Por Zé Carlos
Eu não sou um jornalista. Sou apenas um escrevinhador que tenta, nesta nova forma de jornal, que é o Blog, mimetizar o que os jornalistas fazem. Procuro os melhores para me escorar neles. E os que mais admiro e tento seguir, dentro das limitações que me são impostas pelo veículo de comunicação que uso, são aqueles que são sedentos por notícias. Estas, para mim têm que possuir algo que transforme aquele a quem ela dirige, de uma forma ou de outra.
Eu tenho uma admiração antiga pelo jornalismo e pelos jornalistas de uma maneira geral, (talvez por isso, tenho uma filha que é do ramo) e modernamente, pelas áreas de comunicação e informação, que envolvem um nível de tecnologia, impossível de imaginar, quando pela primeira vez em sua Acta Diurna, o Imperador Júlio César, no ano 59 A .C., quis informar seus cidadãos sobre importantes acontecimentos sociais e políticos em placas brancas expostas em lugares públicos e populares. Já naquela época as Acta já falavam sobre escândalos no governo, campanhas militares e execuções. Quanto a isto nada mudou, no entanto as formas que hoje tomam as placas brancas podem ser bastante diferentes.
O conceito de notícia não mudou muito, apesar de todas as discussões. Eu fiquei muito satisfeito, e o Luis Clério deve ficar mais ainda, que foi logo a partir de um noticioso Italiano, “Notizie scritte”, que custava uma “gazzeta”, e era uma pequena moeda, que surgiu o nome de A Gazeta, e mais recentemente A Gazeta Digital. Quanto às notícias em si, o que é, parece um dilema eterno.
Desde um tal de John Bogart que disse: “O fato de um cachorro morder um homem não é notícia, mas quando um homem morde um cachorro, aí, sim é notícia”, em 1882, passando por um tal de Lorde Northcliffe que diz: “Notícia é algo que alguém em algum lugar deseja suprimir; todo o resto é publicidade” e pela importância dos jornais, mesmo os de ontem, quando um historiador brada: “Isto é prova viva da inverdade do velho ditado de que nada é mais morto que o jornal de ontem …Trata-se do que realmente aconteceu, relatado por uma imprensa livre a um povo livre. É a matéria-prima da história; é a história de nossos tempos”, mesmo assim há uma grande controvérsia sobre o que seja um notícia jornalística.
Ficando mais perto da terra, com minha obrigação atual de ler vários noticiosos do nosso tempo, em forma de jornais, rádios, TV , sites e blogs, eu me pergunto: Existe alguma notícia jornalística neles? Basta tomar as citações acima, para fazermos uma análise. Por exemplo, quando alguém noticia que viu uma jumentinha sofrendo na “unha” de um homem necessitado sexualmente, isto é uma notícia pela definição primeira, e pela definição segunda, mas não gera nenhum fato histórico, a não ser que o Cláudio André se eleja presidente da república. Dizem que uma cabra em Garanhuns ficou famosa. Outro exemplo, é o que li na A GAZETA, n° 281, que vinha com a manchete “Um tesouro desconhecido pelos bonconselhenses”, que se enquadra perfeitamente em todas as definições de notícia, apesar da minha discordância quanto à grafia do gentílico.
Esta notícia nos dá conta de que o José Guedes guarda um verdadeiro tesouro de antiguidades e que até agora não foi explorado pelos nossos gestores nem por outras pessoas. A matéria vai além, com fotos e opiniões sobre o que é ou não importante na noção de cultura. E se o repórter for além, irá descobrir outros tesouros preciosos, alguns já jogados em lugares de tralhas, outros pintados para ficar novos e mesmo outros prontos para viajar para lugares onde estas coisas têm valor. Esta é uma notícia de verdade, o homem mordeu a prefeita, os gestores anteriores a querem suprimir e ainda será um boa fonte para nossa história.
Eu vivo sonhando o dia em que nossa jornal eletrônico, possa produzir verdadeiras notícias de nossa terra. Isto não posso fazer de longe, e só os que estão de perto podem fazê-lo, e, enquanto os de perto não nos ajudam, eu vou procurando morder um cachorro por dia, para gerar notícias. Aqui as jumentinhas são escassas. Já na fazenda de um grande amigo meu....
Prezado Zé Carlos,
ResponderExcluirVOCÊ ESTÁ REDONDAMENTE ENGANADO QUANDO SE MANIFESTA TAXATIVAMENTE QUE NÃO É UM JORNALISTA. VOCÊ É, SIM!!! PRATICA UM BOM JORNALISMO QUE DÁ MUITO BEM PRO GASTO POR ESSAS ANDANÇAS, AQUI, NO NOSSO AGRESTE MERIDIONAL. POR ISSO, REPITO: VOCÊ É UM JORNALISTA, SIM!!! SÓ, QUE SEM DIPLOMA. E DAÍ!!!
Caro Altamir,
ResponderExcluirComo dizem, quem é, não quer ser só. Obrigado.
SUA PERSPICÁCIA É INFINITA...
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