Por Zezinho de Caetés
Ainda esta semana transcrevi um texto do Marco Antônio Villa
(aqui) que se chamava de “Adeus, Lula”,
onde eu pedia que ele voltasse para Caetés urgente para livrar o país de seu
legado de uma vez por toda.
Com a continuidade do julgamento do mensalão e com o andar
da carruagens das eleições e o fracasso do PT nelas, como aqui em Recife, onde
dificilmente o candidato do partido não passará do terceiro lugar, está cada
dia mais evidente a decadência política do meu conterrâneo.
Agora só falta São Paulo deixar o Ministro do ENEM também em
terceiro para que a despedida do Lula esteja cada dia mais se aproximando do
fim, apesar dos seus esperneios nas falas que parece que sofre do Mal de
Alzheimer pois esqueceu tudo que já disso, além de nunca ter sabido de nada.
É uma pena que acabe assim e a pedido de pessoas insuspeitas
como o João Ubaldo Ribeiro, que, em texto escrito para O Globo em 30 de
setembro (“A hora da saideira”),
comenta o mesmo artigo do Marco Antônio Villa, e com muito mais categoria
literária do que. Por isso eu deixo vocês com este texto do excelente escritor
brasileiro, e volto a ouvir as condenações do mensalão. O ministro
Lewandowhisky tanto fez que conseguiu adiar o julgamento do Dirceu para depois
das eleições mas, placar é quase de goleada que se confirmará na próxima
semana. Será que alguém que não seja do programa Bolsa Família ou não seja um
dos aparelhos do PT no governo votará neste partido? Deixo-lhes com o João
Ubaldo.
“Na semana passada, li um artigo do professor Marco Antonio Villa, que
não conheço pessoalmente, mostrando, em última análise, como a era Lula está
passando, ou até já passou quase inteiramente, o que talvez venha a ser
sublinhado pelos resultados das eleições. Achei-o muito oportuno e necessário,
porque mostra algo que muita gente, inclusive os políticos não comprometidos
diretamente com o ex-presidente, já está observando há algum tempo, mas ainda
não juntou todos os indícios, nem traçou o panorama completo.
O PT que nós conhecíamos, de princípios bem definidos e inabaláveis e
de uma postura ética quase santimonial, constituindo uma identidade clara,
acabou de desaparecer depois da primeira posse do ex-presidente. Hoje sua
identidade é a mesma de qualquer dos outros partidos brasileiros, todos peças
da mesma máquina pervertida, sem perfil ideológico ou programático, declamando
objetivos vagos e fáceis, tais como “vamos cuidar da população carente”,
“investiremos em saneamento básico e saúde”, “levaremos educação a todos os
brasileiros” e outras banalidades genéricas, com as quais todo mundo concorda
sem nem pensar.
No terreno prático, a luta não é pelo bem público, nem para
efetivamente mudar coisa alguma, mas para chegar ao poder pelo poder, não
importando se com isso se incorre em traição a ideais antes apregoados com
fervor e se celebram acordos interesseiros e indecentes.
A famosa governabilidade levou o PT, capitaneado por seu líder, a
alianças, acordos e práticas veementemente condenadas e denunciadas por ele,
antes de chegar ao poder. O “todo mundo faz” passou a ser explicação e
justificativa para atos ilegítimos, ilegais ou indecorosos.
O presidente, à testa de uma votação consagradora, não trouxe consigo a
vontade de verdadeiramente realizar as reformas de que todos sabemos que o
Brasil precisa — e o PT ostentava saber mais do que ninguém.
No entanto, cadê reforma tributária, reforma política, reforma
administrativa, cadê as antigas reformas de base, enfim? O ex-presidente não
foi levado ao poder por uma revolução, mas num contexto democrático e teria de
vencer sérios obstáculos para a consecução dessas reformas.
Mas tais obstáculos sempre existem para quem pretende mudanças e,
afinal, foi para isso que muitos de seus eleitores votaram nele.
O resultado logo se fez ver. Extinguiu-se a chama inovadora do PT,
sobrou o lulismo. Mas que é o lulismo? A que corpo de ideias aderem aqueles que
abraçam o lulismo? Que valores prezam, que pretendem para o país, que programa
ou filosofia de governo abraçam, que bandeiras desfraldam além do Bolsa Família
(de cujo crescimento em número de beneficiados os governantes petistas se
gabam, quando o lógico seria que se envergonhassem, pois esse número devia
diminuir e não aumentar, se bolsa família realmente resolvesse alguma coisa) e
de outras ações pontuais e quase de improviso?
É forçoso concluir que o lulismo não tem conteúdo, não é nada além do
permanente empenho em manter o ex-presidente numa posição de poder e
influência. O lulismo é Lula, o que ele fizer, o que quiser, o que preferir.
Isso não se sustenta, a não ser num regime totalitário ou de culto à
personalidade semirreligioso. No momento em que o ex-presidente não for mais
percebido como detentor de uma boa chave para posições de prestígio, seu
abandono será crescente, pois nem mesmo implica renegar princípios ou ideais.
Ele agora é político de um partido como qualquer outro e, se deixou alguma
marca na vida política brasileira, esta terá sido, essencialmente, a tal “visão
pragmática”, que na verdade consiste em fazer praticamente qualquer negócio
para se sustentar no poder e que ele levou a extremos, principalmente
considerando as longínquas raízes éticas do PT. Para não falar nas
consequências do mensalão, cujo desenrolar ainda pode revelar muitas surpresas.
O lulismo, não o hoje desfigurado petismo, tem reagido, é natural. Os
muitos que ainda se beneficiam dele obviamente não querem abdicar do que
conquistaram. Mas encontram dificuldades em admitir que sua motivação é essa,
fica meio chato. E não vêm obtendo muito êxito em seus esforços, porque apoiar
o lulismo significa não apoiar nada, a não ser o próprio Lula e seu projeto
pessoal de continuar mandando e, juntamente com seu círculo de acólitos,
fazendo o que estiver de acordo com esse projeto.
Chegam mesmo à esquisita alegação de que há um golpe em andamento, como
se alguém estivesse sugerindo a deposição da presidente Dilma. Que golpe? Um
processo legítimo, conduzido dentro dos limites institucionais?
Então foi golpe o impeachment de Collor e haverá golpe sempre que um
governante for legitimamente cassado? Os alarmes de golpe, parecendo tirados de
um jornal de trinta ou quarenta anos atrás, são um pseudoargumento patético e
até suspeito, mesmo porque o ex-presidente não está ocupando nenhum cargo
público.
É triste sair do poder, como se infere da resistência renhida,
obstinada e muitas vezes melancólica que seus ocupantes opõem a deixar de
exercê-lo. O poder político não é conferido por resultados de pesquisas de
popularidade; deve-se, em nosso caso presente, aos resultados de eleições.
O lulismo talvez acredite possuir alguma substância, mas os acontecimentos
terminarão por evidenciar o oposto dessa presunção voluntarista. Trata-se
apenas de um homem — e de um homem cujas prioridades parecem encerrar-se nele
mesmo. Mas sua saída de cena não deverá ser levada a cabo com resignação.
Ele insistirá e talvez ainda o vejamos perder outra eleição em São
Paulo. Não a do Haddad, que aparentemente já perdeu. Mas a dele mesmo, depois
que o mundo der mais algumas voltas e ele quiser iniciar uma jornada de volta
ao topo, com esse fito candidatando-se à prefeitura de São Paulo.”
OS MENSALEIROS PETISTAS ROUBARAM O BRASIL E SE HADDAD FOR ELEITO, JUNTOS, VÃO ASSALTAR SÃO PAULO.
ResponderExcluir.......... que bandeiras desfraldam além do Bolsa Família (de cujo crescimento em número de beneficiados os governantes petistas se gabam, quando o lógico seria que se envergonhassem, pois esse número devia diminuir e não aumentar, se bolsa família realmente resolvesse alguma coisa).... CASO O BOLSA ESMOLA DO LULA ESTIMULASSE O TRABALHO E A PRODUÇÃO, MUITO MENOS PESSOAS ESTARÍAM HOJE RECEBENDO. PORQUANTO JÁ TINHA SE INTEGRADO AO SISTEMDA PRODUTIVO, TENDO RENDA E PRESCINDINDO DESSA ESMOLA HUMILHANTE E CONSTRANGEDORA PARA QUEM TEM VERGONHA NA CARA. A PROVA DO EQUÍVOCO E DO SEU FIM ELEITOREIRO ESTÁ NA COMPROVADA CIRCUNSTÂNCIA DE QUE NÃO RETIROU NINGUÉM DA POBREZA ESMOLADA E AINDA POR CIMA O GOVERNO PROMETE AUMENTAR, TANTO A VERBA, QUANTO O NÚMERO DE BENEFICIADOS. MANTENDO A POBREZA NA DEPENDÊNCIA DA ESMOLA, SEM EXIGIR CONTRAPARTIDA, REMUNERANDO A OCIOSIDADE. TAÍ, A FÓRMULA MALDITA A DESFIGURAR A HERANÇA DE UMA GESTÃO PARA A OUTRA, AUMENTANDO O CURRAL ELEITORAL CATIVO, EM NÚMERO MUITO SUPERIOR AO VOTANTE CONSCIENTE, E ASSEGURANDO A PERPETUAÇÃO NO PODER. NÃO É FÓRMULA MÁGICA. É PURA MATREIRICE, CANALHICE PURA!!! NÃO É À TOA QUE, O BOLSA ESMOLA É O MAIOR PROGRAMA DE COMPRA DE VOTOS DO MUNDO!!! O SINDICATO DOS BANDIDOS BARBUDOS DO ABC PAULISTA NUNCA QUIS ENFRENTAR OU ACABAR COM A MISÉRIA, PREFERIRAM DIVIDI-LA...
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