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quarta-feira, 3 de junho de 2015

PT: TO BE OR NOT TO BE, THAT IS THE QUESTION




Por Zezinho de Caetés

Ontem escrevi aqui mesmo sobre a crise no futebol ocasionada pelo roubo na FIFA. Penso não terem se passado 12 horas, já vi outra notícia: O Joseph Blatter já anunciou que vai renunciar. Não era para menos. Depois da lambança feita pelos seus comandados, se ele não sabia de nada, era ineficiente, e se sabia, era cúmplice. Eu acredito mais nesta última hipótese.

Aliás, nunca vi algo tão igual em termos de desfecho do que os dois maiores escândalos que nos atingem. O petrolão e o fifalão são escândalos que se ficarem impunes, acabaremos vivendo na lei da selva, e seremos piores do que o Burundi. Este um país africano que chegou ao caos quase total. Vejam que nesta país africano (será que o BNDES colocou dinheiro lá?) o presidente decidiu ignorar a lei e se lançou a candidato a um terceiro mandato consecutivo, porque recebeu 94% dos votos nas eleições anteriores, enquanto manda a polícia manifestantes e a população tenta fugir do país, com medo e sem perspectiva.

Não chegamos ao ponto do Burundi, mas, ficaremos cada dia mais perto se impunidade dos poderosos continuar. E vejam meu conterrâneo, o Lula, seriamente, querendo voltar à presidência da república, quando sua criatura a Dilma, não deverá nem terminar o mandato se ela for julgada e condenada por crime de responsabilidade, como quer a oposição.

Já estamos vivendo as consequências da irresponsabilidade da gerenta presidenta, desde sua atuação como ministra, passando pelo estelionato eleitoral e continuando com as pedaladas fiscais. O desemprego cresce, o produto cai, a indústria vai para o brejo e a confiança dos agentes econômicos vai junto. O governo federal não paga mais nem promessa a santo, inclusive, até o dinheiro para fiscalizar o Bolsa Família não existe mais. Nisto pelo menos não fará falta, já que a única fiscalização que havia era se o beneficiário votava no PT.

E é neste cenário que o PT, que anda caindo das pernas vai realizar seu 5º Congresso, em Salvador, e do qual já falei aqui, comentando algumas de suas propostas (aqui e aqui). E não me resta alternativa do que complementar meus simples comentário com o texto que transcrevo abaixo, do Hubert Alquéres, que tem como título “O drama shakespeariano do PT” (Blog do Noblat – 03/06/2015).

Ser ou não ser, eis questão, ou, como preferem os anglo-saxões “To be or not to be, that is the question” E, para mim, o PT já era, apesar das esperanças do Lula, em se safar de tudo de ruim que fez e tentar chegar ao terceiro reinado. Se isto acontecer, o Brasil merece Lula. Mas, eu não creio.

Fiquem com o Hubert, que eu vou doutrinar meus colegas de dominó na praça, para que eles não votem mais no PT.

“O Partido dos Trabalhadores realizará seu 5º Congresso em meio a um gravíssimo problema de identidade, como admite o manifesto de sua corrente majoritária, Construindo um Novo Brasil.

O dilema não tem a ver com uma crise de consciência ou com a tentativa de limpar a própria biografia dizimada por escândalos e malfeitos.

Na verdade, o que preocupa os petistas é como firmar posição, manter o poder e se locupletar com o melhor dos mundos: usufruir do bônus de ser governo sem arcar com o ônus.

Só isso explica o grande ponto em comum entre as sete teses apresentadas pelas diversas correntes do PT: a crítica ao ajuste fiscal do ministro Joaquim Levy.

O caleidoscópio petista é vasto.

Vai de quem simplesmente quer a cabeça do ministro da Fazenda e um giro de 180 graus na política econômica da presidente Dilma Rousseff, até quem considere o ajuste fiscal como um “recuo tático” que “recai mais sobre os trabalhadores do que sobre outros setores das classes dominantes".

Essa é a posição mais moderada, defendida pela corrente majoritária e cuja chapa ironicamente se chama “O Partido que muda o Brasil”. Sabemos muito bem onde essa mudança desaguou.

Vamos deixar de lado algumas pérolas da tese da maioria, como suas lamúrias contra o ”presidencialismo de coalizão” e seu mea-culpa por causa do “cretinismo parlamentar” praticado por alguns petistas ao longo das últimas legislaturas.

Mais importante do que tudo isso é a aposta numa luta intestina entre Joaquim Levy e o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, com Dilma desempatando o jogo em favor dos “desenvolvimentistas”, como fica claro na seguinte passagem:

“Face à disposição manifesta pela Presidenta Dilma de preservar as conquistas dos trabalhadores nos últimos 12 anos, é necessário que as medidas fiscais sejam complementadas por propostas governamentais que apontem – como já declarou o Ministro do Planejamento – para uma retomada do crescimento ainda este ano”.

O delírio é livre.

O dilema hamletiano dos petistas não se resume apenas a ser ou não ser governo. A crise do PT é tão profunda (talvez seja a maior crise já vivida por um partido político na história brasileira) que o desencanto vem batendo firme em couraças até recentemente impenetráveis. A catatonia e a perplexidade tomaram conta das bases.

Mais: petistas de alto coturno avaliam até que ponto é negócio disputar as próximas eleições pela legenda, ou se não é o caso de criar um biombo para se proteger da severa punição que o eleitorado anuncia.

Esse parece ser o jogo de Lula. Está com Dilma, pero non mucho.

Ora prestigia a presidente, ora avaliza a pregação do ex-governador Tarso Genro em torno de uma frente de esquerda.

Se houver o milagre da recuperação de Dilma, o caudilho será candidato em 2018 pela legenda e sua campanha terá como símbolo uma enorme estrela. Mas se for confirmada a tendência atual, pode se descolar da criatura e se candidatar por algo semelhante à Frente Ampla do Uruguai, atrás da qual venham a se esconder petistas de todos os cantos.

Enquanto o horizonte não se esclarece, Lula fará o que Juan Perón sempre fez na Argentina: arbitrar a disputa interna entre a direita e a esquerda do seu partido para impor o princípio da “verticalidad”.


É um princípio cristalino. O debate interno é livre, mas a última palavra é a do caudilho.”

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