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quarta-feira, 6 de abril de 2016

O silêncio dos militares e o momento político




Por Zezinho de Caetés

Como se dizia lá na nossa terra, minha e do Lula, a situação política está tão complicada que “vaca não está conhecendo bezerro”. Longe de mim está fazendo citações ou comparações sobre nossa presidenta incompetenta, mas, a forma como ela está agindo nos faz esquecer a liturgia do cargo, tão bem respeitada pelo Sarney, certa época.

E vejam, para completar a obra, quem entra de vez na política é o Marco Aurélio Mello, o Ministro do STF, que quer impichar o Temer, para empatar com a Dilma. E vem o Movimento Vem para Rua e agora quer impichar o Marco Aurélio, também acho eu, para empatar. Se eu fosse advogado eu tentaria impichar o Cunha (embora centenas de processo já cuidam disto) para haver um empate entre poderes, em termos de impichamento. Tem gente até querendo impichar todo mundo, que não é uma má ideia, por completo, a não ser que atrapalharia o impeachment que mais nos importa, o da Dilma.

Com isto acontecendo, para quem viveu a história do Brasil, sabe que nossas Forças Armadas não estão agindo dentro do seu perfil histórico, que era o de já estar à frente de uma intervenção, com a boa intenção (das quais o inferno está cheio) de salvar o Brasil. Isto, para quem viveu os anos de chumbo, é uma noticia alvissareira. Como também se dizia em nossa terra: “Quem pariu mateus que balance!”. E fomos nós, civis, que deixamos a situação chegar a este ponto, onde o Palácio do Planalto se transformou numa mercearia de secos e molhados.

O texto do Hubert Alquéres, que transcrevo abaixo, trata do silêncio ensurdecedor dos militares, apesar de ter visto ontem, presente aos ataques de nervos da Dilma, o Ministro da Defesa, o comunista Aldo Rebelo. Ele estava calmo enquanto Dilma pregava mais uma de suas mentiras, quando dizia que o comércio no Planalto ficaria suspenso até a votação do impeachment, que só não será golpe se ela não for impichada.

Todos sabem que o mercado pode até ter fechado as portas da frente, mas, pelas portas dos fundos, deve ter muitos deputados trocando votos por mercadorias, mesmo que só possa pegá-las depois.

Isto é muito mal para o Brasil, para sua imagem e para nossa imagem. Precisamos urgentemente evitar que este país se transforme numa Venezuela, e nossa oportunidade é tirar a Dilma, através do impeachment, por ter cometido crime de responsabilidade, o que faz todas às vezes que chefia um comício na sede do governo, e deixa seus pupilos ameaçar com violência quem tem ideias diferentes da dela. Os juristas chamam isto de “continuidade delitiva”, o que é muito intuitivo até para um leigo como eu.

Eu sinto saudade do tempo que dizem que ela só coordenava o roubo de cofres do Ademar, porque “ladrão que rouba ladrão tem 100 anos de perdão”, mas, o povo brasileiro, em sua maioria ainda é composto de pessoas honestas, e quem o rouba merece “100 anos de cadeia”.

Deixo vocês com o texto do Hubert (“Vivandeiras e provocadores” publicado no Blog do Noblat), com a esperança de que os militares continuem cumprindo suas funções constitucionais combatendo o Aedes Aegypti, que é o segundo lugar, na hierarquia de fazer mal ao Brasil. Ou seria o terceiro?

“Em momento tão conturbado da vida política nacional é importante registrar um fato: a crise, ao menos por enquanto, passa ao largo dos quartéis. É irrelevante aqui discutir se isto acontece porque os militares já não têm a mesma força política de 1964, ou porque a comunidade internacional e os brasileiros não aceitam mais soluções fora do escopo do Estado de Direito Democrático.

Importa mesmo é a valorização do fato objetivo: ao contrário do que aconteceu até meados da penúltima década do século passado, quando as intervenções militares ocorreram aos borbotões, as Forças Armadas se dedicam hoje às suas funções profissionais e constitucionais.

Com toda a crise ética, econômica e política, não tivemos, até o momento, episódio de monta de quebra da hierarquia e da disciplina - pedra angular de qualquer instituição castrense do mundo. Isso é positivo. É um indicativo de que a corporação militar vem respeitando o pacto estabelecido em 1985, na transição democrática. Preservar essas conquistas, evitar que a crise contamine os quarteis, são desafios colocados à nossa frente pelo momento político atual.

Nas crises, os extremos afloram. É o que assistimos agora. De um lado, segmentos da sociedade cada vez mais desencantados com a política formal, assumem o discurso do ódio, do neomarcatismo e sonham com a volta dos militares ao poder.

O lulopetismo, ao promover o assalto aos cofres públicos e fazer tábula rasa dos valores éticos, conseguiu a proeza de fazer ressurgir uma base social, ainda que pequena, de extrema direita. Aplainou o terreno para o retorno das vivandeiras; figuras que antigamente viviam a rondar os quarteis.

De outro lado, a autointitulada “base popular” do governo rasga a fantasia. Radicaliza seu discurso, ameaçando tocar fogo no país, caso o impeachment da presidente Dilma Rousseff prospere. Adota também o discurso do ódio. Aposta suas fichas num clima de confronto, na crença de que a presidente, se não for impedida, instituirá, finalmente, um “governo popular”.

Mais grave: a própria presidente aposta na conflagração política e social como tábua de salvação. Para safar-se, transformou o Palácio do Planalto em palanque político.

Como se não bastasse o aparelhamento, essa confusão entre público e privado, entre partido e Estado, a presidente dá provas de desrespeito à liturgia do cargo ao consentir que, em um ato oficial, haja a incitação à violência e a ruptura com direitos assegurados pela Constituição, como o da propriedade, e do livre exercício do mandato dos parlamentares. Sob seus olhos, radicalóides de plantão agridem e afrontam a soberania do Poder Legislativo.

A presidente não desrespeita apenas a liturgia, mas também o próprio conceito de hierarquia. Como maior autoridade do país, jamais poderia ter permitido que o representante da Contag, a Confederação Nacional dos Trabalhadores da Agricultura, pronunciasse, em sua presença e no interior do Palácio do Planalto: "Vamos ocupar as propriedades deles, as casas deles no campo. Vamos ocupar os gabinetes, mas também as fazendas deles”.

É uma bravata, sabemos. Até porque as Forças Armadas estão aí para cumprir sua função de garantir a ordem, conforme determina a Constituição. Mas provocações dessa natureza são absolutamente dispensáveis e só revelam o descompromisso democrático dos extremistas de plantão.

Não há o menor sentido em se testar a capacidade dos militares de engolir sapos. Ou de tentar atraí-los para a crise, que já é suficientemente grave.


Que as vivandeiras e os provocadores deixem as Forças Armadas em paz. A democracia agradece.”

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