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quinta-feira, 18 de agosto de 2011

O Detergente CPI e a Patrulha da Viúva





Por Zezinho de Caetés

Recentemente eu escrevi propondo um detergente de impacto para limpar a sujeira que este governo encontrou enquistada em toda a máquina pública. Dei o nome de Detergente CPI. Hoje leio o Elio Gaspari, no Globo (“Simon propôs a patrulha da Viúva”), falar mais da iniciativa do Pedro Simon de propor uma frente interpartidária para conter a chantagem que vêem fazendo alguns componentes da base aliada contra a presidenta.

Pelo que conclui do artigo, ainda sou a favor do uso do Detergente CPI, mas estou aberto a considerar outros tipos de detergentes ou desinfetantes que surjam para conter a sanha verbista que consome o congresso nacional.

Como o Pedro Simon pode ser acusado de tudo menos de ladrão do dinheiro público, pois o homem é franciscano legítimo e não teria o que fazer com ele, pode até ser que o movimento dê certo e contagie este povo brasileiro inerte. Estamos diante da velha saúva: “O o Brasil acaba com a Saúva ou a Saúva acaba com o Brasil”. PT saudações! Fiquem com o Gaspari.

Há muito tempo não acontecia coisa tão boa no Congresso. O senador Pedro Simon (PMDB-RS) propôs a criação de uma frente interpartidária de apoio a Dilma Rousseff para conter a chantagem que se arma contra o governo por conta de sua disposição de combater a ladroeira.

Durante o governo de Itamar Franco, foi ele quem obteve o afastamento temporário do chefe da Casa Civil, Henrique Hargreaves, acusado de corrupção. (Hargreaves deixou o cargo, as acusações mostraram-se infundadas e ele retornou ao Planalto, de cabeça erguida.)

Aos 81 anos, com 53 de vida parlamentar, Simon já foi líder do governo, ministro e governador do Rio Grande do Sul. Simples e direto, jamais se incomodou com a fama de "maluco beleza" que o acompanha. Simon já viu de tudo, peixe em árvore e elefante voando. Por isso sua proposta, além de essencialmente boa, poderá ser revolucionária.

O fisiologismo não vai acabar, até porque sua principal fonte alimentadora é o governo. Também não vão acabar as maracutaias. O que Pedro Simon oferece é uma coligação destinada a impedir que o Congresso seja transformado num instrumento de chantagem.

A banda podre da base do governo quer se rebelar em defesa da impunidade, mas não pretende botar a cara na vitrine. Planejam emboscar o governo em procedimentos rotineiros, votações surpreendentes ou ainda com alianças oportunistas.

Não se trata de enfrentar o Planalto, como faz o Tea Party americano, que defende uma plataforma. A proposta do senador, se resultar em ações práticas, permitirá a exposição da hipocrisia.

Basta mostrar onde está o alçapão, pois sempre haverá deputados ou senadores dispostos a colocar cascas de banana no caminho das lideranças parlamentares ineptas do governo.

Para combatê-los, a luz do sol será o melhor desinfetante. Mostrará a infiltração da turma dos convênios e das licitações fraudulentas na bancada do governo, inclusive na do PT. De quebra, inibirá a adesão do PSDB e do DEM a maiorias oportunistas.

Infelizmente, até mesmo na proposta de Simon existe um ingrediente tóxico: "Ela tem que dialogar mais."

Conversar, todo mundo precisa, inclusive Mano Menezes. Pode-se conversar com os deputados Valdemar Costa Neto, Eduardo Cunha ou com o cardeal Eugenio Sales. Há diálogos e diálogos. (Por falar nisso, seja qual for a ocasião, seja qual for a pessoa que governa o país, deveria conversar com D. Eugenio.)

Os parlamentares se fazem ouvir das tribunas do Congresso. Se ninguém dá atenção ao que dizem, o problema foi criado por eles.

O deslocamento do eixo das negociações do Legislativo com o Planalto para a discussão de verbas e nomeações criou uma situação na qual o Congresso perde quase sempre e a Viúva, sempre.

Esses assuntos são secundários. Quem tem o quê para discutir no Planalto a respeito de educação, saúde ou segurança? Em oito meses de governo de Dilma Rousseff pouco se ouviu de relevante.

A bem da verdade, noves fora as marquetagens, em relação a esses temas o Executivo disse pouco e fez menos.

Por exemplo: durante a campanha eleitoral, a doutora Dilma prometeu "tomar iniciativas logo no início do mandato para regulamentar a emenda constitucional 29", definindo a destinação de recursos para a saúde. Cadê?”

Se só fosse só isto que ela prometeu ainda daria para relevar. Mas, eu não acabaria de listar, hoje, se fosse tomar as iniciativas que abortaram da campanha para posse. Nem vou fazer isto hoje, pois agora mesmo fui corrompido por uma premente necessidade.

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