Em manutenção!!!

terça-feira, 16 de junho de 2015

VENDEDORA DE FLORES.




Por José Antonio Taveira Belo / Zetinho


Diariamente Viviane ficava nos semáforas da Avenida Agamenon Magalhães no Derby oferecendo buques de flores aos motoristas enquanto aguardava o sinal verde para prosseguir viagem. Vendia bastante com o seu ar alegre e sedutor.  Uma linda moça dos seus trinta anos, olhos verdes, cabelos compridos louros. Usava sempre roupas coloridas e justa mostrando os seus dotes femininos e com isto conquistavam os clientes. Muitas das vezes quando os motoristas baixava o vidro ela se debruçava na janelinha mostrando o seu patrimônio o seios e com isto ganhava de vez em quando uma cantada, para passar a noite em algum motel.  Ela não se incomodava e ate gostava, pois ali saíram à venda das suas flores. Eram rosa vermelhas, amarelas, brancas e cor-de-rosa. A noitinha ia visitar os bares da cidade. Corria de mesa em mesa oferecendo suas flores e mostrando a sua beleza, que encantava os notívagos já muitas das vezes alcoolizados. Tirava sarro com ela. Gostava de soltar piadas e ela não ligava. Quando a cantada era em maior volume ela se espiritava, dando as costas indo embora. Não era o que pensava dela, apenas era bondosa para oferecer a sua mercadoria, flores. Começava a sua tournée pelo Mustang, depois atravessava a ponte Duarte Coelho com um balde nas mãos, indo diretamente o Savoy. Ela aparecia sorridente já com alguns buques nas mãos. Estávamos jogando porrinha. Ela chega já soltando graça. Qual de vocês vão me dar um presente? Amanha é dia dos Namorados? E vocês sabem qual o presente, é vocês comprarem um buque de rosas para sua namorada ou esposas, gargalhava. Vamos quem vai me dar o presente? Estou esperando? Não tenho tempo a perder outros boêmios me esperam em outros bares. Ninguém queria comprar nada. Tais doida! Chegar a casa com uma rosas para a minha  a mulher vai dar em mim. Vai desconfiar que alguma coisa esta acontecendo, tais doida. E assim muitos respondiam. Valdomiro um moreno forte e trabalhador em uma firma comercial achou de comprar dois buques. Olha vou te ajudar mais não te acostumas. Quanto é? Cinco reais todos os buques, respondeu. Tais doida! Estais roubando! Vou chamar a policia para te levar em cana é o que mereces.  Me dê dois um vermelho e outra amarela. Ela já estava dando a Valdomiro, que tirou uma nota de dez reais entregou dizendo – não mereço um cheiro? Não! Senão eu te melo de batom e a bronca é grande guando chegar a casa. Saiu rebolando e dando adeus para nós. Careca traz mais uma cerveja, a saideira. Não temos esta marca, temos a Antártica, rindo colocando em cima da mesa. Os buques ficaram em uma cadeira. Saímos para voltarmos no outro dia, enquanto Val pegava os buques indo para o carro comprado com grande sacrifício, ainda estava pagando as prestações dizendo que ia tomar a saideira no Bar do Louro na Estada do Arraial, na Tamarineira. No dia seguinte nos contou “Pessoal ontem levei um susto danado”. Sai daqui para o Bar do Louro ia tomar somente uma derradeira para ir para casa e buscar a mulher Vivi para jantar em um restaurante fino, todos os anos faço esta extravagancia. Mas, a turma começou a jogar a danada da porrinha e o tempo vai passando e eu não me ligo no relógio. Cheguei por volta das quatro horas da manhã com o buque de rosas. A mulher estava dormindo, ou se fazendo, deito-me devagarinho cheio de cana e durmo de imediato. Diz o que aconteceu quando me acordei lá pelas oito horas? Vou contar – acordei com a cabeça doendo. Quando olho a cama esta arrodeado das rosas, um cobertor azul em cima de mim e um terço na mão, coisa que nunca usei. Um buque de cravo de defunto aos pés. Dei um grito para a mulher que me observava ao pé da cama de braços cruzado, que tramoia é esta? Tais morto! O que? Eu morto? Sim! Para mim. Tentei me defender mais ela não escutou saindo do quarto fula da vida. Já tinha tirado o retrato, e me entregou. Deitado de bruços para cima, a cama arrodeada de rosas, como já disse, o terço nas mãos sobre o peito e duas velas de sete dia em cada lado da cabeceira, acesas. Era um perfeito defunto. Isto é coisa que se faça? Agourando-me? Peguei as flores joguei no lixo e sai para tomar uns tragos e somente voltar lá para o fim da tarde. Que se dane o Dia dos Namorados.   

Nenhum comentário:

Postar um comentário