O Anonimato é Bom ou é Ruim?

Por Zé Carlos

(continuação)


O Anonimato e Bom ou é Ruim?

Talvez já tenha dado para perceber que o anonimato, em todas as suas formas pode ser usado para fazer o bem ou fazer o mal. Ao mesmo tempo ele pode ser desejável para alguém e ser indesejável para outro. Por exemplo, um prefeito pode achar que a divulgação anônima de uma sua falcatrua é ruim para ele, mas toda a comunidade municipal acharia ótimo que as patifarias do prefeito fossem expostas, mesmo que anonimamente. Outro exemplo, muito recente, é a denúncia de corrupção feita pela imprensa sobre um partido político, tendo sido detestada pelos seus membros soou como música fúnebre aos ouvidos da sociedade.

Para sermos didáticos (desculpem o vício) poderemos listar alguns casos tanto de bons como de maus usos do anonimato, começando pelos maus.

O anonimato é mal

- O anonimato pode ser usado para proteger criminosos que hoje pululam no meio digital. Por exemplo, a calúnia, a injúria, a difamação podem ser feitos através da internet. Difusão de pornografia infantil,  incentivo a práticas criminosas em geral como fraudes, difusão de vírus de computador, etc.

- Anonimato pode ser usado, além de difundir, para executar atos criminosos de pedofilia, e roubo de informações e bens materiais.

- Anonimato é um facilitador de boatos, mentiras, infâmias sobre pessoas e instituições, etc.

O anonimato é bom

- Anonimato pode ser usada por pessoas dependentes de empresas, instituições e governos, que tenham medo de represálias, para ajudar seus pares a conseguirem melhorar sua situação. No período da ditadura militar no Brasil, panfletos anônimos eram o tempo todo distribuídos em portas de fábrica, para citar a história, e os movimentos contra governos autoritários e corruptos são, em sua maioria, anônimos na internet. Um exemplo que tivemos na A Gazeta Digital, foi o anônimo Zé Pilintra, que, segundo ele, se se mostrar com seu nome real perde o emprego, só porque chamou o Forróbom de Forrópior.

- Anonimato pode e deve ser usado para casos onde a revelação de nomes pode afetar o bem estar das pessoas envolvidas, como pesquisas sobre sexo, doenças, etc.

- Anonimato pode ser bom para pessoas que façam uma melhor avaliação de determinadas situações sem revelar o seu nome real. O caso do D. Pedro I, citado acima, é um exemplo.

- Anonimato também é bom quando quer se inferir as opiniões de pessoas sem querer que seus “dotes” reais influam nas conclusões a que chegamos. Já dissemos antes, que os textos que divulgamos sobre o anonimato em postagens anteriores, foram colocados sem nomes porque não queríamos que eles influenciassem no julgamento a respeito da prática do anonimato. Ou seja, devemos receber as ideias como “ideias” e não como “ideias de alguém”, para uma discussão objetiva.

- Anonimato é bom até para os tímidos, que também são filhos de Deus, e não querem aparecer com seus nomes reais diante do mundo. E muitas vezes eles tem muito a contribuir, muito mais até do que quem já nasce com um rojão na mão para aparecer.

É diante destes prós e contras que as nações e seus povos decidem o que fazer com seus anônimos. Cada país tem sua legislação específica sobre o assunto a favor ou contra. Outros não têm nenhuma legislação específica. Vamos agora tratar com mais detalhes o assunto.

(continua)