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quinta-feira, 28 de abril de 2016

Ninguém merece o "jus sperniandi" do PT




Por Zezinho de Caetés

Nestes tempos bicudos, a diversão de aposentado que gosta de política e se interessa pelo futuro do Brasil é ver a TV Senado. Digo diversão para ser genérico. No fundo no fundo, muitas vezes, a diversão é o tédio, e às vezes, o despertar dos seus instintos mais primitivos.

Há quem ainda aguente, por exemplo, o Lindberg Farias, mostrar aqueles dois dedos, que antes eram usados para comemorar o impeachment do Collor, em forma de V de vitória, para dizer que o Senado só deve julgar dois itens se quiser impichar a Dilma? O “cara pintada” virou o “cara chato”, e tenho certeza, com aquele discurso já arranjou alguns votos contra a Dilma, entre os seus colegas.

Outro exemplo é a Gleise Hoffman, atrapalhando os outros, baseando-se talvez em seu gênero e no seu nariz arrebitado, para não ouvir uns bons desaforos, pelo menos dos colegas do gênero masculino, pois, ontem a Marta Suplicy, que tenta mostrar que passou de perua para gaivota, mudando de partido, numa “questão de ordem”, que causou desordem na cabeça de sua colega, hoje perua e não mais gaivota.

E assim vão os nossos dias de cidadãos interessados, pelo menos quando falam que a situação é tão ruim que vai faltar o dinheirinho até para os aposentados, como no Rio de Janeiro. A que ponto nos levou o PT e o PMDB, que não pode tirar o corpo fora, só porque mudou de lado.

No meio disso tudo há os depoimentos sensatos e sérios como o que ouvi ontem do Fernando Bezerra Coelho, mostrando por A mais B e até mais C, porque o impeachment é um julgamento político e não jurídico, e nem mesmo jurídico/político. E outros, como o Cristovão Buarque, que não desce totalmente do muro, mas, quando bota pelo menos um pé no chão, é bastante coerente. Aliás, neste processo, Pernambuco só não está melhor representado porque temos que ouvir a voz do Humberto Costa gritando: “Não vai ter golpe!”. Como diria a imprensa internacional: Disgusting!

Porém, o que mais impressiona é o “conjunto da obra” do PT para tapar o sol com uma peneira, o que é tratado pelo Murillo Aragão, no texto intitulado “A corda e o relógio”, publicado hoje no Blog do Noblat, com a sapiência jurídica que eu não tenho, abaixo transcrito.

Ele mostra com a sapiência jurídica, da qual eu sou desprovido, as estratégias do partido para continuar no poder, o que, pelo seu viés ditatorial e seguindo o mestre Fidel: “Uma vez no poder, poder ou morte!”. Embora eu saiba que está longe de passar pela cabeça do meu conterrâneo Lula ou Dilma tomar uma atitude getuliana, se pensarmos em morte política, tenho certeza, com o impeachment da Dilma, o meu conterrâneo não se elege mais nem vereador em Garanhuns, mesmo que tenha o voto do Roberto Almeida.

E para deixá-los com o Murillo e ir me postar na frente da TV e acompanhar em detalhes os lances do impeachment, eu apenas digo que, se o PT continuar no poder, depois de tudo que fez, é porque o Brasil merece. No entanto, meu otimismo me leva a uma meia volta eu digo: “Ninguém merece!”.

“A estratégia de José Eduardo Cardozo, ministro-chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), que defende a presidente Dilma Rousseff contra o impeachment, é esticar a corda o máximo possível e criar uma guerrilha contra o processo. O primeiro passo foi questionar a votação da admissibilidade na Câmara dos Deputados, alegando que as declarações de voto dos parlamentares não condiziam com a natureza do pedido em discussão.

Provavelmente, o pedido vai ser negado pelo presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Aliados podem tentar recurso na Comissão de Justiça, mas o objetivo é outro: recorrer da decisão de Cunha e levar a discussão, de novo, para o Supremo Tribunal Federal (STF). Dessa feita, questionando a validade da votação. Coisa do velho e bom PT, conhecido de todos por causa de sua vocação para defender disparates.

Mesmo que não obtenha sucesso, Cardozo deseja que a discussão atrapalhe ou, quem sabe, paralise o andamento do processo no Senado. Ele conta com a possibilidade de seus recursos caírem em “mãos amigas” e conseguir alguma liminar que provoque debates que, eventualmente, travem o processo.

Outra iniciativa é tentar obter do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), mais tempo na tramitação do processo na Casa. Para tal, Cardozo conta com a discreta simpatia do ministro Ricardo Lewandowski, que presidirá o julgamento, e um irregular apoio do Renan.

Por que ganhar tempo? A presidente Dilma e o ex-presidente Lula esperam criar um clamor internacional (improvável) contra o que chamam de “golpe” contra a democracia. Marco Aurélio Garcia, assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, atua intensamente junto aos países bolivarianos do Mercosul e da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) para forçar uma condenação expressa ao processo no Brasil.

Até agora, obteve duas declarações de relativo peso: do secretário-geral da Unasul, Ernesto Samper, e do deputado kirchnerista Jorge Taiano (Parlasul). No entanto, nenhuma das instituições aprovou ou irá aprovar moções condenando o Brasil. Até mesmo pelo fato de não existir maioria para tal. As escaramuças são dos “executivos” que as gerenciam.

A grita internacional, se ocorresse de forma intensa, poderia alimentar o debate (improvável) sobre a realização de novas eleições gerais no país. Fato que representaria uma grave ruptura e só poderia se concretizar se o Tribunal Superior Eleitoral anulasse a chapa Dilma-Temer (PT).

O governo espera (deseja) também que a Operação Lava-Jato venha a atingir o PMDB e, até mesmo, o vice-presidente, Michel Temer. Para o Planalto, essa hipótese poderia “zerar o jogo” no Senado e reabrir as chances de permanência de Dilma no poder. Espera (deseja) ainda que algum fato novo possa reverter a tendência de aprovação em definitivo do impeachment, daqui a dois ou três meses.

Mesmo que não seja uma grande estratégia – já que depende de um STF majoritariamente a favor do andamento do impeachment, das surpresas da Lava-Jato e do acaso –, esta é a que resta a Dilma. Porém – e sempre existe um porém —, essa estratégia pode ficar ainda mais fragilizada se Lula e Dilma continuarem atacando a Câmara dos Deputados e demonstrando desprezo pela instituição.


Afinal, caso Dilma se salve, dependerá, para governar, daqueles a quem Lula hoje chama de “quadrilha”. A corda do governo está se rompendo. O tempo está acabando.”

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