Em manutenção!!!

terça-feira, 30 de junho de 2015

VOU PARA SÃO PAULO!




Por  José Antonio Taveira Belo / Zetinho


Um pequeno riacho corta os três alqueires do sitio Beira Rio. Terra boa para plantação onde é cultivado jerimum, milho, feijão, mandioca, banana, melancia entre outros. Alguns pés de mangas rosa e espada, goiabeiras, jacas, abacate que na safra é tantas que é dividido com as pessoas da redondeza. O curral com seis vacas leiteiras e alguns cabritos pastando no terreno. Uma casa cercada de alpendre com algumas redes penduradas para descanso, azuis. Seu Elesbão, carinhosamente chamados por todos com “Bão” era um homem dos seus cinquenta anos. Vive para aquele sitio, onde ama e nunca desejou sair para algum lugar. Cuida de toda plantação e dos animais logo cedo da manhã, antes do sol raiar. Tira leite das vacas e depois com enxada vai para o roçado. À tarde sempre trás algo para casa, uma melancia, um cacho de banana verdosa que amadurecia pendurada no alpendre. Dona Flor sua mulher, uma morena dos seus quarenta e cinco anos, esperta e trabalhadora no campo, nunca se acostumara com aquele serviço da roça. Às vezes ia ajudar mais logo saia, não aguentava a quentura do sol. Sentia-se só, naquele pedaço de chão. A noite era monótona, não tinha com quem conversar. Ela e seu Dão era o seu mundo. Não se arrependera da sua vida matuta, mas não era pecado desejar outras coisas na vida. Nada conhecia a não ser o pequeno povoado. Desejava conhecer novas terras, novas pessoas, novos modo de viver e o seu sonho era morar em São Paulo. Seu único passeio era ir à missa celebrada na Matriz do Santo Expedito, no sábado, dia de feira às 10 horas da manhã pelo Padre Afonso. Depois ia conversar com algumas comadres no terraço da casa de Dona Mariquinha, ali tomava conhecimento de tudo que acontecia no povoado. Mulher queres mesmo ir morar em São Paulo? Já pensastes nisso? Seu marido nunca apoiou esta ideia absurda, não foi? Ela ficava calada, rindo sempre. E se não der certo? Tu vais voltar com a cara no chão. E tua idade, já pensastes? Mulher pensa direitinho para não quebrar a cara. São Paulo não é aqui não. Tu vais vê. Lá é tudo diferente daqui. La não se tem amizade, cada um cuida de si e Deus por todos. Pensa bem, diziam. Um dia a mulher resolveu visitar o seu filho Abrão, que se fora há uns cinco anos e pelo jeito se dava bem. Casado e já com dois filhos. Nunca reclamou em suas cartas da vida que vivia. De tanto aperreio Bão resolveu viajar, nunca morar, pois não conseguia esquecer o seu sitio. A mulher por ela vendia tudo e comprava uma casinha lá e iam trabalhar. De jeito nenhum vendo o meu sitio, disse. Não tem ninguém que me faça morar em São Paulo, pois não sei ler e nem escrever bem. E tu vais ser empregada domestica. Ser mandada e por aqueles capitalistas. Nunca vou morar lá. Falou com o seu cumpradre Vitinho e disse para ele tomar conta do sitio até ele voltar. Mas tu não vais morar lá, de acordo com a comadre? Nunca, meu velho saio daqui. Nunca!  Compraram as passagens para um ônibus clandestino. Saiu por volta do meio dia de Sertãozinho, cidade as dois quilômetros do seu sitio.  Dona Flor levou uma galinha assada, farinha, pão doce e uma garrafa de guaraná para se alimentar nos primeiros momentos. Levava alguma economia guardada no bolso da calça para o restante da viagem. Por volta das dez e meia da noite, o ônibus teve seu pneu furado. Parou e o motorista disse que nada podia fazer, pois era noite e ficava difícil de trocar o pneu. Todos se acomodaram dentro do ônibus, um calor infernal, escuro, e gritos de criança chorando para aumentar a confusão. Seu Bão já estava arrependido da viagem. Pela manhã, consertaram o pneu e seguiram viagem sob um sol abrasador. Todos suados, já fedendo, pois ainda não tinham parado para as suas necessidades. A dor de barriga e a mijação já incomodava. Por volta das três da tarde parou o ônibus numa casinha sem agua e sem banheiro, pois, o ônibus clandestino não podia parar em posto de gasolina, pois seria aprendido. Tais vendo mulher, que sofrimento. Esta tua invenção não vai dar em nada. E assim durante três dias o sofrimento era terrível. Chegaram à Rodoviária de São Paulo todos estropiados. Fedendo e sem lugar certo para ficar e tomar banho. Dona Flor nada avisou ao filho, pois queria lhe fazer uma surpresa. Milhares de pessoas indo e vindo dentro da Rodoviária. Dezenas de ônibus saindo e chegando. Procurou saber de alguns funcionários mais ninguém ensinava bem. Tais vendo mulher às pessoas aqui não dão cabimento para ensinar nada. Que se virem. Sentou-se em uma cadeira suado, com roupa suja procurando saber como chegar à casa do filho. Dona Flor por coincidência tinha um envelope na mão com endereço. Bairro M’boi Mirim. Ninguém ali por perto sabia. Ninguém, mesmo um guarda que se encontrava ali por perto sabia. Procurou saber com uma moça onde era este bairro. A moça informou correndo e atendendo outras pessoas, mandando para o metrô. Ele não sabia que bicho era este. Nunca ouvira falar. Apanharam as maletas e começaram a descer uma escada rolante, quase caindo, desequilibrado. Os trens passavam em alta velocidade e quando parava era urgente pegar. Passaram o dia nesta agonia. A cada instante dizia, devíamos ter ficado em casa e nunca vir para esta terra de sofrimento. Finalmente, chegaram à estação Esperança e não sabia como comunicar. Perguntava as pessoas se sabiam o endereço que constava no envelope. Ninguém sabia. Outros balançavam a cabeça em negativa. Até que um homem ouvindo a sua pergunta ensinou - à senhora entra naquela esquina, vira a direita, lá tem um posto de Saúde, atravessa a ponte de madeira, sobe uma pequena ladeira e depois vira a esquerda é este o endereço certo. Bão coçou a cabeça já desiludido com aquela viagem. Dona Flor já descadeirada, apesar da pouca idade, mais era mulher e mulher cansa logo, dizia. Foram e quando chegaram ao lugar, não sabia a casa, numa rua cumprida e tortuosa. Os numero das casas divergiam às vezes o numero pequeno, outra vez o numero era alto. Como achar o Abrão? Saíram como penitentes perguntando ali e acola se conhecia, ninguém sabia informar. Até que o barraqueiro disse, é um nordestino? É sim de Pernambuco. Pois ali mora um rapaz que é daquelas bandas. Va lá e confira. Chegaram numa casa pobre no alto, com três cômodos. Duas redes estendidas na sala, uma mesa e um fogão com algumas panelas em cima. Dono Flor e seu Bão estavam admirados com aquela pobreza. Ele que tinha uma bonita casa, sitio e tudo mais ia morar num lugar daquele. Nunca. Bateram palma. Uma mulher bonita, mas mal vestida veio atender. O que é que vocês querem?  Aqui mora Abrão? Sim. Nós somos os seus pais e viemos para passar uma temporada. A mulher quase morre de susto. O que? Aqui não tem lugar nem para gente como é que vamos acolher vocês. Ficamos admirados e surpresos com a acolhida. Entramos e ficamos sentados em cadeiras, esperando pelo nosso filho que chegou por volta das dez horas da noite. Mas Abrão tu não moras aqui tu morre. Tais vendo mulher que a coisa aqui não é o que tu pensas? Dona Flor já desiludida disse tens razão, vamos voltar para nosso canto e Abrão se quiser ir volta conosco, não é? Fizeram as malas e todos voltaram para o sitio. São Paulo nunca mais, não quero nem ouvir este nome. Voltaram.

segunda-feira, 29 de junho de 2015

A semana - Saudação à mandioca e a república do "pixuleco"




Por Zé Carlos

Esta semana que passou foi um verdadeiro terror, a próxima deverá chegar ao nível do Conde Drácula ou do Zé do Caixão. E, nossa causa, a do humor, está difícil de não ser negro (já aviso que um dos meus avós era mulato, outra era cafuza e outro era branco, para mostrar que tendo todos estes genes, não sou racista, então não me processem por isto), com tudo que nela aconteceu.

Já comecei publicando aqui um texto do Zezinho de Caetés, que bateu o recorde do blog em um só dia, só porque falava do suicídio da Dilma (aqui). Ou melhor, de um suicídio Porcina, porque era, sem nunca ter sido. Como ele mesmo diz lá: “E, realmente, não passou disto, de uma brincadeira nas redes sociais, onde se mata qualquer um em menos de um minuto. A internet hoje se tornou um tipo de esporte onde as pessoas podem satisfazer seus mórbidos desejos e ainda influenciar pessoas, para o bem ou para o mal.”

Nem adianta enfatizar que, mesmo usando a internet para informar os fatos semanais, eu tento ficar longe da morbidez, e quando não posso fazer isto, tento transformá-lo em humor, que atinge o mesmo objetivo, porém, com resultado diferentes para nossos 9 leitores. E aí já estar o preâmbulo deste texto, que começa e termina com nossa musa inspiradora, a Dilma, e termina com ela. Começa ela tentando o suicídio com tranquilizantes, o que já é hilário, para uma ex-guerrilheira, e termina (estas redes sociais não a deixam em paz) com a notícia de que o motivo principal de sua viagem, para visitar Obama, é pedir a ele, pelo amor de Deus que ele lhe conceda asilo político. Seria uma pena, porque no texto da próxima semana só poderíamos escrevê-lo em inglês, a língua mais falada em nosso país ultimamente. Afinal de contas todos querem emigrar para os States.

Vocês vejam a que chegou nossa presidente. Embora tendo certeza que, igual ao suicídio, isto não é verdade, dá vontade de rir, apenas quando pensamos que se ela fosse sensata, realmente não voltaria ao Brasil, mesmo que o asilo americano não fosse concedido. Ora, todos sabem, que a rota do avião presidencial para ir a Washington, passa por cima de Cuba, e que o Fidel jamais lhe negaria asilo pelos serviços prestados à aquele país caribenho. Afinal de contas, ela construiu lá o maior porto de sua gestão, o Porto de Mariel, hoje, servindo à sua finalidade maior, de receber turistas americanos. E seria melhor escrever na próxima semana em espanhol, ou, em dilmês mesmo, que é a língua do humor nacional.

Deixemos as conjecturas de lado e vamos aos fatos passados. E, se sustentem em suas poltronas. Vocês sabiam que a Dilma criou uma “mulher sapiens”? Não? Pois ela, na abertura do Campeonato Mundial dos Povos Indígenas, disse textualmente:

“Nós somos do gênero humano, da espécie sapiens, somos aqueles que têm a capacidade de jogar, de brincar, porque jogar é isso aqui. O importante não é ganhar e sim celebrar. Isso que é a capacidade humana, lúdica, de ter uma atividade cujo o fim é ele mesmo, a própria atividade. Esporte tem essa condição, essa bênção, ele é um fim em si. E é essa atividade que caracteriza primeiro as crianças, a atividade lúdica de brincar. Então, para mim, essa bola é o símbolo da nossa evolução. Quando nós criamos uma bola dessas, nós nos transformamos em homo sapiens ou mulheres sapiens

Vejam só a capacidade imaginativa de nossa governante, mas, principalmente, de nossa maior colaboradora no humorismo. É óbvio, que esta capacidade não é só dela, no PT já se faz humor coletivo. E o melhor de tudo, para mim, que tenho que fazer rir os meus leitores, todos aplaudem esta barbaridade, que é tão grande quanto o decreto para tratá-la como “presidenta”, o que não fazemos aqui, por motivos óbvios. Sei que ela não pode falar mais a grandes massas populares porque as “panelas” não deixam. No entanto, já imaginou ela repetindo, num comício, lá na Avenida Paulista ou aqui no Largo de Casa Amarela, as palavras, “homo sapiens” e “mulheres sapiens”, seria linchada imediatamente. Ou a plateia berraria furiosa: “mulher sapo é a mãe!”.

Se vocês pensam que acabou o discurso da Copa dos Índios, estão enganados. Se alguns já começaram a bolar pelo chão, descansem, e continuem. Lá, ela também disse, que somos “sapos” por causa da invenção da bola. E fez isto mostrando uma bola feita de palha de coqueiro (penso eu), e querendo agradar os índios presentes. Há até uma foto do Pajé presenteando a referida bola a ela. Ninguém sabe o que ele disse a ela, mas, poderia ter sido: “Índio não quer bola, índio quer apito!”. Então está tudo explicado, porque ele pressentia que a Dilma iria usar o apito. E o fez.

Eu já sei, que a esta altura já deverá haver alguns leitores hospitalizados pelo excesso de riso. Mas, esta coluna não seria justa com a nossa musa se não transcrevesse uma de suas mais hilariantes frases deste discurso, já cognominado de A Saudação da Mandioca:

“Nenhuma civilização nasceu sem ter acesso a uma forma básica de alimentação, e, aqui, nós temos uma, como também os índios e os indígenas americanos têm a deles. Temos a mandioca, e aqui, nós estamos e, certamente, nós teremos uma série de outros produtos que foram essenciais para o desenvolvimento de toda a civilização humana ao longo dos séculos. Então, aqui, hoje, eu tô saudando a mandioca, uma das maiores conquistas do Brasil”.

Como vocês podem avaliar se chegaram até aqui vivos, é que a Dilma, realmente, se superou com esta saudação. Alguém, em sã consciência, poderá não rir, agora, quando encontrar uma mandioca? Bem, poderá rir ou poderá chorar, dependendo do uso que se faça desta grande conquista. Dilma já escolheu o dela.

Mas, deixemos a mandioca, digo, a Dilma de lado e passemos para outros assuntos. E não poderia deixar de ser alguns que nos foram proporcionados pelo nosso outro, grande colaborador, o Lula. Este é outro, que quanto mais passa aperto mais nos faz rir. É um pândego, como sempre digo. Mesmo se ele não faz humor, outros fazem com o seu nome. Imaginem que um paulista, vendo que o Lula poderia ser preso, e se isto acontecesse esta coluna poderia diminuir o humor semanal, impetrou um Habeas Corpus preventivo, contra a a sua prisão. Ou seja, ele apenas tentou impedir que um dos maiores humoristas do país, fosse preso. Sabem o que o Instituto Lula fez? Divulgou uma nota dizendo que o Lula não tinha nada a ver com caso. Ninguém entendeu nadica de nada. Ou, quase ninguém, porque eu entendi muito bem. Todos ficaram sabendo que os “propineiros” da Lava Jato, chamavam Lula de Brahma. Como no instituto ninguém sabia que Brahma é um deus e isto era um elogio, quis impedir, preventivamente, o que viria a seguir: Agora teríamos o Instituto Brahma.

Outro fato que não pode deixar de ser comentado, numa sessão de humor, foi a ida de parlamentares brasileiros à Venezuela. Já sei, meus céticos leitores já estão, mentalmente, dizendo, que eu já escrevi a respeito disto, inclusive criticando o Senador (não cito o nome para ele não requerer o Art. 14) que quase nasceu em Bom Conselho, por ele ter sido contra a ida de alguns outros parlamentares (que não puderam quase lá entrar), na semana retrasada. O hilário desta ida é que o próprio senador garanhunhense foi junto com o grupo, fazer a mesma coisa, e que foi presenteado com uma máscara de palhaço pelo grande opositor do Maduro na Venezuela. Ou seja, não voltaram com a cara lisa, e sim com a cara de palhaço. Adiante.

Bem, até aqui, o humor foi branco como as águas do Papacacinha, agora ele se tornará mais escuro do que o petróleo vindo do pré-sal. Um empresário, pagava propinas a meio mundo dos políticos, para ganhar os contratos da Petrobrás, Ricardo Pessoa é o nome dele, resolveu abrir o bico e cantar mais do que o Chávez, quando aparece ao Maduro na forma de passarinho. E com este mavioso canto, não nos dá certeza de que teremos esta coluna na próxima semana. Será que haverá semana política a partir desta segunda-feira?

Foi um horror e agora sim, todo o humor que sair daqui é negro mesmo. Ou seja, a situação de certos políticos no Brasil, já está superando a capacidade da Lava Jato. É muita sujeira. Só para falar nos principais, o empresário diz que doou tanto dinheiro para as campanhas eleitorais de Dilma e Lula, houve sobras suficientes para até para bancar qualquer tratamento no Sírio-Libanês. E onde está o humor disto? É que li ontem que nossos colaboradores já disseram que não tem culpa nenhum disto. E quem é o culpado? Pensei que seria o mordomo, mas, nossos gênios do humorismo disseram que a culpa é do tesoureiro. E eu pergunto: De novo?

No momento que escrevo não sei ainda notícias da viagem da Dilma aos Estados Unidos, e não posso saber se ela pediu asilo político por lá, ou pulou de paraquedas em Cuba. O que sei, se tudo o que o empresário for verdade, tanto ela quanto Lula estarão em tempo integral dedicados a escrever para esta coluna. Então, Deus queira que a Dilma renuncie e que o Lula se junte aos companheiros ornados com tornozeleiras eletrônicas, ou junto com seu amigo Pizzolato.

Bem, agora vocês podem ler abaixo o resumo do filme dos produtores do UOL que mostram os principais fatos da semana política e depois vejam o curto filme logo abaixo. Antes de desejar um boa semana, forçando o meu lado otimista, eu quero dizer como o tesoureiro do PT, o Vaccari, chamava o dinheiro das propinas recebidas e colocadas dentro de sua mochila característica: Pixuleco. Então podemos dizer que nos tornamos a república do pixuleco. Que coisa horrorosa!

“A presidente Dilma Rousseff (PT) saudou a mandioca e "inventou" as mulheres sapiens em uma semana marcada pelas críticas de Lula ao PT.”


sexta-feira, 26 de junho de 2015

Lula entra num voo cego...




Por Zezinho de Caetés

Antes, falei sobre o suicídio de Dilma (aqui), que não houve. Hoje falo do de Lula, que poderá haver, se ele tiver sorte, porque como diz o texto do Hubert Alquéres (Blog do Noblat -24/06/2015), que tem como título “O arrivismo do caudilho”, ele pode estar tomando um avião, num voo cego, e poderá se espatifar no chão a qualquer hora.

O que acho que não foi dito, no texto, é que este avião poderá cair na Papuda, onde possivelmente o Pizzolato, seu assessor no mensalão, o espera para lhe dar um abraço de afogados. Nunca na história deste país, um criador traiu tanto uma criatura, como o meu conterrâneo Lula está fazendo com sua criatura, a Dilma, nossa “grande” gerenta presidenta e genitora dos PACs, alcunha dada por ele para elegê-la duas vezes.

Ele também, agora critica o PT, e quer uma revolução no partido para ver se consegue ser um candidato viável em 2018. Quem sabe, talvez, crie um outro partido que poderia ser o PB, ou seja o Partido do Brahma, que era o seu apelido entre os empreiteiros os quais, junto com ele, sugavam as verbas da Petrobrás e do BNDES. Em outras palavras, com o dinheirinho de minha aposentadoria que não aumenta, faz tempo.

Para ele, comprovando sua fama de frasista, diz “Eu estou no volume morto, junto com a Dilma e o PT está abaixo do volume morto”. Eu sei que isto é verdade, mas, dito pelo Lula é muito estranho. Eu prefiro outra frase, que o Hubert ameaçou citar no texto abaixo, mas, não o fez: “Lula, para se eleger, pisaria até no pescoço da mãe”, dita um dia pelo Brizola. É lastimável, que além de velho (dito por ele mesmo) o meu conterrâneo tenha perdido a compostura, se é que ele um dia teve alguma. Se Dona Lindu fosse viva já teria saído de perto.

Por isso comecei dizendo que o suicídio era pouco para ele, e eu nem cogitaria da veracidade de um boato neste sentido. Compará-lo com Getúlio Vargas seria um erro terrível. É melhor compará-lo com Fidel Castro, seu ídolo, cujo caminho ele quer trilhar. Ser Ditador Vitalício. No entanto, não desejo nem que ele se suicide nem se espatife no solo. Bom seria vê-lo jogar futebol na Papuda com o Dirceu.

Mas, fiquem com o texto do Alquéres, que eu vou ler agora uma nota dos senadores do PT, a qual depois comentarei, que pretende alçar Lula ao lugar de Deus, na marra.

“Está certo que todo caudilho é egocêntrico por natureza, mas o ex-presidente Lula ultrapassou todos os limites do arrivismo ao pisar no pescoço da presidente Dilma Rousseff e entregar a cabeça do PT para tentar salvar a própria pele. Em uma ação desesperada, arrisca-se em um voo torto com o propósito de descolar sua imagem de Dilma e do PT. Só assim, acredita, preservará o que ainda lhe resta de popularidade. É o único caminho que vislumbra para tentar voltar ao Planalto em 2018.

Por uma questão de respeito a quem não está mais neste mundo, não vamos aqui reproduzir as palavras de Brizola, de 1989, sobre o que Lula seria capaz de fazer para concretizar sua ambição pelo poder. Nem precisa. Basta olhar para os meios utilizados pelo ex para se despregar do rotundo fracasso do governo Dilma. Dia sim e outro também, vaza, ou deixa vazar, versões de reuniões que o deixam bem na fita e retiram mais ainda o escasso oxigênio da presidente que ele próprio inventou e tutelou.

Como o atual governo virou uma mala sem alça, um andor difícil de carregar, Lula prepara o bote para abandonar o navio. Sabe-se bem que abraço dos afogados não é com ele.

Não basta apenas se livrar da criatura. É preciso jogar no mar também o PT, antes da catástrofe eleitoral que se anuncia no horizonte do Partido dos Trabalhadores, nas próximas eleições municipais.

Quando se pensa que já se viu tudo em matéria de sordidez na política, Lula apronta mais uma. Entrega os petistas aos leões, como se o processo de domesticação do Partido dos Trabalhadores e de amancebamento dos “companheiros” não tivessem sido obra sua.

José Dirceu assumiu a presidência do partido com a missão de pavimentar a estrada que levaria Lula ao poder. Para tal enquadrou as tendências internas, jogou na lata do lixo as velhas bandeiras, entre elas a que funcionava pelo menos da boca para fora: a defesa da ética.

Com a assunção de Lula o Estado foi tomado. Pelo Partido dos Trabalhadores e pelos movimentos sociais. Entidades anteriormente combativas receberam todo tipo de benesse governamental e até as poucas ditas puras se apelegaram.

Sindicalistas e petistas deram origem a uma nova nomenclatura, aboletada em diretorias de fundos de pensão e empresas estatais, ocupando milhares de cargos de confiança. Difícil crer que agora Lula queira que eles larguem o osso.

O modelo de cooptação foi ampliado aos partidos aliados por meio de mecanismos antirrepublicanos: o toma lá dá cá.

A crise econômica, política e ética deixaram o rei nu. Seu rugido, tal qual o de um leão velho, já não mete medo. Sente-se sozinho, ameaçado por todos os lados, sobretudo por um furacão chamado Lava-Jato.

Já não existem mais os exércitos de Stédile, da CUT e da UNE para saírem a campo em defesa de Lula e seu modelo populista.


Sem tropas para comandar, o caudilho faz uma manobra ousada. Seu voo cego, contudo, pode levá-lo a se espatifar no chão.”

quinta-feira, 25 de junho de 2015

Dilma, a mandioca e a bola




Por Zezinho de Caetés


Eu não poderia deixar de comentar aqui um importante discurso da Dilma, nossa grande gerenta presidenta, feito na abertura dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas, no último dia 23, em Brasília. Vejam um trecho do discurso e depois eu volto:


Aí eu pergunto para vocês, como o Chacrinha, nossa conterrâneo, fazia: “Vocês querem mandioca?????”. Durante quase 13 anos vivemos comendo a mandioca do PT, e achando que era rúcula. Até chegarmos a esta situação, onde nossa representante maior, diz barbaridades com estas vistas no filme. E o pior, a plateia, ainda aplaude e ri. É esta mesma pessoa que na próxima semana vai adentrar a Casa Branca, sede !do governo americano, para visitar o Barack Obama. Será que ela levará uma mandioca para ele?

Eu acho que não. Ela vai deixar a mandioca no Brasil, fincada com símbolo do descalabro deste governo. Seria melhor levar uma bola indígena, a grande invenção da “mulher sapiens”, e jogar com o Obama nos jardins para mostrar que não é ela esta mulher que ela mesma inventou. Ela é a “mulher burrum”. Enquanto nós, brasileiros ficamos com a mandioca, o Barack ficará com a nossa bola, que anda totalmente murcha desde os 7 x 1 tomados da Alemanha.

A coisa chegou ao ponto do ridículo. Só nos resta rezar para que a Dilma saia o quanto antes do governo, dentro da lei, com impeachment ou renúncia, ou por motivos de saúde mental. Penso que o governo de Pernambuco não se recusaria a oferecer a Tamarineira durante o tratamento. Lá, ela poderia, nos seus jardins, fazer uma plantação de mandioca e ficar repetindo para os seus companheiros internos: “... aqui, hoje, eu tô saudando a mandioca, uma das maiores conquistas do Brasil”. Ou, quem sabe jogando bola com eles, repetindo o que disse diante da plateia amestrada: “Aqui tem uma bola, uma bola que eu acho que é um exemplo. Ela é extremamente leve, já testei aqui, testei embaixadinha, meia embaixadinha... Bom, mas a importância da bola é justamente essa, é símbolo da capacidade que nos distingue”.

Vade retro!

quarta-feira, 24 de junho de 2015

A Beleza Cruel das Fogueiras Juninas




Por Jameson Pinheiro (*)

A origem das fogueiras de São João remete à tradição cristã de haver Isabel, mãe de João Batista, ter prometido a Maria, mãe de Jesus Cristo, acender uma fogueira no cume de um monte, para avisar quando João nascesse. Ela também prometeu que ergueria um mastro próximo à fogueira, colocando nela uma boneca, dando origem a outra tradição, a da bandeira do santo.

Minha infância e adolescência foram cercadas de fogueiras no mês de junho. E até hoje a tradição se mantém. Durante a infância eu as curti. Onde morava, não havia calçamento. Era rua de barro, própria para as brincadeiras que eram o terror de quem lavava nossas roupas e muito apropriadas para a existência de fogueiras, neste mês. Lembro minha tia partindo para roça e voltando com uns feixes de lenhas próprias para cozinhar o feijão e queimar nas fogueiras. Nesta época as idas e vindas eram mais acentuadas.

Eu nunca tive recursos para a compra de fogos sofisticados, como vulcões e chuvinhas coloridas, que via de passagem pelas casas do centro ou perto dele. Mas, uns “traques de massa”, um “beijo de moça” ou um “estalo de bebê”, minha avó me dava. O que ela não me dava era uma “roqueira” mas, nunca deixei de ter uma. Era muito fácil de fazer. Explicarei para os ignorantes de hoje. O material era um prego, um arame, uma peça de torneira velha (aquele que fica dentro da torneira e que tem um buraquinho onde entra a carrapeta) e muita engenhosidade. Não minha, porque a tecnologia para sua produção era conhecida de qualquer menino, naquela época. Havia inclusive outras “roqueiras”, feitas de ferro, dizem, por Pai Tomás, mas destas eu não usava. Ligava-se o arame ao prego e a peça de uma forma que podíamos pegar no arame e ao colocar o prego no buraco da peça podíamos balançá-los e bater numa pedra ou no meio fio, quando na rua havia. Dentro do buraquinho colocávamos pólvora e o atrito entre o prego e a peça da torneira gerava um som de explosão que variava, principalmente com a quantidade de pólvora utilizada. Espero tenham entendido, se não, vejam o que aconteceu num dia destes de junho.

Encontrei com o Oswaldo (penso era este o seu nome) enquanto ele preparava sua “roqueira” para a ação. Estava na fase de tirar a pólvora de um “beijo de moça” para colocar na "roqueira". Cheguei perto e perguntei: Oswaldo, tu não achas que esta pólvora está demais, não? Ao que ele respondeu em silêncio, com um não, continuando o que vinha fazendo. Colocou toda o pó preto dentro da “roqueira” e não se conteve, começando a calcar a pólvora com o prego, dizendo que era para o estrondo ser maior. A sensação que tive na época foi aquilo que hoje sinto quando o Irã ameaça o mundo construindo bombas atômicas, ou quando, naqueles filmes da TV alguém começa a fazer algo muito perigoso, e eu digo mentalmente: Isto não vai dar certo. O que vi minutos depois, ainda hoje, não gosto de lembrar. No entanto, nem só de coisas bonitas vive o São João. Simplesmente, depois de um estrondo, vi o dedo polegar do meu amigo pela metade e o sangue cair no chão como uma torneira pingando. A partir deste dia botei minha “roqueira” no saco e nunca mais a vi.

Outra vez, vi o Joaquim. Era marido de uma tia minha, e morava em Recife ou em Paulista, não lembro bem, só sei que era prás bandas do litoral. Neste São João ele estava em Bom Conselho. Uma pessoa alegre e brincalhona, contador de lorotas e bravatas além de uma exímio jogador de dominó. Pelo menos, penso que foi ele que me introduziu no vocabulário do “lai-lou”, que é a situação onde se ganha no dominó combinando as duas cabeças. A partir de Joaquim, bater “lai-lou” era uma glória. Numa noite, já tarde, quando a fogueira já estava em brasas, ele inventou que poderia andar sobre estas brasas sem se queimar. A fogueira dos santos tinha algo mágico, ele dizia, que a concentração e mais umas rezas que ele sabia, fazia com que a dor sumisse quando do contacto com o fogo. Óbvio que todos o incentivaram a fazer a proeza, tirando as espigas de milho das brasas, já com um tom de dourado, quase prontas para comilança.

O Joaquim chegou perto da fogueira, baixou a cabeça, fechou os olhos, balbuciou algumas palavras enquanto mexia de leve nas brasas, ora com um pé ora com o outro. Alguns minutos depois começava ele a caminhada pela fogueira. Primeiro passo, segundo passo, terceiro passo e cada um maior e mais rápido do que o outro. Aqui quebro a narrativa para dizer que me lembrei do nosso conterrâneo Carlos Sena atravessando o açude de seu Liro, quando ele diz que ao chegar ao meio do açude deu um certo medo mas pensou, para voltar vai levar o mesmo tempo que continuar em frente, foi em frente e teve a glória da travessia. O mesmo deve ter ocorrido com o Joaquim naquele dia, os pés estavam queimando mas, ao chegar ao meio ele, a la Carlos Sena, decidiu ir até o fim da fogueira. Ganhou assim os gritos e aplausos que abafaram o seu grito de dor e talvez compensaram as bolhas que vi no dia seguinte nos seus pés.

E as belezas das festas juninas continuam com outra cena por mim presenciada, ainda quando criança, e se deu quase de frente da casa de seu Abelardo, marido de dona Gilda, ou, parece até que foi defronte da Alfaitaria de Antonio da Tupi. Um menino, mais ou menos da minha idade, nunca soube o seu nome, soltava “cobrinhas”, aquele troço pequeninho que encosta no fogo, você sacode e ele sai correndo com um rabo de fogo. Já adulto, vi que em algumas cidades fazem umas “cobrinhas” bem grandes e as chamam de “espadas”. A brincadeira é não correr daquelas coisas perigosas. No entanto, como não existe fogos de São João sem risco, naquele dia o menino ao jogar uma “cobrinha”, propositalmente ou não, ela foi direto no tornozelo de uma garota que também brincava com fogos. Sei que a menina, que não morava por ali, se contorcia em dor, enquanto o menino sumia. Chegou uma senhora, não sei se sua mãe, pediu água na casa de seu Leopoldo, que consertava relógio, e que, por muito tempo depois passei defronte a sua casa, quando ia trabalhar. Uma de suas filhas trouxe algo e aliviou a dor da garota. Enquanto isto, Dona Iramir, esposa de seu Leopoldo, aparecia na porta e perguntava: Cadê o menino? Será que foi o Teofinho de seu Marçal? Não sei se o menino era o Teofinho ou se foi punido. Não deveria, São João sim.

Termino dizendo que enveredei pelas coisas cruéis que podem acontecer neste período de fogueiras e fogos. Isto não quer dizer que não haja coisas boas como aquelas que descreveu o Gildo, no seu casamento matuto (aqui) aqui mesmo neste blog e no site de Bom Conselho, apesar do castigo que ele ganhou por comprar fiado. O nosso colega Cleómenes ainda pediu para falar da influência das fogueiras no aquecimento global, comparando-as com as queimadas da Amazônia. Assim também já era crueldade demais com o São João. Que ele mesmo escreva sobre isto. No entanto, seria prudente pensar mais na tradição dos mastros e das bandeiras.

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(*) Mais uma vez usamos o Jameson como nosso colaborador, em sua fase de escritor. O texto acima foi publicado no Blog da CIT em 23/06/2009, e não envelheceu. Li com fumaça nos pulmões das festas de ontem, e resolvi publicá-lo hoje aqui. E agora, que todos tenha um feliz São Pedro. E aja queimaduras!

terça-feira, 23 de junho de 2015

O suicídio da Dilma




Por Zezinho de Caetés

“Mais uma vez, as forças e os interesses contra o povo coordenaram-se e novamente se desencadeiam sobre mim. Não me acusam, insultam; não me combatem, caluniam, e não me dão o direito de defesa. Precisam sufocar a minha voz e impedir a minha ação, para que eu não continue a defender, como sempre defendi, o povo e principalmente os humildes.

Sigo o destino que me é imposto. Depois de decênios de domínio e espoliação dos grupos econômicos e financeiros internacionais, fiz-me chefe de uma revolução e venci. Iniciei o trabalho de libertação e instaurei o regime de liberdade social. Tive de renunciar. Voltei ao governo nos braços do povo. A campanha subterrânea dos grupos internacionais aliou-se à dos grupos nacionais revoltados contra o regime de garantia do trabalho. A lei de lucros extraordinários foi detida no Congresso. Contra a justiça da revisão do salário mínimo se desencadearam os ódios. Quis criar liberdade nacional na potencialização das nossas riquezas através da Petrobrás e, mal começa esta a funcionar, a onda de agitação se avoluma. A Eletrobrás foi obstaculada até o desespero. Não querem que o trabalhador seja livre.

Não querem que o povo seja independente. Assumi o Governo dentro da espiral inflacionária que destruía os valores do trabalho. Os lucros das empresas estrangeiras alcançavam até 500% ao ano. Nas declarações de valores do que importávamos existiam fraudes constatadas de mais de 100 milhões de dólares por ano. Veio a crise do café, valorizou-se o nosso principal produto. Tentamos defender seu preço e a resposta foi uma violenta pressão sobre a nossa economia, a ponto de sermos obrigados a ceder.

Tenho lutado mês a mês, dia a dia, hora a hora, resistindo a uma pressão constante, incessante, tudo suportando em silêncio, tudo esquecendo, renunciando a mim mesmo, para defender o povo, que agora se queda desamparado. Nada mais vos posso dar, a não ser meu sangue. Se as aves de rapina querem o sangue de alguém, querem continuar sugando o povo brasileiro, eu ofereço em holocausto a minha vida.

Escolho este meio de estar sempre convosco. Quando vos humilharem, sentireis minha alma sofrendo ao vosso lado. Quando a fome bater à vossa porta, sentireis em vosso peito a energia para a luta por vós e vossos filhos. Quando vos vilipendiarem, sentireis no pensamento a força para a reação. Meu sacrifício vos manterá unidos e meu nome será a vossa bandeira de luta. Cada gota de meu sangue será uma chama imortal na vossa consciência e manterá a vibração sagrada para a resistência. Ao ódio respondo com o perdão.

E aos que pensam que me derrotaram respondo com a minha vitória. Era escravo do povo e hoje me liberto para a vida eterna. Mas esse povo de quem fui escravo não mais será escravo de ninguém. Meu sacrifício ficará para sempre em sua alma e meu sangue será o preço do seu resgate. Lutei contra a espoliação do Brasil. Lutei contra a espoliação do povo. Tenho lutado de peito aberto. O ódio, as infâmias, a calúnia não abateram meu ânimo. Eu vos dei a minha vida. Agora vos ofereço a minha morte. Nada receio. Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na História.”

Quem leu até aqui, já descobriu que o texto acima é um documento histórico que representa um importante momento do Brasil República. É a chamada “Carta Testamento” de Getúlio Vargas.

Quem me lê pode estar se perguntando, o que o Zezinho quer dizer publicando este documento, um tanto mórbido, logo na véspera de São João? Até eu mesmo me fiz a pergunta se deveria fazê-lo, mas, o motivo, eu explico, é justo.

Ontem, frequentando as redes sociais (quem não as frequenta hoje?) vi uma notícia que, em princípio, me comoveu, depois, pensei no Getúlio. Reproduzo aqui a mensagem:

“Sgt Ribamar DF: Repassando.. Será que é real?
Pessoal, acabei de receber uma informação bombástica. Não posso confirmar ainda se é verdade. Uma amiga da minha esposa, que é amiga do chefe de gabinete da Casa Civil, disse que Dilma tentou suicídio agora há pouco. Tá a maior operação abafa no Palácio da Alvorada. Ela está sob cuidados médicos no próprio Palácio. Parece que foi uma overdose proposital de tranquilizantes. Lula está voando pra Brasília neste momento. Estão dizendo que ela não suporta mais a pressão da Lava Jato, principalmente com a prisão de Marcelo Odebrecht. Sem qualquer explicação, parece que há cerca de 1 hora e meia ninguém pode aproximar-se do Palácio da Alvorada.”

Ou seja, o grande boato ontem foi que a Dilma, a nossa grande gerenta presidenta tinha tentado o suicídio. Ora, em que mais eu deveria pensar quando um presidente tenta o suicídio? No Getúlio, é claro.

Bem, eu achei inusitado foi o método de suicídio tentado pela Dilma, e não duvidei nem um momento que ela tinha motivos suficientes para fazê-lo. Afinal de contas, se ela pensar no mal que ela fez a este Brasil, se fosse verdade a notícia, como foi a do Getúlio, recebida lá no meu interior uns três dias depois (infelizmente, não havia internet), embora, não deseje que ela cometa um ato como este. Mas, eu pensei logo, uma ex-guerrilheira que, ao invés de usar uma arma ou uma bomba para se suicidar, usa tranquilizantes, está é de brincadeira mesmo.

E, realmente, não passou disto, de uma brincadeira nas redes sociais, onde se mata qualquer um em menos de um minuto. A internet hoje se tornou um tipo de esporte onde as pessoas podem satisfazer seus mórbidos desejos e ainda influenciar pessoas, para o bem ou para o mal.

Mas, para minha surpresa, vi que a próprio Dilma, brincou com o fato, na frente de jornalistas, mostrando sua magra silhueta, como quem diz: “Vejam que eu não tentei o suicídio, vejam este corpão!”. Óbvio que suas palavras não foram exatamente estas, mas a intenção foi a mesma.


Enfim, pensando bem, diante do que a Dilma fez até agora por este país, alguém sensato pode imaginar que ela teria coragem de um ato semelhante ao de Getúlio? Eu acho que não. Talvez seja mais fácil pensar que ela já está com anorexia nervosa, em virtude do regime, que cada dia mais lhe tira a capacidade de raciocinar direito. E isto não se cura com revólver nem com tranquilizantes, mas com impeachment. Se quiserem uma data histórica para impichá-la, pode ser no próximo dia 24 de agosto, aniversário do suicídio do Getúlio. Ela não deixaria a vida para entrar na história, mas, nos deixaria em paz.

segunda-feira, 22 de junho de 2015

A semana - Lula, viagem à Venezuela, Neymar e a Lava Jato "Erga Omnes"




Por Zé Carlos

Bem, minhas caras e meus caros leitores, contados até nos dedos das mãos do Lula, disse que esta semana prometia, e ela cumpriu o que prometi. Só não voltamos ao FEBEAPÁ porque o Stanislaw Ponte Preta já se foi dessa para melhor. Então amarrem o cinto, sentem nas suas cadeiras, para ver se chegam até o fim, e que tenha uma embolia no esôfago, de tanto rir.

E eu já começo esta humilde coluna em grande estilo, trazendo ao palco do humor, o nosso ex-presidente, o Lula, para abrilhantar esta verdadeira festa. Vou apenas repetir o que ele disse, num encontro com religiosos, e que terminou sendo um dos maiores shows humorísticos por ele feito. E, pensar que ele nos cobra uma merreca para transcrevê-lo aqui, enquanto cobra milhões de dólares para falar a pessoas sisudas sem o mínimo senso de humor.

“Tem uma frase da companheira Dilma que é sagrada: “Eu não mexo no direito dos trabalhadores nem que a vaca tussa”. E mexeu. Tem outra frase, Gilberto, que é marcante, que é a frase que diz o seguinte: “Eu não vou fazer ajuste, ajuste é coisa de tucano”. E fez. E os tucanos sabiamente colocaram Dilma falando isso (no programa de TV do partido) e dizendo que ela mente. Era uma coisa muito forte. E fiquei muito preocupado.”

Vocês todos sabem que o Gilberto é aquele pseudo-religioso que é adorado pela família do Celso Daniel. Pois é. Ele estava lá na reunião. E deve ter rido à beça, com a tirada do Lula quando falou a frase mais famosa de Dilma, em todo seu período de governo. Isto porque, a vaca já tossiu tanto, que está tomando diariamente doses maciças de Coxcip 4, o remédio recomendado para tuberculose. E já aviso que, aqueles que começarem a tossir agora com acesso de riso, que este remédio só pode ser vendido com receita médica.

Antes da turma se recuperar do riso anterior o nosso pândego, tascou mais esta:

“Acabamos de fazer uma pesquisa em Santo André e São Bernardo, e a nossa rejeição chega a 75%. Entreguei a pesquisa para Dilma, em que nós só temos 7% de bom e ótimo...”

Então ouviu-se um alarido na plateia, pelo inusitado de apenas 7% acharem o Lula e Dilma, nossa musa inspiradora “bons e ótimos”. Que injustiça, que crueldade do povo brasileiro, dizia um. Que falta de gratidão, que horror dizia outro. Foi aí que alguém da plateia gritou: “Calma pessoal a pesquisa é sobre a atuação política do PT!”. Então foi um alívio geral. Eles pensaram que a pesquisa era sobre a capacidade dele de nos fazer rir.

Passado este susto, todos se recompondo, aí Lula deu o tiro de misericórdia, com aquele seu ar de bêbado de plantão:

“Dilma e eu estamos no volume morto. O PT está abaixo do volume morto”

Bem, nem precisa eu contar aqui o que aconteceu. O riso foi tanto que até hoje tem religioso rindo nos hospitais. Imaginem se estes hospitais não fossem de primeiro mundo como o Lula disse que eram, e tentou até a ensinar como se faz um SUS, ao Obama, o Lula americano. Se acontecer alguma coisa assim a algum dos nossos leitores, procurem o Sírio-Libanês, que é o hospital preferido do nosso humorista número 2, porque número 1 ainda é a Dilma.

Mas, supondo que ainda haja algum leitor vivo até aqui, vou ver se ele é duro no riso mesmo e coloca outra pérola do Lula:

“Eu fiz essa pergunta para Dilma: “Companheira, você lembra qual foi a última notícia boa que demos ao Brasil?”. E ela não lembrava. Como nenhum ministro lembrava. Como eu tinha estado com seis senadores, e eles não lembravam. Como eu tinha estado com 16 deputados federais, e eles não lembravam. Como eu estive com a CUT, e ninguém lembrava.”

E vocês, caros leitores lembram de alguma notícia boa dada pelo PT ao Brasil, além dos dois melhores de seus humoristas, e colaboradores desta coluna? Eu não me lembro. Mas, como já estou com a memória meio fraca, o meu julgamento não vale muito.

E a coluna vai passando, louvando o que bem merece e deixando agora o Lula de lado, e levando a vocês outro grande acontecimento da semana. Imaginem vocês que, 8 senadores da oposição no Brasil, incluindo o Aécio Neves, sim, aquele mesmo que quase fez a alegria da coluna ganhando da Dilma nas eleições passadas, resolveram ir à Venezuela para dar apoio aos presos político do regime político de lá, comandado pelo Maduro, que, se essa coluna fosse internacional ele estaria nestas páginas toda semana. Dizem que ele fala com passarinhos, que são a encarnação do Chávez, vejam só!

O engraçado da história é que os senadores pensaram que chegando lá iriam almoçar e jantar com o Maduro no Palácio de Miraflores. Não sabiam de nada, os inocentes. Foram recebidos a pedradas, chutes, pontapés e palavras de ordem. Ainda bem que eles estavam no ônibus, e não se sabe se estavam de colete a prova de insultos. Ouvi um senador dizer (o nome dele é Petecão, o que já é motivo de riso) que, tinha 1,96 de altura, mas ficou com medo que eles entrassem no ônibus. Se isto ocorresse, o que fazer? Claro, sentar e contar piadas do Maduro.

E, pasmem, dizem que o embaixador brasileiro na Venezuela, apareceu rapidamente, e saiu correndo, logo que recebeu um telefonema do Marco Aurélio Top-Top Garcia, para deixar a coisa apodrecer, pois tudo na Venezuela está amadurecendo e apodrecendo muito depressa. Também, vejam o que se passa no Brasil, Dilma é a presidente e quem preside é o Temer, o Mauro Vieira é Ministro da Relações exteriores, mas, que ministra é o Top-Top Garcia, e querem que se leve isto a sério. Em nosso caso, não é que o riso seja o melhor remédio, ele é o único.

Mas, o que mais me entristeceu no episódio foi a atuação, fora dele, de uma senador que, dizem que é de Bom Conselho, e que pertence a um partido que só o nome já é uma piada das boas, o PSOL. Colocar Socialismo e Liberdade juntos é uma contradição tão grande que nos leva ao riso, e por isso deve estar aqui nesta coluna. Ainda bem que, oficialmente, o senador nasceu em Garanhuns. Dizem que foi nascer lá porque não encontrou parteiras em Bom Conselho. E Garanhuns, nossa grande cidade vizinha fica com mais este passivo, além do Lula.

No entanto, nesta semana aconteceu um fato, que pode ser histórico, e mais histórico do que o mensalão. O juiz Sérgio Moro, lá do Paraná, resolveu prender empresários da mais alta octanagem, já que estamos falando no Petrolão. Prendeu um, o Marcelo Odebrecht, cujo pai disse o seguinte, dias atrás, se o filho dele fosse preso:

“Terão de construir mais 3 celas: para mim, Lula e Dilma”

Vocês já pensaram o gasto que seria em construir mais 3 celas no presídio da Papuda? Uma fábula! E com a situação em que se encontra o governo de Brasília depois da “marolinha” do PT passar por lá, tenho certeza que o Marcelo Odebrecht será solto logo. Pois, para Lula e Dilma já há celas reservadas, mas, para o pai dele, vai ficar difícil, o Zé Dirceu está ameaçado de voltar para a cadeia. Ou seja, não sei se devo chorar ou se devo sorrir, quando vejo que no Brasil, a Justiça pode ser atrapalhada por falta de espaço.

E sabem como os policiais federais chamaram esta fase da operação Lava Jato: “Erga Omnes”! Eu estudei latim, lá em Bom Conselho, com o prof. Benedito, aqui no Recife, com outros bons professores, mas, tive que recorrer ao “pai dos burros”, que hoje é a internet, para saber o que significavam estas palavras latinas. Dizem que é coisa de jurista e é usada para indicar que os efeitos de algum ato ou lei atingem todos os indivíduos de uma determinada população ou membros de uma organização. Ou seja, ninguém está livre dela. Pelo que falei antes, com a falta de espaço para colocar todo mundo no devido lugar, esta coluna deveria se chamar também, “Erga Omnes”, pois quer levar o riso para todos e todas. E material é que não nos falta neste nosso querido Brasil.

Para não dizerem que só a política leva ao riso, aqui, vamos ao futebol. O Brasil está em plena Copa América, e poderá ter até ganho ontem, enquanto escrevia estas mal traçadas linhas, mas, que sem o Neymar vai ser difícil, eu acho que vai. Dizem as más línguas que ele estava nervoso, quando foi expulso, porque sofre um processo por sonegação fiscal no montante enorme envolvido na sua transferência. Mas, o Neymar é tão importante para o Brasil que já tem deputado querendo, não a redução, mas, a ampliação da maioridade penal, para 24 anos. Já pensaram o Brasil sem o Neymar, e perder de 7 x 1 para Argentina?! O país não aguentaria tanta humilhação. E se perdeu ontem para a Venezuela? Já estou batendo na madeira, pois se isto tiver acontecido não terei leitores, esta semana.

E ainda tenho que comentar, embora rapidamente, o filme do UOL, que trata de assuntos da semana retrasada, como a entrevista de Dilma ao Jô, o que é riso passado. Mas, trata também da viagem dos senadores à Venezuela, que já fiz menção ainda hoje. E, para vergonha dos bom-conselhenses, o nosso senador, que nasceu em Garanhuns, formou outro grupo, para ir pedir desculpas ao Maduro, que, para ele, é o representante do Chávez na terra. Quem sabe o Maduro não mostra a ele o passarinho que é o Chávez encarnado? Espero que, quando ele voltar nos digo de que tamanho é este passarinho. Espero que não seja um pinto.

Agora fiquem com o pequeno resumo dos roteiristas do UOL e a seguir vejam o filme, e tenham todos uma boa semana.

“Na edição desta semana, Dilma e Aécio voltam a compartilhar o palco da política. A entrevista da presidente no programa de Jô Soares gerou muita polêmica. Já o senador viajou à Venezuela com mais sete senadores para visitar presos políticos, mas acabou dando meia volta em meio a congestionamento e protesto de governistas.”

sexta-feira, 19 de junho de 2015

As "pedaladas" de Dilma. O culpado vai ser o Robinho...




Por Zezinho de Caetés

Na quarta-feira assisti, com os olhos rasos d’água  a um espetáculo deprimente. Ao ver o jogo da Copa América entre Brasil e Colômbia, o Neymar, que é o único jogador do Brasil que mata um pouco a saudade dos nossos craques do passado, estava nervoso demais e terminou sendo expulso, enquanto o Brasil perdia, e vai disputar a classificação com a Venezuela, um país que não tem tradição alguma no futebol, e cujo presidente, o Maduro, está caindo de podre.

Soube depois, e não sei se é verdade, porque os meios de comunicação de hoje correm mais rápido do que a verdade, que o nervoso de Neymar, é porque está sendo acusado de sonegação fiscal, na transação que o levou ao Barcelona. Ou seja, foi acusado de dar pedaladas fora de campo, e por isso, quando chegou lá, não soube pedalar. Tomara que isto não seja verdade e que ele melhore para jogar no Barcelona, que é o time no qual ele ainda mostra o valor do futebol brasileiro, disputando com um uruguaio mordedor, o Soares, e um argentino, o Messi.

O grande problema é que ele, tendo sido expulso, não poderá jogar contra a Venezuela. E, como todos sabem, quando o Neymar não joga, o que acontece. Lembram dos 7 x 1 da Alemanha? Deus me livre que aconteça isto logo contra a Venezuela, embora saiba, se acontecer, o Lula e a Dilma vão vibrar de alegria e mostrar que o bolivarianismo também é bom de futebol e deve ser implantado aqui, com Maduro e tudo.

Todo este prólogo para apresentar um texto da Míriam Leitão, com o título de “Maquiagem desfeita”, publicado no O Globo em 18/06/2015. E já aviso que a única relação que o texto tem com futebol são as “pedaladas” da Dilma e neste caso, usadas com perícia e consciência de quem quer vencer o jogo, ou melhor, ganhar as eleições.

Tratei disto no último texto que escrevi para este prestigioso blog, falando da decisão do TCU, sobre as contas da Dilma no ano passado (aqui). E foi realmente um dia histórico. Mesmo diante da covardia de todos os ministros de darem mais 30 dias para a Dilma explicar seus crimes fiscais, nunca, na história deste país um presidente teve que passar por tamanha humilhação. Portanto, o dia é histórico, mas, não o mais importante. O mais importante será a mesma data, só que do mês de julho, para livrar as festas juninas, quando termina o prazo para Dilma se explicar na Delegacia, digo, no TCU.

Que houve crime, não restam mais dúvidas, e é o que mostra o texto da Míriam, abaixo transcrito. Temos, a arma do crime, o cadáver em estado de putrefação, marcas de sangue nas mãos da gerenta presidenta, mas, pela boa vontade dos ministros do TCU, ainda se espera que ela explique o que aconteceu, porque não houve o flagrante. Se, daqui a trinta dias, ela conseguir explicar que o culpado foi o mordomo, teremos mais um crime impune, e o Michel Temer que se cuide, porque cara e pinta de mordomo, ele tem.

No entanto, o pior dos mundos será que o TCU aceite a explicação de que quem criou as “pedaladas” mesmo, foi o Robinho e não o Neymar. Será mais um escândalo no futebol, e tudo será creditado à FIFA, virando um caso internacional. Afinal de contas, a crise que passamos, a presidenta não para de repetir, se deve a fatores internacionais.

Eu já mandei meus e-mails hoje para os ministros, fazendo pressão. Vocês já mandaram o de vocês democrática? Só isto nos resta para que o Robinho não seja condenado injustamente. Fiquem com a Míriam que explica melhor o outro tipo de “pedalada”.

“ A tendência do Tribunal de Contas da União (TCU) era dar um parecer pela rejeição das contas da presidente Dilma em 2014. Continua sendo. O julgamento, como se sabe, acontece no Congresso, e não no TCU. Se a presidente se defender com os fracos argumentos que tem usado até agora — ou seja, de que já houve casos assim no passado — mais facilmente terá suas contas rejeitadas. Isso seria inédito.

Nunca antes um presidente esteve na situação de ter um prazo de 30 dias para se explicar a um órgão de assessoramento do Legislativo sobre suas contas. Também é inédito o TCU dar tal demonstração de força. Isso acontece porque a presidente Dilma, no primeiro mandato, levou a extremos as confusões contábeis autorizando o então secretário do Tesouro Arno Augustin a revogar as leis contábeis.

O que levou os ministros a decidir por esse prazo de 30 dias foi o temor, segundo uma fonte do TCU, de que a presidente apelasse ao Superior Tribunal Federal (STF) argumentando que não teve direito de defesa. Como há precedente em níveis administrativos inferiores, como o de governador do Estado de Pernambuco, de a Justiça ter garantido o tempo para o contraditório, os ministros optaram por criar essa possibilidade. As provas das irregularidades, no entanto, são sólidas o suficiente para a rejeição.

A fala final do relator, o ministro Augusto Nardes, já é em si uma condenação. “Em face de todo o relatório que acabo de apresentar, a minuta de parecer prévio concluiu que as contas prestadas pela presidente da República não estão em condições de serem apreciadas por este tribunal, e para envio ao Congresso Nacional, em razão de indícios de irregularidades detectados na execução dos orçamentos da União”. Antes disso, havia feito uma apresentação mostrando que as operações de crédito camufladas foram feitas através do FGTS, Caixa, BNDES e Banco do Brasil. Estas operações chegaram a R$ 40 bilhões. Ao todo, se forem somados os recursos sobre os quais há dúvidas, chega-se a R$ 280 bilhões. Isso, claro, não significa um rombo desta dimensão, mas sim operações de crédito, débito, receitas e despesas que foram registrados com algum tipo de irregularidade. Ou que nem foram registradas.

Não foi por falta de aviso. Os economistas especializados em contas públicas, as organizações que acompanham o tema, os jornalistas especializados cansaram de mostrar que o governo estava criando um truque a cada divulgação de número e que criava atalhos para não cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal. O governo ignorou todos os alertas e permaneceu no erro. Poderá agora a presidente Dilma dizer que não sabia que as regras de contabilidade pública estavam sendo desvirtuadas?

Além do processo das contas do governo, em si, há dois outros correndo no TCU. Um, especificamente sobre as pedaladas, ou seja, o hábito de não repassar para os bancos públicos, em tempo razoável, os recursos para cobrir o pagamento dos benefícios sociais e financeiros. O outro é sobre os contingenciamentos que deveriam ter ocorrido. O governo tem que fazer a cada dois meses uma avaliação de receitas e despesas para verificar o desempenho e ver se é necessário ajustar os gastos. Como o governo fazia isso superestimando as receitas e subestimando as despesas, não foi feito o contingenciamento adequado. Com isso, o Congresso teve que votar na última hora uma autorização para a presidente desrespeitar a sua lei orçamentária.

A lei é clara: banco público não pode emprestar para seu controlador. O argumento de que já houve no passado não convencerá ninguém. Nada foi assim nesta dimensão e frequência. Portanto, o governo deveria responder a cada um dos questionamentos, esclarecer tudo o que permanece confuso e prometer que não repetirá os mesmos erros. Foram várias fórmulas inventadas pela usina de fabricar truques que virou a Secretaria do Tesouro.


A atual equipe econômica chegou disposta a acabar com tudo aquilo e aumentar a transparência, mas será constrangida, por estar no governo da mesma presidente, a defender o indefensável. Ontem mesmo o ministro Nelson Barbosa disse que não houve pedalada. Ele pode mudar o nome, mas tudo o que foi feito é uma forma de maquiar gastos públicos e esconder a verdadeira dimensão do estrago que agora tem que ser corrigido. O governo terá que se explicar. E é melhor que procure bons e sólidos argumentos.”

quinta-feira, 18 de junho de 2015

BASTIANA




Por  José Antonio Taveira Belo / Zetinho


Sentada no terraço da sua grande casa, nos arredores do bairro Poço da Panela, à tardinha. Cercada por um muro alto cheio de heras verdinhas aparadas, uma cerca elétrica vigiada por uma câmara para maior segurança. Bastiana corria os olhos para o pequeno menino que corria pelo gramado ao redor da casa. Seu neto, Demazinho com o seu coleguinha de escola que fora passar a tarde brincando. Rolavam na grama aparada pelo Boca Mole. O sol já baixando no final da tarde e os passarinho voltando para os seus ninhos nas arvores que circundava a sua bela casa. Não gostava que chamasse mansão e sim casa mesmo. Mesma afortunada era pessoa simples. Bastião deitado em sua rede pensando não sabe o quê. De olhos fechados provavelmente sonhando com a vida que estava levando. Eufrásia, varrendo toda a casa. Zezé arrumando e passando óleo de Peroba nos moveis e Boca Mole cuidando do jardim. A piscina ao lado, com varias mesas com sombreiros azuis e cadeiras de descanso ao redor, era cuidada por uma firma que comparecia de quinze e quinze dias para higienizar. Era um sonho, mas ao mesmo tempo uma realidade ali a vista. Começo a recordar do tempo passado. Vivia morando em uma palafita na beira do Rio Capibaribe do bairro dos Coelhos. A miséria estava em todo recanto. Não tinha comida, roupa limpa e o que arranjava era batendo de porta em porta implorando a caridade das pessoas. Muitas das vezes ia até o Box do Seu Ezequiel pedir ou comprar fiado, quando ele confiava. Nem todas às vezes isto acontecia. Quando arranjava alguma coisa para fazer, ficava contente, principalmente, quando limpava alguma residência e ganhava algum dinheiro. Ia imediatamente para mercearia comprar alguns mantimentos para diminuir o sofrimento. Neste dia era dia de festa no pequeno espaço que residia, se isso podia dizer. Bastião recolhia papelão, garrafas, jornais velhos pelas ruas puxando uma carroça. Ouvia muita pilheria e desaforo dos motoristas, não ligava estava ali para ganhar algum dinheiro, ninguém sábia o seu sofrimento, era terrível. Mas dava a todo instante graças a Deus por ter saúde para batalhar naquele trabalho simples – Deus ajuda a quem madruga, dizia sempre enxugando o suor que escorria pelo rosto em pleno meio dia, ensolarado. Era um belo pensamento. Toda semana brigava comigo. Ô Bastiana não tem vergonha de jogar loteria? Nem todo dia temos dinheiro para comprar o pão? Como é que tu gasta este dinheirinho? Deixa estar, um dia vou ganhar na loteria e sair deste aperreio, dizia – Deus consente, mas não para sempre. Fazia um muxoxo e ia para a janela observar os pescadores nas suas jangadas, no rio já poluído com muito lixo jogado pela comunidade. Sentia falta de algo que pudesse melhorar a vida, mas não tinha estudo, o meu marido também iletrado e desta forma tinha que sofrer com a vida que escolheu. Sempre fora a Igreja do Santíssimo Sacramento, na Praça Maciel Pinheiro. Não pedia nada a Deus, porque Deus já lhe tinha dado saúde para a família. A pobreza é uma consequência e por isso devemos agradecer a Deus por todos os dias. Não vamos nos maldizer, também não vamos nos acomodar, vamos trabalhar, até quando? Não sei. Como eu fazia, na sexta feira o ultimo dinheiro para comprar o pão, disse – hoje não vai ter pão, vou jogar e vou ganhar. Com aquele pensamento positivo e sofredor e sabendo da bronca do Bastião, saiu e foi até a casa lotérica e marcou os números 13, 17, 35, 44, 50 e 60 o ano de sua idade. Pagou e foi para casa. Apreensiva e com a consciência pesada, mas não ligou. Bastião neste dia trouxe algum dinheiro para casa fruto do seu trabalho. Comprou pão, açúcar, café e margarina. Bastiana guardou escondido o bilhete, no seu pensamento, já premiado, em uma sacola pendurada na parede. Esqueci-me de conferir no dia. Passado alguns dias eu tirei a sacola da parede e vi o bilhete, e deu-me vontade de conferir. Larguei tudo e fui à casa lotérica, sem nenhum apostador. Corri os olhos na tabuleta com o resultado e fui pouco a pouco pronunciando – treze, dezessete, trinta e cinco, quarenta e quatro, minhas mãos tremia e o suor frio descia pelo rosto, cinquenta eu já não me controlava dava-me uma dor tão grande no peito que quase desmaiei quando pronunciei sessenta. Ganhei. Segurei-me no balcão e voltei para casa sem saber o que fazer. Esperar por Bastião para lhe contar que tinha ganhado na loteria. Nesta noite não dormimos. Logo ao amanhecer estávamos acordados, ansiosa para irmos a loteria reconfirmar os números sorteados. Às oito horas, logo que a casa lotérica abriu, fomos direto para o mural e conferirmos repetindo os números que ali estavam. Saímos loucos de alegria. Não sabíamos o que fazer se caminhava ou corríamos. Vestimos o nosso melhor vestuário pobre e seguimos para a Caixa Econômica, na Avenida Guararapes. Muita gente. Logo na entrada fomos barrados pelo guarda, pela nossa aparência. Que é que vocês querem, pergunta o guarda. Quero falar com o gerente. De que se trata? Somente ele pode resolver o nosso assunto. Desconfiado o guarda mandou sentar em uma cadeira azul fofinha coisa que muito não fazia. Esperamos uma hora e meia. Ninguém atendia. Uma moça perguntou o que vocês desejam? Queremos falar com o gerente. Ele está ocupado e vai demorar lhe atender, espera? Espero sim senhora. Perto de meio dia, um senhor engravatado nos chamou. O que deseja? Doutor nós ganhamos na loteria. Veja! Estava acompanhado do filho mais velho que chegou para lhe ajudar. O gerente pegou o bilhete e conferiu na tela do computador. Olhou para eles e sorriu. Grande sorte. Vocês estão ricos. O premio milionário chegou suas mãos. Vou lhe aconselhar e vou abrir uma conta em seu nome para depositar este valor milionário. Oitenta e cinco milhões de reais. Ela ficou pálida, o Bastião acompanhou a palidez da esposa e tomaram um copo d’água. A partir daquele momento fomos tratados como rei e rainha. Vocês vão ter uma renda mensal mais ou menos de cinco a dez milhões por mês. O que vocês desejam agora, neste momento? Queremos comprar uma casa. A Caixa vai procurar uma boa casa para a senhora e seu marido. Trouxeram alguns papeis e foi difícil assinar, somente sabia o meu nome devagarinho. Adiantaram-me alguns dinheiros para comprar o necessário, compramos roupas e sapatos decentes no shopping onde nunca tínhamos entrado. Lojas bonitas com roupas e sapatos na vitrine. Almoçamos como nunca num restaurante com a família, meu filho, sua mulher e meu neto.  E agora vamos comprar uma casa e mobilha-la e viver o resto da nossa vida, sem muito aperreio. Muita gente soube do acontecido na comunidade quando me mudei, mas antes fomos realizar uma viagem ao Rio de Janeiro para abaixar a poeira. Hotel de luxo e muitas vezes os recepcionista olhavam com desdém para a nossa aparência, não sabiam eles que agora nós éramos ricos e podíamos nos dar ao luxo, de viver o que nunca vivemos, sem alarde.  Ajudei muitas pessoas quando voltei deste passeio, não somente no Rio mais em outras capitais do Brasil. Eu continuo a ajudar, pois Deus me deu a graça de estar bem de vida, milionária. As pessoas vizinhas ricas quando soubera,  começaram se aproximar principalmente com convites para isto ou para aquilo, nada me comoveu. A sociedade só dá valor a quem tem, agora que eu tenho todos se aproximam com mimos e risos falsos. Sofri muito, hoje tenho tudo que eu quero, mais principalmente, o que desejo é muita saúde. Saiu para tomar o café com a mesa farta junto com os seus auxiliares, pois todos comiam na mesma mesa. 

quarta-feira, 17 de junho de 2015

Um dia histórico, para o bem ou para o mal. Carpe diem!




Por Zezinho de Caetés

Hoje será um dia histórico. O que vem a ser isto? Apenas um dia em que, no futuro, as pessoas abrirão um livro de História e lá estará: “No dia 17 de junho de 2015, o governo do PT, que governava o país desde 2003 começou sua queda fatal para sumir do país. A Dilma Roussef, presidenta e gerenta do Brasil, foi julgada pelas chamadas “pedaladas fiscais” um nome dado ao crime cometido durante o ano eleitoral de 2014, para se manter no poder. Perdeu, dondoca!” E não será só por isto que este dia será histórico.

Eu que sou aposentado, que o diga. O congresso aprovou o fim do fator previdenciário, que nada mais é do que um instrumento inventado por FHC para que a Previdência Social não exploda em déficit daqui a alguns anos. Trabalhadores, não como eu, que só pensam no seu umbigo querem que a Dilma não vete a queda deste instrumento, o que comprovadamente, vai levar à explosão da Previdência, prejudicando os trabalhadores no futuro.

O PT, que como sempre é contra o Brasil, quer que ela não vete, e o Lula, que vetou a queda um dia, sendo responsável, agora é a favor da queda, voltando à sua natural e intrínseca irresponsabilidade. Pois ele só pensa naquilo: O Terceiro Reinado.

Na opinião de Ricardo Nobla, hoje, em seu blog, em texto abaixo transcrito, a Dilma vetará a queda do fator previdenciário, mas, na hora em que escrevo, não é possível ter certeza de nada, a não ser que o TCU mostrou que a Dilma cometeu um crime de responsabilidade, e que não foi preciso nem o Sérgio Moro, para colocá-la na roda da Justiça. Vamos ver como ela sai desta, ou, se sai.

Fiquem com o Noblat e carpe diem!

“O dia promete ser um dos mais turbulentos para o governo desde que a presidente Dilma Rousseff foi reeleita no final de outubro passado.

Esta manhã, o Tribunal de Contas da União (TCU) divulgará seu parecer sobre as contas do governo em 2014.

E à tarde, Dilma anunciará se veta ou não a decisão do Congresso de atenuar o fato previdenciário, criado para retardar as aposentadorias.

Ao longo de sua vida de mais de 80 anos, o TCU jamais desaprovou as contas do governo. Nos últimos 12 anos, o Congresso sequer apreciou o parecer do TCU. Ficou por isso mesmo.

Caso Dilma vete a decisão do Congresso sobre o fator previdenciário, as centrais sindicais prometem romper com o governo.

Os ministros do TCU foram dormir, ontem, depois de chegar a um acordo sobre as contas do governo.

Ao invés de remeterem suas conclusões para o Congresso, darão um prazo ao governo de 45 dias para que Dilma, pessoalmente, responda a uma série de indagações.

Pessoalmente quer dizer: ao invés de algum órgão do governo fornecer as respostas que o TCU quer,  a própria Dilma é quem deverá fazê-lo.

Isso jamais aconteceu antes.

O ministro Augusto Nardes apontará uma série de irregularidades que encontrou ao examinar as contas na condição de relator do processo.

Em resumo, o governo transgrediu a legislação com o objetivo de inflar seus gastos em um ano eleitoral, o que aumenta as chances de a oposição tentar um processo de impeachment contra Dilma.

Quanto ao fator previdenciário... Dilma vetará a decisão do Congresso sob a alegação de que ela contribuirá para a falência da Previdência Social – e, por tabela, do Estado.

Lula era favorável a que Dilma não vetasse a decisão para “dar uma faturada” junto aos aposentados.


A faturada seria estupidamente cara. Além de irresponsável.”

terça-feira, 16 de junho de 2015

VENDEDORA DE FLORES.




Por José Antonio Taveira Belo / Zetinho


Diariamente Viviane ficava nos semáforas da Avenida Agamenon Magalhães no Derby oferecendo buques de flores aos motoristas enquanto aguardava o sinal verde para prosseguir viagem. Vendia bastante com o seu ar alegre e sedutor.  Uma linda moça dos seus trinta anos, olhos verdes, cabelos compridos louros. Usava sempre roupas coloridas e justa mostrando os seus dotes femininos e com isto conquistavam os clientes. Muitas das vezes quando os motoristas baixava o vidro ela se debruçava na janelinha mostrando o seu patrimônio o seios e com isto ganhava de vez em quando uma cantada, para passar a noite em algum motel.  Ela não se incomodava e ate gostava, pois ali saíram à venda das suas flores. Eram rosa vermelhas, amarelas, brancas e cor-de-rosa. A noitinha ia visitar os bares da cidade. Corria de mesa em mesa oferecendo suas flores e mostrando a sua beleza, que encantava os notívagos já muitas das vezes alcoolizados. Tirava sarro com ela. Gostava de soltar piadas e ela não ligava. Quando a cantada era em maior volume ela se espiritava, dando as costas indo embora. Não era o que pensava dela, apenas era bondosa para oferecer a sua mercadoria, flores. Começava a sua tournée pelo Mustang, depois atravessava a ponte Duarte Coelho com um balde nas mãos, indo diretamente o Savoy. Ela aparecia sorridente já com alguns buques nas mãos. Estávamos jogando porrinha. Ela chega já soltando graça. Qual de vocês vão me dar um presente? Amanha é dia dos Namorados? E vocês sabem qual o presente, é vocês comprarem um buque de rosas para sua namorada ou esposas, gargalhava. Vamos quem vai me dar o presente? Estou esperando? Não tenho tempo a perder outros boêmios me esperam em outros bares. Ninguém queria comprar nada. Tais doida! Chegar a casa com uma rosas para a minha  a mulher vai dar em mim. Vai desconfiar que alguma coisa esta acontecendo, tais doida. E assim muitos respondiam. Valdomiro um moreno forte e trabalhador em uma firma comercial achou de comprar dois buques. Olha vou te ajudar mais não te acostumas. Quanto é? Cinco reais todos os buques, respondeu. Tais doida! Estais roubando! Vou chamar a policia para te levar em cana é o que mereces.  Me dê dois um vermelho e outra amarela. Ela já estava dando a Valdomiro, que tirou uma nota de dez reais entregou dizendo – não mereço um cheiro? Não! Senão eu te melo de batom e a bronca é grande guando chegar a casa. Saiu rebolando e dando adeus para nós. Careca traz mais uma cerveja, a saideira. Não temos esta marca, temos a Antártica, rindo colocando em cima da mesa. Os buques ficaram em uma cadeira. Saímos para voltarmos no outro dia, enquanto Val pegava os buques indo para o carro comprado com grande sacrifício, ainda estava pagando as prestações dizendo que ia tomar a saideira no Bar do Louro na Estada do Arraial, na Tamarineira. No dia seguinte nos contou “Pessoal ontem levei um susto danado”. Sai daqui para o Bar do Louro ia tomar somente uma derradeira para ir para casa e buscar a mulher Vivi para jantar em um restaurante fino, todos os anos faço esta extravagancia. Mas, a turma começou a jogar a danada da porrinha e o tempo vai passando e eu não me ligo no relógio. Cheguei por volta das quatro horas da manhã com o buque de rosas. A mulher estava dormindo, ou se fazendo, deito-me devagarinho cheio de cana e durmo de imediato. Diz o que aconteceu quando me acordei lá pelas oito horas? Vou contar – acordei com a cabeça doendo. Quando olho a cama esta arrodeado das rosas, um cobertor azul em cima de mim e um terço na mão, coisa que nunca usei. Um buque de cravo de defunto aos pés. Dei um grito para a mulher que me observava ao pé da cama de braços cruzado, que tramoia é esta? Tais morto! O que? Eu morto? Sim! Para mim. Tentei me defender mais ela não escutou saindo do quarto fula da vida. Já tinha tirado o retrato, e me entregou. Deitado de bruços para cima, a cama arrodeada de rosas, como já disse, o terço nas mãos sobre o peito e duas velas de sete dia em cada lado da cabeceira, acesas. Era um perfeito defunto. Isto é coisa que se faça? Agourando-me? Peguei as flores joguei no lixo e sai para tomar uns tragos e somente voltar lá para o fim da tarde. Que se dane o Dia dos Namorados.   

segunda-feira, 15 de junho de 2015

A semana - Lula no Congresso do PT e Dilma no Programa do Jô. Humor faz bem!




Por Zé Carlos

Posso dizer que esta semana foi toda dedicada a nossa musa do humor, a presidente Dilma Roussef. Ela fez humor para todos os gostos. Não vejo a hora dela deixar a presidência e voltar para casa  se dedicando totalmente a esta humilde coluna. Lula fez isto e se deu bem. Devemos a ele também grande parte do riso nesta semana.

Antes de falar de indivíduos, falemos de partidos, pois estas entidades políticas, quando querem fazer o distinto público rir, sai de baixo, tenho certeza que matarei alguns dos meus 9 leitores pelo caminho deste texto. O riso abundará.

A partir de quinta-feira houve um congresso do PT em Salvador. A grande preocupação dos dirigentes era saber se iria alguém além de Lula, Marco Aurélio Garcia, o nosso famoso “top-top Garcia”, apelido baseado no seu vídeo quando ele comemorava a queda de um avião. Esta turma, quando quer, além de hilária, pode ser má também. Pelas notícias, compareceram uns poucos gatos pingados, menos para discutir metas para o futuro, e mais para tomar algumas atitudes para que o PT não desapareça da face da terra, como os dinossauros. E isto não é figura de linguagem não. O partido é um dinossauro em via de extinção. Está apenas esperando o meteoro da operação Lava Jato, pegar o Lula de jeito.

E foi este, o Lula que, como sempre foi o rei do palco. No congresso, ele proporcionou os momentos mais hilariantes da política nacional. Primeiro, ele estava lendo um discurso. Como todos sabem que a leitura não é o seu forte, todos ficaram procurando algum ponto eletrônico em sua orelha. Segundo, ele tomou uns 15 minutos do seu discurso de 30, fazendo os salamaleques da praxe oratória, nominando pessoas. Foram tantas pessoas que ele chamou, que eu dormi durante uma grande parte, e quando acordei, pensando que havia perdido o seu discurso ele ainda estava chamando gente. Foi um horror. Mas, depois de chamar o amigo Vaccari, ainda o tesoureiro mais honesto do PT, pois os outros estão todos presos, enfim, ele começou o discurso. E, neste momento, cansado daquela infindável lista de nomes, eu desliguei o filme. Ou seja, pode-se dizer que eu não ouvi e não gostei. Pelos comentários que li, ficou comprovado que eu tinha razão. E, como ele fingia que estava lendo, não poderia falar mais de 15 minutos, por que iriam desconfiar. Este Lula é mesmo um pândego.

Como disse, esta semana é quase toda da Dilma, mas, o Temer, o presidente em exercício também deu uma “palhinha”, para incentivar o riso nesta coluna. Ele disse que Levy, o Bisonho, “tem que ser tratado como Cristo.” E continuou: ele [Cristo] “sofreu muito, foi crucificado, mas teve uma vitória extraordinária, na medida em que deixou um exemplo magnífico, extraordinário para todo o mundo.” Este comentário bíblico/econômico foi moda nesta semana. A Dilma já havia dito que o Levy, “não deveria ser tratado como um Judas”. E vocês não imaginam o problema que isto deu, quando um travesti usou a crucificação do Cristo para desfilar na Parada Gay de São Paulo. Uns dizem que ele estava imitando o Ministro da Fazenda e outros que estava imitando o próprio Cristo. Confusão em todas as hostes religiosas e econômicas. Ninguém sabe quem influenciou quem. Eu não tive tempo de pesquisar. Desculpem!

E, era previsto que a Dilma não iria para a Parada Gay, digo, para o Congresso do PT, pois estava na Bélgica no dia da abertura. Mas, quando o Mercadante telefonou dizendo que o Lula estaria lá e iria reinar na Parada, digo, no Congresso, ela tomou o primeiro avião e pousou em Salvador. E pela primeira vez ela fez um discurso melhor do que o de Lula, e falando de improviso. Quem mandou Lula fazer o que não sabe? Todos estão cientes que seu forte não é a leitura, mas, sua histrionice. Desta vez, a Dilma foi mais aplaudida do que ele. O único nome que foi aplaudido mais do que os dois foi o de João Vaccari Neto, o tesoureiro do PT, preso por um monte de crimes. Oh partidinho para gostar de criminosos! E já esqueceram o Dirceu, que dizem fica em casa o tempo todo vendo no Netflix aquele filme com Macaulay Culkin: “Esqueceram de mim!”, e reclamando do Lula.

Estou adiando o assunto, porque queria que meus poucos leitores chegassem ao fim sem uma morte prematura. Mas, garanto que eles morrerão, se já não morreram vendo o Programa do Jô, na madrugada de sábado, com a musa Dilma. Eu já não assisto este programa, faz algum tempo, por causa do seu horário. Aliás, penso que ninguém vê mesmo, a não ser a plateia que urra com as nada engraçadas, hoje, tiradas do ex-humorista, o Gordo. Alguns, como eu, veem depois na Globo.com, e foi isto que fiz. E devo dizer, o programa estava impagável. A nossa musa se superou. A cada uma de suas falas, eu só faltava me borrar de tanto rir. Ah se eu pudesse reproduzir toda a entrevista aqui! Já atingiria logo meu objetivo de matar os outros, com os dentes arreganhados.

Para vocês não dizerem que eu sou tão mau, quanto o “top-top Garcia” eu coloco algumas passagens da entrevista, apenas copiando e colando da mídia, as coisas mais interessantes do programa. Mas, não pensem que ficou só nisso. Se gostam de rir, vejam o programa completo, e vejam que capacidade tem esta mulher para alegrar o nosso país.

Logo no início o ex-humorista, o Jô, se saiu com esta:

“Bom, você é uma leitora fanática, de chegar a andar com mala cheia de livros e, de repente, na ânsia de ler, até bula de remédios não escapavam dos seus olhos”.

Logo então, eu disse para mim mesmo. Este programa promete. Porque todos sabem que a Dilma, nunca leu nada até o fim, nem mesmo bula de remédio. E daí para frente foi um riso só.

Levada a comentar a crítica da oposição de que descumpriu suas promessas, Dilma como que apagou da memória os quatro anos do seu primeiro mandato, e disse:

 “Como eu estou no quinto mês, estou entrando no sexto mês de mandato, é muito difícil dizer que eu não cumpri minhas promessas de campanha. Eu tenho um mandato para cumpri-las.”

Vejam bem, se ela realmente cumprir o mandato, com esta memória brilhante, vocês pensam que ela vai se lembrar de que um dia foi tão gorda quanto o Jô? Pensam que ficou por aí? Que nada! Vejam esta, quando o entrevistador perguntou a respeito da história, quando ela foi presa, e havia um Bíblia que passava de mão em mão, lá na prisão:

“Ah, Jô, era uma história que é assim: não tinha livros… A Bíblia é algo fantástico, ela é uma leitura que ela envolve de todas as maneiras. Além de sê uma expressão religiosa, da religião da qual nós, a maioria do Brasil, compartilha. Mas, além disso, ela tem alta qualidade literária e tem, também, histórica. Então, é uma leitura que, eu quero te dizer o seguinte: para mim foi muito importante, principalmente porque ela trabalha com metáforas. E é muito difícil, a metáfora é a imagem, o que é a metáfora? Nada mais que você transformar em imagem alguma coisa. E não tem jeito melhor de você entender e compreender do que a imagem”.

Eu não sei, mas, se tem algum religioso que lê esta coluna, então não tem mais. Morreu, antes de eu começar este parágrafo. Mas, como aprendi a ser mau, com tantos anos de PT no governo, aqui vai mais uma da Dilma, quando ela se referiu às verbas da Educação destinadas às creches, das quais foram construídas menos da metade que ela prometeu desde o primeiro governo, quando ela dizia que o controle das verbas era importante:

“Nós montamos o controle. E você só pode montar o controle no Brasil se você digitalizar. Você digitaliza…torna.. Coloca na internet, digitaliza, sabe onde é cada uma das escolas. Então, o prefeito recebe um SMS: “Prefeito, você recebeu tanto, você tem que fazer…”. E ele tem que tirar o retrato, tirar uma foto daquela creche e tem de botar no…

“Na internet”, sopra Jô.

“Não, ele bota no celular dele, que vem pra nós, que entra na internet, não é? Aí, nós descobrimos que um prefeito que tinha quatro creches tava mostrando a mesma creche. E advinha como é que a gente descobriu”?

“Como”? indaga o humorista, que já estava morrendo de rir.

“O cachorro era o mesmo. O cachorro parado na frente da creche era o mesmo das quatro creches. O que causou uma grande indignação em nós aqui. Que história é essa desse cachorro aí? Eu te contei essa história justamente pra mostrar o seguinte: você tem de acompanhar...”

A essas alturas eu mesmo não aguentava mais, e, nem os cachorros. Até hoje, estou me recuperando do acesso de riso. A mulher também é uma pândega.

E, para não cansar os sobreviventes, logo aí abaixo está o filme do UOL, no qual a Dilma continua a reinar com sua capacidade incrível de nos fazer rir. Para isto, os produtores não precisaram de mais nada do que cotejar o que ela disse antes sobre a situação do Brasil, com a que estamos vivendo hoje. Por exemplo, quando ela baixou a conta da luz. Quem recebeu a conta este mês, como eu, e a compara com a daqueles tempo, dar até vontade de chorar. Mas, como dizia o poeta, “enxugue as lágrimas, faça um sorriso e mostre ao mundo que é feliz...”, e a vida seguirá muito melhor.

Então fiquem com este filme, mas, antes leiam o resumo do roteiro dos seus produtores. Foi uma semana como poucas, e esta que vem, também promete. Não morram ainda.

“Nesta semana, a presidente Dilma Rousseff (PT) resolveu brincar de "Qual é a Música?". Enquanto isso, a inflação desafinava as contas dos brasileiros.”