Por Zezinho de Caetés
Normalmente leio a Miriam Leitão pela sua expertise em
Economia. Hoje (05/10/2012) a li no Globo, num texto intitulado “Dia para não esquecer”, onde ela mostra
o que eu mesmo vi ontem no julgamento do mensalão. Quando eu dizia que este
seria o julgamento do século muitos não acreditavam, mas, eu já tinha certeza
de que ele afetaria gerações inteiras deste país, onde ainda, cumprir as
obrigações como homem público parece ser um favor ao povo.
Estou falando do voto emocionado da Ministra Rosa Weber ao condenar
o Dirceu por corrupção ativa, quando minutos antes seu colega o Lewandowhisky o
absolvia. Eu também acompanhei o voto do ministro do PT e notei quanto esforço
foi feito para livrar a cara do chefe da quadrilha. Quantas contradições
envolviam seu voto, contradições estas que teriam plena explicação, se ele
desse as verdadeiras motivações para o seu voto: comprometimento político e “rabo preso”.
Todos sabem que o maior fator das injustiças dos homens é um
juiz com o rabo preso. A justiça só é feita até onde ele pode se movimentar sem
que lhe doa o espinhaço, pela tensão no rabo. E era visível no semblante do
Lewandowhisky, quanto lhe incomodava o rabo preso nas hostes petistas.
Eu já li e reli textos de juristas e leigos mostrando as
contradições do ministro ao absolver o Dirceu e o Genoíno e condenar o Delúbio.
Pode até ser que em sua mente transtornada pela dor no rabo tenha lhe passado a
ideia virtuosa de que, “já que eu não
posso condenar o chefe supremo, não vou condenar os sub-chefes”, o que o
redimiria de alguma forma, mas, penso que isto não é a verdade. Então fiquem
com a Miriam Leitão que cita algumas das suas contradições mas louva o
comportamento de uma juíza, a Rosa Weber, que foi nomeada pela presidenta, mas,
nunca teve rabo para ficar preso em suas sentenças. E por isso deve ter dormido
muito bem, enquanto o ministro deve tomado umas e outras daquilo que vive
levando: o whisky.
“A lógica era cortante, mas a voz traía a emoção. A palavra
“infelizmente” foi repetida. A ministra Rosa Weber votou de forma implacável,
mas admitiu: “A maior tristeza da minha alma.” Sua face pública estava exposta
na dureza do voto; sua emoção, implícita nos gestos e voz. E assim ela condenou
José Dirceu e José Genoíno por corrupção. “É como voto, senhor presidente.”
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski defendeu
o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu de forma mais eficiente que o próprio
advogado do réu. O que atrapalhou o voto foram suas próprias palavras quando
condenou outros réus ou quando escolheu argumentos que se chocavam com o que
dissera minutos antes.
Rosa Weber e Luiz Fux acompanharam o voto do relator Joaquim Barbosa,
que condenou oito dos réus neste capítulo. O ministro Fux disse que juntou no
voto 14 “elementos probatórios” contra José Dirceu. Lewandowski rebateu um
deles. O da reunião no hotel Ouro Minas entre o então ministro Dirceu e a
presidente do Banco Rural, Kátia Rabello.
Fux disse que Kátia admitiu em juízo que eles conversaram sobre o Banco
Mercantil de Pernambuco. Lewandowski discordou. Disse que Kátia disse em juízo
que a mulher de Marcos Valério, Renilda, não dissera a verdade quando contou na
CPI que na reunião se falou dos empréstimos ao PT.
Na verdade, o empréstimo era uma coisa; o Banco Mercantil era outra.
Pior. Os empréstimos foram estranhos, mas o outro caso era ainda mais indevido.
Por 17 vezes o publicitário Marcos Valério foi ao Banco Central pressionar por
uma solução que daria aos donos do banco muito mais lucro do que o valor do
crédito.
Enquanto Kátia Rabello se reunia com José Dirceu, os donos do Banco
Mercantil de Pernambuco processavam o Banco Central. O Rural tinha 22% do banco
em liquidação desde o Proer. O que queriam era mudar o fator de correção da
dívida. Isso faria um banco quebrado virar um bom ativo.
Lewandowski condenou Marcos Valério e Delúbio Soares e vários outros.
Disse que comungava com o voto do relator ao definir “o modus operandi do
núcleo publicitário”, lembrou que “para a caracterização do crime basta estar
na esfera de atribuição do funcionário público”. Admitiu até que “a prova da
entrega da vantagem indevida ficou evidenciada”.
Para ele, o tesoureiro do partido e o publicitário cometeram crimes e
distribuíram vantagem indevida. Mas José Genoíno nada soube porque era apenas o
articulador político, e José Dirceu já havia “abandonado as lides partidárias”.
Lewandowski acha que as acusações feitas por Roberto Jefferson devem
ser desprezadas porque ele é “inimigo figadal” de José Dirceu. Mas todos os
depoimentos dos amigos foram aceitos ao pé da letra.
O ministro argumentou que “nós juízes temos que julgar de acordo com o
que está aqui nos autos”. E depois usou como argumentos entrevistas concedidas
aos jornais.
Lewandowski disse que a defesa demonstrou de forma torrencial que
“Delúbio jamais agiu sob as ordens de José Dirceu”. Segundo ele, o chefe da
Casa Civil sequer negociou a aprovação das reformas políticas, mesmo sendo o
ministro político. Tudo do que se acusa Dirceu seria, na opinião do revisor,
“meras ilações”.
Coube a Rosa Weber afirmar que aquela interpretação dos fatos era
“implausível, com todo o respeito”. Segundo ela, as provas mostram acima de
qualquer dúvida razoável que “houve conluio para a compra de votos” e que foi
“decidida pelo núcleo político e executada pelo núcleo operacional”. Lamentou
de novo o voto que daria, mas explicou que precisava “pôr a cabeça no
travesseiro”.”
LEVANDO UISQUE
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