Por José Antonio Taveira Belo / Zetinho
Há dois dias que o sol aparece com seus raios brilhantes em nossa cidade de Olinda. A chuva desapareceu, prometendo voltar a qualquer momento. É o meu tempo, diz ela. Apenas uma trégua para que as cidades metropolitanas se recomponham e escoam as águas. Aproveitei este pequeno tempo favorável, fui até o calçadão do Bairro Novo, fazer a minha caminhada de seis quilômetros. Passei pelos septuagenários e octogenários sentados no seu banco de cimento a rir e soltar piadas. Desta vez não parei para escutá-los, apenas os cumprimentei e segui em frente.
Nesta sexta feira treze tirei o dia para comemorar três datas importantes – O aniversário da minha neta Geovanna Taveira, com os seus três aninhos, que logo cedo liguei para sua casa em Natal.
Atendeu com a sua voz doce.
- Alo?
- É Geovanna?
- É. Quem é?
- É teu avo José e tua avó Maria.
- Oi vovo, como vai?
- Estou te ligando para te dar os parabéns pelo seu aniversario. Vai haver festinha?
- Vai vovo. Na escolhinha. E a tarde vai cantar parabéns, eu, papai, mamãe, e Tavinho e umas meninas minha vizinhas. Venha com vovó. Estou esperando!
- Eu desejaria mais é muito longe. Fica para o próximo ano.
- Um beijo para o senhor e vovó, que eu estou indo para a escolhinha. Tchau.
- E um beijão para você que Deus lhe conceda muita felicidades.
O aniversário do querido SPORT CLUBE DO RECIFE que completa 106 anos de gloria no Estado de Pernambuco, que deixa seus milhares de aficionados feliz da vida. Estamos prestes a completar o quadragésimo titulo estadual, independente, se é hexa ou não, o que interessa é ser campeão neste próximo domingo e colocar mais um troféu em sua galeria de vitórias em sua sede social. Nesta manhã houve uma salva de fogos saudando o dia do Leão do Norte, o rubro negro da Ilha do Retiro e o hasteamento da bandeira com as suas cores vermelho e preto e o tradicional símbolo do leão.
E por fim a LEI ÁUREA e conseqüentemente a comemoração da ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA, interrompendo um ciclo de angustia, aflição e sofrimento para os seres humanos de raça negra, graças à benevolência da PRINCESA IZABEL assinando em 13 de maio de 1888 finalizando a escravidão no Brasil. Já em 1850 foi dado o primeiro passo com extinção do tráfico negreiro. Vinte anos mais tarde foi declarada a LEI DO VENTRE-LIVRE, assinada em 28 de setembro de 1871. Esta Lei tornava livres os filhos de escravos que nascessem a partir da promulgação. Em 1885, foi aprovada a LEI SARAIVA-COTEGIPE ou SEXAGENÁRIO que beneficiava os negros de mais de 65 anos. Os grandes defensores e abolicionista JOSÉ DO PATROCÍNIO e RUI BARBOSA, entre tantos outros nomes que defendia com muita garra a abolição da escravatura.
Depois destas lembranças, passei a manhã ouvindo as bonitas e saudosas músicas do Anízio Silva, “Me leva em teus braços / aqui não posso mais ficar / por ti tudo faço / prá não te ver chorar”... depois, “Alguém me disse / que tu andas, novamente / de novo amor / nova paixão / toda contente / conheço bem / tuas promessas / tuas juras iguais a essa / esse teu jeito / de enganar / conheço bem”... mais outra, “Quero beijar-te as mãos minha querida / fica junto de mim / vem por favor / és o maior enlevo / da minha vida / és o reflorir e a minha flor / cada melodia trazia recordações do tempo que morava por aquelas bandas, Bom Conselho, principalmente em Garanhuns, ouvindo pelo rádio Difusora de Garanhuns e, interpretando, se é que interpreto, as musicas deste cancioneiro sentimental. Ouvi o Nelson Gonçalves e o Altemar Dutra e por fim para encerrar com chave de ouro, abri uma cerveja bem geladinha, no ponto, solvi a pequena lata em três goles, vendo e ouvindo o último show de Valdick Soriano, sempre com o seu chapéu, terno e óculos escuros, tomando o seu uísque com gelo a cada intervalo. cantando “Amigo se esta cartinha falasse / prá dizer aquela ingrata / como está meu coração / e o coração cheio de magoa / esta morrendo de paixão / pois homem quando chora / tem no peito uma paixão”... e encerrando, “Eu não sou cachorro não / pra viver tão desprezado / eu não sou cachorro não... Tomei o ultimo gole e me preparei para assistir a nossa peça teatral da nossa Galharufas Produções, O MULATO do consagrado escritor Aluizio Azevedo, que encenamos para milhares de estudantes no Teatro da Boa Vista.
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