A Casa Branca - Washington - DC |
Por Zé Carlos
Semana passada já colocamos em uma postagem (aqui)
uma das fotos tiradas em nossa viagem a Washington, a capital dos Estados
Unidos, país onde estamos. Hoje,
continuamos a narrar a nossa viagem a América, pulando um pouco, outras
atividades, para tratar desta viagem. Se não gostarem do nosso modo de escrever
ou do conteúdo vejam as fotos que ilustram a matéria, que talvez mostrem
melhor, ou de um modo diferente, a beleza que é a capital americana. Algumas feiuras
também aparecerão, se houver espaço, em outras postagens.
Antes de inicial a narrativa um aviso aos navegantes,
principalmente, aos navegantes da terceira idade, sobre o que é o turismo
quando nos atrevemos a fazê-lo, sem o apoio, muitas vezes caro, dos órgãos
especializados. É um cansaço só, do ponto de vista físico e psicológico. Descobrimos
que quanto mais avançamos em anos mais necessários se tornam aqueles ônibus,
nos quais sentamos lá em cima, e apenas movimentamos nossos braços, levantando
uma câmera ou filmadora. Da próxima vez apelaremos para eles. Desta vez ainda
fomos por nós próprios. Vantagens? A liberdade.
Washington é um cidade bonita e bem planejada. Em alguns
locais não há como não pensar em Brasília, pelo menos no que se refere à
arquitetura dos prédios oficiais. Algumas vezes ficamos imaginando quem foi que
copiou quem em alguns deles. Ou será que toda capital tem que ter prédios
iguais? Quase uma vida num Departamento de Arquitetura não me deu condições de
responder a esta questão. Apelo aos colegas arquitetos.
Ao contrário de Brasília, o que tem mais por lá são
cruzamentos, e não vi uma sincronização eficiente para o fluxo de tráfego. Há
muitos sinais de trânsito, embora quase não se vejam os fios que os ligam à
eletricidade. Aliás, não vimos quase nenhum fio nos postes, sendo todos
embutidos pelo solo, o que, em certos casos, e pelo tipo de luminárias, nos
remete ao passado, dando-nos a sensação de História.
Segundo minhas pesquisas, que têm a profundidade do espelho
d’água do Mall (basicamente, o ponto turístico da cidade, contendo quase tudo
que um turista deseja), a cidade foi formada oficialmente em 1790 com doação de
terras por estados vizinhos e é o centro das atividades federais americanas dos
três poderes, executivo, legislativo e judiciário. Uma curiosidade é que a
cidade, ao contrário de nossa Brasília, não possui representantes no congresso.
Nossa pesquisa profunda não nos permitiu saber com ela é administrada. Penso
que tem um prefeitura.
Já que falamos no Mall, esta faixa de terra e de muitas
atividades foi o nosso objetivo, como o de quase todos os turistas estrangeiros
ou americanos. Notamos que o número de pessoas que por nós passavam e falavam
um inglês que não entendíamos muito bem, o que caracterizava para nós os
americanos, era muito maior do que os outros que falavam línguas que não
podíamos nem distinguir de onde eram, a não ser pelos olhos puxados de alguma
forma. Parecia que os japoneses e chineses estavam invadindo a cidade.
Brinquedos para as crianças poderosas |
Uma verdadeira babel era o que parecia a longa fila em que
ficamos, por mais de uma hora, para depois descobrir que não podíamos entrar
nos jardins da Casa Branca sem pegar um ingresso, o que deveríamos ter feito na
chegada. Coisas do turismo desacompanhado. As pessoas que seguiam um homem com
uma sombrinha ou com uma vara com uma bandeira na ponta não tiveram este
problema.
Descobrimos, depois de andar muito, que o ingresso era
gratuito, e havia nele a proibição de venda, por quaisquer meios. Não deu para
imaginar que no nosso país esta seria um atividade paraíso para os cambistas.
Fiz esta observação a um casal de paulistas que estavam mais perdidos do que
nós, e fui além dizendo que aqui, um cambista gritando: “Para as 11 horas,
agora é R$ 100,00”, seria inimaginável. E eles riram e forma pegar seus
ingressos gratuitos. Mordi a língua, pois logo em seguida vi um senhor, “african/american”, que é nome politicamente
correto para a raça negra aqui (que gostei mais do que o nosso “afro-descendente”),
oferecendo um ingresso a uma senhora para as 12:30. Nada de novo debaixo do
sol.
Depois de correr para pegar ingresso acima por quase duas
horas depois, decidimos ver outras coisas até chegar a hora de ficarmos mais
perto do Barack Obama e da Michele. Penso ser esta a esperança infundada de
todos os que se submetem àquela espera interminável. Persistimos, como bons
brasileiros que não desistem nunca, e lá estávamos nós nos jardins da Casa
Branca. O centro do poder mundial, queiramos ou não. E em termos de beleza
paisagística até nos emociona. Além disto, tudo é feito para nos dar a
impressão de que os habitantes daquela casa estão nos esperando para um café da
manhã ou para um almoço. E se alguns dos guias soubessem de nossa
nacionalidade, nos prometeriam um feijoada na laje superior.
Isto tudo depois de uma revista meticulosa na entrada, à
procura de armas, bombas e de outras coisas, que pudessem de alguma forma
causar algum dano. Depois falaremos a respeito da neurose, ou quase isto, em
relação a atos terroristas neste país. É justificável, lembrando que o 11 de
setembro passou há pouco. Além disto, o que talvez possa ser visto em algumas
das fotos, o número de “guardas” nos
observando, de forma visível, além dos invisíveis, é muito grande. Fora isto, é
só gentileza.
Segurança não disfarçada |
E o passeio pelos jardins da Casa Branca, depois de vê-los
centenas e centenas de vezes em fotos tirados por outros, mal nos dar tempo de
observar com os olhos, somente. Usamos as lentes da câmera na ânsia de mostrar
aos outros e até a nós mesmos, que estivemos ali. E aqueles que acharem que é
deslumbramento de nossa parte, acertaram em cheios. Quem disser isto e não
concordar, não vá aos jardins, pois não passaria por um detector de mentiras,
que lá deve ter aos montes.
Vejam as fotos e comprovem. Vimos um brinquedo das meninas
mais poderosas do mundo e nos deu vontade de ter levado nossos netos. Vimos um
apiário, de onde o Obama pode colher o mel para seu “breakfast” e os lugares onde os vários presidentes receberam uma
grande leva de governantes do mundo, e que devem ter provado deste mel.
Como administrador da AGD foi uma grande decepção o Obama
não se encontrar em casa e nem ter deixado um recadinho pedindo desculpas, mas,
o que fazer? Sabemos o esforço que ele está fazendo na campanha para que o Mitt
Romney não lhe passe a perna, e que no próximo ano, aqueles jardins não estejam
com novos habitantes. Quem sabe ainda nesta viagem recebamos um telefone ou
mesmo o encontremos em outros lugares? Estamos trabalhando para isto, embora, o
nosso orçamento já esteja curto para outras viagens. Nossos patrocinadores,
Jesus, Maria e José não o aumentaram em nem um centavo.
Bem, vejam as fotos, e por hoje é só. Mas, continuaremos com
o Washington outro dia.
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