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segunda-feira, 11 de abril de 2016

A semana - JECa defende a Dilma e o impeachment continua...




Por Zé Carlos

Esta seria uma semana onde qualquer coluna com as metas desta que escrevo, teria que dobrar as metas para fazer alguém que ouviu e viu as notícias conseguissem pelo menos dar um ar de riso. Afinal de contas, qualquer notícia no mundo político, hoje, vira uma piada. Mas, como bom brasileiro, eu não desisto nunca,  e, ainda mais, faço uma promessa aos nossos leitores, de rirem muito, se chegarem até o final deste texto.

Tudo começou com a ansiedade sobre o resultado da reunião da Comissão de Impeachment para aceitar ou não o parecer do relator, que viria no meio da semana. No entanto, bastou se aproximar o dia, para que, quem assistiu a algumas das sessões, verificar que não há nada mais parecido com uma aula do primeiro grau do que uma reunião de umas dezenas de deputados. Foi uma verdadeira diversão aos olhos de todos os brasileiros e brasileiras, como diz nossa musa a Dilma, que gostam de humor.

E foi neste clima que terminou o prazo da defesa para que a Dilma apresentasse a sua tentando mostrar que não havia “pedalado” e não fora este o motivo do seu emagrecimento. E entrou na rinha do humor o José Eduardo Cardoso, mais conhecido, nas rodas humorísticas, como JECa, com o seu show impagável, embora não original em termos de hialariância. Ele tentou provar juridicamente que se a Dilma for impichada, tudo não passará de um golpe. Todos que acompanham a política e o humor sabem muito bem que esta fala é a piada mais importante nos shows da Dilma. No entanto, dito com a ênfase e trejeitos que são peculiares ao JECa, parecia até uma nova peça. E houve risos e muitos risos.

E não era para menos, pois vejam alguns exemplos do que ele falou:

“O impeachment no presidencialismo é uma situação de absoluta excepcionalidade institucional, justamente por forças de garantia que marcam esse sistema de governo. Portanto, no presidencialismo jamais se poderá falar que qualquer governo possa ser afastado por decisão meramente política, por uma situação episódica de impopularidade, por algum tipo de decisão natural do mundo da politica que não seja absolutamente extraordinária e de gravidade afrontosa aos princípios basilares do sistema. Portanto, um crime de responsabilidade exige que o ato praticado pelo presidente da República seja por ele diretamente praticado. Que seja um ato doloso, que seja um atentado à Constituição, uma violência, excepcional, capaz de abalar os alicerces do Estado. Exige a tipificação legal. Portanto, todo um conjunto de ingredientes necessários para configuração de um processo de impeachment. Fora destes pressupostos, qualquer processo de impeachment é inconstitucional, é ilegal.”

Quando os deputados lembraram que no Brasil, já houve 132 pedidos de impeachment, sendo 29 para Collor, 4 para Itamar, 34 pedidos para Lula, 17 para FHC e 48 para Dilma, todos começam a sorrir pensando que estamos em estado permanente de excepcionalidade. Se constatarmos que desta centena, apenas 2 foram aceitos pelos presidentes da Câmara, um de Collor e outro de Dilma, talvez nos tire a sensação de exceção. O que incomoda aos defensores da Dilma é apenas sua similaridade com o Collor, pois este foi o único defenestrado por este ato, depois da redemocratização do país. E o que mais deixa os shows do PT empolgantes é que parece, nos dois casos, os tesoureiros das campanhas estão envolvidos. Ou seja, neste caso, o culpado não é o mordomo, pelo menos até esta semana.

Digo até esta semana, porque foi nela que o Marco Aurélio, Ministro do STF, contumaz leitor das histórias policiais, e, portanto, sabendo que o mordomo é sempre o culpado, aprovou uma liminar que força o presidente da Câmara a aceitar o pedido de impeachment para Temer, o vice-presidente. Por mais que se tenha reclamado de que o Temer só tem aquela aparência de mordomo de casa mortuária, por ter ficado muito perto do Cunha, certas horas, o ministro não se deu por satisfeito, e tudo agora está nas mãos do Cunha. Então vejam que engraçado: Hoje o Brasil não está bem servido, pelo menos, com os mordomos que tem.

Mesmo sentindo um sorriso no rosto de cada deputado presente, e uma gargalhada enorme de quem o assistia pelos meios de comunicação, o Advogado Geral da União, ou o Advogado Geral da Dilma, porque a União, em termos de seus serviços, está às moscas, continuou:

 “É fato que o impeachment está na Constituição e, se todos esses pressupostos forem atendidos e a lei for atendida, pois bem, o impeachment não será golpe. Será uma situação extraordinária e excepcionalíssima. Mas se esses pressupostos não forem atendidos, se não houver um atentado contra a Constituição Federal, se não houver ato imputável à presidente, se não for uma ação dolosa, se ela não for tipificada, a tentativa de impeachment é golpe de Estado, sim. Golpe é a ruptura da constitucionalidade, golpe é o rompimento de uma Constituição, golpe é a negação de um Estado de direito, não importa se ele é feito por armas, não importa se ele é feito com canhões, ou com baionetas caladas, se ele é feito com um simples rasgar da Constituição. Sem base fática, ele é golpe.”

Ou seja, tudo se passa como se o tão falado golpe, constante de todos os discursos dos governistas atualmente, é uma realidade, porque não há “base fática”. Isto é motivo de riso porque lembra aquele personagem da Escolinha do Professor Raimundo, que, ao ouvir o mestre dizer que Jesus Cristo fora crucificado, perguntava: “Onde está a cruz em que isto aconteceu? Mostre, um dos pregos em que ele foi pregado da cruz,” etc, etc, levantando dúvidas inúmeras sobre a “base fática”. Quando, o professor respondia que não tinha, ele dizia: “Então não me venham com churumelas!”. No caso da Dilma, o JECa encarnou o personagem acima, que se chamava de Pedro Pedreira, que sempre responde as acusações a Dilma, dizendo que “há controvérsias” quando se diz que a Dilma “pedalou” feio. E repete, como na escolinha: “Aro da bicicleta onde a presidenta deu a pedalada, tem? Cor do capacete com ela pedalou, sabe?” e por aí vai, enquanto a plateia se diverte. É isto aí mesmo: “JECa noventa, só enfrenta quem aguenta!

E já houve tanta explicação do que significa “pedalada”, que me sinto no dever de explicar aos meus parcos e pacientes leitores. O Ministro já deu o exemplo da empregada que vai ao supermercado, outros já deram o exemplo da casa própria e as prestações vencidas e tantas outras mais, mas, nunca vão ponto.

Ora, existem pedaladas e pedaladas. No caso do impeachment elas se referem às pedaladas de Dilma, e de ninguém mais. Então não tem como não mostrá-la como uma pessoa com todas as boas intenções, e que pretende colocá-las em prática, mas, ao tentar fazer isto, verifica que não tem recursos para fazê-los, a não ser pegando dinheiro emprestado. Nada demais em fazê-lo, se isto não fosse considerado um crime. E há uma Lei, sempre ela, que diz ser. Mas, como a Dilma nossa musa, acha que “não há pecado no lado abaixo do equador”, resolveu tomar emprestado assim mesmo. Quando a pegaram com a mão na botija, ela se defendeu dizendo que já pagara aquilo que tomara emprestado. Porém, seus algozes, adeptos em manter a Constituição e as Leis da República, não ficaram nada satisfeitos com o pecado dela. Resolveram tirá-la do emprego. Então ela, no meio do show de humor que comanda agora todos os dias da semana, lá onde era o Palácio do Planalto, agora transformado em supermercado pelo Lula, diz, coisas como: “Eu tomei dinheiro emprestado, ou pedalei,  para pagar o Bolsa Família!” Seus algozes cruéis, dizem que mesmo se este fosse o caso, ainda seria crime. E descobriram que o empréstimo também serviu para outras coisas envolvendo “famílias mais abastadas”. Diz também, pedalei sim, mas, todos na história deste país pedalaram, então se eu for julgada culpada pelo crime os outros também devem ser. Os algozes, chamados de “elite” pelo Lula, que não sabe que a ela pertence, voltam e dizem que mesmo que outros tenham feito, as pedaladas da Dilma foram tão fortes que nem se comparam com as dos outros. E por aí vai, dizendo uma coisa é a “elite” insensível, outra, mostrando que, se pedalada é crime, e ela confessa que pedalou, ela tem que ser julgada pelo crime. Simples assim.

E toda esta semana nervosa girou em tornou deste julgamento, que deve começar na próxima semana, com ares shakespearianos de “pedalou ou não pedalou, eis a questão!”, isto se o relatório, que diz ser a Dilma culpada, for aprovado. O que esta coluna espera é a condenação da Dilma, e todos logo pensarão que quero isso por pertencer à elite insensível. Nada mais longe da verdade. O que quero apenas é que ela deixe a presidência e venha trabalhar em tempo integral aqui na coluna, nos fazendo rir. Eu sei que, mesmo que ela vá criar galinhas depois da presidência, cada um dos seus gestos, cada um dos seus atos, será algo em benefício do riso.

E, perguntarão os céticos leitores:  “Quer dizer que, agora, depois que não sabe mais quando vai ser ministro, o Lula parou de fazer graça?” Que nada! Agora, quase todos os dias ele reúne um grupo de companheiros e companheiros e desanda a falar. Sua mais recente piada é que ele quer que o Temer pare de lutar pelo cargo da Dilma, que ele ganhará se o impeachment vier, porque ele não teve votos. A pergunta é: “E isto é humor?”. Eu respondo, claro que não é! É somente idiotice mesmo. Mas, quem disse que não se pode de rir de idiotices? E vindas da boca do Lula, depois que ele foi chamado do Ministro Porcina, aquele que foi sem nunca ter sido, é um deleite.

Aliás, tudo hoje é uma gargalhada só. Vejam, em homenagem a esta onda humor que assola o país o vídeo abaixo editado pelo Felipe Moura Brasil. É longo, mas, eu prometo que o riso abundará na sua vida.


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