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quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Retrospectiva Federal




Por Zezinho de Caetés

O ano está chegando ao fim e estão aí as retrospectivas anuais. É um ano que não temos muito a comemorar. Poderíamos dizer que foi um ano cinzento tendo para o preto. Crises econômicas e políticas se sucederam em todo o globo, e atingindo a parte dita mais desenvolvida do planeta que é a Europa.

O projeto europeu de nação foi acalentado desde meados do século passado, não pela guerra, mas, pelo acordo. O que os alemães tentaram fazer pela força desde os Czares, passando por Hitler, de criar um império que o realizasse, como vimos não deu certo e demos graças a Deus. Sobraram os acordos, e estes parecem também não terem dado certo até agora. Nações, como Portugal, Grécia, Irlanda, Espanha e mesmo a Itália, não aguentaram se sustentar sem as dívidas públicas imensas, em nome de um Estado de Bem-Estar que faliu desde que os ventos do liberalismo começaram a soprar no hemisfério norte.

Ainda não sabemos a solução para tal imbróglio. Provavelmente, esta crise entrará pelo ano de 2012, e não ficará restrita à Europa, como já sentimos no Natal mais magro deste ano aqui no Brasil. E parece que as medidas tomadas até agora por nosso governo, antes da presidenta ir gozar as delícias dos quartéis de Salvador, em gozo de férias, não estão dando tão certo assim.

Esperamos que a presidenta curta suas férias, pois deve estar cansada de demitir ministros corruptos mesmo que ela não estivesse a fim disto. Por enquanto, leiam o que diz o jornalista Rodrigo Constatino esta semana no O Globo em texto intitulado “Um começo medíocre”, e que serve como um retrospectiva bem escrita do nosso ano político federal.

“O governo Dilma completa seu primeiro ano. O que pode ser dito sobre sua gestão até aqui? De forma resumida, o governo não parece à altura dos desafios que o país enfrenta. A sensação que fica é que a presidente deseja empurrar os problemas com a barriga, na expectativa de que cheguemos logo em 2014. Durante as eleições, foi vendida a imagem de que Dilma era uma eficiente gestora que atuava nos bastidores. Deve ser uma atuação muito discreta mesmo, pois os resultados custam a aparecer. O que vimos foi uma série de atrasos em importantes obras públicas, além do corte nos investimentos como meio para atingir as metas fiscais, já que o governo foi incapaz de reduzir os gastos correntes. A privatização dos caóticos aeroportos nem saiu ainda!

A economia perdeu força e chega ao fim do ano com crescimento pífio. O Ibovespa cai quase 20%. A inflação deve romper o topo da já elevada meta, com o setor de serviços subindo mais de 9%. Trata-se do resultado dos estímulos estatais do modelo "desenvolvimentista", que olha apenas o curto prazo. O BNDES, com seu "orçamento paralelo", tenta compensar a ausência das reformas que dariam maior dinamismo à economia. O país vive em um verdadeiro manicômio tributário, não apenas pela magnitude dos impostos, como por sua enorme complexidade. O que o governo fez? Tentou resgatar a CPMF. A receita tributária sobe sem parar, fruto da gula insaciável do governo. Para piorar, há sinais de incrível retrocesso protecionista, como na elevação do IPI para carros importados.
 Nossas leis trabalhistas são ultrapassadas, distribuindo privilégios demais aos que possuem carteira assinada à custa daqueles na informalidade. As máfias sindicais vivem do indecente "imposto sindical". O que fez o governo para reverter este quadro? A demografia brasileira ainda permite algum tempo para reformar o sistema previdenciário antes de uma catástrofe nos moldes da Europa, lembrando que lá os países ao menos ficaram ricos antes de envelhecerem. Mas o Brasil, mesmo com população jovem, apresenta um rombo previdenciário insustentável. Onde está a reforma?

A educação pública no Brasil continua de péssima qualidade, e a presidente resolveu manter Fernando Haddad no ministério mesmo depois de seguidos tropeços. O MEC está cada vez mais ideologizado. Nada de concreto foi feito para enfrentar o corporativismo no setor e impor maior meritocracia. Alguns podem argumentar que existe "vontade política", mas a necessidade de preservar a "governabilidade" não permite grandes mudanças. Ora, foi o próprio PT quem buscou este modelo de poder! O presidente Lula teve oito anos para lutar por uma reforma política, mas o "mensalão" pareceu um atalho mais atraente. O governo ficou refém de uma colcha de retalhos sem nenhuma afinidade programática. Tudo se resume à partilha do butim da coisa pública.

O resultado está aí: "nunca antes na história deste país" tivemos tantos escândalos de corrupção em apenas um ano de governo. Seis ministros já caíram por conta disso, e outro está na corda bamba. E aqui surge o grande paradoxo: a popularidade da presidente segue em patamar elevado. A classe média parece ter acreditado na imagem de "faxineira" intolerante com os "malfeitos". Se a gestora eficiente não convence mais em uma economia em franca desaceleração, então ao menos se tem a bandeira ética como refúgio.

Mas esta não resiste a um minuto de reflexão. Todos os escândalos foram apontados pela imprensa, e a reação do governo sempre foi a de ganhar tempo ou proteger os acusados. O caso mais recente, do ministro Fernando Pimentel, que prestou "consultorias" milionárias entre um cargo público e outro, derruba de vez a máscara da "faxina". O caso se assemelha bastante ao de Palocci, e a própria presidente Dilma declarou que este só saiu porque quis.

Não há intolerância alguma com "malfeitos". Ao contrário, este é um governo envolto em escândalos, cuja responsabilidade é, em última instância, sempre da própria presidente, que escolhe seus ministros. É questão de tempo até a maioria perceber que esta "faxina ética" não passa de um engodo. O governo Dilma, em seu primeiro ano, não soube aproveitar o capital político fruto da popularidade elevada: não apresentou nenhuma reforma relevante; não cortou gastos públicos; reduziu os investimentos; ressuscitou fantasmas ideológicos como o protecionismo; não debelou a ameaça inflacionária; e entregou fraco crescimento. Isso tudo além dos infindáveis escândalos de corrupção. Um começo medíocre, sendo bastante obsequioso.”

Um comentário:

  1. SE JÁ NÃO BASTASSE OS 8 ANOS DO MILONGUEIRO LULA, EM APENAS UM ANO DÁ PRA VÊ QUE O PT SOFRE DE UMA DOENÇA DEGENERATIVA CRÔNICA QUE DESTRÓI OS PARÂMETROS MORAIS, ÉTICOS E COMPORTAMENTAIS. ATÉ ONDE SE SABE NUNCA SE OUVIU DIZER QUE EM APENAS UM ANO DE GOVERNO SEJA BOTADO PRA FORA SETE MINISTROS E TODOS ELES POR ROUBO!!! E O QUE É MAIS GRAVE: DESCOBERTO PELA IMPRENSA E NÃO PELO PT NEM PELA POSTE.

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