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quarta-feira, 24 de outubro de 2012

CELIBATO - UM DOGMA?





Por Carlos Sena

Com essa história de dogma, a igreja católica vai embromando muita gente. Ela inventa verdades absolutas e nos quer “vender” como tais, mas seus principais seguidores quando descuidados, ficam relativos em atos e omissões. Essa ideologia dogmática funciona meio como um contexto que serve para o que não serve mais, mas não pode ficar fora da realidade como forma de dominação. Perto de nós está o caso do celibato. Os padres e outras autoridades eclesiásticas tentam, tentam, mas não conseguem convencer a ninguém que os padres não podem se casar e constituir família. Há quem diga que a igreja não quer os padres casando para não dividir sues bens com os herdeiros. Há quem diga que seja por conta de que a abstinência sexual faz parte das mortificações que ajudam a elevar a alma e satisfazer o espírito – compõe um “pacote” de rituais como jejum, oração, abstinência e penitencia.

Há ainda quem diga que a vida religiosa requer contemplação e dominar a força do corpo é como que dominar o satanás – porque a rigor o sexo passou muito tempo sendo feio e imoral, pela própria igreja católica... Outros enredos existem no mesmo sentido. Mas, fato é que os padres não se casam mas se viram como podem, literalmente. Uns se viram com as amantes, outros se viram para os amantes e ainda outros se viram fazendo “justiça com as próprias mãos”...

A igreja sabe de tudo, mas prefere dar uma de morta, pra “comer o fiofó do coveiro”. Ela sabe além: da pedofilia que rola solta nos porões dos monastérios mais insuspeitos; sabe e sabe muito bem que se jogar um caroço de milho na sacristia não sobra um porque os “frangos” devoram em minutos... Afinal os “armários da igreja, não só a católica, estão cheios de padrecos que dão o caneco”... Nada contra eles, pelo contrário – estão certíssimos em atender o que o corpo lhes pede. Neste viés é que mora sem pagar aluguel toda a FALSA MORAL VIGENTE. No púlpito: não pode isto não pode aquilo. Sexo só pra procriação. Homossexualidade é pecado e assim por diante. Contudo, “por debaixo dos panos” soltam a franga e o galinheiro todo... No interior do Nordeste há muitos casos de filhos de padres em que os padres não assumem, mas, mantem as amantes e os filhos, tudo por debaixo da batina, é claro.

Independente de tudo, o que nos encafifa nestas questões do celibato, dentre outras, são: se São José casou com Nossa Senhora e tiveram Jesus como filho; se somos feitos a imagem e semelhança de Deus e Deus não faz coisa errada em nós, nem feia, como é que se pode condenar a sexualidade dos padres? Se a natureza é Divina e concedeu pênis e vagina aos homens, meio como diferencial de fábrica; se a própria bíblia nos diz “crescei e multiplicai”, por que os padrecos não podem crescer (fizeram) e multiplicar? O errado seria se um padreco olhasse para uma jumenta e sentisse tesão por ela. Mas, se ele sente vontade e atração é por uma mulher ou por um homem, onde está o problema? A rigor nem punheta podem bater, senão irão pagar penitências caríssimas dentro da congregação... E suas consciências pesadas talvez os deixem ainda mais vulneráveis.

“Na Moral” tudo não passa de FALSA MORAL. Tudo não passa de domínio secular sobre as pessoas, principalmente os mais simples de coração e os menos iniciados no pensamento crítico de teologia da libertação. Como perguntar não deve ofender, indagamos: por que a igreja católica tem perdido adeptos, não para igrejas sérias, mas para os pentecostais da vida liderados por Edir Morcego e Silas Malacraia? Não precisa responder. Agora esse dogma da CELIBATARIA bem que poderia estar na Estribaria. Mas mesmo lá Jesus estaria, pois afinal foi lá onde ele escolheu para nascer e todos nós já sabemos disto.

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(*) Publicado no Recanto de Letras em 02/09/2012

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