MAIS UM” porque já entraram sendo isto e o que é pior: somam ao estado deletério em que se encontra a educação a errônea concepção de servidor público no pior sentido da palavra.

Parece mesmo que tudo colabora no direcionamento do caos. Como que achando pouco, alguns ufanistas da linguagem querem bagunçar a nossa língua padrão fundamentados na suposta certeza de que há um patrulhamento elitista nos fundamentos teórico conceituais do nosso idioma pátrio. O MEC, segundo sabemos e a imprensa alardeiam, financiou um livro para a rede pública de ensino que estimula os alunos a não concordarem verbal e nominalmente os verbos, dentre outros. Talvez esses intelectuais de “meia tigela” estejam discriminando ainda mais aqueles alunos das escolas públicas para quem já se rotula de escola de segunda categoria. Talvez estejam querendo reinventar Paulo Freire numa versão que certamente ele não aprovaria. A pedagogia do oprimido não vaticina isto. Ela valoriza o conhecimento de cada um, recupera suas significações e permite ao aluno a liberdade do saber e nisto, entra o conhecimento padrão da língua.

Eu sei e muita gente sabe das mazelas da nossa claudicante educação. Tenho a impressão que esses lingüísticos que estão de plantão querendo inovar por inovar seriam mais levados a sério defendendo uma reforma estrutural em nossa educação; que contivesse no seu bojo investimentos mais significativos; que conduzissem a educação como questão de governo, até mesmo de “segurança nacional”. Talvez esses defensores do “Nós pesca o peixe” careçam mais de conhecimento do dia a dia dos alunos. Talvez sejam burocratas de plantão que nem saibam mais sequer como preencher uma caderneta escolar. Filosofar sobre educação nem sabem, mas posam disto e além: discriminam as crianças mais carentes evitando com que elas não tenham acesso às informações que a vida irá lhes cobrar nos concursos público e processos seletivos de emprego. Esquecem outros fundamentos básicos como o raciocínio que se exercita ao se estudar a lógica imanente da nossa língua. Como perguntar continua não ofendendo, indago:

a)      Os estudantes teriam condições de ler um livro que prima pela língua correta?

b)      Não se estaria passando, via escola, a idéia (equivocada) de que certo e errado é apenas uma questão de gosto?

c)       Ao se estabelecer o verbalmente falado como certo, qual o referencial que serviria ao educando como fonte de saber?

d)      Em se firmando essa equivocada forma de ler e escrever, onde ficariam os limites entre os que passaram a vida escrevendo certo e editando livros e os partidários do “falar conforme a ocasião”?

É. Diria Millor Fernandes. Digo apenas que tenho pena deste país com essas idiossincrasias idiotas. Espero que um dia não me obriguem a dizer que “PORTUGUÊS NÓS JÁ SABE”...

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(*) Publicado no Recanto das Letras em 23/05/2011

quinta-feira, 26 de maio de 2011

QUANTOS PENSAMENTOS E MUITO MAIS...




Por José Antonio Taveira Belo / Zetinho

A noite passada fui acometido de insônia. Sentei-me no terraço e comecei a olhar para o céu cinzento, apenas uma estrela solitária no alto brilhava. O vento brando da noite esfriava ainda mais a madrugada.  O silencio fez-me pensar e meditar sobre muitas coisas que acontecem em nosso mundo. Guerras, assaltos, corrupção, assassinato e muitos outros fatos. Pensei, para compensar estes pensamentos errôneos, pensei também no ser humano, homens e mulheres, de caráter, de amor, de fraternidade. E ai neste devaneio noturno, lembrei-me do meu amigo Zezinho de Caetés, grande incentivador da cultura da sua terra, e ai fechei os olhos e  sonhei.

 “O companheiro Lula, adquiriu uma grande fazenda, com  dois mil hectares. A Fazenda Esperança, assim denominada,  tem uma infra estrutura dos grandes fazendeiros. O casarão construído em cima de um elevado pintado de branco é destacado por vários quilômetros de distância. Cercada por grandes alpendres, com redes em toda sua extensão, alem de cadeiras de vimes, com encostos vermelhos. Piso de madeira em duas cores, com aplicação de Synteko. Para acesso, o visitante, tem galgar mais ou menos quinze degraus todo revestido de cerâmica vinda do exterior. Um conjunto de cadeiras em madeira de lei ornamenta a ampla sala de visitas, todos com encosto e acentos vermelhos. Outra sala ampla com moveis rústicos e de madeira de lei buscada em algum lugar do mundo. Mesa com doze cadeiras com acento e espalmo em veludo vermelho. Uma cristaleira do século 18 ao lada direito com cristais importado da Suíça. Em cima do móvel, estatuetas adquirida em suas viagens internacionais e regionais. Algumas fotografias presas na parede de alguns artísticas plásticos renomados e presentes recebidos quando de suas visitas ao exterior. Na parede em frente à entrada da grande sala um pôster sua ostentando a faixa presidencial do Brasil.

O Zezinho o grande incentivador do progresso de sua cidade Caetés, querendo dotar a cidade de um movimento cultural que eleve esta cidade aos mais distantes ricões do nosso País, vai até a residência do companheiro de infância. Chega à fazenda no seu pequeno carro Siena 2011, estacionando e apeando--se no portão principal trabalhado por artesões, encontra-se com o primeiro vaqueiro, todos vestidos a caráter, e se anuncia;

- Sou amigo do Presidente Lula. Ele está?

O vaqueiro olha desconfiado por cima do ombro, entra em uma cabine e pega um telefone anuncia a visita. Dois minutos depois, pode entrar abrindo o portão, com a inscrição em alto relevo “Seja bem vindo!”.

A entrada da fazenda até chegar à casa grande, é de uma lindeza extrema. O caminho em pedras importadas ladeada por hortênsia, brancas, rosas e violeta. A grama em toda a sua extensão bem aparada. Uma carranca recebida em Petrolina, lá esta ornamentando o terreno. Ao lado um campo de futebol para recreação dos visitantes quando se encontram para uma pelada e logo após um churrasco regado de vinhos, cervejas e a famosa “caipirinha”. Alguns pés frutas e flores ornamentais ali estão presentes Alguns pavões, e garças passeando. O céu azul com poucas nuvens e o sol brilhando sob grama molhada era um espetáculo a parte. Ao lado uma grande piscina e com varias cadeiras, vermelhas ao seu redor. Chuveiro e uma bica com água escorrendo pela bico fino do golfinho,azul com alguns detalhes vermelhos. Uma churrasqueira de grande porte ao lado, coberto por telhas de primeira qualidade. No outro lado esquerdo, avistamos um vaqueiro cuidando de cavalos puro sangue, em uma bem cuidada cavalariça. Em um grande alpendre, amostras de selas, coxim, arreios para montaria, tudo brilhando. O vermelho predominava.

Subia os degraus, indo diretamente ao companheiro Lula que lá estava em pé de botas cano longo do mais fino couro, cingindo por um cinto com fivelas de vaqueiros de rodeio, uma camisa xadrezada de mangas comprida aberta à altura do peito, mostrando uma grande corrente de ouro com a medalha de São Luiz e um chapéu tipo cowboy branco cobrindo a sua cabeça deixando alguma mecha de cabelos grisalhos. A barba o seu forte, bem aparada. Ria como Jeca Tatu quando enriqueceu.

Recebeu o Zezinho, com aquele abraço filial, o que Zezinho desconfiou daquele agrado, pois até pouco tempo era ignorado como aconteceu em um comício em Garanhuns. Os passos soaram sobre aquele piso brilhoso.

Sente-se mandou o companheiro Lula.

Sentou em uma confortavel cadeira de vime com acento e encosto vermelho, cruzou as pernas, enquanto Lula gritava.

Marisa manda Filomena trazer aquela latinha 51, limão, açúcar e gelo. Não se esqueça de trazer a mãozinha para espremer o limão. Traga dois copos um para o meu companheiro de infância e outro para mim. O meu você já sabe qual é. É aquele que recebi em Madri quando da minha ultima viagem.

- Você voltou? Perguntou o Zezinho bem instalado muito bem na poltrona de vime de pernas cruzadas.

Ainda não.

Estou aqui por pouco tempo. Tenho que descansar da labuta da política. Acostumei-me com a Granja do Torto e com o seu ar de campo, mas aqui é melhor e mais amplo. Veja, apontando com o dedo riste, tudo isto eu comprei. Aqui crio mais ou menos quatro ou cinco mil cabeças de gado nelore. Tem hora que olho e só vejo aquela brancura.

- Bem!

 - É uma alegria receber você neste meu rincão.

- O que desejas? Desculpe não é assim que se fala ao amigo de infância.

- Faz tempo que agente não se ver, não é? Desculpe qualquer coisa, o que vale mesmo é a nossa amizade de criança, não é?

Rimos.

- Mas companheiro Lula, é o meu desejo e da comunidade em criar a Academia Caeteense de Letras, em nossa cidade, o que achas?

- Acho bom.

Na época que você foi presidente, não foi possível falar, mas agora que estás fora do poder, acredito que a hora é esta.

- O que precisas para fundar esta tal academia? Sei pelo que me disseram que academia reúne homens e mulheres escritores e poeta, não é?

- É!

- E eu entro nesta brincadeira como? Eu que agora sou Doutor Honoris Causa, não sei o resto não? Deram-me este nome em Portugal. Estes portugueses são mestre em querer passar a gente para trás, pois, nós fazemos muitas piadas com eles. Mas dizem que este nome que me deram mesmo sem ter nenhum curso, foi para bajular, aqui prá nós, cochichou.
  
- Pois é Lula tu vai ser um imortal?

- Vixe que troço é este?

- Eu ser imortal?

- Eu não vou morrer nunca?

- Não é nada disto, Lula. Imortal significa que o seu nome nas letras fica para sempre, isto?

- Mas se eu não tenho livro nenhum?

- Não sou escritor, fui agricultor, metalúrgico, deputado e presidente e agora fazendeiro, como é que vamos colocar o meu nome neste negócio. O meu nome já está imortalizado com grandeza, pois fui Presidente do Brasil, por duas vezes, o que achas? Daqui a muitos séculos meu nome será ainda lembrado, nos livros que se escreverem.

- Certíssimo 

- O que necessita para que isto aconteça, ou melhor, dizendo, a criação da Academia?

- Precisamos do seu aval.

- O meu aval já tem. O que mais?

- Uma casa para estabelecer os encontros acadêmicos mensalmente.

- Pois já tens! O projeto Minha Casa Minha Vida fará doação de uma.

- Mais é muito pequena não dá para os serviços culturais que nossa cidade necessita.

- Dou duas, ou três o quantas forem necessárias. Eu quero que a Academia nasça e cresça colocando este pequeno torrão brasileiro nos mais longínquo lugar deste País.

- Pois é!

- Vou providenciar a criação da nossa Academia, antes que a Academia Bom-conselhense de Letras passe na minha frente, pois, tem tal de Zetinho que vive futucando aquela comunidade e, antes que isto me aconteça quero inaugurar a nossa Academia.

- Pode começar agora mesmo,

Acordei e fui dormir o sono dos justos

terça-feira, 24 de maio de 2011

A utopia que deu certo



Por Zé Carlos

Li o artigo da estudante de jornalismo gaúcha, Caroline Berbick (aqui neste Blog e aqui no Blog da CIT). Fazia tempo que não ficava orgulhoso. Só um pouquinho com o meu neto e mais um pouquinho com a manutenção do hexa. Mas estes “orgulhuzinhos” não contam diante do “orgulhozão” que tive quando o li.

Naquelas épocas passadas e até históricas já para o ritmo em que corre a história em nosso meio digital, quando eu resolvi abandonar o barco da computação gráfica por falta de talento e neurônios suficientes, entregando a CIT Ltda ao Diretor Presidente, eu jamais esperaria que as aporrinhações da Lucinha, do Cleómenes, da Eliúde e de outros para criarem um blog, poderia ter dado tão certo.

Hoje dou “a mão à palmatória”, quando leio o seguinte , da nobre jornalista, com seu texto de fazer inveja ao Carlos Heitor Cony:

Apesar do avanço da inclusão digital, o Brasil ainda tem longo caminho a percorrer para superar a barreira que a desigualdade social impõe ao acesso de todos ao computador. Um estudo feito em 2007 pelo pesquisador Julio Jacobo Waiselfisz, intitulado Lápis, Borracha e Teclado, revelou que entre os 10% de população mais pobre, apenas 0,6% tem acesso a computador com internet. Enquanto isso, entre os 10% mais ricos, esse número é de 56,3%. O estudo mostra, também, que somente 13,3% dos indivíduos de raça negra usam a internet, mais de duas vezes menos que os de raça branca (28,3%). As discrepâncias regionais também chamam a atenção. Os índices de acesso à internet das Regiões Sul (25,6%) e Sudeste (26,6%) são mais de duas vezes superiores aos constatados nas Regiões Norte (12%) e Nordeste (11,9%). No Distrito Federal, 41% da população usa a internet, ao passo que, em Alagoas, apenas 7,7% o fazem.


Pois é na Região Nordeste, onde se tem o menor índice brasileiro de acesso à internet, que vive Lucinha Peixoto, uma mulher que ignorou algumas estatísticas. Lucinha vive no agreste de Pernambuco, a 280 quilômetros de Recife, na cidade de Bom Conselho. Trata-se de uma cidade de 45 mil habitantes, que sustenta o título de terra natal de Pedro de Lara, com economia baseada na pecuária, ensino de diretrizes autoritárias (reflexo que ainda persiste da ditadura), e uma característica bastante interessante: atividade blogueira intensa.


Lucinha é uma das pioneiras dos blogs de Bom Conselho de Papa-Caça. Perto da “boa idade”, como se classifica, ela se considerava uma ciberfóbica: “Sobre computador não tinha conhecimento nenhum. Sentimento, pavor”. Mas de forma lenta, segura e gradual, Lucinha foi se adaptando, e hoje utiliza tranquilamente a máquina: “Tive o incentivo dos meus filhos. Foi através deles que consegui me aproximar do bicho e descobrir que ele não mordia, embora hoje saiba que pode provocar crises existenciais, sociais e políticas, que podem ser terríveis.”

Parte da aproximação de Lucinha à informática se deu pelo seu trabalho. Ela era secretária de numa empresa chamada CIT LTDA, que produzia vídeos de entretenimento e reflexão, utilizando computação gráfica. Porém, nas palavras de Lucinha, depois que o Diretor da Empresa decidiu que, a partir de uma certa idade, computação gráfica seria demais para os seus neurônios, todos passaram a investir no Blog da CIT, onde Lucinha é uma das colaboradoras mais assíduas.


O Blog da CIT foi pioneiro na cidade e, desde 2008, já recebeu quase 100 mil acessos. As atualizações são feitas quase diariamente pelos membros da equipe, pouco menos de dez colaboradores. Intitulado “Um Blog de Bom Conselho”, a página apresenta crônicas bastante elaboradas sobre diversos assuntos: acontecimentos gerais, política, cultura. Até biblioteca o blog tem, com links de livros indicados pelo conselho editorial. A ideia empolgou os conterrâneos de Bom Conselho, e outras pessoas que também não se satisfaziam em apenas publicar seus comentários no site da prefeitura, que segundo eles, faz certa censura, passaram a criar seus blogs.


Formou-se uma comunidade blogueira extremamente crítica e reflexiva em Bom Conselho. Assuntos polêmicos, discussões políticas, textos de qualidade, todos conversando entre si. Agora, a novidade da rede virtual da cidade é o blog A Gazeta Digital. Bom Conselho tem um jornal chamado A Gazeta, mas, apesar dos pedidos, o periódico nunca se aventurou a migrar para a internet. Pois a comunidade blogueira, em especial o Blog da CIT, se apropriou da missão e criou a própria Gazeta Digital, que tem por objetivo ser um blog noticioso. A ideia inicial é publicar conteúdo produzido pela comissão editorial, mas também receber contribuições por e-mail para preencher espaços destinados a artigos, avisos, fotos, e assuntos como história e geografia, política e economia, sociedade e turismo. Em cinco meses, foram, pelo menos, 15 mil acessos. Por ser novo, ainda existe muita expectativa e formatos a serem mudados. Tudo guiado pelas manifestações dos leitores e pelo prazer de escrever da equipe.


Bom Conselho, cidade pequena do agreste de Pernambuco, tornou-se um centro de comunicação alternativa de alta qualidade. Lucinha Peixoto, que não largou das panelas e nem do neto, se faz ouvir não só em Pernambuco como em qualquer outro lugar do mundo, levando sua literatura e reflexões de pessoa vivida. Valquíria Gratti e Renato da Silva, antes desqualificados para os empregos que sempre tiveram, agora têm no currículo a esperança de novas oportunidades. Isso chama-se inclusão digital.”

Sem falsa modéstia na pequena parte que me concerne, a atividade blogueira realmente, era uma antes do Blog da CIT e outra depois. E a Lucinha foi decisiva em tudo isto, sem tirar os devidos méritos dos seus colegas de empresa. Embora naquela época o Site de Bom Conselho (SBC) fosse mais independente das hostes oficiais, com seu mural muito mais informativo, embora desse muito mais trabalho, inclusive de censura, ao seu administrador. Foi o Blog da CIT que abriu as portas para diversos escritores bom-conselhenses, alguns ainda hoje colaboradores e outros não.

Realmente o Blog foi o pioneiro na cidade, e eu durante dois anos “rui a corda” por não ter embarcado junto na mesma aventura. Só ficava observando e poucos vezes sugerindo coisas, muito menos do que os componentes do Blog me sugeriam. Até que fui invadido certa vez pela Lucinha e pelo DP, que deram a ideia da A Gazeta Digital. Todos pensamos inicialmente nas promessas do amigo Luis Clério em fazer o seu jornal com um apêndice digital, e esta foi a ideia inicial. O importante do artigo da Caroline é que ela pesquisou tudo nos Blogs, como boa jornalista que é, e falou tudo certinho, com algumas não importantes exceções. O Luis Clério, igual a mim com o Blog da CIT, também “roeu a corda.

A A Gazeta Digital já está há quase seis meses no ar e já faz a sua parte, como gente grande. Nem tudo são flores. Mas vamos levando. A informação vinda diretamente para nós de Bom Conselho, ainda é muito pouca. Vejam o caso do falecimento de Joanita, que ontem nos foi informado pelo Beto Guerra. Ainda não sei como nem quando aconteceu, pois em nosso orçamento não existe verbas para telefones, e nossas fontes nem sempre dão valor ao que nós mais antigos damos. Talvez tenha dado na rádio. Mas, a atividade de é quase incompatível com rádio.

Isto se explica, em parte, por sermos ainda a cidade dos coronéis. Quando vamos esquecendo isto, um vereador leva uma surra, e jura de pés juntos que houve motivação política. Como esperar que nos mandem notícias que contrariem os novos coronéis? Em Bom Conselho tudo é política. Nascimento, batizado, enterro, missa, cafezinho, carnaval, forrobom, água, esgoto, saneamento e tudo mais. E nestes tempos eleitorais, até notícia de morte, precisa ser checada e rechecada para não bancarmos o bobo.

Queremos divulgar mas, ainda vivemos sonhando com o Pedro de Lara para divulgar o nome de Bom Conselho, a partir do programa de sua mulher, e agora esperando que a bela e esforçada Ana Luna diga uma palavrinha num programa de TV ou noutro enquanto a UvaPassa. Até agora, só houve comentários ao artigo da Caroline, de blogs de Garanhuns que reconheceram, há muito, a importância do Blog da CIT na região. O artigo foi muito mais longe do que o Sudeste e alcançou o Sul do Brasil, pelo esforço, principalmente da Lucinha Peixoto.

Uns dizem que não é um esforço desinteressado, pois ela quer mesmo é ser vereadora em Bom Conselho. E que tem isto com o silêncio em relação a um artigo que apenas diz a verdade? Só há a explicação do elefante: “1 elefante incomoda muita gente, 2 elefantes incomodam incomodam muito mais....” Sabendo que ele vai me odiar por compará-la a um elefante, eu digo que a Lucinha são 10 elefantes. A proposta dela de baixar o salário dos vereadores para um salário mínimo, suas ideias sobre o governo do povo que e a exclui e assim exclui uma parte do povo como ela se julga, suas opiniões sobre o tráfico em Bom Conselho, que mais parece cidade indiana, alguém aparece para dizer que a solução passa por semáforos, suas opiniões de católica consciente e altiva e que como ela diz, “não é ovelha”, e outras e outros fazem as pessoas tentarem esquecer até que nossos Blogs existem. Sem eles tudo voltaria ao oba oba e ao auto elogio permanente. O que eu gostaria mesmo e vou dar todo o incentivo é que a Lucinha se lance de corpo e alma em sua campanha, apesar de reconhecer suas limitações de ordem pessoal e familiar.

Sei que todo Bom Conselho conectado leu o artigo da Caroline. O que gostaríamos é que os não conectados também lessem. Será que a imprensa escrita de nossa terra não irá publicá-lo? Se os elogios que foram feitos a Bom Conselho fosse feitos a Garanhuns, todos os Blogs de lá já o teriam publicado. Mas, a imprensa e os Blogs de Bom Conselho, ainda estão esperando o relatório do coronel. Mas, quem será o coronel? Quando, e se, algum dia o caso do vereador for esclarecido, talvez o conheceremos. Será que ele ou ela frequenta o cafezinho do Luis Clério?

Conversando sobre isso com a Lucinha, ela me disse: “Zé Carlos, quem tem cotovelo tem medo. E eu prezo muito o meu. E ainda querem que eu apareça. Se eu levasse a surra que o vereador levou só aproveitariam minha banha”. E riu da forma como ela sempre faz com as próprias jocosidades.

Vejam o vídeo a seguir, se aguentarem o incômodo, já que não aguentam o da Lucinha.


segunda-feira, 23 de maio de 2011

Uma enquete: "Você acha que a Ana deveria pedir desculpas públicas ao Ronaldo?"

Ana, Ronaldo e Lucinha

Por Zé Carlos

De: ANA LUNA em 28/04/2011
Para: TODOS
AMIGOS, AMANHÃ, SEXTA, UVAPASSA NO PROGRAMA DA CRISTINA ROCHA, SBT A PARTIR DAS 16 HORAS....BJUSSSSSSSSSS
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De: RONALDO DIAS em 29/04/2011
Para: TODOS
PREZADOS, TENHO OBSERVADO QUE NESTE SITE, O QUE REM PREVALECIDO SÃO SOMENTE AMENIDADES E ASSUNTOS DE NATUREZA PESSOAL, E CREIO QUE TEM CASOS QUE REALAMENTE MEREÇE NOSSA ARENÇÃO, POIS ESTAMOS LIDANDO COM COISA SERIA, MAS O QUE EU GOSTARIA É DE VER ESS SITE UM POUCO MAIS APIMENTADO", COM DISCUSSÕES DE ASSUNTOS DO NOSSO DIA-A-DIA, E QUE TENHA CERTA RELEVANCIA. POR EXEMPLO TEM COISA MAIS CHATA DO QUE ESSE "UVAPASSA"? O QUE É ISSO?- RONALDO DIAS DE MELO-RIO-DE-JANEIRO.
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De: ANA LUNA em 30/04/2011
Para: RONALDO DIAS
PREZADO SR. RONALDO DIAS.O SENHOR TEM TODA RAZÃO .HÁ COISAS MUITO MAIS IMPORTANTES A SEREM DEBATIDAS.COMECE COM UMA BOA AULA DE PORTUGUÊS.EM SEU TEXTO, MAL REDIGIDO , HÁ ERROS ATÉ DE CONCORDÃNCIA.....VAMOS LÁ! ANIME-SE E EM VEZ DE ACESSAR O PAPACAÇA MURAL, ACESSE UM SITE QUE ENSINA NOSSO IDIOMA.CARINHO DEANA LUNAUVA PASSA
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De: RONALDO DIAS em 02/05/2011
Para: DONA ANA LUNA
PODE FICAR SOSSEGADA, QUE VOU LHE PROCURAR UM SITE PARA APRIMORAR O MEU IDIOMA, QUE PARA A SRA. IMAGINO EU, DOTADA DE POUCOS RECURSOS EM NOSSA LINGUA, NÃO DEVA COMPARTLHAR DE DEBATES NESTE ESPAÇO, DEVIDO A SRA. ALEM DE MOSTAR O SEU DESPREZO, AINDA ATUA DE MODO PRECONCEITUOSO. ESPERAVA DA SRA. UM COMPORTAMENTO MAIS ELEGANTE E NÃO SER TÃO AGRESSIVA. DE QUALQUER FORMA TRMHA BASTANTE SUCESO NA SUA VIDA LITERARIA, ACREDITO QUE PELOS LIVROS QUE A SRA LEU E ATE ESCREVEU, O SEU ESPAÇO NA ABL, ESTARÁ GARANTIDO. DIAS FELIZES PARA A SRA. COM CARINHO. RONALDO DIAS. RIO-DE JANEIRO.
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Lucinha Peixoto em 02/05/2011

Por acaso passei hoje no Mural do SBC. Apimentou geral. O Sr. Ronaldo Dias botou fervendo na Ana Luna. Para mim ambos tem razão. A Ana Luna tem todo direito de anunciar o UvaPassa no SBC, e não anunciar aqui na AGD. E, talvez por isso o Ronaldo tenha toda razão de não conhecer o UvaPassa, pois quase ninguém ler mais o Mural do SBC. Mas, por outro lado, ambos não tem razão. Ana Luna chamou o Ronaldo de apedeuta e este reagiu chamando ela de grossa. Mesmo que Saulo não apareça mais para atualizar a Academia Pedro de Lara, o Mural, como é automático continua funcionando, e eu noticio aqui para ver se o SBC todo não morre. Vão lá no Mural do SBC e participem. Está apimentado. É xingamento de tudo que é lado. Eu já xinguei muiiiiito lá também. Hoje, só escrevo aqui neste espaço, onde mantenho a compostura. Eu odeio brigas. Estou terminando de escrever os capítulos finais do Casamento Real em Seráfia, sem xingamentos. Aguardem!!!
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Lucinha Peixoto em 07/05/2011
Eu já estava desesperançada. Não ia mais à APL. Ia só no Mural do SBC, para verificar se a Ana Luna já havia pedido desculpas ao Ronaldo Dias pela grosseria da concordância verbal com ele cometida. E hoje estou aqui, salva das águas do Recife, e avisada pela amiga Maria Caliel, que as noivas da Ana e a vida do Gildo estavam de volta, na APL. Fui lá e além destes textos, estavam lá os de Zetinho (todos publicados aqui na AGD e voltarão a serem publicados no Blog da CIT), e um monte de textos do nosso Diácono Di, que por alguns títulos terei assunto por mais de uma semana. Viva! Viva! Tenho que encontrar um bonequinho adequado. Só falta agora o Saulo explicar porque deu este prejuízo aos leitores de Bom Conselho. 
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Este diálogo, publicado no Mural do SBC e no Mural da AGD dias atrás (é apenas um resumo, quem quiser os detalhes, deve ir direto às fontes), já gerou muitas letras. Principalmente, da Lucinha Peixoto e da Ana Luna. A primeiro tomou as dores do Ronaldo e a Ana ficou com suas dores. Ontem li, em nosso Mural, aqui na AGD, um recado do Diretor Presidente, onde ele falava da rusga delas e que prezando ambas as duas não gostaria de se meter (o DP não esqueceu das aulas do Zezinho, quando ele dizia que esta expressão não era errada mas, era um pleonasmo literário e já fora usado por muitos indivíduos bons de língua, como por exemplo, o Rui Barbosa que dizia: “Ambas as formas são gramaticais? São-no ambas as duas”) .

Igual a ele, eu não gostaria de me meter no debate, pois o tempo é curto, apesar de o achar importante, nestes tempo em todos lutamos por “um vida melhor”. Já hoje, recebi um telefonema do DP, que depois de relatar suas posições sobre o caso, sem querer que elas se tornassem públicas, disse que adoraria opinar sobre ele, da mesma forma que ele opina sobre todas as coisas: secretamente. Pensamos juntos, então. E chegamos à conclusão de que a melhor forma de sermos “anônimos das ideias” é usar o mesmo mecanismo da democracia que tanto admiramos: o voto. Por que não uma enquete?

Continuamos a pensar juntos enquanto falávamos e até brigávamos a respeito da importância do hexa campeonato. Será que as pessoas envolvidas no debate vão querer fazer parte de uma enquete pública? Por que não? Respondeu o DP. E foi além. Hoje, e em qualquer época, quem não quer sofrer críticas não se torna uma pessoa pública. E todos os envolvidos são pessoas públicas, inclusive nós, por estarmos dando estes “pitacos” através dos Blogs. Quem não quer sofrer críticas ou elogios do público, escreve diários secretos, para serem publicados depois da morte.

Ele me convenceu. A AGD, volta com suas enquetes, envolvendo as opiniões da Lucinha Peixoto e da Ana Luna em relação à crítica desta última ao Ronaldo Dias. Ficamos então pensando em como formular a pergunta, que refletisse todo o imbróglio. Por uma lado a Lucinha (que até fundou o Movimento dos Sem Concordância Verbal, o que já daria outra enquete) diz que, pelo diálogo mostrado acima, a Ana Luna deveria pedir desculpas públicas ao Ronaldo Dias. E Ana Luna se recusa a fazê-lo, pelo menos até o momento que lhes escrevo. Se as desculpas vierem, a enquete perde um pouco a sua força presente, mas não perde a capacidade de orientar as pessoas para opiniões futuras.

Então, agora há pouco reuni todo o meu staff e decidimos perguntar aos bom-conselhenses e a todos que nos lêem:

Você acha que a Ana deveria pedir desculpas públicas ao Ronaldo?

Vamos, pelas limitações da ferramenta de enquete, fornecida pelo Blogger, gratuitamente, e de cavalo dado não se olham os dentes, limitar as respostas a “sim”, “não” e "não sei". Já aviso que “as enquetes do Blogger” é uma ferramenta que não permite, depois de lançada, a interferência dos administradores dos blogs, a não ser sua retirada completa. Os administradores, nem mesmo o Blogger, podem identificar aqueles que nela votam, mantendo, igual a uma urna eletrônica, o anonimato para os votantes. Para ser mais claro, os votos são dos computadores, que só podem votar uma vez, pelo o que eu saiba. Então se na família existirem divergências, ou comprem computadores para as crianças ou discutam antes de votar.

Espero que o resultado da enquete, no prazo de 15 dias dados para reflexão, sirva como uma orientação futura, mais do que qualquer demonização de quem quer que seja no presente. Para aqueles que quiserem tornar públicas suas opiniões, com mais letras, temos o nosso Mural, além do nosso e-mail para enviarem textos mais longos, que serão publicados, se acharmos conveniente ( agazetadigital@citltda.com ).

E vamos à urna instalada ai no lado direito do Blog!

DANUZA LEÃO, e o Palito de dente e etc.




Por CARLOS SENA (*)

Às vezes a gente está buscando uma “catota” que rola em nossa venta. Digo catota porque poderia dizer “meleca”, mas pra dizer assim teria que me referir a nariz, não a venta. Nesse movimento circular de caça dentro dos nossos septos nasais (eu gosto de misturar o popular com o sofisticado), a gente quase que se esquece do mundo. Outro dia, em pleno Eixo Monumental de Brasília – pra quem não se lembra, é o eixo que conduz as duas grandes pistas de rolamento de automóveis que levam aos conglomerados arquitetônicos que abriga os três poderes do Distrito Federal, presenciei cena hilária: num carro super luxo, uma senhora super produzida, limpava seu “salão” absortamente. Fiquei lhe observando. Ela parecia que estava sonhando de tão aparentemente feliz com aquela “viagem”. Percebendo que foi percebida, discretamente levantou o vidro do seu carrão (parecia ser uma Mercedes Benz) e seguir tão logo o farol ficou verde. Ela, certamente poderá ter ficado vermelha, mas eu fiquei rindo comigo mesmo e meio envergonhado por tê-la feito sair daquele “orgasmo” meio escatológico.  O grande detalhe é que acontece com a catota, o que mais ou menos acontece com o palito de dente (?). Talvez não. Mas Danuza Leão que me desculpe: poucos dizem que usam o palito, muitos dos que isto fazem não tem coragem de confessar. Quem de fato não usa provavelmente o faça no banheiro, como aconselha Danuza, digo, como como não aconselha.

Nesse contexto escatológico, um amigo me contou que, diante de um “pum” involuntário, silencioso, quente, meio úmido, ficou numa verdadeira “sai justa”, quero dizer, calça. Os amigos se retiraram todos pra bem distante vociferando: “vai limpar que cagado você já está”; “quem tem um “C” desse é pobre porque quer”; “o banheiro é mais na frente” e coisas do gênero. Noutra situação idêntica, ele já bem esperto diante do vexame que passou, logo correu para o banheiro. Esperava ele dar o seu “peido” mais tranqüilo. O banheiro estava aparentemente vazio e ele, bem a vontade, deu aquela “bufa” pra luftal nenhum botar defeito.  Não contava ele que num dos Box estava uma pessoa que ao sair foi logo vociferando: “que “C” heim? “Já encomendou a alma”? – Por quê? – Porque o seu corpo já está podre! Coitado. Tenho medo que ele se frustre com suas flatulências exóticas e procure um analista. Imagino como seria uma pessoa com essa “queixa” sendo psicanalisada: será que o diálogo seguiria meio “Doutor meu primeiro peido foi diferente do segundo. O primeiro foi mais uma bufa, já ou outro foi apenas uma flatulência exagerada. Meu maior sofrimento é que minha namorada que presenciou e “tragou” o primeiro “PUM”, me deixou e eu estou sofrendo muito, pois eu a amava “... Se fosse uma novela, o título O PEIDO E A NAMORADA cairia bem.

Bom humor em mim abunda. Gosto de levar a vida na descontração e por isto não julgo certo o primeiro peido, nem o segundo. Da mesma forma que não avalio a atitude da senhora de Brasília se divertindo com sua catota, quero dizer meleca. Quanto ao palito de dente, há controvérsia, mas pondero: acho feio mesmo ver uma pessoa num restaurante, com a mão na boca fingindo que não está palitando os dentes, certamente imaginando que as pessoas estão fingindo que não estão vendo. Eu assumo. Palito meus dentes sem a mão na boca. É o mínimo que posso fazer: assumir que palito os dentes, mesmo sabendo das recomendações da grande dama do jornalismo brasileiro e da etiqueta social. Sou prático para afirmar isto: eu pago a conta do restaurante, pago ao dentista e ainda dou gorjeta ao garçom. Quem me criticar diante do que vê é só deixar de prestar atenção a vida alheia. Certo que tudo não é tão pratico assim, mas há coisas que o são. Nesse conflito de conceitos, me encafifa uma coisa: todos os restaurantes simples ou chiques que eu conheço não tiram os paliteiros da mesa. Convenhamos, há resíduos de alimentação que ficam em nossos dentes e que só o palito remove.

Valores a parte, tudo indica que nós seres humanos somos a nossa grande contradição. Todos tiramos meleca da venta. Todos palitamos os dentes. Todos soltamos peido, pum, flatulência, etc. Todos temos nossas idiossincrasias nem sempre socialmente corretas nem politicamente aprovadas. Convenhamos: há certas escatalogias que nos dão prazer. Muitas delas até são motivo de separação conjugal, embora saibamos que a psicologia tem algumas explicações científicas. Particularmente eu “viajo” mesmo diante de uma catota que desafia minhas narinas. Tenho outras menos ortodoxas, mas que prefiro não falar delas, pois a graça está no fazer, não no relatar. Afinal, tudo se gasta quando se revela. Certamente você tem as suas e sabe muito bem do que estou falando.

A bem da verdade, eu acho as etiquetas sociais muito bem pensadas. A maioria delas prima pelos bons hábitos sociais facilitando a convivência. Do mesmo modo, a bem da verdade, acho que há regras que foram feitas pra gente transgredi-las.

Com licença que preciso ir ao banheiro palitar meus dentes!
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(*) Publicado no Recanto das Letras em 20/04/2011

domingo, 22 de maio de 2011

NÃO QUERO MORRER!




Por José Antonio Taveira Belo / Zetinho

Esta exclamação do amigo Douglas no leito do hospital ao abrir a porta para uma visita. Olhava-me com interrogação como se a minha resposta resolvesse o seu problema. Fiquei atônito mediante esta exclamação em forma de pergunta, partindo de um enfermo em desespero.

Ali fiquei parado racionando o que diria a aquele meu amigo de longas datas ali deitado em uma cama coberto com um lençol listrado por listas azuis e brancas. O tubo de soro pendurado pingava pingo a pingo lentamente escorrendo por uma mangueira de plástico fina e transparente com uma agulha presa em uma veia da mão direita. Olhava-me com um olhar suplicante com um sorriso de quem não acreditava na vida, mesmo assim lutava para viver. Pus a mão em sua mão, e eu não sei se era permitido esse gesto, mas senti uma mão fria e pálida. Olhei nos seus olhos, e notei pelo seu semblante a impaciência já tomando conta dele.  Aquele desconforto que proporciona ao paciente estava chegando à beira do desespero, assim ele se expressou. Esperava por uma milagrosa cura, ou por uma não morte lenta e sofrimento. Quando chegasse a hora fosse uma morte repentina. “Pau e bufe”, morreu.

Ainda, chocado com a pergunta inicial respondi e a única palavra que poderia proferir foi “Tenha fé em Deus” Todos nós passaremos por provações, pela doença, e por outras dificuldades que acontece na vida. E, quem não vai morrer? É verdade que um dia todos nós teremos que perecer e enfrentar o desafio da morte que é uma certeza. Mas não devemos pensar somente neste assunto e, sim no viver e viver bem o tempo que nos resta.

 É verdade, disse ele, é verdade, mas não desejo. Fechou os olhos umedecidos. E, disse – esta doença já estava anunciada há tempo, pois não me cuidei como deveria ter me cuidado. Antes de ser detectado pelo médico, que estava com começo de “cirrose” hepática motivado pela bebida, fez uma pausa, olhou para mim sentado ao seu lado, e disse, você sabe quanto nós bebemos e farreamos pelos bares da vida? Deu-me algumas restrições que não obedeci e continuei na vida de sempre de bar em bar. Veja agora o resultado. Estou em um hospital preste a morrer, é mole? Estou pagando o preço do descaso e por não ter obedecido. A gente pensa que é de ferro. Somente agora, já desenganado é que nós tomamos consciência de que somos feitos de dejetos e lama.

Não é verdade?

Claro que sim, respondi.

 Agora digo prá você o que mais me incomoda não é morrer é o que vou encontrar no desconhecido! O que vou encontrar com cerrar os olhos neste mundo, quando não ver a beleza do sol, da lua, do mar e os rios. Quando não sentir o vento assanhando os meus cabelos. E os verdes das arvores? E as flores com as suas multicores, arejando com o seu perfume os jardins nas praças? A musica, o baião, o bolero, a valsa, o samba, o frevo? Quando não ouvir o som do violão, do cavaquinho, do violino, do piano, do clarinete, do piston, do saxofone, do pandeiro, do surdo? Do passear pelas as avenidas, ruas e becos curtindo o casario de séculos passados. O eco das pisadas nas pedras do Pátio São Pedro. O por do sol parado no parapeito da Ponte Duarte Coelho? E o céu azul com as nuvens passeando de um lado para outro?  E o Carnaval? Os pombos nos na Praça de São Pedro, beliscando a pipoca que cai dos transeuntes?  Tudo isto e muito mais me dar tristeza e revolta. E o que mais me incomoda é não admirar mais a formosura de mulher e, ai o bicho pega, riu.

 Ouvia tudo atentamente. 

Continuou falando. Não dava brecha você falar ou argumentar. Ontem noite sozinho na penumbra deste quarto frio e esquisito, quarto de hospital é esquisito mesmo não é? 

Claro que sim! Ninguém gosta mesmo.

 Continuou como disse, o silencio deste quanto, somente ouvindo as passados no corredor das enfermeiras, principalmente nas madrugadas, vislumbrei, o meu morrer.

Foi assim.

Fechei os olhos e elevei meus pensamentos do que vai acontecer.

Não deves recordar isto! É muito fúnebre, bicho!

Engana-me que eu gosto, riu. Estou perdido. Dessa não saio, somente para o Santo Amaro, o santo do meu coração.

Ainda bem, não é, ri também.

Mas veja o meu sonho acordado. Foi assim.

Numa manhã fria eu encerro a minha vida aqui na terra. O medico constata a morte. Olha desconsolado, mas com o dever cumprido. Cobre-me com um lençol branco. Lá estou estirado aguardando ir para a pedra fria, somente agüenta aquele que morre, riu.  Dali em diante é tudo mais fácil. A família chega, uns chorando outros com cara de tristeza. Veste-me com um terno preto que se encontra no guarda roupa que vesti mais ou menos há vinte anos, no casamento da minha filha mais velha, Glória. Enche o caixão dos dois lados de flores amarela, é assim porque em uma brincadeira em casa com alguns amigos embaixo do pé de mangueira, tomando umas “biritas”, disse para a mulher “olha quando eu morrer quer rosas amarelas” à mulher repetiu “rosas são muito caras, vou colocar cravo de defunto” e disse sorrindo para mim deixa de besteira Douglas isto é conversa para quem está alegre com os amigos.  E, ai começa reza no velório. Quatro velas acesas um crucifixo na cabeceira e o meu rosto coberto por um véu, por causa das moscas que ficam sobrevoando. Os olhos semi-serradas, os ouvidos com dois tampões de algodão brancos e desta mesma formam o nariz, tanto para não ouvir as asneiras dos amigos e das pessoas que ali estão e também para não sentir o odor que já exala do meu corpo inerte. De vez em quando a mulher passa a mão no meu rosto. Não sei o que ela diz. Tudo isto eu estou vendo lá do alto, ninguém me vê, mas eu vejo todo mundo, se é assim que as pessoas acreditam. Lá para as quatro horas da tarde, vem o chororó, e tampa-se o caixão e as pessoas cantam “segura na mão de Deus e vai” e lá vou indo em cima de um carro empurrado por quatro pessoas e o coveiro compenetrado, com a colher de pedreiro na mão em frente do cotejo... Todos cantando. Terminada a cerimônia, todos se despedem e vão embora e eu lá fico esquecido...

Tu tens cada pensamento, Douglas? Por que pensar assim e, não pensar de sair deste leito e viver a vida.

É. Penso também, mas esta difícil, a primeira opção é a que vai chegar primeiro. Mas deixa isto prá lá. Tens visto o pessoal?

Quase ninguém. Todos sumiram como eu vou sumir daqui, ri.

Dê lembranças aqueles “desgraçados” diga que ainda estou vivo. Espero a visita deles se é que dê tempo.

Um abraço.

 Apertei a sua mão e, sai penalizado com aquele conversa fúnebre, que me atormentou... Disse para mim mesmo, se eu soubesse desta narrativa, não teria ido, mas...