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terça-feira, 5 de abril de 2016

Não vai ter golpe, vai ter impeachment




Por Zezinho de Caetés

Ontem, fiquei feito um paspalhão na frente da TV para ouvir, do advogado de Dilma, o José Eduardo Cardoso, a defesa de nossa presidenta inocenta incompetenta. Achei que ele traria algo de novo, pois esta turma do PT costuma vender “algodão por veludo”, e tudo poderia sair de sua cartola, menos coelhos. Em vão!

O discurso foi o mesmo de sempre, com algum grau de refinamento jurídico, pelo menos quando comparado com os discursos da ré no Supermercado Planalto (bela imagem no texto do Zé Carlos de ontem, aqui no blog; só pode ser obra do Jameson) com seus rompantes de Maria I, a tresloucada: O impeachment é golpe!

Só bastaria alguém daquela plateia da Comissão do Impeachment fazer uma pergunta muito simples: E se o impeachment da Dilma Rivotril não passar, será também golpe? Ora, o pau que bate em Chico como criminoso, bate em Chica como criminosa. E se isto acontecer, o PT hoje, só justificaria uma campanha de oposição de que houve um golpe parlamentar para colocar o Lula na presidência.

Eu, como já disse, não entendo muito de juridiquês, mas, para entender o discurso político do Eduardo Cardoso, quem precisa entender alguma coisa de direito? É preciso entender de “errado”, como a acusação feita a Cunha (o “bandido favorito” do Roberto Jefferson) de que ele teria aceito o pedido de impeachment como uma vingança. Depois daquilo, eu mudei de canal pois descobri o óbvio: Eles estão desesperados.

Mudei para a TV Senado e lá estava ele, o Lindenberg Farias (o Lindinho da lista da Odebrecht) a repetir as mesmas asnices de que o impeachment é golpe, e além disto, defendendo a compra de votos no Planalto pelo Lula et caterva, o que nos faz pensar nos versos de Castro Alves, neste contexto de caos político:

“Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se é loucura... se é verdade
Tanto horror perante os céus?!
Ó mar, por que não apagas
Co'a esponja de tuas vagas
De teu manto este borrão?...
Astros! noites! tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão!”

Eu gostaria de ser um poeta para terminar esta estrofe dizendo “Varrei o governo, impeachment!

Por hoje já é só mas fiquem com o Ricardo Noblat que hoje escreve sobre o tema: “O PT e o governo legitimaram “o golpe”. Ou melhor: o impeachment”, e meditem sobre qual vai ser a bandeira que todos devem levar às ruas e de que cor vão pintar suas caras, quando o golpe ou impeachment chegar. Se a Dilma sair, o nome será secundário pela certeza de que os crimes cometidos sobram.

“Quem decide se Dilma deverá permanecer no cargo ou se afastar dele até ser julgada pelo Senado? A Câmara dos Deputados. Está escrito na Constituição.

Como pode ser chamada de golpe uma eventual decisão da Câmara a favor do afastamento de Dilma, e uma posterior decisão do Senado que casse os direitos políticos dela e o mandato?

Tanto não é golpe o que está em curso no Congresso que a defesa de Dilma foi apresentada, ontem, na Comissão Especial do Impeachment da Câmara pelo Advogado-Geral da União, o ministro José Eduardo Cardoso, ex-ministro da Justiça.

Ninguém se defende de golpe no ambiente em que ele foi tramado e aonde será decidido. De resto, não existe golpe, golpe digno de ser chamado por esse nome, se feito às claras, com regras definidas pelo Supremo Tribunal Federal, com direito a manifestações de ruas favoráveis ou contrárias a ele, e acompanhado em tempo real por todos os meios.

Esse é o principal ponto fraco, o que na verdade desmoraliza a tese de golpe esgrimida por todos os que defendem um governo paralisado por seus erros e pelos efeitos dos seus erros. Um governo que já não governa.

Quem primeiro, digamos assim, legitimou o “golpe” foi o PT e seus aliados quando aprovaram a composição da Comissão Especial do Impeachment da Câmara e indicaram seus representantes para fazer parte dela.

Naquela ocasião poderiam ter se recusado a aprovar a composição – mas, não, avalizaram-na pela unanimidade dos seus votos. Não perderiam o direito de indicar depois o mesmo número de representantes para integrá-la e defender o governo.

Indiretamente, Dilma também legitimou o impeachment ao convocar Lula para ser ministro da Casa Civil e impedir a sua queda.

Dilma e Lula legitimam o que apontam como golpe ao oferecer cargos, liberação de emendas parlamentares ao Orçamento da União e outras sinecuras a deputados que os ajudem a enterrar o impeachment.

Cardozo valeu-se de todos os recursos de um bom advogado para negar que “pedaladas fiscais” configurem crime de responsabilidade como está previsto na Constituição. E para apresentar as “pedaladas” como se, no máximo, não passagem de um “desrespeito tangencial” à Constituição, não um atentado contra o que está escrito na Constituição.

Em resumo, o que Cardozo disse com outras palavras: o processo de impeachment só não será um golpe se acabar arquivado pela Câmara. Ou pelo Senado mais tarde. Se dele resultar a deposição de Dilma, terá sido um golpe.

Ora, ora, ora...


Mais respeito pela inteligência alheia!”

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