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terça-feira, 31 de maio de 2011

BIN LADEN E O MOSQUITO DA DENGUE




Por CARLOS SENA (*)

Não sei se o melhor para Osama era a morte. Não sei também se o melhor para os EUA era permanecer com ele vivo. Certo é que os americanos inventaram guerras como a do VIETNÃ que mataram milhares de pessoas sem que nós, pobres mortais entendessem os motivos reais, embora eles fossem divulgados. No dia 11 daquele setembro todos vimos pela TV ao vivo e em corres, a tormenta do desabamento das torres. Pessoas se jogando das janelas, outras soterradas, outras morrendo aos poucos no desenrolar do desabamento. Bombeiros, polícias, voluntários também sucumbiram no afã de ajudar a salvar vidas. Em vão! Os que se salvaram contaram com a sorte de, por algum motivo, faltarem ao trabalho. Hoje os mortos estão nos seus lugares não sei se bons ou maus lugares, mas estão. Quase três mil pessoas das torres gêmeas se foram pro outro lado da eternidade e consternaram o mundo. Certamente o triplo deste número ficou sofrendo do mau que o VAZIO da morte deixa nos entes queridos. “O pior do ato terrorista não é o confronto entre os que se odeiam, mas a separação entre os que se amam”.

Diante da tragédia, uma coisa se queria saber: quem teria planejado aquilo tudo? Independente de Bin, a tão propalada segurança americana fora posta a prova. Se alguém quiser saber como há rigor na segurança de lá, basta ir como turista para a terra do Tio Sam. Nalguns casos chega a ser humilhante o tratamento dispensado, principalmente aos brasileiros. Mas eles pagaram com JUROS DE MORA essa suposta segurança. Talvez o que mais signifique isto seja o dito popular: a segurança americana não se “engasgou com uma boiada, mas se engasgou com um mosquito”. Esse mosquito não era Aedes Egypti, o nosso mosquitinho da dengue – aquela doençinha de países subdesenvolvidos ou metidos a “besta que nem o nosso”... O mosquito que entrou na garganta dos EUA foi o Aedes Bin Laden.  Esse Bin tinha fôlego de Egypti, pois nós estamos há mais de dez anos combatendo ele e os americanos também. Os americanos mataram Bin, mas nós não conseguimos matar Aedes. Corrijo, até matamos, mas exterminar? Tá difícil! Tal como Aedes, Bin se reproduziu no escuro, dentro de cavernas, dentro de água suja, de água limpa, em morros, em casas, em apartamentos, em subterrâneos, no deserto, dentro de pneus velhos, latinhas com água, vasos de planta, nos campos férteis, enfim, Bin era meio onipresente! Mas Bin tá morto! Alvíssaras, Bin tá morto. Laden os cachorro, toquem os sinos, rezem missas, façam cultos, avoquem Zé Pilintra, boi lulu, Zé Bezeu, o Rabudo, o Cadeirudo, Tranca-rua, Pai Edu, Mãe Menininha, João Paulo II, Madre Tereza, Padre Cícero e todos os demais santos e orixás. Bin Tá morto. Ou matado? Morto e matado para não restar dúvidas. Mas Aedes? Será que tá no Egito? Ou nas favelas dos Coelhos, do Esparadrapo, Entra Apulso, Rocinha, Vietnã, Do Alemão, no Espinheiro ou no bairro de Boa viagem? A reprodução de Bin tem nome de Alcaida e, segundo dizem, é tão vigorosa quando o Bin. Ele morreu! É o que disse Barack. Oh Brahma, desce do Olympus e vem comemorar com Baco a morte de Bin... Como perguntar não ofende, fico pensando: será que daqui a alguns anos aparecerá Bin vivinho da silva? Afinal, ainda hoje dizem que Elvis e Michael Jacson não morreram. Já se disse também que tantas outras famosidades americanas não tinham morrido. Neste rol, incluir Osama é só detalhe, pois ele foi procurado durante dez anos e, deste modo, se não era colunável, passou a ser; se não dava IBOPE passou a dar, se não era “IN”, passou a ser.

Continuo sem saber se foi boa ou ruim a morte de Osama.  Será que não se trata de mais uma chanchada americana? Talvez seja prudente aguardar o tempo, pois como o nosso Aedes, ele pode aparecer em qualquer água limpa (ou suja) encarnado nos seus inúmeros seguidores da "AL- QAEDA" . Diante da nossa realidade torço mais para que a gente extermine o Aeds Egypti. Ele deve ser da mesma cepa de Osama, pois coisa ruim deve ter sempre a mesma origem.

Aos americanos, o trunfo da morte de Bin. Hosana nas alturas! Assim invoca o padre em sua missa: Hosana nas alturas! Que Deus tenha piedade de nós, Hosana nas alturas. Que Deus tenha compaixão das vitimas das torres gêmeas, Hosana nas alturas. Que Deus nos dê forças para exterminar o Aedes, Osama nas alturas!

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(*) Publicado no Recanto das Letras em 02/05/2011

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